CEIA DO SENHOR PARA A FAMÍLIA DE
DEUS
Pr. José Antônio Corrêa
EF 2 19 "Assim que já não sois
estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de
Deus".
INTRODUÇÃO:
1.
Durante esta semana, os irmãos estiveram pensando no tema "família",
que deve ser um dos alvos mais importantes da Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Assim dizemos por que a família ocupa lugar de destaque na Igreja e é através
dela que vamos alcançar o mundo em que vivemos. Uma família cristã estruturada
e que vive nos princípios da Palavra de Deus, será, sem sombra de dúvidas, um
canal de grande importância para a evangelização e transformação do mundo.
2.
Porém, embora fazendo parte de uma família terrena, fazemos também parte de uma
outra família, que é muito mais importante do que a família terrena, que é a "família
de Deus". Quanto Jesus estava sendo argüido sobre sua família terrena,
expressou:
"48 ...Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?
49 E, estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha
mãe e meus irmãos; 50 Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai
que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe", Mt 12.48-50.
3.
Esta reação de Jesus nos mostra que acima dos valores familiares terrenos,
estão os valores da "família do Reino", que devem ser
cultivados por nós que a formamos, sendo esta a família que Paulo se referiu no
versículo inicial de nossa palavra desta noite.
4.
Pelo que entendemos, Jesus instituiu à "família de Deus", duas
ordenanças importantes: Batismo e Ceia. Nesta noite nós estaremos realizando a
segunda ordenança dada por Jesus - A Ceia do Senhor. "QUEREMOS MOSTRAR AOS IRMÃOS ALGUMAS PARTICULARIDADES
RELACIONADAS À CEIA DO SENHOR":
1 Co 11.23-32, "23 Porque eu recebi do Senhor
o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou
o pão; 24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o
meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 25
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em
memória de mim. 26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e
beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. 27
Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor
indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. 28
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste
cálice. 29 Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua
própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. 30 Por causa
disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. 31
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. 32
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo".
I - NA CELEBRAÇÃO DA CEIA DO
SENHOR, DEVEMOS LEVAR EM CONTA O SEU ASPECTO "MANDAMENTO",
"ORDENANÇA" DO SENHOR
Vs. 23, "Porque eu recebi do Senhor o que também
vos ensinei..."
2.
Na exposição de Paulo no Vs. 23, observamos que o "eu"
é enfático no texto. Ele destaca a autoridade de Paulo como interprete e
representante de Cristo. Embora Paulo não tenha participado da Ceia no dia de
sua instituição, recebeu dos outros apóstolos as condições em que ela deveria
ser praticada pelos seguidores do Senhor.
3.
Ele informa que a transmissão do conceito e da prática da Ceia, era de acordo
com os ensinos do próprio Senhor. Assim, ele Paulo, estava sendo um interprete
fiel das palavras de Cristo, o que dava a ele a autoridade necessária para
ensinar aos irmãos de Corinto e aos filhos de Deus de qualquer tempo na
história da Igreja.
4.
Devemos participar da Ceia do Senhor, não apenas como um ritual religioso, mas
com a certeza de que estamos obedecendo a Palavra do Senhor. Devemos nos portar
obedientemente, para sermos motivo de testemunho para outros, Rm 16.19a, "Quanto
à vossa obediência, é ela conhecida de todos".
II - NA CELEBRAÇÃO DA CEIA DO
SENHOR, DEVEMOS LEVAR EM CONTA O SEU ASPECTO SIMBÓLICO
Vs. 24-25, "24 E, tendo dado graças, o
partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei
isto em memória de mim. 25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou
o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto,
todas as vezes que beberdes, em memória de mim".
1.
Há dois elementos importantes, Pão e Vinho:
a.
Pão, que simboliza o corpo de Cristo, Jo 6.48-51, "48 Eu
sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram.
50 Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. 51
Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para
sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do
mundo".
Jesus
é o Pão da Vida. Isto simboliza o sustento espiritual. Quando o Pão é partido,
significa que o Corpo de Cristo foi partido por nós. Isto deve ser feito em "memória
de mim", ou seja em lembrança a tudo quanto Jesus fez.
b.
Vinho, que simboliza o sangue de Cristo, Rm 3.25, "Ao qual
Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a
sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de
Deus". A expiação no V.T., era por meio do sangue de animais:
Lv 1.1-5, "1 E chamou o Senhor a Moisés, e
falou com ele da tenda da congregação, dizendo: 2 Fala aos filhos de
Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao Senhor, oferecerá a
sua oferta de gado, isto é, de gado vacum e de ovelha. 3 Se a sua oferta
for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da
congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o Senhor. 4 E
porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele,
para a sua expiação. 5 Depois degolará o bezerro perante o Senhor; e os
filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em
redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação".
Hb 10.1-5, "1 Porque tendo a lei a sombra
dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos
sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a
eles se chegam. 2 Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque,
purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado. 3
Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados, 4
Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados. 5
Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste,
Mas
corpo me preparaste".
2.
Na nova aliança, houve mudança. O sangue de Cristo substituiu todo ritual de
sacrifício. Hoje não precisamos mais do sacrifício de bodes e bois, para serem
remidos os nossos pecados, pois o sangue de Cristo derramado na cruz, cumpriu todas
as exigências legais do Antigo Testamento e foi oferecido uma vez e para
sempre, Hb 10.12, 14, "12 Mas este, havendo oferecido para
sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, 14
Porque com uma só oblação (oferenda, oferta) aperfeiçoou para sempre os que são
santificados".
III - NA CELEBRAÇÃO DA A CEIA DO
SENHOR, DEVEMOS LEVAR EM CONTA SEU ASPECTO JULGAMENTO
Vs. 27, "27 Portanto, qualquer que comer
este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do
sangue do Senhor. 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma
deste pão e beba deste cálice. 29 Porque o que come e bebe indignamente,
come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. 30
Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. 31
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. 32
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo".
1.
"Não podemos participar dela indignamente". Vejamos alguns pontos do
que pode ser "participar indignamente":
a.
"Participar indignamente", pode incluir a participação na mesa
do Senhor e na mesa dos demônios simultaneamente, I Co 10.21, "Não
podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser
participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios". Paulo está
falando da influência dos ídolos, que nada são além de demônios, na vida
daquele que diz professar o nome de Cristo. Quem é de Jesus, deve ter um compromisso
somente com ele e não pode ter os pés em duas canoas. Ou se serve a Deus e
participa de sua mesa, ou se serve ao diabo e participa da mesa dos demônios.
b.
"Participar indignamente", pode incluir a falta de respeito e
reverência, para com este ato tão sublime e importante:
1 Co 11.17-22, "17 Nisto, porém, que vou
dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para
pior. 18 Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja,
há entre vós dissensões; e em parte o creio. 19 E até importa que haja
entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós. 20
De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.
21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim
um tem fome e outro embriaga-se. 22 Não tendes porventura casas para
comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada
têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo".
c.
"Participar indignamente" pode incluir o fato de se estar com
problemas com outro irmão do Corpo de Cristo:
Mt 5.23-24, "23 Portanto, se trouxeres a tua
oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro
com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta".
2.
Por estas razões, é necessário fazer um exame interior, Vs. 28,
"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste
cálice". Caso não haja um concerto diante do Senhor, o participante
indigno estará sujeitos às seguintes conseqüências:
a.
"Torna-se culpado do Corpo de Cristo", Vs. 27. Isto equivale
dizer que esta pessoa "profanou", "violou", "pecou
contra", o Corpo do Senhor. Devemos lembrar que "Corpo de
Cristo", não se restringe apenas ao seu corpo físico, que andou sobre
a terra, mas também ao seu "Corpo", que ainda vive sobre a
terra, ou seja, sua Igreja:
- 1 Co 12.27, "Ora, vós sois o corpo de Cristo, e
seus membros em particular".
- Cl 1.24, "Regozijo-me agora no que padeço por
vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo,
que é a igreja".
b.
Cai na "própria condenação", Vs. 29. Temos aqui a idéia
de "punição", "um veredicto judicial com sentença
condenatória". Está em foco uma "punição", ou
"penalidade", um tipo de disciplina drástica para aquele que não leva
a sério a Ceia do Senhor. Esta disciplina, ou julgamento pode incluir:
-
Fraqueza física, Vs. 30, "...muitos fracos...".
-
Uma doença, Vs. 30, "...muitos... doentes...".
-
Até mesmo a morte, Vs. 30, "...muitos que dormem".
Conclusão:
1.
Como "família de Deus", estamos agora diante da Mesa do
Senhor, para participarmos de sua Ceia. É através da Ceia que são revistas:
a.
Nossa comunhão com o Senhor.
b.
Nossa comunhão com nossos irmãos, incluindo também os elementos de nossa
família terrena, ou seja "pais e filhos" e "esposo e
esposa".
2.
Para sermos abençoados através da Ceia é preciso rever nossa vida interior,
através de um auto exame, onde devemos concertar o que está errado, curando
nossas mágoas, ressentimentos, amarguras, etc.
3.
Caso não acertemos nossas diferenças, como pais, filhos, irmãos na fé,
estaremos correndo o risco de ser julgados pelo Senhor, que pode nos impor uma
disciplina, que inclui fraqueza física, doença e pasmem! morte.