Carlos Finney
(1792 - 1875)
Autoria Desconhecida
Pr. José
Antônio Corrêa
Perto
da aldeia de New York Mills, no século dezenove, havia uma fábrica de tecidos
movida pela força das águas do rio Oriskany. Certa manhã, os operários se
achavam comovidos, conversando sobre o poderoso culto da noite anterior, no
prédio da escola pública.
Não
muito depois de começar o ruído das máquinas, o pregador, um rapaz alto e
atlético, entrou na fábrica. O poder do Espírito Santo ainda permanecia nele;
os operários, ao vê-lo, sentiram a culpa de seus pecados a ponto de terem de se
esforçar para poderem continuar a trabalhar. Ao passar perto de duas moças que
trabalhavam juntas, uma delas, no ato de emendar um fio, foi tomada de tão
forte convicção, que caiu em terra, chorando. Segundos depois, quase todos
tinham lágrimas nos olhos e, em poucos minutos, o avivamento encheu todas as
dependências da fábrica.
O
diretor, vendo que os operários não podiam trabalhar, achou que seria melhor
que cuidassem da salvação da alma, e mandou que parassem as máquinas. A
comporta das águas foi fechada e os operários se ajuntaram em um salão do
edifício. O Espírito Santo operou com grande poder e dentro de poucos dias
quase todos se converteram.
Diz-se
acerca deste pregador, que se chamava Carlos Finney, que, depois de ele pregar
em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de
teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que, durante os anos de 1857 e
1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta e
indireta de Finney. A sua autobiografia é o mais maravilhoso relato de
manifestação do Espírito Santo, excetuando o livro de Atos dos Apóstolos.
Alguns consideram o seu livro, "Teologia
Sistemática", a maior obra sobre teologia, a não ser as
Sagradas Escrituras.
Nasceu
de uma família descrente e se criou em um lugar onde os membros da igreja
conheciam, apenas, a formalidade fria dos cultos. Finney era advogado; ao
encontrar, nos seus livros de jurisprudência, muitas citações da Bíblia, comprou
um exemplar com a intenção de conhecer as Escrituras. O resultado foi que, após
a leitura, achou mais e mais interesse nos cultos dos crentes. Acerca da sua
conversão ele relata, na sua autobiografia, o seguinte:
"Foi num domingo de 1821 que assentei
no coração resolver o problema sobre a salvação da minha alma e ter paz com
Deus. Apesar das minhas grandes preocupações como advogado, resolvi seguir
rigorosamente a determinação de ser salvo. Pela providência de Deus, não me
achei muito ocupado nem segunda nem terça-feira, e consegui passar a maior
parte do tempo lendo a Bíblia e orando".
"Mas ao encarar a situação
resolutamente, achei-me sem coragem para orar sem tapar o buraco da fechadura.
Antes deixava a Bíblia aberta na mesa com os outros livros e não me
envergonhava de lê-la diante do próximo. Mas então, se entrasse alguém, eu
colocaria um livro aberto sobre a Bíblia para escondê-la".
"Durante a segunda e a terça-feira, a
minha convicção aumentou, mas parecia que o coração se havia endurecido: eu não
podia, nem orar... Terça-feira, à noite, senti-me muito nervoso e parecia-me
estar perto da morte. Reconhecia que, se eu morresse, por certo iria para o
Inferno".
"De manhã cedo, fui para o gabinete...
Parecia que uma voz me perguntava: - 'Porque esperas? Não prometesse dar o
coração a Deus? O que experimentas fazer? - Alcançar a justificação pelas
obras?' Foi então que vi, claramente, como qualquer vez depois, a realidade e a
plenitude da propiciação de Cristo. Vi que sua obra era completa e, em vez de
eu necessitar duma justiça própria para Deus me aceitar, tinha de sujeitar-me à
justiça de Deus por intermédio de Cristo... Sem o saber, fiquei imóvel, não sei
por quanto tempo, no meio da rua, no lugar onde a voz de dentro se dirigia a
mim. Então me veio a pergunta: - 'Aceitá-lo-ás, agora, hoje?' Repliquei:-
'Aceitá-lo-ei hoje ou me esforçarei para isso até morrer...' Em vez de ir ao
gabinete, voltei para entrar na floresta, onde podia derramar a alma sem alguém
me ver nem me ouvir".
"Mas ao tentar orar, o coração não
queria. Pensara que, uma vez sozinho, onde ninguém pudesse ouvir-me, podia orar
livremente. Porém, ao experimentar fazê-lo, achei-me sem coisa alguma a dizer a
Deus. Toda a vez que tentava orar, parecia-me ouvir alguém chegando".
"Por fim, achei-me quase em desespero.
O coração estava morto para com Deus e não queria orar. Então reprovei-me a mim
mesmo por ter-me comprometido a entregar o coração a Deus antes de sair da
mata. Comecei a pensar que Deus já me tivesse abandonado... Achei-me tomado de
uma fraqueza demasiadamente grande para ficar de joelhos".
"Foi justamente nessa altura que pensei
novamente que ouvia alguém se aproximar e abri os olhos para ver. Logo foi-me
revelado que o orgulho do meu coração era a barreira entre mim e a minha salvação.
Fui vencido pela convicção do grande pecado de eu envergonhar-me se alguém me
encontrasse de joelhos perante Deus, e bradei em alta voz que não abandonaria o
lugar, nem que todos os homens da terra e todos os demônios do Inferno me
cercassem. Gritei: 'Ora, um pecador como eu, de joelhos perante o grande e
santo Deus, e confessando-lhes os pecados, e me envergonho dele perante o
próximo, pecador também, porque me encontro de joelhos para achar paz com o meu
Deus ofendido!' O pecado parecia-me horrendo, infinito. Fiquei quebrantado até
o pó perante o Senhor. Nessa altura, a seguinte passagem me iluminou: 'Então me
invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me
achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração...'"
"Continuei a orar e a receber promessas
e a apropriar-me delas, não sei por quanto tempo. Orei até que sem saber como,
achei-me voltando para a estrada. Lembro-me de que disse a mim mesmo: 'Se eu me
converter, pregarei o Evangelho'".
"Na estrada, voltando para a aldeia,
certifiquei-me da preciosa paz e da gloriosa calma na minha mente. - 'Que é
isso? Perguntei-me a mim mesmo'. - 'Entristecera eu o Espírito Santo até
retirar-se de mim? Não sinto mais convicção...' Então lembrei-me de que dissera
a Deus, que confiaria na sua Palavra... A calma de meu espírito era
indiscritível... Fui almoçar, mas não tinha vontade de comer. Fui ao gabinete,
mas meu sócio não voltara do almoço. Comecei a tocar a música de um hino no
rabecão, como de costume. Porém, ao começar a cantar as palavras sagradas, o
coração parecia derreter-se e só podia chorar..."
"Ao entrar e fechar a porta atrás de
mim, parecia-me ter encontrado o Senhor Jesus Cristo face a face. Não me entrou
na mente, na ocasião, nem por algum tempo depois, que era apenas uma concepção
mental. Ao contrário, parecia-me que eu o encontrara como encontro qualquer
pessoa. Ele não disse coisa alguma, mas olhou para mim de tal forma, que fiquei
quebrantado e prostrado aos seus pés. Isso, para mim, foi, depois, uma experiência
extraordinária, porque parecia-me uma realidade, como se Ele mesmo ficasse em
pé perante mim, e eu me prostrasse aos seus pés e lhe derramasse a minha alma.
Chorei alto e fiz tanta confissão quanto foi possível, entre soluços.
Parecia-me que lavava os seus pés com as minhas lágrimas; contudo, sem sentir
ter tocado na sua pessoa..."
"Ao virar-me para me sentar, recebi o
poderoso batismo com o Espírito Santo. Sem o esperar, sem mesmo saber que havia
tal para mim, o Espírito Santo desceu de tal maneira, que parecia encher-me
corpo e alma. Senti-o como uma onda elétrica que me traspassava repetidamente.
De fato, parecia-me como ondas de amor liquefeito; porque não sei outra maneira
de descrever isso. Parecia o próprio fôlego de Deus".
"Não existem palavras para descrever o
maravilhoso amor derramado no meu coração. Chorei de tanto gozo e amor que
senti; acho melhor dizer que exprimi, chorando em alta voz, as inundações
indizíveis do meu coração. As ondas passaram sobre mim, uma após outra, até eu
clamar: 'Morrerei, se estas ondas continuarem a passar sobre mim! Senhor, não
suporto mais!' Contudo, não receava a morte".
"Não sei por quanto tempo este batismo
continuou a passar sobre mim e por todo o meu ser. Mas sei que era já noite
quando o dirigente do coral veio ao gabinete para me visitar. Encontrou-me
nesse estado de choro aos gritos e perguntou: 'Sr. Finney, que tem?' Por algum
tempo não pude responder-lhe. Então ele perguntou mais: - 'Está sentindo alguma
dor?' Com dificuldade respondi: - Não, mas sinto-me demasiadamente feliz para
viver".
"Saiu e, daí a pouco, voltou
acompanhado por um dos anciões da Igreja. Esse ancião sempre foi um homem de
espírito ponderado e quase nunca ria. Ele, ao entrar, encontrou-me no mesmo
estado, mais ou menos, como quando o rapaz o foi chamar. Queria saber o que eu
sentia e eu comecei a lhe explicar. Mas, em vez de responder-me, foi tomado de
um riso espasmódico. Parecia impossível evitar o riso que procedia do fundo do
seu coração".
Nessa
altura, entrou certo rapaz que começou a freqüentar os cultos da igreja.
Presenciou tudo por alguns momentos, até cair no chão em grande angústia de
alma, clamando: "Orem
por mim!"
O
ancião da igreja e outro crente oraram e depois Finney também orou e logo após
todos se retiraram deixando Finney sozinho.
Ao
deitar-se para dormir, Finney adormeceu, mas logo se acordou, por causa do amor
que lhe transbordava do coração. Isso aconteceu repetidas vezes durante a
noite. Sobre isso ele escreveu depois: "Quando me acordei, de manhã, a luz do sol penetrava no
quarto. Faltavam-me palavras para exprimir os meus sentimentos ao ver a luz do
sol. No mesmo instante, o batismo do dia anterior voltou sobre mim. Ajoelhei-me
ao lado da cama e chorei pelo gozo que sentia. Passei muito tempo sem poder
fazer coisa alguma senão derramar a alma perante Deus".
Durante
o dia, o povo se ocupava em falar da conversão do advogado. Ao anoitecer, sem
qualquer anúncio do culto, ajuntou-se uma multidão no templo. Quando Finney
relatou o que Deus fizera na sua alma, muitos foram profundamente comovidos;
um, sentiu-se tão convicto que voltou a casa sem o chapéu. Certo advogado
afirmou: "É claro
que ele é sincero; mas que enlouqueceu, é evidente."
Finney falou e orou com grande liberdade. Realizavam-se cultos todas as noites
por algum tempo, aos quais assistiam pessoas de todas as classes. Esse grande
avivamento espalhou-se para muitos lugares em redor.
Finney
continuou:
"Por oito dias (depois da sua
conversão) o meu coração permanecia tão cheio, que não sentia desejo de comer nem
de dormir. Parecia-me que tinha um manjar para comer que o mundo não conhecia.
Não sentia necessidade de alimentar-me nem de dormir...Por fim, cheguei a ver
que devia comer como de costume e dormir quanto fosse possível".
"Grande poder acompanhava a Palavra de
Deus; todos os dias admirava-me ao notar como poucas palavras, dirigidas a uma
pessoa, traspassavam-lhe o coração como uma seta".
"Não demorei muito em ir visitar meu
pai. Ele não era salvo; o único membro da família que fizera profissão de religião
era meu irmão mais novo. Meu pai encontrou-me no portão e me perguntou: - 'Como
tem passado, Carlos?' Respondi-lhe: - Bem, meu pai, tanto no corpo como na
alma. Meu pai, o senhor já é idoso, todos os seus filhos estão crescidos e
casados; e nunca ouvi alguém orar na sua casa. Ele baixou a cabeça e começou a
chorar, dizendo: - 'É verdade, Carlos; entre, e você mesmo ore'".
"Entramos e oramos. Meus pais ficaram
comovidos e, não muito depois, converteram-se. Se a minha mãe tinha qualquer
esperança antes, ninguém o sabia".
Assim,
esse advogado, Carlos G. Finney, perdeu todo o gosto pela sua profissão e se
tornou um dos mais famosos pregadores do Evangelho. Acerca de seu método de
trabalhar, ele escreveu:
"Dei grande ênfase à oração como
indispensável, se realmente queríamos um avivamento. Esforçava-me por ensinar a
propiciação de Jesus Cristo, sua divindade, sua missão divina, sua vida
perfeita, sua morte vicária, sua ressurreição, a necessidade de arrependimento
e de fé, a justificação pela fé, e outras doutrinas que se tornaram vivas pelo
poder do Espírito Santo".
"Os meios empregados eram simplesmente
pregação, cultos de oração, muita oração em secreto, intensivo evangelismo
pessoal e cultos para a instrução dos interessados".
"Eu tinha o costume de passar muito
tempo orando; acho que, às vezes, orava realmente sem cessar. Achei, também,
grande proveito em observar freqüentemente dias inteiros de jejum em secreto.
Em tais dias, para ficar inteiramente sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou
me fechava dentro do templo..."
Acerca
do espírito de oração, Finney afirmou que "era coisa comum nesses
avivamentos, os recém-convertidos se acharem tomados pelo desejo de orar noites
inteiras até lhes faltarem as forças físicas. O Espírito Santo constrangia
grandemente o coração dos crentes, e sentiam constantemente a responsabilidade
pela salvação das almas imortais. A solenidade da mente se manifestava no
cuidado com que falavam e se comportavam. Era muito comum encontrar crentes
juntos caídos de joelhos em oração em vez de ocupados em palestras".
Em
certo tempo, quando as nuvens de perseguição enegreciam cada vez mais, Finney,
como era seu costume sob tais circunstâncias, sentia-se dirigido a dissipá-las,
orando. Em vez de falar pública ou particularmente acerca das acusações, ele
orava. Acerca da sua experiência escreveu: "Eu olhava para Deus com grande anelo,
dia após dia, rogando que Ele me mostrasse o plano a seguir e a graça para
suportar a borrasca... O Senhor mostrou-me, em uma visão, o que eu tinha de
enfrentar, Ele chegou-se tão perto de mim, enquanto eu orava, que a minha carne
literalmente estremecia sobre os ossos. Eu tremia da cabeça aos pés, sob o
pleno conhecimento da presença de Deus".
Acrescentemos
mais um exemplo, tirado de sua autobiografia, da maneira de o Espírito Santo
operar na sua pregação:
"Ao chegar, na hora anunciada para
iniciar o culto, achei o prédio da escola repleto e tinha de ficar em pé perto
da entrada. Cantamos um hino, isto é, o povo pretendia cantar. Entretanto, eles
não tinham o costume de cantar os hinos de Deus, e cada um desentoava à sua
própria maneira. Não podia conter-me e lancei-me de joelhos e comecei a orar. O
Senhor abriu as janelas dos céus, derramou o espírito de oração e entreguei-me
de toda a alma a orar".
"Não escolhera um texto, mas logo ao
levantar-me dos joelhos, eu disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o
Senhor há de destruir a cidade. Acrescentei que havia dois homens, um se
chamava Abraão e o outro Ló.... Contei-lhes como Ló se
mudara para Sodoma.... O lugar era excessivamente corrupto... Deus resolveu
destruir a cidade e Abraão orou por Sodoma. Mas os anjos acharam somente um
justo lá, era Ló. Os anjos disseram: 'Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus
filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste
lugar; porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem engrossado
diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo'".
"Ao relatar estas coisas, os ouvintes
se mostraram irados a ponto de me açoitarem. Nessa altura, deixei de pregar e
lhes expliquei que compreendera que nunca se realizara culto ali e que eu tinha
o direito de, assim considerá-los corruptos. Salientei isso com mais e mais
ênfase e, com o coração cheio de amor até não poder mais conter-me".
"Depois de eu assim falar cerca de
quinze minutos, parecia cair sobre os ouvintes uma tremenda solenidade e
começaram a cair ao chão, clamando e pedindo misericórdia. Se eu tivesse tido
uma espada em cada mão, não os poderia derrubar tão depressa como caíram. De
fato, dois minutos depois de os ouvintes sentirem o choque do Espírito vir
sobre eles, quase todos estavam ou caídos de joelhos ou prostrados no chão.
Todos os que podiam falar de qualquer maneira, oravam por si mesmos".
"Tive de deixar de pregar, porque os
ouvintes não prestavam mais atenção. Vi o ancião que me convidara para pregar,
sentado no meio do salão, olhando em redor, estupefato. Gritei bem alto para
ele ouvir, apesar da balbúrdia, pedindo-lhe que orasse. Caiu de joelhos e
começou a orar em voz retumbante; mas o povo não prestou atenção. Gritei: 'Vós
não estais ainda no Inferno; quero vos dirigir a Cristo. O coração transbordava
de gozo ao presenciar tal cena. Quando pude dominar os meus sentidos, virei-me
para um rapaz que estava perto de mim, consegui atrair a sua atenção e preguei
Cristo, em voz bem alta, ao seu ouvido. Logo, ao olhar para a 'cruz' de Cristo,
ele acalmou-se por um pouco e então rompeu em oração pelos outros. Depois fiz o
mesmo com um outro; depois com mais outro e continuei assim tratando com eles
até a hora do culto da noite, na aldeia. Deixei o ancião que me convidara a
pregar, para continuar a obra com os que oravam".
"Ao voltar, havia tantos clamando a
Deus que não podemos encerrar a reunião, que continuou o resto da noite. Ao
amanhecer o dia, alguns ainda permaneciam com a alma ferida. Não se podiam
levantar e, para dar lugar às aulas, foi necessário levá-los a uma residência
não muito distante.. De tarde mandaram chamar-me
porque ainda não findara o culto".
"Só nesta ocasião cheguei a saber a
razão de o auditório agastar-se da mensagem. Aquele lugar cognominava-se
'Sodoma' e havia somente um homem piedoso lá a quem o povo tratava de 'Ló'. Era
o ancião que me convidara para pregar".
Depois
de já velho, Finney escreveu acerca do que o Senhor fez em "Sodoma".
"Embora esse
avivamento caísse tão repentinamente sobre eles era tão empolgante que as
conversões eram profundas e a obra permanente e genuína. Nunca ouvi falar em
qualquer repercussão desfavorável".
Alguns
pregadores confiam na instrução e ignoram a obra do Espírito Santo. Outros, com
razão, rejeitam tal ministério infrutífero e sem graça; oram a Deus para o
Espírito Santo tomar conta e alegram-se no grande progresso da obra de Deus.
Mas, ainda outros, como Finney, dedicam-se a buscar o poder do Espírito Santo,
sem desprezar a arma de instrução, e vêem resultados incrivelmente mais vastos
.
Durante
os anos de
Suas
lições aos crentes sobre avivamento foram publicadas, primeiro em um jornal e
depois em um livro de 445 páginas e que se intitulava "Discurso Sobre Avivamentos".
As primeiras duas edições, de 12 mil exemplares, foram vendidas logo ao saírem
do prelo. Outras edições foram impressas em vários idiomas. Uma só editora em
Londres publicou 80 mil. Entre suas outras obras de circulação mundial,
contam-se as seguintes: sua "Autobiografia",
"Discursos aos
Crentes" e "Teologia
Sistemática".
Os
convertidos nos cultos de Finney eram pela graça constrangidos a andar de casa
em casa para ganhar almas. Ele mesmo se esforçava para preparar o maior número
de obreiros em Oberlin College. Mas o desejo que ardia sempre em tudo era o de
transmitir a todos o espírito de oração. Pregadores como Abel Cary e Father Nash
viajavam com ele e, enquanto ele pegava, eles continuavam prostrados em oração.
Vejamos isso nas palavras de Finney: "Se eu não tivesse o espírito de oração, não alcançaria
coisa alguma. Se por um dia, ou por uma hora eu perdesse o espírito de graça e
de súplica, não poderia pregar com poder e fruto, e nem ganhar almas
pessoalmente".
Para
que alguém não julgue que a obra era superficial, citamos outro escritor:
"Descobriu-se, por
pesquisa empolgante, que mais de 85 pessoas de cada 100 que se convertiam sob a
pregação de Finney, permaneciam fiéis a Deus; enquanto 75 pessoas de cada cem,
das que professaram conversão nos cultos de algum dos maiores pregadores, se
desviavam. Parece que Finney tinha o poder de impressionar a consciência dos
homens, sobre a necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia
fruto mais permanente". (Deeper Experiences of Famous
Christiasn, p. 243).
Finney
continuou a inspirar os estudantes de Oberlin College até a idade de 82 anos.
Já no fim da vida, permanecia tão lúcido de mente como quando jovem e sua vida
nunca foi tão rica no fruto do Espírito e na beleza da sua santidade do que
nesses últimos anos. No domingo, 16 de agosto de 1875, pregou seu último sermão.
Mas de noite não assistiu ao culto. Ao ouvir os crentes cantarem "Jesus lover of my soul, let me to Thy
bosom fly", saiu até o portão na frente da casa, e com
estes que tanto amava, foi a última vez que cantou na terra. Acordou-se à
meia-noite, sofrendo dores lancinantes no coração. Sofrera assim muitas vezes
durante sua vida. Semeara as sementes de avivamento e as regara com lágrimas.
Todas as vezes que recebeu o fogo da mão de Deus, foi com sofrimento.
Finalmente, antes de amanhecer o dia, dormiu na terra para acordar na Glória,
nos céus. Faltavam-lhe apenas treze dias para completar 83 anos de vida aqui na
terra. Mas aprouve a Deus levá-lo antes.