A
VERDADEIRA RIQUEZA
Extraído do “Jornal de Missões” da Junta de Missões da Convenção
Batista Brasileira, Maio/Junho-2004
Pr. José
Antônio Corrêa
Vem de longe, dá dos tempos bíblicos,
uma preciosa lição, quando a tribo de Dã ainda não tinha recebido suas terras
e nem lugar definido para viver. Naquele tempo também não havia rei em Israel...
Decidiram, por si mesmos, escolher onde morar. Cinco homens, dentre os mais
valorosos dessa tribo, saem pelas redondezas e, chegando na região montanhosa
de Efraim, encontraram uma cidade exuberante: Lais! Só olharam... e, de longe,
viram um lugar totalmente desprotegido, e o que todos nós gostaríamos de ver,
quando estamos nos mudando de cidade: muitas possibilidades e chance para uma
vida melhor.
Mas, o que é que eles viram que lhes
chamou a atenção? Ou, o que lhes despertou tanta euforia e curiosidade?
Simples! — Viram pessoas tranqüilas... que não lhes faltava coisa alguma; que
eram ricas; que estavam distantes dos outros povos e que não tinham relações
com ninguém. Sem amigos! Ninguém por perto. Sozinhos! Ninguém que pudesse
socorrê-los num momento de crise.
Lais era um prato cheio de
oportunidades para os visitantes, e, por que não dizer. “boa ocasião para os
espertos?” O povo estava tranqüilo, mas nada ali era tão seguro como eles
pensavam ao ponto de um invasor não lhes causar danos ou torná-los presa
fácil. Os espertos representantes de Dã voltaram com palavras cheias de otimismo!
Todos concordes... igualmente animados... a euforia foi contagiante! “Levantai-vos
e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e eis que é muito boa. E vós
estareis aqui tranqüilos? Não sejais preguiçosos em entrardes para tomar posse
dessa terra” (Jz 18.9).
Lais representa, hoje, a cidade que
oferece uma falsa segurança como todas as cidades do mundo! Não passou de um
sonho do qual ninguém pode acordar... Ali, cada um vivia por si mesmo,
bastava-se a si mesmo. Confiavam nos bens, nas suas riquezas, nas suas posses.
Jamais poderiam imaginar que algo contrário ao seu comodismo, à sua
tranqüilidade, pudesse achegar ali e faze-los sofrer. Coitados, estavam
amparados numa falsa confiança, errada. Encostaram a escada de comodismo numa
parede falsa, mais cedo ou mais tarde essa parede iria ruir. Pensavam que
tinham de tudo porque nada lhes faltava: comida, dinheiro, casas confortáveis,
etc.
Lais nos ensina que dinheiro e bens
materiais não levam a nada, não oferecem segurança! Também adverte do grande
problema, quando as pessoas confiam em si mesmas e nas suas riquezas, porque
na hora “H” esses “bens de consumo” fogem de nós, diante do ataque inimigo.
Neste mundo, nossas riquezas, bens materiais são alvos certos para atrair os
inimigos, ladrões. São também alvos errados para dedicarmos toda a nossa vida
em favor deles. Riquezas são bens momentâneos e frágeis demais para que
dediquemos o melhor de nossos dias só em busca deles. Na hora de um perigo
iminente eles não oferecem suporte e nem segurança e “esses bens” nos são
tirados num piscar de olhos sem que nada possamos fazer para impedi-lo.
Por isso a Palavra de Deus nos
adverte: “Não ajuntes para vós tesouros na terra, onde a traga e a ferrugem
tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros
no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não
minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro aí estará o teu coração”
(Mt 6:19-21).
O povo dessa cidade pensava que tinha
tudo e estava totalmente enganado! Na realidade não possuía nada! Só podemos
ser verdadeiramente ricos quando ternos “bens espirituais”, e eles não os
possuíam. Não conheciam o Deus Verdadeiro, o Senhor dos céus e da Terra, o Deus
que abençoa e protege, o Deus que liberta os seus das mãos do inimigo!
Eles se enganaram pensando que estar
tranqüilos por causa das suas riquezas, quietos cada um no seu cantinho, e sem
amigos para se incomodar com eles, “fosse o melhor modo de vida”. Qual nada!
Não gozavam da verdadeira riqueza, que era a presença de Deus; não tinham o
amigo de todos os momentos para defendê-los! Eram pobres e estavam nus!
“Porquanto dizes: Sou rico, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; não
sabes que és um coitado, e miserável, e pobre e nu” (ap 3.17-18). Aquela gente
tão rica, na verdade, era tão pobre. Faltava conhecimento do Deus ,
Todo-Poderoso “que galardoa os seus com seus bens enquanto eles dormem” (Sl
127.2b). No dia “D”, e na hora “H”, não tiveram ninguém para socorrê-los e
foram totalmente destruídos” Tudo o que para eles representou “segurança” foi
completamente queimado, virou cinzas!
Será que hoje, em pleno século XXI,
não precisamos ouvir novamente Deus dizendo para nós, brasileiros que vivem num
país a caminho do primeiro mundo: “Aconselho-te que de mim compres ouro
refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas,
e não seja manifestada a vergonha de tua nudez; e colírio, a fim de ungires os
teus olhos, para que vejas”?
Toda e qualquer aquisição material,
por mais necessária que seja, há de ser deixada aqui, se acabará, se tornará
cinzas um dia! Mas os bens eternos, permanecerão para sempre! Abençoarão a
muitos, jamais terão fim! Nunca nos serão roubados ou destruídos! “Quem tem ouvidos
ouça o que o Espírito diz às Igrejas!” (Ap 2.7a).
Oremos por um Brasil rico de Deus e da
sua Palavra para que muitos missionários possam sair pelos países ricos do
planeta, mostrando qual é a verdadeira riqueza! Mostrando Jesus como a
Segurança Eterna. Como a ÚNICA SOLUÇÃO para a solidão e o Único Amigo para preencher
todos os momentos com alegria mesmo em crise, ou choro ou perda. Trabalhemos
para ter com o que repartir com aqueles que precisam de nossa ajuda; trabalhemos
para termos nosso sustento, e, por que não dizer termos riquezas, sermos ricos,
com todo o cuidado para não confundirmos o brilho do ouro com o brilho da
salvação!