EF 2.1SESS. VIDA DO CRENTE ANTES DE SUA CONVERSÃO.

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

INTRODUÇÃO:

1. Ef 2 dá continuidade à oração iniciada por Paulo no Vs. 15, quanto ele pede ao Espírito Santo que venham abrir os "olhos do coração dos Efésios para compreenderem através da sabedoria e revelação, a vocação que Deus lhe tinha dado, a riqueza de sua glória e a suprema grandeza de seu poder".

2. O Capítulo 2, é uma exposição da frase "Suprema grandeza do seu poder, para conosco", Vs. 19.

3. O capítulo se divide em duas parte: A primeira fala de nossa situação de onde Deus nos resgatou, Vs. 2-1-10; A segunda fala da nossa situação social, como povo de Deus, como Igreja de Deus, Vs. 2.11-22.

I - A CONDIÇÃO ANTERIOR.

1. Paulo Esta escrevendo a uma Igreja gentílica, cujos membros haviam sido pagãos.

2. A primeira palavra que Paulo usa para descrever a situação do pagão, do incrédulo, do homem sem Cristo, é a palavra "morte", "Mortos nos vossos delitos e pecados", Vs. 1. A palavra "mortos" aqui, , tem o conteúdo espiritual e abrange alguns pontos:

a. O morto físico, não pode se comunicar. O morto espiritual não tem capacidade de comunicação com Deus, Is 59.2.

b. O morto físico, deixa de ter vida e começa a se decompor. A situação do homem sem Deus, também é uma situação de decomposição, deterioração.

c. Esta morte é provocada pelo pecado, Rm 5.12.

3. No Vs. 2, Paulo fala do "andar" anterior do crente que envolve também alguns pontos:

a. Seguiam o "curso do mundo", e o mundo está em oposição contra Deus, Tg 4.4.

b. Seguiam o "príncipe da potestade do ar". Este príncipe é o próprio Satanás, com sua força maligna que arrasta atrás de si quem vive distante de Deus. Ele engana, mente, e seduz as pessoas, II Co 4.4.

c. "andavam segundo as inclinações da carne", Vs. 3. Tal Vs., indica um tipo de escravatura. A carne escraviza o homem. Esta inclinação para a carne é natural no morto espiritual, no homem sem Deus, Rm 8.6-8; 1.18.

e. "Éramos por natureza, filhos da ira, Vs. 3. Isto mostra que os que descrêem em Deus, são por natureza, "Filhos da Ira", Jo 3.36.

4. Esta ira de Deus, é contra o pecado, contra a rebelião do homem. Em Rm 1.18sess., temos o fato de que "a ira de Deus se revela contra toda sorte de impiedade, que se demonstra em duas formas:

a. Entrega do homem às suas própria paixões, permitindo que o seu pecado o escravize cada vez mais, Vs. 24-26 - "Contaminação carnal".

b. Entrega do homem "A uma disposição mental reprovável", Vs. 28. "contaminação mental".

6. A ira de Deus, não é apenas para esta vida, mas se estende para o tempo vindouro. É esta ira futura que cria no coração humano o terror ao defrontar-se com a morte. Ela se descreve em Rm 2.1sess, como ira que se acumula.

7. Contra esta ira, e para se salvar e escapar dela é que o evangelho deve ser pregado no mundo inteiro. Somente os filhos de Deus verdadeiros, é que estão aguardando a volta de Cristo, que nos livrará da ira vindoura, I Ts 1.10.

8. Esta ira de Deus, é descrita de maneira emocionante na Parábola do Filho Pródigo. O filho fugindo de casa, buscando os prazeres do mundo e do pecado, está sob a ira de Deus. Voltando para casa, arrependido, fica livre desta ira, recebendo o amor do Pai.

II - A CONDIÇÃO ATUAL.

1. "Pelo sangue de Cristo chegastes perto", Vs. 2.13:

a. O sangue de Cristo, desfez a barreira da distância e da inimizade, Cl 1.20-22.

b. O pecado nos separa de Deus, Is 59.2. O sangue de Cristo, trata com nossos pecados e nos aproxima de Deus, Hb 9.13-14.

2. "Possuidores de Cristo, nossa paz", Vs. 2.14.

a. Não há mais distância. Estamos perto de Deus e Ele é a nossa paz. A paz não é apenas um sentimento, mas é o próprio Cristo.

b. Rm 5.1.

3. "Unidos aos outros filhos de Deus, sem distinção de raça", Vs. 2.14-17:

a. Algumas frase importantes:

a.1. "O qual de ambos os povos fez um", Vs. 14. É mesmo que aproximação. Judeus e gentios eram inimigos, irreconciliáveis. Em Cristo estão perfeitamente unidos.

a.2. "Derrubando a parede de separação", Vs. 14. Não pode haver separação entre os filhos de Deus. Isto não significa que devemos concordar com o pecado e com erros doutrinários, Jd 3; 2Co 6.14-16.

a.3. "...Na sua carne aboliu a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem", Vs. 15.

a.3.1. Na cruz, Jesus derrubou o muro de separação, destruindo a inimizade, Vs. 14. Entre Deus e o homem e entre o homem e o homem (salvos). Ele criou em si um novo homem, que constitui o seu corpo, onde Ele é a cabeça, Cl 1.18.

a.3.2. Isto não quer dizer que devemos ser a favor do ecumenismo. Não podemos aceitar a Palavra de Deus falsificada, II Co 2.17; 4.2.

4. "Possuidores em Cristo de livre acesso ao Pai no Espírito Santo", Vs. 2.18.

a. Nosso Salvador nos arrancou da morte espiritual e o Espírito Santos nos vivificou e nos levou à presença de Deus.

b. O que era impossível em Israel, uma vez por ano e somente para o Sumo Sacerdote, é concedido agora a todos os filhos de Deus. O livre acesso ao Pai, Hb 4.16.

5. "Concidadãos dos Santos e da família de Deus, Vs. 2.19.

a. A separação com o passado é nítida. Não somos mais estrangeiros, nem forasteiros, mas passamos a pertencer à família de Deus: A palavra estrangeiro, tem a ver com peregrino, com alguém sem Pátria Espiritual fixa.

b. Através de Cristo, nós adquirimos uma Pátria e passamos a pertencer a uma nova família, a família de Deus, Jo 1.12; Rm 8.15.

CONCLUSÃO:

1. Em relação a primeira parte do texto, que se refere ao tempo em que não conhecíamos a graça de Deus, temos a concluir o seguinte:

a. A condenação do mundo é tríplice:

a.1. É uma condenação de morte.

a.2. É uma condenação de decomposição.

a.3. É uma condenação de incapacidade de movimentar-se na direção de Deus.

b. É uma fila de escravatura, andando segundo o "curso deste mundo", debaixo do terrível e cruel comando de Satanás, e ainda uma condenação inevitável da separação do verdadeiro Pai.

2. Já em relação à segunda parte, vimos como fomos resgatados daquela vida sob os cuidados de Satanás, e passamos a viver sob o comando de Cristo. Lembremos alguns pontos:

a. Passamos a possuir a paz verdadeira.

b. Fomos unidos em Cristo, sem distinção de cor, raça, etc.

c. Temos acesso ao Pai, pelo Espírito Santo.

d. Passamos a ser concidadãos dos santos e da família de Deus.