O
LOUVOR NA IGREJA
Por
Luciano Subirá
José
Antônio Corrêa
Fomos criados para o louvor e glória do Pai celeste. A Bíblia nos ensina isto
com clareza. Escrevendo aos efésios, Paulo declara que Deus nos destinou de
antemão para sermos filhos de adoção "para louvor e glória de sua
graça" (Ef :5,6). O apóstolo Pedro diz em sua primeira carta que somos
povo adquirido, "para anunciar as grandezas daquele que nos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2:9). Em outras palavras, a Bíblia
diz que existimos para louvar a Deus. Tudo o que fazemos deve glorificar ao
Senhor (1 Co 10:31). O livro de Salmos contém numerosas menções de uma vida de
contínuo louvor, que deve ser praticada por cada cristão.
Jesus Cristo disse que Deus Pai procura
adoradores que o adoram em espírito e em verdade (Jo 4:23,24). Há algo
grandioso no louvor e adoração; é que além de provarmos da intimidade com Deus,
estamos cumprindo o propósito da nossa existência.
Do ponto de vista da vida da igreja, o louvor
e a adoração tem três níveis de expressão: pessoal, na célula e no culto. É
importante destacar estes diferentes níveis porque tem diferentes princípios.
Em casa, a sós com Deus, alguém pode até rolar pelo chão por estar sozinho; já
num culto público não deverá fazê-lo, pois a Bíblia nos manda proceder com
sabedoria para com os que são de fora e não os escandalizar (Cl 4:5). No culto,
com toda igreja reunida temos os músicos (cantores e instrumentistas) que
proporcionam uma beleza e qualidade técnica melhor do que numa célula onde
talvez não haja músico algum. Nas casas, seja no louvor pessoal ou da célula,
não primamos pela técnica, mas sim pela sinceridade e liberdade; já no culto
público a técnica se torna um requisito para que alguém componha a equipe de
instrumentalistas e vocalistas, além, é lógico, da unção do
Espírito.
Seguimos o ensino bíblico nas nossas
práticas, louvando ao Senhor com diversas expressões (físicas e
espirituais):
Cânticos: Sl 96:2; Ef 5:19; 1Co 14:15; Tg
5:13.
Mãos Levantadas: Sl 63:4; Sl 88:9; Sl 141:2;
Sl 143:6.
Palmas: Sl 47:1,5.
Danças: 2Sm 6:14; Sl 150:4
Vivas de Júbilo: Sl 89:15; Sl.66:1; Sl.98:4
(aclamar = aplaudir ou aprovar por meio de brados) Instrumentos musicais
diversos, Sl150:1-6.
Prostrar-se: 2 Cr 5:12;7:6.
Só adotamos o uso de cânticos que realmente
estejam em harmonia com a Palavra de Deus e que possam ser facilmente
aprendidos e cantados pela congregação.
Fora estes, damos lugar também aos cânticos
espontâneos e pelo Espírito Santo no momento da adoração, que entendemos ser o
que a Bíblia denomina de "cânticos espirituais".
Ao usar o termo cântico espiritual, a Bíblia
não quer dizer que outros cânticos como salmos e hinos não sejam espirituais,
mas que há uma manifestação espiritual mais intensa neste tipo de cântico. Um
hino pode ser cantado para Deus com a mente, por ser lido, e isto também faz
parte do louvor a Deus; Paulo disse: "...cantarei com o espírito, mas
também cantarei com a mente" (1 Co14:15). Porém, cantar com o espírito
significa deixar nosso espírito sob a inspiração do Espírito Santo fluir em
cântico espontâneos e não premeditados.
Os cânticos espirituais podem se manifestar
de duas formas:
Cântico ao Senhor - nós o louvamos, é
dirigido a Deus.
Cântico do Senhor - profético, Deus falando
com a Igreja. Assim como o falar em línguas, pode ser falado e/ou cantado,
também a profecia pode ser falada ou cantada. 1 Crônicas 25:1 fala dos levitas
"profetizando" com a música. Muitos salmos (cânticos) de Davi são
proféticos.
Devemos praticar o cântico espiritual ao
Senhor mais na vida privada e diária de adoração, onde com toda liberdade e
intimidade expressamos nosso amor e gratidão ao Senhor. E visto que ele é
unicamente dirigido a Deus, é desnecessário praticá-lo em público, a menos que
seja entre nós mesmos e Deus; num culto público, a igreja toda pode ter um
período de cânticos espirituais onde cada um entoa seu próprio cântico
espontâneo ao Senhor.
Porém, a outra forma de cântico espiritual,
que denominamos o cântico do Senhor, é dirigido aos irmãos para o ensino,
consolação e admoestação deles (Cl 3:16); portanto deve ser praticado em
público. Contudo, como toda manifestação espiritual deve ser julgada (1 Co
14:29), é necessário a concordância e consentimento do que está à frente da
reunião; se for na célula, é o líder ou seu auxiliar que o substitui; se
for em público, deve passar antes por um dos presbíteros.
O ministério de louvor e adoração através da
música, foi inserido na vida do templo através do rei Davi, que dividia os
levitas músicos em equipes que obedeciam turnos e o louvor era praticado
continuamente.
Com o tempo, Israel foi perdendo este modelo
que o rei Davi instituiu, até quase se extinguir. Mas nos dias do Novo
Testamento os apóstolos reconheceram que Deus haveria de restaurar o
tabernáculo de Davi, que estava caído (At 15:15-18). Portanto, entendemos que
mesmo nestes nossos dias da Nova Aliança, os padrões estabelecidos por Davi
para a equipe dos músicos devem ser resgatados e praticados.
Os
critérios que Davi estabeleceu foram:
Perícia (1 Cr 25:7) - cada um deve
servir a Deus de acordo com os dons e talentos que o Senhor concede. Se a
pessoa não for capacitada com talento musical deve se conscientizar que terá
que servir ao Senhor em outra área.
O fato de ser um adorador ardente e bem motivado em servir ao Senhor na área da
música não faz de ninguém uma pessoa capacitada; ela deve ter perícia ou não
poderá permanecer na equipe. I Crônicas 16:41 mostra que havia escolha, seleção
para os que comporiam este ministério.
Ser Constituído (1 Cr 15:16 e 16:41,42). Observe os termos
"constituídos", "designados" e "responsáveis".
Eles indicam que há autoridade e liderança neste ministério, e que os líderes
deveriam reconhecer e confirmar os músicos (cantores e instrumentistas).
O ministério da música na igreja tem um líder
sob toda a equipe, que por sua vez é acompanhado e liderado por um dos
presbíteros. Tanto o líder como o pastor devem reconhecer e estabelecer (ou
destituir) um músico na equipe.
A adoração na vida pública da Igreja deve ser
uma extensão de uma vida pessoal de adoração e compromisso com Cristo na vida
do músico. Havendo qualquer fato ocorrido que comprometa o seu testemunho,
o músico estará sujeito à disciplina, que pode variar de uma suspensão
temporária a uma exclusão.
Sendo que grande parte do culto público
destaca o ministério da música, espera-se que os membros desta equipe sejam
exemplo para a igreja.
Deus abençoe,