A COURAÇA DA JUSTIÇA
EF 6.14
Pr. José Antônio Corrêa
A segunda peça da armadura cristã é a couraça da justiça. Se a
verdade de Deus, assim como nos é revelada em Cristo, forma o fundamento da
vida e da integridade cristã, com certeza, essa vida deve estar protegida pela
couraça da justiça.
Em sua preparação para os combates, os soldados romanos se
aparavam com uma grande peça de metal que cobria desde ao pescoço até a coxa,
com o objetivo de proteger os órgãos vitais nas sangrentas batalhas contra seus
inimigos. A couraça dos soldados romanos pode ser comparada ao colete à prova
de balas utilizado pelos militares no mundo moderno.
Embora a vida cristã não possa ser protegida por uma peça de
metal, de couro ou de qualquer outro material, ela pode contar com proteção da
“justiça” que tem sua origem e significação no Deus de poder.
QUEREMOS VER COMO PAULO FALA DESSA
JUSTIÇA, DE QUE MANEIRA É REVELADA E RECEBIDA, MAS AO MESMO TEMPO, VER QUAIS
SÃOS OS BENEFÍCIOS QUE ELA PODE TRAZER PARA AQUELES QUE A POSSUEM
Textos:
a)
A justiça de Deus é revelada a nós através do evangelho, Rm 1.16-17, “16 Pois não me
envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de
Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por
fé”.
b) Pelo seu sacrifício na cruz, Cristo se
tornou para nós “justiça”, sabedoria, santificação e redenção, 1Co 1.30, “Mas
vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.
c) Através da remoção do pecado, fomos feitos
“justiça de Deus”, 2Co 5.21, “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”.
Não podemos nos esquecer que a justiça é um
dos atributos divinos:
Textos:
a) Ele se “veste” de justiça, Is 59.17,
“Vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs o capacete da salvação na
cabeça; pôs sobre si a vestidura da vingança e se cobriu de zelo, como de um
manto”.
b) Ele manifestou sua justiça em tempos
passados, mas também no tempo presente, Rm 3.26, “tendo
em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser
justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”.
c) Ele é o “justo juiz”, que nos coroará com
a “coroa da justiça”, quando de sua manifestação em glória, 2Tm 4.8, “Já
agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará
naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”.
d) Podemos contar com esta verdade na revelação de Cristo, para
nos resgatar do pecado, Rm 1.16-17, “16 Pois não me
envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de
Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por
fé”.
e) Foi ainda através
dessa justiça revelada em Cristo, que Deus nos trouxe a justificação pela fé,
Rm 3.25-26, “25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação,
mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância,
deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; 26 tendo em vista a
manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o
justificador daquele que tem fé em Jesus” – Certamente Ele nos declarou justos,
justificados, através do perdão de nossos pecados. Assim, mediante a justiça de
Cristo, podemos nos relacionar de maneira correta com do Deus Pai. Com toda
certeza, jamais poderá existir maior proteção contra as artimanhas do Diabo do
que o fato de cultivarmos um relacionamento correto com Deus.
f)
Tendo Cristo como nossa justiça, é tê-LO como nossa couraça. Ao permanecemos em
Deus, debaixo da justiça de Cristo, sendo sempre fiel à graça salvadora de
Deus, é declarar ao maior inimigo de nossas almas, o diabo as verdade de Rm
8.31-34:
“31 Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será
contra nós? 32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós
o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? 33
Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34
Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o
qual está à direita de Deus e também intercede por nós”.
COMO ESTA RELAÇÃO CORRETA COM DEUS
DEBAIXO DE SUA JUSTIÇA, PODERÁ SER OBSERVADA NA VIDA DO CRENTE?
Textos:
a)
Não devemos ser mais “instrumentos de iniquidade”, mas “instrumentos de
justiça”, Rm 6.10-14,
“10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado;
mas, quanto a viver, vive para Deus. 11 Assim também vós considerai-vos mortos
para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. 12 Não reine, portanto, o
pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; 13 nem
ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade;
mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos
membros, a Deus, como instrumentos de justiça. 14 Porque o pecado não terá
domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça”.
b) A justiça, através de um correto relacionamento com Deus, só
pode nos levar a uma vida correta. Ao nos tornarmos discípulos do
Mestre Jesus, nossa vida precisará ser coerente com o caráter dEle, caso
contrário, nossas ações serão incompatíveis com a fé que pregamos. Seremos
semelhantes aos religiosos do tempo de Jesus, advertidos severamente por Ele:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos
sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão
cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!”, Mt 23.27. Sendo justos,
devemos ser semelhantes a Cristo e andar em obediência, assim como Ele foi
obediente ao Pai. Devemos andar em retidão moral, vivendo uma vida correta e
integra, testemunhando do amor de Cristo.