A IMPORTÂNCIA DA CEIA

Jânio Santos de Oliveira

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

 

O Novo Testamento demonstra que o principal objetivo da reunião da igreja primitiva era o "partir do pão", ou a "Ceia do Senhor".

 

Isto fica claro em passagens como At 20.7 e 1Co 11.20,33. Em sua carta à igreja de Corinto, Paulo censura aos irmãos por desviarem-se do objetivo normal da assembleia, repreendendo-lhes não por reunir-se para comer a Ceia do Senhor (que era o que deviam ter feito), mas por reunir-se para comer sua própria ceia!

 

Nessa lição, faz-se necessário detalhar um pouco mais a leitura em classe, que se constitui em meio caminho andado para subsidiar a lição.

 

Os versículos (17-22) que antecedem a leitura em estudo demonstram que o apóstolo Paulo censura mais uma vez os coríntios, pelo fato de causarem desordem e escândalos em uma instituição tão sagrada como a Santa Ceia. Para corrigir essas grosserias e irregularidades, o apóstolo destaca aqui a sagrada instituição da Ceia do Senhor:


I. POR QUE PARTICIPAR DA SANTA CEIA?

 

1. Para ser obediente ao Senhor, Mt 26.26; Mc 14.22.

 

2. Em memória à morte do Senhor, Lc. 22.19; 1Co 11.24,25.

 

3. Para confessar que, pelo sangue de Jesus, temos o perdão, Mt 26:28.

 

4. Para ter comunhão com Cristo e com os crentes, 1Co 10.16,17.

 

5. Para oferecer gratidão e adoração, Ap 5.9,13,14.

 

6. Para anunciar a volta do Senhor, 1Co 11.26.

 

7. Para participar da vida eterna, Jo 6.54ss.

 

II. DOIS SÍMBOLOS MARAVILHOSOS: PÃO E VINHO

 

O grão de trigo, do qual vem o pão, cai primeiro na terra e morre.

 

Isto aconteceu com o Senhor, Jo 12.24.

 

1. O significado do pão. 

 

a) O trigo é cortado, trilhado e moído. Assim o nosso Senhor foi batido, açoitado, coroado com espinhos e morto, Hb. 2.9.

 

b) O pão também nos mostra a natureza da Sua morte. O pão é assado no forno com muito calor, Pv 17.3; 1Co 3.13,15; 1Pe 4.12.

 

c) O pão é um símbolo do novo homem. Cristo é o autor da nossa nova vida, Pv 8.35; Ap 21.5.

 

Pão é o alimento do novo homem, Jo 6.35. Sim, ainda mais, Ele oferece a plenitude da vida nova, Jo 1.16.

 

d) O pão também mostra nossa nova e maravilhosa união, um pão, um corpo. Nós somos um, com Ele, e através dEle, Jo.17.21; Gl 3.28; Hb 2.11.

 

e) Um com Ele por toda eternidade, Jo 17.24; Ap 19.9.

 

2. O significado do vinho.

 

a) O vinho lembra a Sua vida oferecida por nós, Jo 10.18; Is 53.7,8.

 

b) Lembra-se da nova aliança no sangue de Jesus, Lc 22.20.

 

c) De que maneira recebemos esta nova vida?, Jo 6.55,56.

 

III. A ÚLTIMA PASCOA

 

Jesus celebrou-a com Seus discípulos na noite em que foi traído, 1Co 11.23. A páscoa também é chamada de: a festa dos pães Asmos.

 

1. Esta festa era celebrada em memória: 

 

a) À noite, no Egito, quando Deus mandou Seu juízo sobre Faraó, matando todos os primogênitos do Egito e libertando o povo de Israel. Todos os primogênitos do povo de Israel foram consagrados ao Senhor, Êx 12; 13.1,2.

 

b) Ao cordeiro, dado para eles por Deus. Deus colocou Seu povo debaixo da proteção do sangue deste cordeiro, que morreu no lugar de Israel, Jo 1.29.

 

b) A saída do Egito, da terra da escravidão. Para os egípcios foi a noite de maior sofrimento, mas para Israel a noite de maior alegria. Foi a saída da escravidão, que durou séculos.

 

2. Em contrapartida a esta noite; está a noite da traição do Filho do homem, 1Co 11.23.

 

a) A noite da traição foi a que mais pesou para o Senhor e para a história da humanidade, 1Co 11.23.

 

b) Naquela noite Ele celebrou a páscoa com seus discípulos, Lc 22.15.

 

c) Nela, Ele foi entregue por todos nós, Is 53.3-7.

 

d) Na mesma noite, o primogênito colocou-se no abismo que o pecado causou entre Deus e os homens, Ez 22.30; Is 59.16.

 

e) Nela, Deus colocou-nos debaixo da aspersão do sangue, 1Pe 1.2. Mas deu seu Filho como Cordeiro da páscoa, 1Co 5.7; 1Pe 1.19.

 

IV. A CEIA DO SENHOR E SUA CELEBRAÇÃO

 

A festa da páscoa, que o Senhor desejou comer com seus discípulos já havia passado.

Jesus, o verdadeiro cordeiro pascal, deveria ser logo sacrificado. Agora o Senhor instituiu uma nova e muito mais significativa ceia.

 

Naquela noite terminou a dispensação judaica (a lei) e a graça vigorou. Observemos brevemente a singular celebração.

 

A festa da páscoa passou. Judas aceitou a parte que o Senhor lhe tinha dado e retirou-se. O Senhor ficou sozinho com os onze. Então tomou pão e vinho e explicou-lhes estes símbolos. Sem palavras, esta ceia apresenta as mais preciosas verdades: a salvação consumada e o perdão dos pecados.

 

1. É uma festa de redenção, Ef 1.7.

 

2. É uma festa em memória de Jesus, Lc 22.19; 1Co 11.24,25.

 

Como Israel festejou a sua libertação do Egito, assim festejamos também nossa libertação do pecado. A ceia é em memória do seu sofrimento e da sua morte.

 

2. É um testemunho de fé dos participantes.

 

Os discípulos creram no Senhor e O seguiram. Assim como nenhum incircunciso podia participar da festa da páscoa, também esta ceia é só para aqueles que experimentaram a redenção pelo sangue de Jesus, Êx 12.43-48.

 

3. Ela é uma ceia de comunhão mútua.

 

Em Israel nenhum membro do povo podia faltar (Nm 9.13). Isto também mostra que somente membros do corpo de Cristo podem tomar parte na ceia.

 

4. É uma ceia de adoração, Hb 13.15.

 

5. É uma ceia de esperança.

 

Devemos anunciar sua morte até que Ele venha, 1Co 11.26. Olhando para trás vemos seu grande sacrifício e à frente reconhecemos o que seremos através deste sacrifício. A redenção do corpo é a conclusão de sua grande obra de redenção.

 

6. O maravilhoso final.

 

Eles cantaram um hino de louvor, o salmo 118. O caminho do Senhor foi do jardim Getsêmani até à cruz.

 

V. O QUE É A CEIA DO SENHOR?

1CO 11.23-29

 

1. Uma ordem do nosso Senhor: "...fazei isto...".

 

2. Em memória do seu amor: "... em memória de Mim".

 

3. Um laço de comunhão entre cabeça e membros.

 

4. Um testemunho de Cristo, seu sofrimento e morte.

 

5. Uma confissão de nossa esperança: "...até que Ele venha".

 

VI. "TEMOS TAMBÉM UM CORDEIRO PASCAL"

1Co 5.7; ÊX 12

 

1. Ele foi escolhido por Deus, Jo 1.29; Lc 9.35.

 

2. Foi perfeito, 1Pe 1.19.

 

3. Imolado, Is 53.7.

 

4. Nenhum dos seus ossos podiam ser quebrado, Jo 19.36.

 

5. Seu sangue foi aspergido, Hb 12.24.

 

6. sua carne foi comida, Jo 6.50-56.

 

VII. A CEIA DO SENHOR

1Co 11.23-29

 

O pão e o vinho são símbolos singulares no seu significado e apontam para os fundamentos da fé cristã. O pão - "Meu corpo"; o vinho - "Meu sangue".

 

Nisto nós vemos:

 

1. A encarnação de Cristo. 

 

a) O pão: a figura do seu corpo. O Senhor disse: "Um corpo me formaste", Hb 10.5.

 

b) Jesus não tomou a natureza dos anjos, mas sim a nossa, Rm 8.3.

 

c) Ele entregou-se voluntariamente, Fp 2.7,8.

 

2. Sua devoção.

 

O Senhor agradeceu. Ele tomou o pão, o símbolo do seu corpo, que logo depois foi crucificado.

 

3. Seu sofrimento.

 

Ele partiu o pão. Judas, foi um instrumento na via dolorosa de Cristo, Ef 5.2; Jo 10.18; Mt 18.7.

 

4. Sua substituição.

 

a) Este é meu corpo oferecido por vós, Lc 22.19; Is 53.5.

 

b) Da mesma forma o vinho, o precioso sangue, que foi derramado por nós, 1Pe 1.19.

 

5. Seu convite:

 

a) Tomai, comei, bebei. A expiação está consumada. Aproprie-se pela fé daquilo que aqui é oferecido simbolicamente. O sangue, o preço por nossas almas.

 

b) Sua finalidade: Fazei isto em memória de mim.

 

c) A gloriosa esperança: Até que Ele venha, Jo 14.1-3.

 

VIII. O SANGUE DE JESUS

 

O grande significado do sangue de Cristo já vemos no fato dele ser citado mais de 400 vezes na Escritura.

 

Aquele que compreende, pela fé, o grande valor do precioso sangue de Cristo, é salvo e perfeito perante o trino Deus e tem a vida eterna.

 

1. O sangue de Jesus é o preço da nossa redenção, Ef 1.7; At 20.28; Cl 1.14; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9.

 

2. O sangue de Cristo é a base do perdão, porque, sem derramamento de sangue, não há perdão, Hb 9.22; Ef 1.7; Lv 17.11.

 

3. O sangue de Cristo é a base da nossa justificação. O sangue é a base, a fé é o meio para alcançá-la e a ressurreição é a prova, Rm 5.9; 5.1; 4.5; Cl 2.12ss.

 

4. O sangue de Cristo é o alicerce da nossa paz. Jesus fez a paz pelo seu sangue, Cl 1.20; Rm 5.1.

 

5. O sangue de Cristo é a base da nossa purificação. O sangue purifica de todo pecado, 1Jo 1.7; Ap 1.5; Hb 9.14.

 

6. O sangue nos assegura o acesso a Deus. Nós temos intrepidez para entrar no santo dos santos, Hb 10.19-25.

 

7. Pelo sangue de Cristo nós fomos aproximados de Deus, Ef 2.13.

 

8. O sangue de Cristo é a garantia para a comunhão, 1Co 10.16,17.

 

IX. EXAMINE-SE, POIS, O HOMEM A SI MESMO

1Co 11.28; 2Co 13.5

 

Nada é tão importante para o filho de Deus, quanto o constante autoexame, pois facilmente nós nos enganamos. Faça-o:

 

1. Agora. Tudo deve vir à luz. Tudo deve ser julgado na luz de Deus.

 

2. De boa vontade. Estamos preparados para trazer o pecado oculto, à luz?, Gn 3.8 ss.

 

3. Profundamente. Não chame de inofensivo o que Deus chama de pecado, Ml 3.7-9; Ag 1.2 ss.

 

4. Sem temer. Na luz da palavra, Hb 4.12.

 

5. Sem piedade. "Despedace a Agague", 1Sm 15.33; Mt 5.29.

 

6. Com sinceridade. Não como Geazi ou Acã, Js 7; 2Rs 5.

 

7. Orando. Sonda-me, Sl 139.23,24.

 

Este juízo próprio é a primeira exigência para uma participação abençoada na mesa do Senhor.

 

X. A MESA DO SENHOR

 

- É uma mesa farta e rica, Pv 9.2; Sl 23.5.

 

- É uma mesa real (de rei), 2Cr 9.4.

 

Sobre esta mesa há:

 

1. Pão para alimento. Jesus é o pão da vida, Jo 6.35.

 

2. Água para refrigério. Ele é a água da vida, Jo 4.14.

 

3. Leite para as crianças em Cristo, 1Pe 2.2.

 

4. Alimento sólido para adultos, Hb 5.14.

 

5. Fruto para o paladar, Ct 2.3.

 

6. Vinho para nos alegrar, Is 55.1.

 

XI. O PÃO E O CÁLICE

 

A frase "Isto é o meu corpo" (como também "Este é o meu sangue") se qualifica como uma das passagens mais vigorosa­mente debatidas em todas as Escrituras, que variam desde a interpretação dos católicos romanos de uma transubstanciação, até a visão de Zwinglio de que a Ceia é simplesmente uma recordação da morte de Jesus. Estas declarações devem ser entendidas metaforicamente.

 

O pão representa o corpo de Jesus, e o cálice representa o seu sangue. O gênero do pronome demonstrativo "isto" no verso 24, é neutro, enquanto a palavra pão é masculina.

 

Jesus, então, não poderia estar dizendo: "este pão é literalmente o meu corpo".

 

Pode se referir à ação inteira, como o segundo isto faz neste verso 58, de acordo com a frase "fazei isto em me­mória de mim".

 

- Paulo então acrescenta duas declara­ções importantes a respeito de Jesus. O corpo de Jesus, representado pelo pão, é partido “por vós”.

 

A preposição é frequentemente usada em cone­xão com a morte sacrificial de Jesus. Seu significado básico é “em lugar de, por causa de”; Jesus morreu por nós, em nosso lu­gar. Além disso, Ele disse “fazei isto em memória de mim” (v.26).

 

Ao participarem da Ceia do Senhor, os crentes devem recordar o significado de sua morte e serem edificados, por fazê-lo. Mas note que Jesus disse "em memória de mim", e não "em memória de minha morte".

 

Isto inclui o fato de lembrar-se também de sua ressurreição, implicando que o memorial deveria ser observado no primeiro dia da semana. Esta recordação é mais que um exercício in­telectual; envolve "uma percepção daquilo que é lembrado".

 

A Páscoa judaica era uma ocasião para recordar a libertação que Deus dera a seu povo (Êx 12.12; 13.9; Dt 16.3); no­tamos novamente que Cristo, em sua morte, é a nossa Páscoa 2Co 5.7.

 

- Muito do que foi dito a respeito do pão aplica-se igualmente ao cálice. Mas é sig­nificativo observar que Jesus não disse "Este cálice é o meu sangue", mas, "Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue" (v.25).

 

A doutrina da transubstanciação dificilmente seria capaz de explicar como “este cálice” (que é na realidade uma metonímia (metáfora/comparação), significando "o conteúdo deste cálice") pode ser literalmente transformado em uma aliança (ou Testamento) - a nova alian­ça (ou o Novo Testamento).

 

O Antigo Testamento previu uma nova aliança que substituiria a antiga, Jr 31.31-34; Ez 36.25-­27; Hb 8.7-13; 9.18-20). A antiga ali­ança foi instituída por meio de um sacri­fício, "o sangue do concerto", Êx 24.5-8. Da mesma forma, a nova aliança foi inau­gurada por meio do sangue de Cristo.

 

Se você está em plena comunhão com Deus e com a tua Igreja local. Participe regularmente deste ato glorioso de comunhão do Corpo de Cristo, pois Jesus disse que para termos parte com Ele temos que assim fazer para honra e glória do nome do Senhor, amém!