ISLAMISMO
Extraído da Revista Ultimato, pag.
23 de Maio de 1996.
Pr. José
Antônio Corrêa
1.
Sumário histórico: O fundador do Islamismo foi Maomé (em árabe
Muhammad ou Muhammed). Nasceu no ano de 570 depois de Cristo, em Meca,
na Arábia Saudita. Já adulto, aos 25 anos, Maomé confessou estar recebendo
muitas visões, as quais ele próprio declarava não saber se eram de Deus, ou do
diabo. Sua esposa Kadija encorajou-o a crer que aquelas visões eram da
parte de Deus. A partir dali ele rejeitou o politeísmo de seus contemporâneos e
passou a apregoar o monoteísmo. Essa visões assinalaram o começo da chamada
profética de Maomé por parte de Alá (Deus em árabe). Maomé, continuou recebendo
visões até a sua morte, que ocorreu em 632 d.C.
3.
Suas principais crenças - O Alcorão: A base da doutrina islâmica
encontra-se no Alcorão, que é o livro sagrado dos muçulmanos. Ele é a única
regra de fé e prática do Islamismo. Grande parte foi escrito por Maomé e, outra
parte, escrita por seus sucessores. O muçulmano crê que só há um Deus, que
Maomé é o seu maior profeta e o Alcorão é o único livro infalível. O Alcorão
compõe-se de cento e catorze capítulos. Foi colocado na forma escrita só depois
da morte de Maomé.
4.
Seus postulados de fé: Há cinco artigos de fé que postulam (ou compõem) a
crença muçulmana: espera-se que todos os que adotam o Islamismo creiam nisso:
a.
Deus: Só existe um Deus verdadeiro, e seu nome é Alá. Ele é Onisciente,
Todo-Poderoso e Juiz Soberano. Contudo, ele não é um Deus Pessoal. Acha-se
acima do homem em todos os sentidos, não podendo ser conhecido como uma
personalidade. O Islamismo ensina a unidade da essência de Deus, excluindo
explicitamente a doutrina da Santíssima Trindade. Não aceita a divindade de
Jesus nem o Espírito Santo. Os muçulmanos não crêem na morte e ressurreição de
Jesus nem na salvação por seu intermédio.
b.
Os Anjos: A existência dos anjos é um dos pontos fundamentais do
Islamismo. Os muçulmanos crêem que o anjo Gabriel apareceu a Maomé e lhe deu as
revelações de Alá. Al Shaytan é o diabo, um anjo caído ou jinn.
Um jinn na fé muçulmana, é uma daquelas criaturas entre os anjos e os homens, e
podem ser bons, ou maus.
c.
Os Profetas: No Islamismo, crê-se que deus falou através de muitos
profetas no decurso dos séculos. Os seis maiores profetas dentre eles, são:
Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Maomé. Contudo, Maomé é o último e maior de
todos os profetas.
d.
Os Últimos Dias: No último dia, haverá a ressurreição e o julgamento.
Aqueles que tiveram seguido a Alá e a Maomé, irão para o céu islâmico, chamado
de paraíso. Mas, aqueles que tiverem feito oposição a Alá e a Maomé, serão
lançados no inferno (os cristãos estão incluídos neste grupo, segundo os
muçulmanos).
e.
O Céu Islâmico: Assim diz o Alcorão: "Os salvos serão admitidos ao
paraíso, onde se inclinarão em divãs macios, saboreando taças de vinho, e
casar-se-ão com lindas donzelas".
5.
As chamadas "cinco colunas" do Islamismo: Além das cinco maiores
crenças ou doutrinas do Islamismo, há também as cinco colunas de fé do
movimento:
a.
O Credo, ( em árabe Kalima): Não há Deus além de Alá, e Maomé é o
profeta de Alá. Essa é a rocha que serve de base para a fé islâmica. Os fiéis
repetem esta declaração de fé continuamente em suas orações.
b.
As Esmolas, (em árabe Zakat): Dar esmolas é um ato profundamente valioso
para o muçulmano. O dever e a responsabilidade dos doadores é doar, e devem ser
considerados felizes por tal ato, que os ajuda na sua salvação.
c.
As Orações, (em árabe Salat): A oração, como um rito, é uma prática muito
importante para um muçulmano devoto. A prática da oração acontece cinco vezes
ao dia: ao nascer do sol, ao meio-dia, ao meio da tarde, ao pôr do sol e antes
de recolher-se ao leito. A oração deve ser feita em direção à Meca, com o rosto
e as mãos encostados no chão.
d.
O Jejum, (em árabe Ramadam): Os islamitas fiéis jejuam do alvorecer ao
crepúsculo, a cada dia do mês de Ramadam, que é considerado santo. O Jejum,
segundo eles, desenvolve o autocontrole, a devoção a Alá e a identidade com os
necessitados.
e.
A Peregrinação, (em árabe Hajj): De todos os muçulmanos espera-se que,
ao menos uma vez, na vida, façam uma peregrinação à Meca. Essa viagem faz parte
da obtenção da salvação por parte dos muçulmanos.
f.
Há um sexto dever religioso, vinculado às cinco colunas supramencionadas.
Trata-se da Jihad, ou guerra santa. Esse dever requer que, quando a
situação o exija, os homens devem ir à guerra, a fim de propagar o Islamismo e
defendê-lo contra os infiéis. Àquele que morrer durante a Jihad fica-lhe
assegurado a vida eterna no paraíso.