Policarpo (70-156)
por: Vania DaSilva
Fonte:
http://www.sepoangol.org
José Antônio Correa
Introdução
Nascido
em uma família cristã por volta dos anos 70, na Ásia Menor (hoje Turquia),
Policarpo dizia ser discípulo do Apóstolo João. Em sua juventude costumava se
sentar aos pés do Apóstolo do amor. Também teve a oportunidade de conhecer
Irineu, o mais importante erudito cristão do final do segundo século. Inácio de
Antioquia, em seu trajeto para o martírio romano em 116, escreveu cartas para
Policarpo e para a Igreja de Esmirna.
Nos
dias do Papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, a fim de representar as igrejas
da Ásia Menor que observavam a Páscoa no dia 14 do mês de Nisan. Apesar de não
chegar a um acordo com o papa sobre este assunto, ambos mantiveram uma amizade.
Ainda estando em Roma, Policarpo conheceu alguns hereges da seita dos
Valencianos, e encontrou-se com Márcio, o qual Policarpo denominava de “primogênito
de Satanás”.
A Carta de Policarpo
Apesar
de escrever várias cartas, a única preservada até a data, foi a endereçada aos
Filipenses no ano 110. Nesta carta, Policarpo enfatiza a fé em Cristo, e o
desenvolvimento da mesma através do trabalho para Cristo na vida diária. Também
faz alusão à carta do Apóstolo Paulo aos Filipenses e usa citações diretas e
indiretas do Velho e Novo Testamento, atestando-os como canônicos. Na mesma
carta, ele repete muitas informações recebidas dos apóstolos, especialmente de
João. Por isto, ele é uma testemunha valiosa da vida e da obra da Igreja
primitiva no segundo século.
Policarpo
exorta os Filipenses a uma vida virtuosa, às boas obras e à firmeza, mesmo ao
preço de morte, se necessária, uma vez que tinham sido salvos pela fé em
Cristo. As 60 citações do Novo Testamento, das quais 34 são dos escritos de
Paulo, evidenciam seu profundo conhecimento da Epístola do Apóstolo aos
Filipenses e outras do mesmo Testamento. Ao contrário de Inácio, Policarpo não
estava interessado em administração eclesiástica, mas antes em fortalecer a
vida diária prática dos cristãos.
O Martírio de Policarpo
O
martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta
enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Este registro é o mais
antigo martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romano,
Antonino Pius, e as autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé
em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele entretanto,
respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me
fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um
crente”!
No
ano 156, em Esmirna, Policarpo é colocado na fogueira. Milagrosamente as chamas
não o queimaram. Seus inimigos, então, o apunhalaram até a morte e depois
queimaram o seu corpo numa estaca. Depois de tudo terminado, seus discípulos
tomaram o restante de seus ossos e o colocaram em uma sepultura apropriada.
Segundo a história, os judeus estavam tão ávidos pela morte de Policarpo quanto
os pagãos, por causa de sua defesa contra as heresias.