Tema: Celebração da Esperança
Extraído do suplemento de missões
"Pastor e Igreja", ano 2000,
por Pr. Alexandre Rosa Lobo
(Jackson,
Tennessee, EUA; E-mail: Shirazawalobo@juno.com
Pr. José Antônio Corrêa
Texto: l Pe 1.3-9
Introdução:
O
texto é um hino de louvor que celebra a esperança encontrada somente no
Evangelho.
Falar
de missões é falar de esperança, pois o fim último de toda ação missionária é a
transformação da realidade de vida pelo evangelho.
Se
entendemos o "modus operandi" da esperança seremos capazes de
desenvolver uma consciência (o pensar) e um compromisso (o fazer) missionários.
Temos
uma viva esperança que nos desafia a viver com alegria. E, se assim for,
daremos um viva à esperança.
1. Uma viva Esperança
(v. 3-5)
A
afirmação do conteúdo da nossa fé: A ressurreição de Jesus Cristo. Nossa
esperança é viva porque Jesus Cristo está vivo.
A
misericórdia de Deus, Seu amor infalível é o princípio da nossa salvação. (Lm
3.22-26). Esse amor se revelou plenamente na encarnação de Cristo (Jo 1.14).
Rm
5.3-5: A esperança não confunde porque não deixa perdido. Não decepciona,
porque não deixa frustrado, sem realização. Ela é consistente, constante e
confiável. Isso por causa do amor de Deus. A esperança é conseqüência do amor
de Deus.
A
esperança cristã tem fundamento na história. Ela não é fictícia, mas fatual.
Nossa fé não é inócua ou vazia por causa da ressurreição de Cristo.
1
Co 15.3, 4, 14: A ressurreição valida a nossa esperança. Ela dá legitimidade e
certeza à nossa fé.
2
Tm 1.12: "Eu sei em quem tenho crido". Note: "Eu sei". Não
é apenas uma possibilidade, é uma realidade. "Em quem". Não é apenas
em "que, mas, em "Quem". O conteúdo da nossa fé não é apenas uma
idéia, mas alguém: Jesus. Por isso não desesperamos. A esperança é aqui
definida como uma "herança" que é permanente, pura e perfeita. (v. 4)
2. Viva a Esperança
(v. 6, 7)
O
desafio da prática da nossa fé. É preciso viver a esperança. Ela não é apenas
expectação futura, mas realidade presente.
Afirmamos
a nossa esperança com alegria, ainda que em meio a provas e aflições. Alegria e
esperança são inseparáveis (Rm 5.2).
As
nossas aflições são: Reais ("agora"). Temporalmente limitadas
("por um pouco de tempo"). Esse tempo é curto quando comparado com a
eternidade (2 Co 4.17). Diversificadas ("em diversas provas").
Necessárias, pois mostram o valor da nossa fé, mais preciosas que qualquer
valor humano-temporal.
As
provas não somente mostram, mas também geram esperança.
Rm
5.1-5: Uma cadeia de fatos que se sucedem resultando ao final em esperança.
Suportamos viver e lutar num presente pleno de aflições porque temos certeza do
futuro: Jr 29.11 pode ser lido de duas maneiras: "Um futuro e uma
esperança" ou "o futuro que esperais". Deus nos dará o futuro que
esperamos, e a esperança de que precisamos para esperar esse mesmo futuro. Ele
nos dá o que crer e como crer.
A
esperança luta com a realidade. Ela é em si mesma uma contestação do
"status quo". Ela clama e reclama por uma reviravolta na situação
presente. Se assim não for, ela deixa de ser esperança e passa a ser somente
sentimento passivo e ineficaz.
3. Um viva à Esperança
(v. 3.7, 9)
A
celebração da nossa fé. Quando louvamos ao Senhor, estamos, por assim dizer,
dando um Viva à Esperança.
O
texto começa com uma exclamação de louvor: "Bendito!", fala da prova
da fé que resulta em "louvor; glória e honra" e termina com
"exultais com alegria inefável e cheia de glória".
Nossa
alegria é tão grande que nem mesmo as palavras podem descrevê-la. É preciso que
se cante a esperança aos que vivem "sem eira nem beira", de qualquer
maneira, buscando alento, abrigo e alegria.
É
preciso que se dê "a razão da esperança que há em nós" (1 Pe 3.15).
Isso significa mais que simples palavras. Há muita pregação que é apenas
falação. Dar razão da esperança é afirmar o evangelho em todas as suas
dimensões e implicações.
É
preciso celebrar o evangelho. O fim último da nossa existência é a glorificação
de Deus.
Conclusão:
Nossa
esperança é retrospectiva porque se fundamenta na ressurreição de Cristo. É
combativa porque nos faz lutar com a realidade presente. É prospectiva porque
nos faz olhar para um futuro de glória conduzindo-nos assim ao louvor a Deus.
"Tendo,
pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar", de muita alegria
no viver; e de muita gratidão no louvar.