Curso Pré-Nupcial
Um manual para o Ministro
Sexo – Saúde – Filhos
– Finanças – Família
Departamento Ministerial – 2003
Pr. Gilberto Fernandes Coelho
CURSO PRÉ-NUPCIAL - Um Manual para o
Ministro
APRESENTAÇÃO
Num determinado tempo da história, Adão estava sozinho no Jardim do Éden. Deus viu a solidão do homem e decidiu: Vou fazer uma companheira para ele, uma auxiliadora à altura dele. (Gn 2.18 — BV). Feita da costela do homem, Eva foi conduzida por Deus à presença de Adão. Ao vê-la, ele exultou de alegria: Isto sim! ... Ela é parte dos meus ossos e da minha carne! (Gn 2.23 - BV). De acordo com a palavra de Deus, Esta é a razão porque o homem deixa de viver junto com seu pai e sua mãe e se une à mulher dele. E de tal maneira se unem os dois que se tornam uma só pessoa! (Gn 2.24 — BV). Essa é a verdade absoluta sobre a origem da família tradicional: com macho e fêmea.
Uma das tarefas da Igreja de Cristo é zelar pela pureza da família, de acordo com sua forma original (Hb 13:4).
O presente estudo é um importante instrumento de orientação para a formação familiar, a ser utilizado pelos pastores e presbíteros da Igreja. Através deste curso, o consagrado saberá como orientar os noivos sobre os temas relevantes à nova vida que pretendem viver: desde paixão, amor, ciúmes, características da personalidade da pessoa amada, relacionamento interpessoal, do casal e de suas famílias, exames médicos necessários antes do casamento, companheirismo, procriação, prazer, tarefas domésticas, finanças, filhos, sexualidade, tabus, prática sexual, perversões sexuais, adultério, divórcio, aborto, cerimônia religiosa, até as questões legais sobre como agir corretamente, para que o casamento seja realizado de acordo com as leis civis brasileiras.
INTRODUÇÃO
O mundo convive com uma
situação extremamente preocupante, que é o enfraquecimento
da relação conjugal, com a consequente
desestruturação da família. A Igreja, inserida nesse
contexto, tem acompanhado com muita apreensão e
preocupação essa dura realidade que tem se abatido,
também, no seio de algumas famílias, dentro de seus arraiais.
Para esses casos, tem sido dado um tratamento corretivo, e, para os casais, de
um modo geral, um tratamento de manutenção, através de
aconselhamentos pastorais e de encontros de casais. Por outro lado, a Igreja
reconhece que o tratamento mais eficaz é o de caráter preventivo,
oferecendo antídotos contra toda a sorte de doenças que debilitam
o relacionamento conjugal e a família. O presente trabalho foi elaborado
com esta finalidade: ajudar os jovens noivos, prestes a contrair
matrimônio a refletirem sobre o casamento, a conhecerem o plano de Deus
para ele, a base bíblica e as bênçãos para ele, bem
como os direitos e as obrigações de cada cônjuge. Este
Manual é dirigido a pastores e presbíteros, como instrumento de
ensino e de orientação. Assim, recomenda-se que nenhum casamento
seja celebrado, antes de os noivos serem submetidos ao curso
pré-nupcial.
PASSOS A SEGUIR
1) A partir do momento em que o pastor for comunicado sobre a data do enlace matrimonial, poderá agendar com os nubentes pelo menos dois encontros para a realização do "curso pré-nupcial".
2) As circunstâncias de datas e local devem ser estabelecidas em comum acordo com os noivos. O ideal é a própria igreja, numa sala de aulas, no gabinete pastoral ou mesmo no salão social, aos domingos, pela manhã, das 10 às 12h, por exemplo.
3) Na possibilidade de haver mais de um casal de noivos, o curso poderá ser realizado em grupo; isso enriquecerá em muito as discussões, tornando o encontro mais agradável e dinâmico.
4) E recomendável, na medida do possível, que a esposa do pastor o auxilie nessa agradável tarefa, compartilhando sua experiência de vida.
COMO INICIAR O CURSO
1) Preferencialmente, os encontros devem se iniciar com uma leitura bíblica, por exemplo: 1Co 7.1-9, e uma oração.
2) O clima dos encontros deverá ser informal, leve, agradável e participativo.
3) A utilização de um flip-chart, como recurso visual, contribuirá para melhorar a didática de ensino.
4) O ministrante poderá iniciar com uma brincadeira saudável, por exemplo: uma "pegadinha" do tipo:
- VOCÊS SABEM A DIFERENÇA ENTRE O NAVIO, A TARTARUGA E A FAMÍLIA?
Dá-se um tempo para eles pensarem, estimulando-os a arriscarem uma resposta.
Após se esgotarem as possibilidades, você responde: "A DIFERENÇA ESTA EM QUE O NAVIO TEM O CASCO EM BAIXO E A TARTARUGA TEM O CASCO EM CIMA!"
Faz-se, então, uma pausa estratégica, para que alguém morda a isca. Ao mordê-la, o participante perguntará:
"E A FAMÍLIA?" Em seguida, você responderá, calma e sorridentemente: "A FAMÍLIA VAI BEM, OBRIGADO!"
OBS: Se o curso tiver a participação de mais de um casal e apenas uma pessoa souber da brincadeira, pede-se que ela conserve segredo para se alcançar o objetivo.
INDICAÇÃO DE LIVROS
Já de início, o ministrante do curso poderá indicar quatro opções de livros para leitura, que auxiliarão os noivos nesse período:
1) O Ato Conjugal - Autor: Tim Lahaye - Editora Betânia
2) Antes de Dizer Sim - Autor: Jaime Kemp - Editora Sepal/Mundo Cristão
3) O Lar Cristão - Autor: Jaime Kemp (apostila) - Editora Sepal
4) Como Salvar Seu Casamento - Autores: Dr. Les Parrot e Dra. Leslie Parrot - Editora Vida.
SEÇÃO 1: AUTOCONHECIMENTO E
RELACIONAMENTO
ASSUNTOS A SEREM TRATADOS
1. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS : PAIXÃO E AMOR
Estimule a participação de todos, pedindo a cada um que defina o conceito de paixão. Feito isso, trabalhe corretamente o seu verdadeiro significado.
1.1 PAIXÃO = Amor imaturo; sentimento passageiro; primitivo; meio irracional, pois leva a pessoa à pratica de comportamentos irresponsáveis. Exemplo: fugir com o namorado; casar sem o mínimo de recursos e de segurança, baseando-se em afirmações do tipo: "Vou viver de amor" etc.
"O relacionamento apaixonado dura no máximo quatro anos. Cientistas mais detalhistas estimam em dezoito meses para os homens e 36 para as mulheres. Pode ser muito menos em alguns casos". (VEJA-05/06/02).
Em seguida, peça a cada um o conceito de amor. Para fechar, trabalhe corretamente o seu verdadeiro significado, tomando como base bíblica 1Co 13:1-13.
1.2 AMOR = Sentimento maduro, responsável, duradouro, racional. (1Co 13:1-13)
SUGESTÃO: O que estimula bastante a participação é expor a seguinte pergunta:
EXISTE AMOR À PRIMEIRA VISTA?
Promova uma discussão interativa saudável, respeitando a opinião de cada um, sem pretender fechar questão.
1.3. SINAIS DE IDENTIFICAÇÃO
1.3.1 ASPECTOS EM COMUM
Ofereça uma folha em branco, um lápis ou uma caneta, a cada participante, solicitando que escreva os aspectos em comum, existentes entre ele (a) e seu (sua) noivo (a).
Exemplos:
Eu e meu noivo apreciamos muito leitura.
Eu e minha noiva gostamos de viajar.
Eu e meu noivo gostamos de peixe assado, etc.
Na mesma folha, peça a cada um que responda a seguinte pergunta:
1.3.2 O QUE MAIS O (A) CHAMOU À ATENÇÃO EM SEU
(SUA) NOIVO (A)?
Exemplos: Sorriso, simpatia, olhos, fidelidade, corpo, etc.
OBS: Concluída a tarefa, peça ao casal que troque os papéis, oferecendo tempo para que cada um leia o que seu (sua) noivo (a) escreveu a seu respeito. Pergunte se o casal gostaria de partilhar as informações com os participantes. Havendo interesse, aproveite a ocasião para trabalhar a interação entre todos.
O momento é importante para ressaltar o fato de que, apesar das diferenças existentes entre noivo e noiva, o amor, a fé e os demais aspectos em comum levantados são extremamente importantes, pois indicam uma forte tendência ao sucesso no casamento.
Nota: Poucos pontos em comum, ou seja, fracos sinais de identificação entre um casal são indícios de problemas à vista; significam que a relação precisa ser mais bem trabalhada, refletida e amadurecida.
ATENÇÃO: Pode haver um desnível cultural entre os noivos, ou seja, um pode estar bem à frente do outro nos estudos. Isso se torna fator de incompatibilidade e causa desentendimentos e separações. Nesse caso, é recomendável que os nubentes ponderem entre si esse assunto, de maneira franca e respeitosa, visando a que entrem no casamento conscientes disso (estimule o investimento nessa área, para diminuir o desnível cultural ).
Cada pessoa tem o seu jeito próprio de ser: uma é calma, outra é agitada; uma é rápida, outra vagarosa; uma é sorridente, outra sisuda, etc.
O temperamento de cada pessoa foi forjado, estabelecido, durante os primeiros anos de vida, de acordo com a herança genética transmitida pelos pais e de acordo com o grau de relacionamento vivenciado, ao longo desse mesmo período.
Quanto ao temperamento, as pessoas podem ser: introvertidas e extrovertidas
Hipócrates (
1.4 TEMPERAMENTOS
SANGUÍNEO COLÉRICO
Qualidades e Defeitos Qualidades e Defeitos
comunicativo / pusilânime enérgico / iracundo
destacado / volúvel resoluto / sarcástico
entusiasta / indisciplinado independente / impaciente
afável / impulsivo otimista / prepotente
simpático / inseguro prático / intolerante
bom companheiro / egocêntrico eficiente / vaidoso
compreensivo/ barulhento decidido / autossuficiente
crédulo / exagerado líder / insensível
audacioso / astucioso
MELANCÓLICO FLEUMÁTICO
Qualidades e Defeitos Qualidades e Defeitos
habilidoso / egoísta calmo / calculista
minucioso / amuado tranquilo / temeroso
sensível / pessimista cumpridor / indeciso
perfeccionista / teórico eficiente / contemplativo
idealista / confuso conservador / desconfiado
leal / antissocial prático / pretensioso
dedicado / crítico líder / introvertido
inflexível diplomata / desmotivado
bem-humorado
Quadro extraído do livro TEMPERAMENTOS TRANSFORMADOS, Tim Lahaye: Mundo Cristão
Com base na descrição desses conceitos, você pode pedir a cada participante que identifique o seu temperamento predominante. E bom lembrar que, no plano de Deus, homem e mulher se completam: um compensa o outro; um equilibra o outro.
Acerca desse tema, não há como alterar o temperamento ou a personalidade de alguém, como num estalar de dedos, mas há como trabalhar isso. O primeiro passo a ser dado é a pessoa reconhecer que seu jeito de ser prejudica a si mesma e as demais pessoas que a cercam. O segundo passo é querer mudar para melhor, adotando uma postura de vida diferente e otimista. O terceiro passo é acreditar que isso é possível, sobretudo, porque o Espírito Santo é capaz de completar tal transformação.
1.5 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
1.5.1 Com o (a) noivo
(a)
O cuidado nessa área da vida é determinante, ou seja: dele, dependem a qualidade de vida e a felicidade do casal.
O relacionamento poderá fazer da vida do casal o próprio céu ou o próprio inferno.
Pergunta:
Por que, durante o namoro e o noivado, as coisas foram tão bem para muitos casais, e, alguns anos após o casamento, tudo desmoronou?
Basicamente, foi pelo descuido que os casais deixaram de se enamorar, abandonaram o cultivo do tratamento romântico, respeitoso e não investiram na prática da comunhão com Deus.
Todos nós podemos aprender e desenvolver habilidades para mantermos um relacionamento saudável e profundo, principalmente com a pessoa que amamos e escolhemos para termos ao nosso lado, durante toda a vida.
Assim, precisamos nos esforçar para sermos mais humanos, mais sensíveis, mais gentis, mais alegres, mais otimistas, mais carinhosos; depende de nós!
1.5.2 Com os
familiares
Deus diz assim: "Deixará o homem, pai e mãe e se unirá à sua mulher e serão ambos uma só carne" (Gn 2.24).
O verbo "deixar" tem implicações de ordem social, emocional e financeira: social, porque exige o afastamento do núcleo familiar de origem, da convivência diária na casa paterna; emocional, porque exige rompimento da dependência afetiva dos familiares; financeira, porque exige independência e autonomia para gerir seu próprio sustento e de sua nova família.
Trabalhe com os participantes a seguinte questão: Muitos casais têm enfrentado sérias dificuldades em função de não terem cortado o cordão umbilical (compartilhe situações sem citar nomes).
Pontos a serem ressaltados:
- Não se trata de divorciar-se da família de origem.
- Não se trata de menosprezá-la.
- A questão é estabelecer limites, para que a família não interfira na convivência do casal.
1.5.3 Ciúme
Este é um sentimento que tem tornado a vida de muitos casais um verdadeiro tormento. Para discorrermos sobre esse assunto, é bom lembrarmos que todos nós, seres humanos, somos, até certo ponto, possessivos, ou seja, lutamos pelo que é "nosso" e defendemos, para que continue sendo "nosso". Todavia, o ciúme revela insegurança, egoísmo e possessividade:
Insegurança: Indica medo de perder a pessoa amada; sinal de que a relação ainda não encontrou a solidez e a maturidade necessárias para um passo mais sério em direção ao futuro.
Egoísmo: A insegurança se apoia no egoísmo, para que a pessoa amada esteja presa à pessoa egoísta.
Possessividade: É preciso exercer controle sobre a possessividade, não permitindo que ultrapasse o limite da fronteira que seria considerada "normal", a ponto de não tornar a relação ou o casamento uma jaula, em que a pessoa amada esteja sob constante vigilância, 24 horas por dia. Esse tipo de ciúme é doentio (patológico) e a pessoa portadora necessita ser tratada; caso contrário, viverá sofrendo e fará sofrer a pessoa amada.
Compartilhe exemplos de pessoas ou de casais extremamente ciumentos, citando determinados comportamentos reveladores de insegurança, egoísmo e de possessividade (sem mencionar nomes ).
SEÇÃO 2: SAÚDE
2. EXAMES MÉDICOS PRÉ-NUPCIAIS
Os jovens casais deverão ser orientados sobre a necessidade da realização de exames médicos, que têm caráter preventivo, no sentido de evitarem que possíveis problemas fisiológicos sejam detectados tardiamente e tragam tristezas, frustrações e até sequelas graves para o resto da vida.
2.1 Relação
dos exames pré-nupciais rotineiros para a mulher:
- Hemograma completo.
- Tipagem sanguínea, conhecimento do Tipo Sanguíneo ABO e RH, pois pode haver incompatibilidade sanguínea.
- Reações Sorológicas para Sífilis: Este exame é importante, uma vez que a Sífilis pode existir sem que o paciente apresente sintomas.
- Sorologia para Rubéola: Identifica se a mulher está ou não imune à Rubéola; se não, deve ser vacinada antes da gravidez.
- Sorologia para Hepatite B e C: Se a mulher apresentar o vírus B ou C, deve ter acompanhamento de um infectologista, para saber dos riscos de transmissões. Somente para o vírus C não há vacina.
- Sorologia para HlV: fundamental para o início de qualquer tratamento e futuras gestações;
- Exame de Urina.
- Exame de Fezes.
2.2 Para
os homens, os exames pré-nupciais são:
- Hemograma completo;
- Tipagem Sanguínea;
- Reações Sorológicas para Sífilis;
- Sorologia para Hepatites;
- Sorologia para HIV;
- Espermograma (avalia a fertilidade masculina)
- Exame de Urina;
- Exame de Fezes.
Relação dos exames pré-nupciais extraída do site: www.noivarecasar.com.br
Explicação: É possível detectar qualquer problema de infertilidade, tanto no homem quanto na mulher, antes do casamento, a ponto de poder corrigi-lo depressa.
2.3 Atividade sexual em períodos de Menstruação,
Gravidez e Pós- Parto.
2.3.1 Menstruação: A relação sexual não é recomendada no período menstrual, por aumentar a possibilidade de infecção. O colo uterino fica entreaberto, para permitir a saída do sangue do útero para a vagina. O sangue, por ser rico em nutrientes e oxigênio, é ótimo meio de cultura para bactérias. A penetração do pênis na vagina "empurra" conteúdo vaginal para cima, no sentido do útero. Como foi exposto anteriormente, a proliferação bacteriana é facilitada pela permeabilidade do colo uterino.
2.3.2 Gravidez: A relação sexual durante a gravidez é permitida, desde que seja confortável para a gestante. Existem contraindicações, como sangramento vaginal, dores e trabalho de parto prematuro. Já nas gestações que não têm problemas, o casal se sente confortável para a relação; recomenda-se interromper, quando se completarem 8 meses de gestação. A partir daí, a prostaglandina - uma substância presente no esperma - pode estimular a contração uterina, desencadeando trabalho de parto prematuro, ou, raramente, rotura da bolsa de águas.
2.3.3 Pós-Parto: No período pós-parto, a
recomendação clássica é para só haver
relação sexual após 40 dias. Esse número é
aleatório. O puerpério vai de
Item 2.3 - Fonte: Dr. Márcio Reis Furtado (médico ginecologista )
2.4 ABORTO
Num momento como o de preparação para o casamento, torna-se necessário tratar, também, o aborto com os jovens casais.
No Brasil, o aborto intencional é proibido por lei, salvo em situações de gravidez resultante de estupro e em caso de gravidez que ofereça risco de vida para a mãe, conforme artigo 128 do Código Penal, incisos 1º e 2º.
É bom lembrar que as mulheres estão sujeitas a sofrerem abortos involuntários ou espontâneos, por questões de natureza orgânica. Nesse caso, as que forem vítimas de tal infelicidade não estarão sujeitas a nenhuma pena e nem deverão sofrer sentimento de culpa.
SEÇÃO 3: PLANEJAMENTOS
3. PLANEJAMENTO
Planejar é traçar, projetar, submeter a um plano, programar.
Se quisermos ser bem sucedidos na vida, precisamos traçar os nossos passos tendo consciência de onde estamos e aonde queremos chegar. Um casal, especialmente em início de vida conjugai, só alcançará uma vida equilibrada, feliz e próspera, se aprender a projetar o futuro, ou seja, se antecipar aos fatos.
3.1 Planejamento financeiro: Não havendo controle, por mais que se ganhe, nunca será suficiente. Para os projetos da casa própria, do carro, dos móveis e utensílios, das férias, etc. funcionarem, garantindo o alcance dos objetivos é indispensável planejar. Outro aspecto importante para dar certo é o casal compartilhar de tudo, a fim de que ambos estejam lutando pela mesma causa.
3.2 QUESTIONÁRIO SOBRE FINANÇAS (prioridades)
Marque a resposta que descreve o seu pensamento acerca do item.
Use os seguintes símbolos para representar seu sentimento.
E – Extra
D – Desejável
U – Útil
N - Necessário
ELA ITEM ELE
( ) Seguros de vida ( )
( ) Televisor a cores ( )
( ) Mobília nova ( )
( ) Aparelho de som de última geração ( )
( ) Um carro ( )
( ) Planejar orçamento familiar ( )
( ) Adquirir a casa própria em 5 anos ( )
( ) Devolver o dízimo ( )
( ) Uma lava-louça ( )
( ) Animais de estimação ( )
( ) Jogo completo de porcelana para jantar ( )
( ) Esposa trabalhar fora ( )
( ) Férias todos os anos ( )
( ) Ar condicionado ( )
( ) Continuar estudos após casamento ( )
( ) Plano de saúde ( )
( ) Cartões de crédito ( )
( ) Compras a prazo ( )
( ) Salão de beleza semanalmente ( )
NOTA: Através desse questionário, é possível identificar o grau de maturidade dos noivos, quanto às prioridades, nessa área. Para isso, tire uma cópia para cada participante do curso, solicitando que assinale cada item de acordo com o grau de importância. Em seguida, compare a do noivo com a da noiva. Havendo discrepância, será necessário ajudá-los a se ajustarem.
3.3 Orçamento doméstico
- Ajude os noivos a fazerem um orçamento doméstico.
- Prepare cópias do "modelo de orçamento doméstico", de acordo com o número de participantes.
- Na aula, dê uma cópia para cada um.
- Cada casal deverá preparar o orçamento do primeiro mês de casamento com base em dados mais próximos da realidade.
MODELO DE ORÇAMENTO DOMÉSTICO
ENTRADAS VALOR
Renda semanal ou mensal R$ ____________
Marido R$ ____________
Esposa R$ ____________
Outra Fonte R$ ____________
TOTAL DE RECEITAS R$ ____________
SAÍDAS
O SENHOR DEUS (DÍZIMO) R$ ____________
Alimento R$ ____________
Moradia (aluguel ou prestação) R$ ____________
Vestuário R$ ____________
Água, luz, gás, fone etc. R$ ____________
Condução R$ ____________
Prestações diversas R$ ____________
Impostos R$ ____________
Diversões R$ ____________
Estudos R$ ____________
Poupança R$ ____________
Mobília R$ ____________
Seguros R$ ____________
TOTAL DE DESPESAS R$ ____________
SALDO R$ ____________
RECEITAS-DESPESAS R$ ____________
3.4 QUANDO OS DOIS TRABALHAM FORA
Anos atrás, o papel de provedor do lar era exercido, exclusivamente, pelo homem. Com o passar do tempo, a mulher foi ganhando o seu espaço no mercado de trabalho, tanto em nome da necessidade financeira quanto em nome de sua valorização e sua realização pessoal.
Hoje em dia, é comum o noivo e a noiva trabalharem fora e iniciarem a vida de casados nessa condição. Isso é um fator positivo e garante um melhor padrão de vida. Por outro lado, exige de ambos compreensão e colaboração na realização das tarefas domésticas, a menos que possam pagar alguém para isto.
3.4.1 Dividindo tarefas domésticas: Assim como o homem divide, hoje, com a mulher o sustento do lar, é justo que divida, também, algumas tarefas domésticas, como: auxiliar na limpeza da casa, lavar a louça, limpar o quintal, cuidar de um filho pequeno, etc.
Não é justo a mulher chegar do trabalho e arcar, sozinha, com os deveres domésticos, enquanto o homem toma o seu banho e senta-se no sofá, até aguardar o jantar. É atitude de amor, de cortesia, de cavalheirismo, de companheirismo, de reconhecimento ajudar a esposa nessas tarefas.
3.4.2 Administrando as finanças: o casamento é visto como uma sociedade, cuja cota de participação é igual para ambas as partes: 50% para cada um, tanto em relação aos direitos quanto em relação aos deveres. Tendo em vista que a maior motivação para o casamento é o amor, não há por que um olhar o outro com desconfiança e não há por que cada um querer administrar o seu ganho de maneira isolada ou individualizada. Essa tem sido a causa de desentendimentos, de tristezas e até de separações entre casais. O que deveria ser sinal de bênção, torna-se maldição, por isso, disse Paulo: "Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males..." - 1Tm 6.10.
3.4.3 Não
utilize o dinheiro como arma; a vítima poderá ser você!: Expressões
do tipo: "Isso eu comprei com o meu dinheiro!", "Não
dependo de homem para me sustentar!", têm contribuído para a
destruição de vários casamentos.
3.4.4 Administrar conta bancária "conjunta" é sinal de confiança mútua: Quer a esposa trabalhe fora ou não, administrar conta com o marido é uma oportunidade de sentir-se útil e valorizada (lamentavelmente, há casos em que isso não é possível)
3.4.5 Dízimos e ofertas: Fidelidade a Deus, nessa área, também é fator de bênção e de prosperidade. (Ml3:10): Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.
Recomendação: Nunca se esqueça de que a primeira coisa a fazer, ao receber seu salário, é separar a parte que pertence ao Senhor, entregando-a ou devolvendo-a a ele.
3.5 PLANEJAMENTO FAMILIAR
3.5.1 Número de
Filhos: Foi-se o tempo em que cada casal possuía, em média, 5
ou 6 filhos. Hoje, fatores como: violência, permissividade, alto custo de
vida, aliados à presença da mulher no mercado de trabalho,
têm contribuído para a redução do número de
filhos por casal. Por isso, a média atual é de
3.5.2 Métodos contraceptivos: Tempos atrás havia uma forte resistência por parte de alguns irmãos quanto à adoção de métodos contraceptivos, imaginando ser prática pecaminosa, com base na ordem de Deus para crescer e se multiplicar e encher a terra. O fato é que a terra já está cheia, e a ordem foi para que todos contribuíssem para isso, e não apenas um ou alguns casais. Deus dotou o homem e a mulher de inteligência e de capacidade para avaliarem o número de filhos que podem criar, podendo oferecer, além do amor, condições básicas de saúde e de educação.
3.5.3 Pílulas: As pílulas anticoncepcionais são comprimidos feitos com substâncias químicas semelhantes aos hormônios encontrados no corpo da mulher. Elas impedem a ovulação, evitando, assim, a gravidez.
Existem diferentes tipos de pílulas; só o médico pode avaliar corretamente as mulheres que podem e as que não podem usar esse método, e qual o tipo adequado para cada mulher; para isso, ela deve fazer um exame clínico e ginecológico completo (inclusive medir a pressão arterial e fazer o preventivo de câncer).
Um dos problemas é que, entre 5% e 10% das mulheres, têm efeitos colaterais (náuseas, retenção de liquido e manchas na pele). Se usada corretamente, a eficácia da pílula será de 99,1% a 99,7%.
3.5.4 Ligadura de Trompas: A ligadura de trompas é realizada nas mulheres que nunca mais querem filhos. Pode ser feita de várias maneiras, mas sempre exige internação. É uma cirurgia de esterilização voluntária definitiva e, por isso, a mulher tem de ter certeza absoluta de que nunca mais poderá ter filhos.
3.5.5 Preservativo: O preservativo é um método para ser usado pelo homem, no momento da relação sexual, para evitar a gravidez. Sua eficácia é de 75% a 97%, se usada corretamente. Já existe a camisinha feminina; porém, é mais cara.
3.5.6 Vasectomia: A vasectomia é um método contraceptivo para o homem. Consiste de uma pequena cirurgia que interrompe o canal deferente, impedindo a passagem dos espermatozoides na ejaculação. É uma cirurgia ambulatorial. Isto quer dizer que não necessita de internação, pois é feita em postos de saúde e não interfere na potência sexual. A reanastomose (cirurgia que reverte a vasectomia) restabelece a fertilidade em apenas 50% a 60% dos casos. A cirurgia é indicada para homens que já tenham estabilidade familiar e/ou a certeza de não quererem mais filhos. Não é recomendável para homens com menos de 30 anos, que não tenham filhos e a homens que acabam de se separar. Sua eficácia é de 98%.
Informações extraídas do site: www.metodosanticoncepcionais.hpg.ig.com.br
SEÇÃO 4: SEXUALIDADE NO PLANO DE
DEUS
4. PROPÓSITOS DO CASAMENTO
Basicamente, são três os propósitos do casamento: companheirismo, procriação e prazer.
4.1 Companheirismo: Em Gn 2.18, lemos: Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. Antes disso acontecer, Adão observou que os animais formavam pares, macho e fêmea, e que ele estava só, sem ter com quem compartilhar a vida. E Deus criou a mulher.
4.2 Procriação: Em algumas culturas, ainda prevalece a crença de que a única finalidade do casamento é a procriação ou multiplicação da espécie humana; tanto é assim que, por absurdo que possa parecer, há países onde as mulheres são mutiladas, através da extração do clitóris, órgão feminino responsável pelo prazer sexual, com base na crença de que tal prazer representa pecado.
Biblicamente, a procriação é uma das principais finalidades do casamento, conforme Gn 1.28: E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.
4.3 Prazer: Uma falsa ideia se espalhou no sentido de desviar o pecado original da desobediência a Deus, pela ingestão do fruto proibido, para o contato sexual entre Adão e Eva. Tal argumento é fraco e mentiroso. Primeiramente porque a ordem de Deus para se multiplicar e encher a terra foi dada antes do pecado. Depois, porque, para Adão e Eva cumprirem essa ordem, teriam de praticar o ato sexual propriamente dito — prova de que Deus nunca teve tal prática por pecado, salvo em circunstâncias fora do casamento.
Ao criar o homem, Deus o dotou de sensibilidade. Assim, sensação de prazer é próprio da natureza humana. O propósito de Deus é de que homem e mulher se completem, se realizem e sejam felizes, desfrutando de prazer na vida a dois.
4.4 SEXUALIDADE E POSSÍVEIS PROBLEMAS: Todo ser humano já nasce com sua sexualidade, trata-se de um aspecto da natureza humana, criado por Deus, com os propósitos vistos e discutidos anteriormente. No momento da fecundação, ocorre a definição do sexo do novo ser em formação: masculino ou feminino, salvo em casos raríssimos; quando acontecem aberrações cromossômicas, podendo resultar nos chamados Inter sexos (pessoa que nasce com os dois órgãos sexuais, masculino e feminino), caso raríssimo de acontecer.
A sexualidade é parte importantíssima da constituição humana, podendo ser fator gerador de bênção, felicidade e prazer, bem como fator gerador de frustração e de infelicidade. Lamentavelmente, há muitos casais que, apesar de anos de convivência, tanto o homem quanto a mulher (na maioria dos casos, a mulher), vivem privados do prazer da vida, nessa área. Por diversas razões, a saber:
4.4.1 Traumas de infância: Um dos noivos, quando criança, pode ter flagrado os pais em pleno ato sexual, e, a partir daí, ter desenvolvido ideias distorcidas a respeito, como, por exemplo: de violência contra a mãe. Outra situação, ainda mais grave, é o caso de criança que tenha sido violentada sexualmente, por alguém da própria família, ou de fora do círculo familiar (casos que precisam de tratamento psicológico e pastoral).
4.4.2 Disfunção sexual masculina ou feminina: Todo ser humano está sujeito a apresentar algum tipo de disfunção sexual. Existem vários tipos, mas vamos citar apenas dois:
4.4.2.1 Ejaculação precoce: Segundo pesquisas, 25% a 48% dos homens sofrem de ejaculação precoce e quase 75% dos homens têm, eventualmente, episódios de ejaculação precoce. Define-se como ejaculação precoce aquela que ocorre sem controle voluntário. Em princípio, a ejaculação é um fenômeno tão controlável quanto a urina e, como o controle urinário, deve ser aprendida em alguma fase de desenvolvimento. As causas dessa disfunção podem ser: alto grau de excitabilidade, ansiedade e causas orgânicas.
Ejaculação Precoce - extraído do site do Instituto de Infertilidade e Andrologia
4.4.2.2 Anorgasmia — Não devemos confundir anorgasmia com frigidez. A anorgasmia é a incapacidade de se ter o orgasmo no ato sexual. A frigidez é mais ampla: inclui a falta total do desejo sexual (disfunção do desejo sexual).
No caso da anorgasmia, a mulher pode ficar excitada, ter todas as respostas satisfatórias para o ato sexual; porém, o comprometimento é com o orgasmo em si. A resposta do orgasmo simplesmente não aparece.
Infelizmente, muitas mulheres sofrem desta falta de prazer durante o ato sexual. As pesquisas científicas são polêmicas quanto à questão dos números. Muitas afirmam que 45% a 48% das mulheres não possuem o orgasmo; outras dizem que são 68%.
Anorgasmia - extraído do site: www.sexologia.com.br
OBS.: É necessário que cada pessoa esteja atenta, pois, a qualquer sintoma de queda na eficiência ou no interesse pela atividade sexual, deve conversar com o (a) esposo (a), procurando descobrir a causa, que poderá ser tanto de natureza psicológica quanto de natureza orgânica. É bom lembrar que hoje existem muitos recursos à disposição.
4.5 TABUS: Os tabus são crenças irracionais, antibíblicas, criadas pelo homem, que o impedem de ser plenamente feliz, segundo a vontade de Deus. Os tabus variam de cultura para cultura. O que é tabu em alguns países orientais, como é o caso da "excisão clitoriana” não o é aqui, para nós, e vice-versa Vejamos alguns exemplos, entre nós:
4.5.1 Atividade sexual como pecado: Por incrível que pareça, ainda é possível encontrar pessoas que pensam ser o ato sexual algo pecaminoso.
4.5.2 Dormir com o corpo desnudo é pecado? Já se ouviu falar de pessoa (mulher) que alimentava a ideia de que se estivesse dormindo nessa condição, ou de pijama, não subiria ao céu, caso Jesus voltasse e a encontrasse assim.
4.5.3 Atividade sexual de luz acesa é pecado? Embora seja raro, ainda se encontram pessoas, homem ou mulher, que acreditam ser pecado olhar o corpo do esposo(a), durante o ato sexual.
4.6 PRÁTICA
SEXUAL
A prática sexual entre o casal é bem diferente da prática sexual entre os animais. Os animais obedecem a um ciclo de acasalamento periódico ou intermitente. Somente na fase do "cio", período fértil para a procriação, é que os machos procuram as fêmeas. Após esse período, eles ficam abstinentes. O comportamento do ser humano é diferente, por razões já vistas. A natureza humana prevê apenas um curto período de abstinência mensal, na mulher, por ocasião do ciclo menstrual.
O que é importante destacar é que a prática sexual entre o casal não deve ser algo mecânico ou um comportamento primitivo. Deve ser fruto de um envolvimento afetivo, carinhoso, culminando no ápice do momento, que é a satisfação sexual plena, do homem e da mulher.
Vejamos algumas práticas sexuais:
4.6.1 Sexo vaginal: Essa é a prática natural criada por Deus, para a reprodução da espécie e para o prazer do casal.
4.6.2 Sexo anal: É considerado prática de sodomia, antinatural, e sua prática jamais deve ser recomendada, principalmente entre os filhos de Deus (Rm 1.26 e 1Co 6.9 e 10).
4.7 CRIATIVIDADE
O ser humano é criativo por natureza; é inventivo e versátil. Essa criatividade torna a vida menos penosa, menos rotineira e mais agradável. Para manter sua sexualidade saudável e num bom nível de prazer, o casal precisa desenvolver essa criatividade, também, em seus encontros de intimidade. Alguns cuidados devem ser observados:
4.7.1 Privacidade: Exige ambiente de absoluta exclusividade para o casal, sem nenhuma possibilidade de intromissão de alguém.
4.7.2 Higiene: O cuidado com a higiene pessoal (banho, uso de loções e perfumes, dentes escovados) é fundamental, pois contribui para o bem estar do casal.
4.7.3 Clima favorável: Para algumas pessoas, é importante preocupar-se com o ambiente externo, como: tonalidade de luz e tipo de vestimenta íntima que realce a sensualidade. Por outro lado, é importante e necessário, para todos os casais, carícias preliminares e confissões de amor.
4.7.4 Posições amorosas: Não há problema algum em o casal variar posições amorosas e escolher aquela, ou aquelas, que deem maior satisfação a ambos.
4.7.5 Cumplicidade: O que acontece no "ninho de amor" do casal deve ser mantido a sete chaves. Trata-se de algo que diz respeito única e exclusivamente a ele. Partilhar isso com alguém de fora significa romper a cumplicidade e trair a confiança do(a) esposo(a).
4.8 PERVERSÕES SEXUAIS
A palavra de Deus, há muito tempo, já disse a respeito dos desvios sexuais ou da degeneração da raça humana (Gn 6.1-7).
A ciência não encara as perversões sexuais como "patologia" ou doença, mas como uma questão de opção sexual de cada um. Porém, Deus, em sua Palavra, considera esses desvios de comportamento sexual como pecados ou perversões. Observemos as seguintes:
4.8.1 Homossexualismo: Trata-se de um indiscriminado desvio da natureza humana. Diz respeito ao envolvimento de duas pessoas do sexo masculino; homem com homem, uma verdadeira aberração do comportamento humano, claramente condenado por Deus (Rm 1.26 a 32 e Lv 18.22).
4.8.2 Lesbianismo: Semelhante ao homossexualismo, o lesbianismo diz respeito ao envolvimento de duas pessoas do sexo feminino: mulher com mulher. Comportamento igualmente reprovado por Deus (Rm 1.26 a 32).
Obs.: Por lei, é proibido qualquer tipo de discriminação, sob pena de se responder judicialmente.
SEÇÃO 5: ADULTÉRIO E
DIVÓRCIO
Adultério é pecado contra Deus e contra o cônjuge. Por isso, o casal deve viver o casamento com responsabilidade. Deve lembrar-se de que, para cumprir os votos feitos um ao outro, no altar, diante do Senhor, diante da Igreja, diante dos familiares, parentes e amigos, serão necessários: empenho, honestidade, temor a Deus e determinação.
Jamais o casal cristão pode se deixar levar pelo conceito mundano de permissividade, abrindo mão dos princípios bíblicos e morais referentes ao casamento. A esse respeito, o escritor aos Hebreus (13.4) afirma: Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros, Deus os julgará.
Considere esse texto de Ml 2.14 a 16: Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Ninguém com um resto de bom senso o faria. Mas que fez um patriarca? Buscava descendência prometida por Deus. Portanto cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o repúdio; e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.
O adultério é a única exceção bíblica, aceitável, capaz de romper o vínculo do matrimônio, em virtude das trágicas consequências que ele produz (Mt 19.3 a 9). “Neste particular, Jesus cita a ‘prostituição’ (gr. pornéia), palavra que, no original, inclui o adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual. O divórcio, portanto, deve ser permitido em caso de imoralidade sexual, quando o cônjuge ofendido se recusar a perdoar". (Bíblia de Estudo Pentecostal, p.1427)
5.1 DIVÓRCIO
Casamento não é algo descartável, é para toda a vida. Observe o texto a seguir, em Mt 19.6 a 8: Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Replicaram- lhe: Por que mandou então Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; entretanto, não foi assim desde o princípio.
O divórcio não é solução e nem deve ser encarado como rota de fuga para qualquer momento de crise conjugal ou familiar. Crises existem, existirão e poderão ser superadas com a graça de Deus e com o esforço de ambos.
SEÇÃO 6: LEGISLAÇÃO
6. UM POUCO DE LEGISLAÇÃO (CÓDIGO CIVIL)
6.1 Idade dos noivos: Se os noivos forem menores de 18 (dezoito) anos, torna-se indispensável a presença dos pais no Cartório para assinarem o Termo de Consentimento; caso os pais sejam falecidos, será necessária a apresentação da Certidão de Óbito. Se os mesmos residirem fora da cidade, será preciso que se dirijam a um Cartório de Registro Civil para assinarem o Termo de Consentimento e enviarem aos noivos, que deverão encaminhar o mesmo ao Cartório escolhido, ou, ainda, se um dos pais estiver desaparecido, será necessária a presença de 02 (duas) testemunhas maiores de 18 (dezoito) anos, portando RG original, para atestarem o desaparecimento.
OBS.: Os menores só não precisarão do consentimento dos pais caso sejam emancipados. A emancipação é dada pelos pais aos filhos que tenham 16 ou 17 anos, através de documento registrado em cartório.
6.2 Menores de 16 anos: Só poderão casar mediante ordem judicial, e, para dar entrada ao processo de casamento civil, o casal deverá apresentar 02 (duas) testemunhas maiores de 18 (dezoito) anos.
6.3 Documentos Necessários: Todos os documentos a serem apresentados deverão ser originais e estarem em bom estado.
6.4 Solteiros: Certidão de Nascimento e RG.
6.5 Divorciados: Certidão de Casamento com averbação do divórcio e prova da prévia partilha de bens. Se a partilha de bens ainda não tiver sido realizada, poderá haver o casamento; porém, neste caso, o único regime de bens permitido é o de separação universal de bens.
6.6 Viúvos: Certidão de casamento, certidão de óbito do ex-cônjuge, e, caso o(a) noivo(a) tenha filhos do casamento anterior, terá de apresentar prova da prévia partilha de bens. Se a partilha de bens ainda não tiver sido realizada, poderá haver o casamento; porém, neste caso, o único regime de bens permitido é o de separação universal de bens.
ESCLARECIMENTO: Uma viúva que usufrui do benefício de pensão do ex-marido, mesmo contraindo novo matrimônio, não perderá esse direito.
6.7 Datas e Prazos: Os noivos deverão dar entrada ao Processo de Casamento Civil, no mínimo, com 30 (trinta) dias de antecedência e, no máximo, com 90 (noventa) dias. Visto que a certidão de habilitação tem validade de três meses, após esse prazo, se o casamento não tiver sido celebrado, os noivos deverão dar entrada ao processo de habilitação novamente.
6.8 Nome da Noiva e do Noivo: Como fica o nome da noiva e do noivo, no ato do registro?
A mulher poderá acrescentar os sobrenomes do marido, continuar com os de solteira ou excluí-los, totalmente ou parcialmente. O mesmo se aplica ao nome do marido em relação à mulher.
6.9 Duas Formas de Casamento
6.9.1 Casamento
em Cartório
O casamento é realizado nas dependências do próprio Cartório, de forma pública, ou seja, de portas abertas, durante toda a sua realização, em que estarão presentes juiz de casamentos, escrevente autorizado, os noivos e 02 (duas) ou mais testemunhas.
O juiz declarará efetuado o casamento civil após a confirmação de que os noivos estão se casando por livre e espontânea vontade. Em seguida, colherá as assinaturas e entregará aos noivos a certidão de casamento.
ATENÇÃO: A taxa de casamento a ser paga em Cartório varia de Estado para Estado e, se os noivos não tiverem condições de custeá-la, basta alegar essa dificuldade, no Cartório, assinando um atestado de pobreza (previsto em lei).
6.9.2 Casamento Religioso com Efeitos
Civis
O casamento é realizado fora do Cartório e quem preside o ato do casamento não é o juiz de casamentos, mas, sim, a autoridade religiosa, de portas abertas, durante toda a sua realização. Após a cerimônia, os noivos receberão um termo de casamento, o qual deverá ser levado ao Cartório num prazo máximo de 90 (noventa) dias, para que se registre o casamento. Caso contrário, o casamento não ficará regularizado, sendo assim, os noivos permanecem solteiros.
Vale ressaltar que as exigências quanto à documentação variam de Cartório para Cartório. Não estranhe e esteja de sobreaviso, pois o Cartório poderá solicitar os seguintes itens:
- Estatuto da igreja, autenticado
- Ata da eleição da Diretoria
- Documento da Igreja comprovando que o pastor está autorizado a celebrar o casamento religioso com Efeitos Civis, na forma da lei
Noutras palavras, antecipe sua ida ao Cartório para conhecer essas exigências.
Dois lembretes importantes para essa forma de casamento:
1º) Durante a cerimônia, no momento apropriado, o ministro deverá perguntar aos noivos: (Pronunciar nome do noivo) "É DE LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE QUE VOCÊ RECEBE, HOJE, A (nome da noiva) POR SUA LEGÍTIMA ESPOSA? Em seguida, o ministro deverá repetir o mesmo procedimento com a noiva.
2º) A DECLARAÇÃO DE CASADOS, de acordo com o Artigo 1.535 do novo Código Civil Brasileiro, deverá obedecer à seguinte estrutura: "DE ACORDO COM A VONTADE QUE AMBOS ACABAIS DE AFIRMAR PERANTE MIM, DE VOS RECEBERDES POR MARIDO E MULHER, EU, EM NOME DA LEI, e como ministro do evangelho, segundo a autoridade a mim conferida pela Igreja, VOS DECLARO CASADOS, em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, até que a morte vos separe".
6.9.3 Solicitação de habilitação: Para essa forma de casamento, o oficiante deve enviar ao Cartório um pedido de solicitação de habilitação, por escrito, através dos noivos, ou pessoalmente.