A PROPOSTA DIVINA PARA O SEU POVO –
PARTE III
BENEFÍCIOS DA OBEDIÊNCIA À PROPOSTA
DIVINA PARA ESCOLHA ENTRE O BEM E O MAL, A VIDA E A MORTE, A BENÇÃO E A
MALDIÇÃO
DT 30.15-20
Pr. José Antônio Corrêa
"15
Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. 16 Se
guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, de
andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e
os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te
abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres. 17 Mas se o teu
coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares outros
deuses, e os servires, 18 declaro-te hoje que certamente perecerás; não
prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o Jordão, a fim
de a possuíres. 19 O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que
te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida,
para que vivas, tu e a tua descendência, 20 amando ao Senhor teu Deus,
obedecendo à sua voz, e te apegando a ele; pois ele é a tua vida, e o
prolongamento dos teus dias; e para que habites na terra que o Senhor prometeu
com juramento a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de
dar".
INTRODUÇÃO:
1.
No estudo anterior vimos três exigências para sermos abençoados em nossa vida
cristã. A primeira delas, está ligada ao amor que devemos demonstrar a Deus.
Nossa vida em Deus deve ser vivida num amor profundo, onde estejam envolvidos
nosso coração, sentimentos, alma e todo nosso vigor físico. A segunda exigência
é a obediência aos princípios da Palavra de Deus. Se de fato amamos a Deus,
precisamos demonstrar este amor através de uma obediência irrestrita aos
mandamentos e princípios exarados nas Escrituras. Já a última exigência, tem a
ver com a idolatria. Se amamos a Deus e obedecemos sua Palavra, em nosso
coração não ficará lugar para outros deuses, ou imagens de escultura. Devemos
nos precaver também da idolatria praticada por um apego excessivo a bens
materiais, como por exemplo: emprego, carro, casa, dinheiro, posição, etc., bem
como família, incluindo filhos, esposa, mãe, etc. Podemos ter coisas materiais,
uma família maravilhosa, mas jamais colocá-las acima de nossa devoção a Deus!
2.
Hoje estaremos analisando alguns benefícios de nossa obediência à proposta
divina. Quando servimos a Deus e obedecemos seus mandamentos, certamente
seremos coroados com bênçãos grandiosas. Muitos filhos de Deus levam uma vida
cristã medíocre, sem sentido, em razão de desconhecerem os seus benefícios em
Cristo! Quando o Senhor morreu no Calvário, levou sobre si todas as maldições
que pesavam sobre nós, "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se
maldição por nós...", Gl 3.13. Em razão da obra de Cristo na cruz,
não devemos aceitar sobre nós nenhuma maldição do diabo! Em Cristo somos mais
do que vitoriosos. Não há razão para vivermos capengando, escorregando,
manquejando! Precisamos aprender a desfrutar do melhor de Deus!
3.
Vejamos, então, algumas coisas que teremos por estar debaixo da obediência à
proposta divina:
TEREMOS:
I – VIDA LONGA NA TERRA
VS. 16, 20
"Viverás",
"Ele é a tua vida e o prolongamento de teus dias"
1.
Pelo texto lido nas Escrituras, podemos dizer que os filhos de Israel somente
poderiam desfrutar do melhor da terra da promessa e consequentemente terem uma
vida prolongada, se trilhassem no caminho divino. Era desejo de Deus que seu
povo tivesse uma vida longa e frutífera na terra. A morte prematura provocada
por um desastre, por uma doença incurável, ou por um assassinato, etc., não faz
parte do propósito de divino para o seu povo. Daí a palavra de Moisés, pela
boca de Deus: "Ele (o Senhor) é a tua vida, o prolongamento de teus
dias". Sendo Deus a "vida" de seu povo, e o "prolongamento
de seus dias" pressupõe-se que a vida deverá ser longa.
2.
Esta promessa é vista em todo o Velho Testamento:
a)
Dt 4.40, "E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que
eu te ordeno hoje, para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, e
para que prolongues os dias na terra que o Senhor teu Deus te dá, para todo o
sempre". Esta "vida" próspera e longa, estava condicionada à
obediência dos "estatutos e mandamentos" ordenados pelo Senhor. Certamente,
a obediência ao Senhor nos dará vida longa na terra!
b)
Dt 5.16, "Honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu Deus te
ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que
o Senhor teu Deus te dá". Aqui esta "vida longa" está
condicionada ao respeito e obediência aos progenitores. É digno de nota que
este mandamento é repetido por Paulo em sua carta aos Efésios, "Honra a
teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa)", Ef 6.2.
A rebelião e revolta contra os pais encurtará a vida!
c)
Sl 21.1-4, " 1 Na tua força, ó Senhor, o rei se alegra; e na tua
salvação quão grandemente se regozija! 2 Concedeste-lhe o desejo do seu
coração, e não lhe negaste a petição dos seus lábios. 3 Pois o proveste de
bênçãos excelentes; puseste-lhe na cabeça uma coroa de ouro fino. 4 Vida te
pediu, e lha deste, longura de dias para sempre e eternamente". Neste
Salmo, Davi, como rei de Israel, reconhece sua vida próspera como uma dádiva
divina, que também lhe acrescentou "...longura de dias para sempre e
eternamente".
d)
Sl 91.14-16, "14 Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei
num alto retiro, porque ele conhece o meu nome. 15 Quando ele me invocar, eu
lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei. 16 Com
longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação". Já aqui
temos uma declaração profética, onde Deus promete estar conosco na angústia,
trazendo livramento e honra, ao mesmo tempo em que nos fartará com
"longura de Deus".
3.
Ao nos tornarmos crentes através da fé no sacrifício de Cristo, a mesma vida
que foi prometida ao povo de Deus no Antigo Testamento, é também a nós confiada
pelo Senhor. Fomos salvos para viver vida longa e abençoada na terra e por fim,
a vida eterna nos céus. É esta a idéia que podemos ver em Jo 10.10,
"O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que
tenham vida e a tenham em abundância". Muitos pensam que ao recebermos
Cristo em nosso coração, nos tornando filhos do reino, perdemos vida, bens,
privilégios, etc. Porém Jesus nos promete acrescentar "cem vezes
mais" de tudo que deixamos por amor de seu nome, "E todo o que tiver
deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por
amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna", Mt
19.29.
4.
Talvez o conceito de longevidade para vida física na terra, não seja tão
valorizado no Novo Testamento, porque a vida que recebemos em Jesus, é vida sem
fim! Se inicia aqui, mas continuará na eternidade! A morte para o crente é
apenas o fim de um estágio e o início de outro - na presença de Deus. É por
esta razão que o apóstolo Paulo não usa o termo "morte" –
"yanatov - thanatos" (grego), mas sim o termo "dormir" –
"koimaw - koimao" (grego), quando se refere à morte dos crentes. Veja
Algumas referências:
a)
1 Co 15.17-18, "17 E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa
fé, e ainda estais nos vossos pecados. 18 Logo, também os que dormiram em
Cristo estão perdidos".
b)
2 Pe 3.3-4, "3 sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão
escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências, 4
e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais
dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação".
4.
Em outros trechos Paulo usa o termo "partir" – grego "analuw -
analuo", "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de
partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor", Fp 1.23.
Veja ainda 2 Tm 4.6, onde temos o termo "partida", (analusiv
analusis": "Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o
tempo da minha partida está próximo". Nossa partida é para ir ao encontro
do Senhor! Nosso corpo embora vá para o pó, nosso espírito sobe para Deus,
"...e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o
deu", Ec 12.7.
5.
Diante dos textos acima, podemos ver que o conceito de vida ou morte para o
crente do Novo Testamento, é diferente do conceito do Velho Testamento. Isto não
quer dizer também, que precisamos morrer prematuramente. A vida longa e
próspera na terra é bênção de Deus! Mas se como filhos de Deus, tivermos que
morrer prematuramente por amor a Cristo, tal fato não nos tirará os privilégios
conquistados pela cruz de Cristo em nosso favor.
II – UMA FAMÍLIA ABENÇOADA
V. 16
"...então
viverás, e te multiplicarás..."
1.
Possuir uma família numerosa, era também um grande privilégio nos dias do Velho
Testamento, isto em razão de que a família normalmente se expandia para um
povo, uma pequena ou grande nação. Quanto mais numerosa fosse a família, mais
potencial para guerra possuía! Isto tornava o grupo apto para defender suas
propriedades dos inimigos à sua volta. É por esta razão que a esterilidade da
mulher era considerada uma maldição divina, enquanto que a fertilidade era tida
bênção do Senhor, Êx 23.26, "Na tua terra não haverá mulher que
aborte, nem estéril; o número dos teus dias completarei".
2.
Se a fertilidade era bênção divina, cumpre dizer que as mulheres dos filhos de
Deus deveriam ser férteis, para que suas famílias se multiplicassem
grandemente. Este é um conceito amplamente visto por todo o Antigo Testamento:
a)
Bênção prometida a Abraão, Gn 17.1-2, "1 Quando Abrão tinha noventa
e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso;
anda em minha presença, e sê perfeito; 2 e firmarei o meu pacto contigo, e
sobremaneira te multiplicarei". Observe que nesta aparição divina, Abraão
já tinha noventa e nove anos e sua mulher Sara era estéril. Porém, a despeito
de todas as circunstâncias contrárias, vem a promessa divina de uma
multiplicação familiar, concretizada com o nascimento de Isaque, dando origem
ao povo de Israel.
b)
Prometida a Ismael, Gn 17.20, "E quanto a Ismael, também te
tenho ouvido; eis que o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e
multiplicá-lo-ei grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma
grande nação". Ismael foi o filho bastardo de Abraão, advindo de seu
relacionamento adulterino com a escrava Agar. Através de Ismael, Deus também
promete uma família numerosa. Ele seria pai de "doze príncipes", e de
uma "grande nação".
c)
Prometida a Isaque, Gn 26.1-4, " 1 Sobreveio à terra uma
fome, além da primeira, que ocorreu nos dias de Abraão. Por isso foi Isaque a
Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar. 2 E apareceu-lhe o Senhor e disse: Não
desças ao Egito; habita na terra que eu te disser; 3 peregrina nesta terra, e
serei contigo e te abençoarei; porque a ti, e aos que descenderem de ti, darei
todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Abraão teu pai; 4 e
multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu, e lhe darei todas
estas terras; e por meio dela serão benditas todas as nações da terra".
Temos neste texto a confirmação da promessa transmitida a Abraão. Para Isaque
Deus afirma que sua descendência seria tão numerosa "...como as estrelas
do céu". Porém não podemos nos esquecer, que Deus já havia falado
anteriormente a Abraão usando o exemplo das estrelas, para se referir à
grandiosidade da nação em embrião, Gn 15.5, "Então o levou para
fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar;
e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência".
d)
Resultado da multiplicação no Egito, Gn 47.27, "Assim
habitou Israel na terra do Egito, na terra de Gósen; e nela adquiriram
propriedades, e frutificaram e multiplicaram-se muito". As promessas
transmitidas aos patriarcas de que seriam um povo numeroso, começaram a ser
cumpridas quando a família de José desceu ao Egito para fugir de uma grande
fome que assolava Canaã. Embora as Escrituras nos mostram setenta pessoas da
família de Jacó descendo ao Egito, Gn 46.27 - "e os filhos de José,
que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de Jacó, que
vieram para o Egito eram setenta", quando deixaram o Egito em demanda à
terra da promessa, estima-se que eram cerca de um milhão e setecentos mil, não
contando mulheres e crianças.
3.
Já no Novo Testamento, o conceito de multiplicação envolve não tanto a família
carnal, mas a família de Cristo:
a)
Multiplicação do número de discípulos, At 6.7, "E
divulgava-se a palavra de Deus, de sorte que se multiplicava muito o número dos
discípulos em Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé".
b)
Multiplicação da Igreja, At 9.31, "Assim, pois, a igreja em
toda a Judéia, Galileia e Samaria, tinha paz, sendo edificada, e andando no
temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se multiplicava".
c)
Multiplicação da Palavra, At 12.24, "E a palavra de Deus
crescia e se multiplicava".
4.
Creio que a Igreja atual precisa da tônica espiritual que envolveu os crentes
de Atos para provocar um crescimento sem precedentes! Certamente o desejo de
Deus é que sua Igreja Gloriosa, mesmo que invisível aos nossos olhos, seja
composta por um número extremamente grande de discípulos. Façamos nossa parte
na pregação da Palavra e evangelização para que este número se multiplique cada
vez mais!
III – PROSPERIDADE NA TERRA
V. 16
"...e
o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que estás entrando para a
possuíres"
a)
Prosperidade na vida de José, Gn 39.3, "E viu o seu senhor
que Deus era com ele, e que fazia prosperar em sua mão tudo quanto ele
empreendia". Ver ainda Gn 39.23, "E o carcereiro não tinha
cuidado de coisa alguma que estava na mão de José, porquanto o Senhor era com
ele, fazendo prosperar tudo quanto ele empreendia". A vida de José é um
exemplo de como Deus pode transformar uma situação caótica, desastrosa, numa
situação abençoada e próspera. Vendido como escravo pelos seus próprios irmãos,
José foi parar na casa de Potifar. Ali "Deus era com ele, e ..."
fazia prosperar em sua mão tudo quanto ele empreendia. Depois através da trama
de mulher de Potifar, foi parar na prisão, mas não sem a bênção divina, onde
novamente "...o Senhor era com ele, fazendo prosperar tudo quanto ele
empreendia". Tudo culminou com José sendo a segunda autoridade no Egito, Gn
41.40, "Tu estarás sobre a minha casa, e por tua voz se governará todo
o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu".
b)
Prosperidade na posse da terra, Dt 28.11, "E o Senhor te
fará prosperar grandemente no fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais e
no fruto do teu solo, na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus
pais te dar". Nesta promessa, Deus iria colocar seu povo na terra da
promessa para ser um provo abençoado e próspero. Suas mulheres teriam muitos
filhos, seus animais muitas crias, e a terra produziria fartamente, etc.
c)
Prosperidade na vida de Josué, Js 1.8, "Não se aparte da tua
boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado
de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o
teu caminho, e serás bem sucedido". Observe a frase: "...porque então
farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido". É uma promessa de
prosperidade, porém condicionada ao fato de Josué "meditar" e
"ter o cuidado" de obedecer a Palavra de Deus.
d)
Prosperidade para o justo, Sl 1.3, "Pois será como a árvore
plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria,
e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará". Este Salmo nos
mostra como o justo, aquele que teme a Deus terá uma vida próspera e abençoada.
Note que para ele não haverá restrições. "Tudo" quando empreender
certamente prosperará!
2.
Ao olharmos para o Novo Testamento, veremos um conceito de prosperidade bem
mais amplo e abrangente. Este conceito está ligado a:
a)
Vida em Cristo, Jo 10.10, "O ladrão não vem senão para
roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância". Somente poderá desfrutar de uma "vida abundante",
aquele que receber a Cristo como Senhor.
b)
Uma troca de valores em favor do reino, Mt 19.29, "E todo o
que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou
terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida
eterna". Já mostramos anteriormente que os valores deixados por uma
dedicação ao Senhor, serão acrescidos de "cem vezes", além da
garantia de uma "vida eterna".
c)
Liberalidade em nossas contribuições para a obra de Deus, 2 Co
9.10-11, "10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para
comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da
vossa justiça. 11 enquanto em tudo enriqueceis para toda a liberalidade, a qual
por nós reverte em ações de graças a Deus". Este é um outro fator de
prosperidade na vida daquele que serve a Deus. Quando mais aplicamos na obra do
Senhor, tanto mais receberemos dele! Temos da promessa da "multiplicação
da sementeira", e do aumento nos "frutos da justiça". É lógico
que estes valores, não estão restritos apenas a valores "materiais",
mas também "espirituais". Quando servimos a Deus com nossos bens, com
certeza colheremos as benesses de nossas contribuições.
d)
Saúde para o corpo e para a alma, 3 Jo 2, "Amado, desejo que
te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai à tua
alma". Embora o presente texto não seja a descrição de alguma bênção
recebida, encontramos João desejando ao "amado Gaio", que seja
próspero em "todas as coisas", receba "saúde", e ao mesmo
tempo seja abençoado em sua alma.
3.
Evidentemente, que a nossa prosperidade maior, está reservada para a vida
eterna, onde:
a)
Receberemos "galardões", Mt 5.12, "Alegrai-vos e
exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram
aos profetas que foram antes de vós". A palavra "galardão", vem
do termo grego "misyov - misthos" e quer dizer "valor recebido
por algum trabalho", "as recompensas recebidas de Deus pelas boas
obras praticadas", etc.. Tal fato nos mostra que Deus nos paga e
"paga muito bem" por tudo que empreendemos em seu reino. A salvação é
de graça, mas o nosso trabalho na obra será devidamente recompensado!
b)
Receberemos os "tesouros" ajuntados na terra, Mt 6.19-20,
"19 Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os
consomem, e onde os ladrões minam e roubam; 20 mas ajuntai para vós tesouros no
céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam
nem roubam". Aqui Jesus faz uma comparação entre os tesouros terrenos -
sujeitos à ação de ladrões ou a deterioração, e os tesouros celestiais,
totalmente preservados e creditados em nossa conta na eternidade. A palavra
"tesouro", vem do grego "yhsaurov - thesauros", e nos dá a
idéia de "coisas preciosas armazenadas", "coleção de tesouros",
"depósito", "porta jóias", etc. Dependendo de nossa vida na
terra, estaremos depositando, ou não, tesouros, valores, em nossa conta nos
céus!
3.
Certamente, temos que separar a prosperidade terrena da prosperidade celestial.
Enquanto que a prosperidade terrena está ligada a bens materiais, a
prosperidade celestial é composta de coisas imateriais, espirituais. Se
almejamos prosperidade como membros do corpo de Cristo e participantes da
família de Deus, devemos estar dispostos a abrir mão de tudo o que temos, nos
dedicando a uma vida consagrada a Deus.
CONCLUSÃO
1.
Como pudemos ver hoje, há recompensas para aqueles que servem a Deus neste
mundo. Nada do que realizamos para Deus e em nome de Deus, ficará sem uma
gratificação da parte do Senhor. Vimos por exemplo que se andarmos na
obediência teremos:
a.
vida
longa na terra;
b.
família
numerosa – família de Deus;
c.
prosperidade
material e espiritual.
2.
Embora o mundo pregue com voz estridente que a conversão cristã implica em
perda de privilégios neste mundo, podemos afirmar com convicção que isto não
condiz com a realidade de nossa vida em Deus. Pelo contrário, quando servimos a
Deus em amor, nos dedicando a ele, nossas necessidades serão totalmente
supridas de maneira abundante, "Meu Deus suprirá todas as vossas
necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus", Fp
4.19. Observe a palavra "todas". Esta palavra é abrangente a tudo
quando necessitarmos no presente mundo. Que alegria a nossa de poder contar com
a provisão do Todo-Poderoso, que estará suprindo nossas carências materiais e
espirituais!