LEVANTANDO A TOCHA

JZ 7.16-17, 20

BISPO GERALDO TENUTA

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

INTRODUÇÃO

 

Era o momento decisivo, a diferença entre a vergonha e a honra, a vitória ou a derrota e, principalmente, entre a vida ou a morte.

 

Os momentos mais importantes e decisivos de nossas vidas são geralmente momentos em que não conseguimos enxergar a saída. E, nesses momentos, uma tomada de posição pode ser a diferença.

 

“Gideão orientou os 300 homens, dizendo: Olhai para mim e fazei como eu fizer, Jz 7.17.

 

O referencial de vitória seria ele. Era noite e eles precisaram, num primeiro momento, de luz para si próprios e para os que pudessem enxergar as dificuldades do caminho. E, num segundo momento, essa luz seria para dispersar a força do inimigo.

 

II. MOMENTOS EM QUE PRECISAMOS DA LUZ DO SENHOR

 

1. Momentos de más notícias.

 

“12 Ao pôr do sol, caiu profundo sono sobre Abrão, e grande pavor e cerradas trevas o acometeram: 13 então lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzirá à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos. 17 E sucedeu que, posto o sol, houve densas trevas: e eis um fogareiro. 18 Naquele mesmo dia fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À sua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates”, Gn 15.12-13, 17-18.

 

Abrão creu em Deus, caminhou através da terra que ficaria como herança para seus descendentes, porém tinha dúvidas a respeito do futuro (Gn 15.7-11).

 

Abrão fez uma oferta ao Senhor e, após ela, vieram trevas, e nas trevas a voz do Senhor dizendo que Seu povo seria escravo no Egito e seria afligido por 400 anos (Gn 15.12-13.

 

Talvez Abrão, naquele momento, ficasse perturbado. As trevas eram densas e a notícia terrível, ele começou a enxergar um outro lado da promessa que não conseguiria administrar. Como lutar por algo que, a seus olhos, fracassaria?

 

Nesse momento, momento de densas trevas, é que se ergueu a tocha do Senhor para mostrar o caminho para a vitória. A tocha do Senhor veio para lembrar que Deus tinha recebido a oferta de Abrão. A tocha do Senhor iluminou a oferta, o sacrifício que Abrão tinha efetuado. Deus não se esqueceria de Suas promessas. A tocha veio iluminar e queimar a oferta, pois era agradável a Deus. Quando a tocha do Senhor veio no meio do sacrifício, era o sinal de que Deus faria a diferença naquela situação e, assim, Deus fez aliança com Abrão. Deus disse: À tua descendência "dei" esta terra. Era algo já concluso no mundo espiritual: Deus já havia dado a terra das promessas aos descendentes de Abrão.

 

2. Momentos de revelações importantes.

 

“2 Apareceu-lhe o anjo do Senhor numa chama de fogo do meio duma sarça: Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. 3 Então disse consigo mesmo: Irei para lá, e verei essa grande maravilha, porque a sarça não se queima. 4 Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou, e disse: Moisés, Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui”, Êx 3.2-4.

 

A palavra revelação, no grego, é apocalipsis, que quer dizer desvendar alguma coisa, esclarecer coisas obscuras, trazer luz a coisas ocultas.

 

Moisés foi atraído pela chama de Deus para que recebesse a revelação de coisas ocultas.

 

Moisés era, nesse momento, um homem que tinha se distanciado de seu povo e das promessas de Deus. Seu pecado o fez ir ao deserto e lá começou a viver uma vida sem a luz de Deus. Ele próprio estava apagado espiritualmente (Êx 2.11-15).

 

Porém, quando viu a chama do Senhor, ele foi em direção a ela e, a partir daí, Moisés foi transformado em outro homem, até chegar ao ponto de seu rosto brilhar, dada a presença de Deus na sua vida (Êx 34.29-30).

 

Aquilo que Deus tinha trazido como revelação a Abraão com a Tocha agora se cumpriria em Moisés, revelado pela sarça ardente.

 

3. Momentos de correção

 

“1 Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do Senhor: ouvindo-o o Senhor, acendeu-se-lhe a ira, e o fogo do Senhor ardeu entre eles, e consumiu extremidades do arraial. 2 Então o povo clamou a Moisés, e orando este ao Senhor, o fogo se apagou. 3 Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porque o fogo do Senhor se acendera entre eles”, Nm 11.1-3.

 

Moisés recebera de Deus a revelação de que levaria seu povo à Terra Prometida, porém, no meio do caminho, o povo começou a murmurar. Nessa época, eles já tinham recebido a Lei, já tinham visto prodígios, maravilhas de Deus, porém teimavam em murmurar. Deus, então, mandou fogo dos céus para consumir as extremidades do arraial para que cessasse a murmuração. Não havia mais espaço para repetidos pecados contra Ele (Hb 10.26-27).

 

Porém o povo não reparou neste sinal, não ouviu Deus e preferiu ouvir "populacho", e começou a sentir saudades do Egito, da escravidão do passado. Deixam vir à forra os desejos do passado e trevas começaram a vir sobre eles (Nm 11.4-6, 34), e, junto com as trevas, a morte, e foram sepultados em Quibrote-Travá, que quer dizer "Sepulcro da Concupiscência".

 

Esqueceram-se da nona praga. Houve trevas sobre o Egito durante três dias, e somente para os hebreus havia luz (Êx 10.21-23).

 

4. Momentos de juízo contra os inimigos - Jz 15.1, 2, 4 e 5.

 

Sansão era um homem de Deus, porém estava desorientado e se envolvera com uma mulher filisteia. O pai dela deu a sua própria esposa a outro homem e, desta feita, Sansão pegou uma tocha e incendiou a cauda de trezentas raposas que entraram no meio das colheitas do inimigo para destruir o mantimento do inimigo. Os filisteus humilhavam os hebreus e os tinham em regime subumano, não permitiam nem que eles tivesses espadas (1Sm 13.20-21).

 

Faziam os hebreus viverem numa dependência socioeconômica terrível. Porém Sansão tomou um posicionamento, não iriam mais ser humilhados.

 

Nós temos que pôr fogo no suprimento do inimigo, para que ele não se alimente contra nós. Temos que tirar do nosso meio tudo o que alimenta o inimigo. Fotos antigas de namorados, cartinhas de amor, mechas de cabelos de namorados, trevos da sorte, ferraduras, imagens, revistas pornográficas, enfim, tudo o que potencializa o inimigo.

 

Sansão posicionou-se e, apesar de não ter armas poderosas, com uma queixada de jumento, feriu mil filisteus. Deus quer homens que tragam fogo consumidor às obras do inimigo. O próprio Gideão pegou o poste-ídolo e o transformou em lenha, que serviu para alimentar o fogo do holocausto que foi feito para Deus, depois que caiu o altar de Baal (Jz 6.26).

 

Gideão usou 300 homens com tochas e Sansão usou 300 raposas como tochas (Jz 15.4-5).

 

5. Momentos em que a nossa tocha não é suficiente, porém Deus nos honra.

 

“20 Assim tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros: e seguravam nas mãos esquerdas as tochas e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e exclamava: Espada pelo Senhor e por Gideão! 21 E permaneceu cada um no seu lugar ao redor do arraial, que todo deitou a correr, e a gritar, e a fugir.
22 Ao soar das trezentas trombetas, o Senhor tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, que fugiu rumo de Zererá, até Bete-Sita, até ao termo de Abel-Meolá, acima de Tabate”, Jz 7.20-22.

 

Os midianitas estavam descansando, tranquilos, a situação estava sob controle. Os filhos de Deus aos olhos deles estavam já derrotados como das outras vezes (Jz 7.12). Porém o povo de Deus não estava derrotado, Deus zelava por sua vitória.

 

As brechas espirituais estavam fechadas, Baal havia caído por terra. Gideão tinha consciência agora do poder de Deus. Gideão, então, mandou que os 300 homens fizessem o mesmo que ele. Agora Gideão era um bom referencial.

 

A tocha na sua mão o iluminava para que os outros vissem a sua postura decisiva.

 

A luz de Deus sobre nós, que estamos na Sua vontade, nos exalta, nos potencializa, nos honra. Gideão estava em honra. O próprio inimigo já o conhecia (Jz 6.13-14).

 

Ele era o exemplo para os 300 grandes soldados que estavam com ele. A mesma tocha que o iluminou se tornou numa arma poderosa em suas mãos contra as hostes do inimigo, que ficou perdido, desamparado, aturdido, confuso. Tudo o que Gideão vivera no começo do seu chamado estava sendo transmitido através da tocha que brilhava na sua mão para o inimigo que antes o humilhara.

 

Deixe a luz de Deus brilhar na sua vida. Tenha experiências com a luz da tocha do Senhor, não acenda luz própria. Jesus é a luz que ilumina todo homem.

 

“9 Eis que o Senhor Deus me ajuda; quem há que me condene? Eis que todos eles como um vestido serão consumidos; a traça os comerá. 10 Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do seu Servo que andou em trevas sem nenhuma luz, e ainda assim confiou em o nome do Senhor e se firmou sobre o seu Deus?
11 Eia! Todos vós, que acendeis fogo, e vos armais de setas incendiárias, andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre as setas que acendestes; de mim é que vos sobrevirá isto, e em tormentas vos deitareis”, Is 50.9-11.

 

BISPO GERALDO TENUTA FILHO

SEGUNDO REVELAÇÃO DADA POR DEUS AO

APÓSTOLO ESTEVAM HERNANDES E À BISPA SONIA HERNANDES