A CONVERSÃO DO PIOR HOMEM DO MUNDO

2 CR 33.1-20

Rev. Hernandes Dias Lopes

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

INTRODUÇÃO

 

1. A história está eivada de homens maus. Os anais da história estão repletos de homens que deixaram um rastro sombrio na nossa lembrança: Homens facínoras, assassinos, feiticeiros, monstros bestiais, pervertidos celerados e déspotas sanguinários. Homens incendiários como Nero. Homens traidores como Judas. Homens perversos como Hitler. Homens truculentos como Mao Tse Tung.

 

Mas, talvez, nenhum homem tenha excedido em perversidade a Manassés. Esse rei foi o décimo terceiro rei de Judá. Reinou 55 anos, de 697 a 642 a.C. Seu nome significa “Aquele que esquece” e ele esqueceu-se de Deus.

 

2. Poderia a graça de Deus alcançar aqueles que descem até às profundezas da degradação? Normalmente achamos que há pessoas irrecuperáveis. Que há pecadores que estão fora do alcance da graça. A história de Manassés vai nos mostrar que não há poço tão fundo que a graça de Deus não possa ser mais profunda. A graça é maior do que o pecado. “Onde abundou o pecado superabundou a graça”, Rm 5.20.

 

 

I. OS PRIVILÉGIOS DE MANASSÉS

 

1. Ele era filho de um pai piedoso. Ele cresceu bebendo o leite da verdade e sugando o néctar da piedade. Ele cresceu num lar onde Deus era conhecido e amado. Mas a piedade dos pais não é garantia que os filhos seguirão o mesmo caminho. Manassés tinha exemplo. Tinha modelo dentro de casa. Seu pai promoveu uma grande reforma espiritual em Judá depois do desastrado reinado de Acaz. Ele limpou a casa de Deus.

 

2. Ele assumiu o trono ainda jovem, v. 1, “Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém”. Manassés nasceu num berço de ouro e começou e assumiu o trono de Jerusalém com doze anos de idade. Ele só teve privilégios na vida. Ele esbanjou suas oportunidades. Ele desperdiçou todas as coisas boas que Deus estava lhe dando desde cedo na vida.

 

3. Ele teve o reinado mais longo de Judá, v. 1, “Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém”. Ele teve muito tempo para andar com Deus, para fazer o que era certo e para arrepender-se dos seus pecados. Ele governou 55 anos e nesse tempo ele fez o que era mau perante o Senhor. Ele entupiu Jerusalém e a Casa de Deus de idolatria e se prostrou em altares de estranhos deuses, provocando o Senhor à ira.

 

4. Ele teve a advertência de Deus, v. 10, “Falou o SENHOR a Manassés e ao seu povo, porém não lhe deram ouvidos”. Deus não o deixou errar sem advertência. Deus o alertou, o corrigiu. Enviou-lhe profetas, mas ele e o povo não quiseram ouvir a voz de Deus. Fecharam o coração. Endureceram a cerviz. Taparam os ouvidos à Palavra e à voz da consciência.

 

 

II. OS PECADOS DE MANASSÉS

 

1. Ele liderou o povo a pecar contra Deus, v. 2, 9, “2 Fez o que era mau perante o SENHOR, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR expulsara de suas possessões, de diante dos filhos de Israel. 9 Manassés fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel”. Manassés foi um líder mau. Ele usou sua influência para desviar as pessoas de Deus. Ele levou sua nação a fazer coisas piores do que as nações pagãs, v. 9. Ele tornou a edificar os altos, liderou o povo na adoração de Baal. Ele se prostrou diante de todo o exército dos céus, v. 3. Ele adorava as estrelas. Ele tornou-se um viciado em astrologia. Ele tornou-se um místico inveterado. Tornou-se um apóstata, um náufrago na fé.

 

2. Manassés profanou a Casa de Deus, v. 4, 5, 7, “4 Edificou altares na Casa do SENHOR, da qual o SENHOR tinha dito: Em Jerusalém, porei o meu nome para sempre. 5 Também edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios da Casa do SENHOR. 7 Também pôs a imagem de escultura do ídolo que tinha feito na Casa de Deus, de que Deus dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre”. Ele fez pior que Acaz que fechou a casa de Deus. Ele introduziu ídolos abomináveis dentro da Casa de Deus. Ele profanou a Casa de Deus. Ele insultou a santidade de Deus e do culto.

 

3. Ele se tornou um feiticeiro inveterado, v. 6, “queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira”. A feitiçaria de Manassés chegou a ponto dele sacrificar seus próprios filhos a Moloque. Ele era adivinho. Era agoureiro. Praticava feitiçaria. Tratava com necromantes. Ele consultava os mortos. Ele era feiticeiro, espírita, pai de santo. Ele provocava o Senhor à ira.

 

Há muitas pessoas mergulhadas até o pescoço com feitiçaria, com espiritismo, com astrologia, com consulta aos mortos, com misticismo pagão.

 

4. Ele derramou muito sangue inocente, 2Rs 21.16, “Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo, afora o seu pecado, com que fez pecar a Judá, praticando o que era mau perante o SENHOR”. Ele matou seus próprios filhos. Matou filhos de outras pessoas. Ele mandou cerrar ao meio o profeta Isaías. Flávio Josefo diz que todos os dias se sacrificavam pessoas em Jerusalém a mando de Manassés. Ele era um homem mau, virulento, truculento, assassino e sanguinário.

 

 

III. O JUÍZO DE DEUS SOBRE MANASSÉS

 

1. A prisão de Manassés, v. 11, “Pelo que o SENHOR trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés com ganchos, amarraram-no com cadeias e o levaram à Babilônia”. Quem não escuta a voz da Palavra, escuta a voz da chibata. Quem não atende a voz do amor, é arrastado pela dor. O rei da Assíria prende Manassés com ganchos, amarra-o com cadeias e o leva cativo para a Babilônia.

 

2. A humilhação de Manassés, v. 12, “Ele, angustiado, suplicou deveras ao SENHOR, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais”. Manassés desceu ao fundo do poço. Ele é arrancado do trono, de Jerusalém. É levado como um bicho, com canga no pescoço, em anzóis em sua boca e jogado numa prisão. Ele é levado para a Babilônia, o centro da feitiçaria do mundo. Os ídolos da Babilônia que ele adorava não puderam livrá-lo.

 

3. A angústia de Manassés, v. 12, O pecado não compensa. Quem zomba do pecado é louco. O homem será apanhado pelas próprias cordas do seu pecado. Manassés está cativo, algemado, angustiado. Quem não escuta a voz, escuta a vara.

 

 

IV. A CONVERSÃO DE MANASSÉS

 

1. A infinita graça de Deus, v. 13, “fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus”. Quando lemos essa história temos a vontade de dizer: agora bem feito! Ele deve pagar por todas as suas atrocidades. Mas, este homem clama a Deus e o Senhor o salva. Deus é rico em perdoar. Ele tem prazer na misericórdia. Não causa perdida para ele.

 

Deus mandou Manassés para a prisão, para não mandá-lo para o inferno. É um acidente, uma doença, uma tragédia familiar. Deus está pronto a mover o céu e a terra para que você não pereça.

 

2. A humilhação de Manassés, v. 12, “Ele, angustiado, suplicou deveras ao SENHOR, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais”. A conversão começa com o arrependimento, com a tristeza pelo pecado, com a consciência de que temos feito o que é mau perante o Senhor. Manassés muito se humilhou perante Deus. Ele caiu em si. Ele reconheceu seu erro. Ele não se justificou, nem endureceu seu coração. Ele se curvou, se humilhou, se arrependeu.

 

3. A oração de Manassés, v. 12, Manassés vivera toda a sua vida invocando os mortos, adorando os ídolos, levantando altares aos deuses pagãos. Mas, agora, na hora do aperto, ele ora ao Deus do céu e este atende ao seu clamor. Clame por Deus. Grite por socorro. Levante a sua voz. Ainda há esperança para a sua alma.

 

4. A salvação de Manassés, v. 13. Quando Manassés voltou-se para Deus, Deus voltou-se para ele. Restaurou sua vida, seu reino, sua alma. Manassés, então reconheceu que o Senhor é Deus. Deus o aceitou. Deus o restaurou. Deus o levantou. Deus restituiu o seu reino.

 

5. As provas do arrependimento de Manassés, v. 13-16, “13 fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus. 14 Depois disto, edificou o muro de fora da Cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada da Porta do Peixe, abrangendo Ofel, e o levantou mui alto; também pôs chefes militares em todas as cidades fortificadas de Judá. 15 Tirou da Casa do SENHOR os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que edificara no monte da Casa do SENHOR e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade. 16 Restaurou o altar do SENHOR, sacrificou sobre ele ofertas pacíficas e de ações de graças e ordenou a Judá que servisse ao SENHOR, Deus de Israel”.

 

a) Aceitação, v. 13. Os ouvidos de Deus estão abertos, suas mãos estão estendidas para você. O Pai está pronto a receber o pródigo de volta e fazer uma festa. Não importa quão longe você tenha ido e quando profundo o poço que você tenha caído, Deus está pronto a perdoar você e aceitar você de volta para ele.

 

b) Iluminação, v. 13, “Então reconheceu Manassés que o Senhor era Deus”. Deus pode abrir os olhos da sua alma nesta noite. Ele pode abrir seu coração para crer. Ele pode tirar a cortina dos seus olhos. Ele pode dar a você entendimento espiritual. Ele pode revelar a você a glória do seu Filho Jesus Cristo.

 

c) Reforma, v. 15. Manassés fez uma faxina na Casa de Deus e na sua vida. Ele tirou toda a abominação que ele mesmo tinha colocado na Casa de Deus. Arrependimento implica em mudança.

 

d) Consagração, v. 16. Manassés não apenas tirou o que estava errado, mas restaurou o altar do Senhor. Ele começou a buscar a Deus novamente. Ele se voltou para Deus de todo o seu coração. Ele foi convertido a Deus e passou a consagrar-se a Deus, liderando sua nação a voltar-se para o Senhor.

 

 

CONCLUSÃO

 

Vamos ver algumas lições:

1) A piedade dos pais não é garantia que os filhos vão andar com Deus.

2) A vida longa não é segurança do favor de Deus.

3) Não há grau de impiedade que esteja além do alcance da graça de Deus e do perdão de Deus.

4) Não espere uma tragédia em sua vida para você voltar-se para Deus.

5) O pecado é algo que Deus abomina e jamais ficará sem julgamento.

6) Hoje é o dia de você voltar-se para Deus de todo o seu coração.

7) Se você voltar-se para ele nesta noite, agora mesmo, ele ouvirá seu clamor e restaurará a sua alma, dando-lhe a salvação!