DÍZIMO
ML 3.6-12
Pr. José Antônio Corrêa
ML 3.6-12, "6 Pois eu, o Senhor, não mudo;
por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. 7 Desde os dias de
vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós
para mim, e eu tornarei para vós diz o Senhor dos exércitos. Mas vós dizeis: Em
que havemos de tornar? 8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais,
e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. 9 Vós
sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação
toda. 10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos
exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal
bênção, que dela vos advenha a maior abastança. 11 Também por amor de
vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a
vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos exércitos.
12 E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma
terra deleitosa, diz o Senhor dos exércitos".
INTRODUÇÃO:
1.
Malaquias escreveu seu livro por volta do ano 430, no tempo de Neemias.
Ele enfrentou alguns problemas, tais como:
a.
Negligência e indiferença ao culto no Templo.
b.
Abuso dos líderes (sacerdotes), nas cerimônias religiosas, Ml 1.7-8,
"7 Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em que te
havemos profanado? Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é desprezível. 8 Pois
quando ofereceis em sacrifício um animal cego, isso não é mau? E quando
ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu
governador; terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor
dos exércitos".
c.
O povo não estava cumprindo seus deveres religiosos e os dízimos eram
negligenciados.
d.
Predominavam os casamentos mistos, acompanhados por uma vertiginosa queda nos
padrões morais.
2.
Porém, mesmo diante destes problemas e de outros enfrentados pelo profeta,
havia um grupo fiel ao Senhor, Ml 3.16, "Então aqueles que temiam
ao Senhor falaram uns aos outros; e o Senhor atentou e ouviu, e um memorial foi
escrito diante dele, para os que temiam ao Senhor, e para os que se lembravam
do seu nome". O texto escolhido fala sobre a negligência do povo em
relação ao dízimo. Ser negligente nos dízimos e nas ofertas, significa amargar
sérias consequências. Vejamos nesta noite: "As Consequências de Não
Sermos Dizimistas":
I. DESVIO DOS OBJETIVOS DIVINOS
Vs. 7-8
1.
A reclamação quanto ao desvio dos objetivos, incluía desde os tempos passados:
"Desde os dias e nossos pais, vos desviastes...", (7). Quase
sempre, o que vivemos hoje é consequência de erros e fracassos de nossos
antepassados. Mas isto não deve ser justificativa para nos corrigirmos.
2.
Embora, os antepassados do povo de Deus, tiveram influências más sobre o povo,
eles também tiveram influências boas:
a.
Abraão, Gn 14.20, "E bendito seja o Deus Altíssimo, que
entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de
tudo".
b.
Jacó, Gn 28.22, "então esta pedra que tenho posto como
coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o
dízimo".
c.
Abraão e Jacó, foram dizimistas antes mesmo de qualquer exigência legal.
3.
Deus deseja que seu povo corrija seus objetivos, para um relacionamento mais
profundo com Ele: "Tornai-vos para mim, e eu me tornarei para
vós...", (7). Uma passagem semelhante é Zc 1.3-4, "1 No
oitavo mês do segundo ano de Dario veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias,
filho de Berequias, filho de Ido, dizendo: 2 O Senhor se irou fortemente
contra vossos pais. 3 Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor dos
exércitos: Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos exércitos, e eu me tornarei
para vós, diz o Senhor dos exércitos. 4 Não sejais como vossos pais, aos
quais clamavam os profetas antigos, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos:
Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não
ouviram, nem me atenderam, diz o Senhor". Os pais haviam desprezado ao
Senhor e o povo estava no mesmo caminho. Sempre há tempo de um retorno aos
objetivos divinos.
4.
Para se corrigir os objetivos, é necessário que admitamos nossos erros. O que
não acontecia com os israelitas. Vejam a pergunta insolente deles: "Em
que havemos de tornar?". Coisa pior do que o pecado é quanto o povo de
Deus peca, e não admite seus pecados. Há pessoas que se julgam "santos",
jamais receberão as bênçãos de Deus. Atitude semelhante encontramos no capítulo
1.6-8, "6 O filho honra o pai, e o servo ao seu amo; se eu,
pois, sou pai, onde está a minha honra? e se eu sou amo, onde está o temor de
mim? diz o Senhor dos exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome.
E vós dizeis: Em que temos nós desprezado o teu nome? 7 Ofereceis sobre
o meu altar pão profano, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que
pensais, que a mesa do Senhor é desprezível. 8 Pois quando ofereceis em
sacrifício um animal cego, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou o
doente, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; terá ele agrado em
ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos exércitos".
5.
Vamos corrigir nossos passos para trilharmos os objetivos divinos.
II. SER CONSIDERADO
"LADRÃO"
Vs. 8-10
1.
O verbo traduzido por "roubar", indica a ideia de "tomar
a força". Poderia também ter a ideia de "tirar vantagem",
"lograr".
2.
De fato, quanto o crente não entrega seu dízimo, está roubando, logrando a
Deus. O dízimo, é "Santo ao Senhor". É do Senhor, Lv 27.30,
"30 Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do
fruto das árvores, pertencem ao senhor; santos são ao Senhor".
3.
Se o dízimo é de Deus, não nos pertence. Devemos obedecer os critérios da
Palavra de Deus, para entregá-lo fielmente ao Senhor:
a.
Deve ser trazido para a casa do Senhor, onde ele será administrado, (10), "Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e
depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as
janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a
maior abastança".
b.
Não posso desviá-lo, ou gastá-lo a meu bel prazer, pois não é meu.
c.
Não posso também reter uma parte, pois continuarei sendo ladrão. Estarei
mentindo a Deus e a mim mesmo, Atos 5.1-11, "1 Mas um certo
homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, 2
e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e levando a outra parte,
a depositou aos pés dos apóstolos. 3 Disse então Pedro: Ananias, por que
encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses
parte do preço do terreno? 4 Enquanto o possuías, não era teu? e
vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em
teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5 E Ananias, ouvindo
estas palavras, caiu e expirou. E grande temor veio sobre todos os que souberam
disto. 6 Levantando-se os moços, cobriram-no e, transportando-o para
fora, o sepultaram. 7 Depois de um intervalo de cerca de três horas,
entrou também sua mulher, sabendo o que havia acontecido. 8 E
perguntou-lhe Pedro: Dize-me vendestes por tanto aquele terreno? E ela
respondeu: Sim, por tanto. 9 Então Pedro lhe disse: Por que é que combinastes
entre vós provar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram
o teu marido, e te levarão também a ti. 10 Imediatamente ela caiu aos
pés dele e expirou. E entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a para
fora, sepultaram-na ao lado do marido. 11 Sobreveio grande temor a toda
a igreja e a todos os que ouviram estas coisas".
4.
Se nós temos roubado a Deus, vamos receber o tratamento de ladrão:
a.
"Não roubarás", é um dos Dez Mandamentos, Êx 20.15,
"15 Não furtarás".
b.
Aquele que rouba, atrai para si a ira de Deus, Ez 22.29-31, "29
O povo da terra tem usado de opressão, e andado roubando e fazendo violência ao
pobre e ao necessitado, e tem oprimido
injustamente
ao estrangeiro. 30 E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro,
e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a
destruísse; porém a ninguém achei. 31 Por isso eu derramei sobre eles a
minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho
lhes recaísse sobre a cabeça, diz o Senhor Deus".
5.
Quando retenho meu dízimo, estou roubando de Deus.
III. ESTAR DISPOSTO À AÇÃO DO
DEVORADOR
Vs. 9, 11
1.
Já vimos que quando retemos nossos dízimos, atraímos para nós a ira de Deus.
Esta ira, vem acompanhada de maldição, (9), "Vós sois amaldiçoados
com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda". Esta
maldição, está ligada ao devorador, (11), "Também por amor de vós
reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a
vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos
exércitos.
a.
O devorador aqui mencionado, era provavelmente um tipo de gafanhoto, que
devastava tudo o que era verde, o que era um desastre para as plantações e
consequentemente para as colheitas, Jl 1.4, "O que a locusta cortadora
deixou, a voadora o comeu; e o que a voadora deixou, a devoradora o comeu; e o
que a devoradora deixou, a destruidora o comeu".
b.
A ação dos gafanhotos, seria inibida nas roças e pastos daqueles que entregavam
fielmente seus dízimos na Casa do Senhor. Porém, estes gafanhotos, seriam
mantidos nas lavouras e pastagens dos desobedientes.
2.
Quando Deus retira suas bênçãos, ficamos totalmente desprotegidos contra a ação
do inimigo:
Ag 1.6, "Tendes semeado muito, e recolhido
pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos,
mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco
furado".
Ag 9-11, "9 Esperastes o muito, mas eis
que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei
com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha
casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa.
10 Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho, e a terra retém os
seus frutos. 11 E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as colinas,
sobre o trigo e o mosto e o azeite, e sobre tudo o que a terra produz; como
também sobre os homens e os animais, e sobre todo o seu trabalho".
Ag 2.15-18, "15 Agora considerai o que
acontece desde aquele dia. Antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do
Senhor, 16 quando alguém vinha a um montão de trigo de vinte medidas,
havia somente dez; quando vinha ao lagar para tirar cinquenta, havia somente
vinte. 17 Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com saraiva, em todas
as obras das vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o
Senhor. 18 Considerai, pois, eu vos rogo, desde este dia em diante,
desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se lançaram os
alicerces do templo do Senhor, sim, considerai essas coisas".
3.
O espírito ganancioso do não dizimista, o levará a perder mais do que ganha,
Pv 11.24, "Um dá liberalmente, e se torna mais rico; outro retém mais
do que é justo, e se empobrece".
4.
Muitos não dizimista, justificam sua ação usado de maneira errada o texto de
2Co 9.7, onde temos: "Cada um contribua, conforme propôs em seu
coração...". Justificam dizendo "que dízimo não é lei e nós estamos
debaixo da graça". Vejamos o contexto da passagem:
a.
Se dízimo fosse lei, Abraão e Jacó, não teriam sido dizimista, uma vez que
viveram antes da lei.
b.
Mesmo admitindo que dízimo fosse lei, devemos, então, dar mais do que o dízimo,
pois nossa "justiça deve exceder em muito a justiça dos escribas e
fariseus", Mt 5.20.
c.
Recebemos bênçãos na medida em que dermos para Deus e para nosso próximo, 2Co
9.6, "Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e
aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará".
5.
O fato de muitos não serem dizimistas, os deixam a mercê da ação do devorador.
Seja um dizimista na Casa de Deus.
CONCLUSÃO:
1.
Se o não dizimista, está longe dos objetivos de Deus, é tomado como ladrão, e
está sujeito à ação do devorador, em contra partida, o dizimista é abençoado
pelo Senhor com bênçãos sem medida:
a.
Ml 3.10, "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos
exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal
bênção, que dela vos advenha a maior abastança".
b.
1Co 9.10, "Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para
comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da
vossa justiça".
2.
Não crente: O que Deus pede de você nesta noite? Deus não pede o teu
dinheiro, o dízimo, mas sim o teu coração, "Filho meu, dá-me o teu
coração", Pv 23.26.