BARREIRAS ENFRENTADAS POR JESUS NA
RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
JO 11.1SESS.
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO:
1.
Durante o seu ministério terreno, Jesus enfrentou os mais terríveis obstáculos
para realizar sua missão de salvar o mundo. Ora a incredulidade e indiferença
de seus discípulos, ora a oposição dos judeus, ou outras situações de natureza
revolta, como rebelião, traição, ingratidão, etc.
2.
Porém, em todas as situações, Jesus manteve o controle, demonstrando com todo o
poder que era o Filho de Deus. Nesta noite, estamos diante de um dos milagres
mais extraordinários e notáveis de Cristo e de todo o Novo Testamento. Para que
o milagre fosse realizado, o Senhor precisou transpor "Alguns
Obstáculos Significativos":
I - JESUS ENFRENTOU A INDIFERENÇA
VS. 1-9, 16
1.
Jesus recebeu a notícia de que Lázaro, seu amigo estava gravemente enfermo, v.
3, "Mandaram, pois, as irmãs dizer a Jesus: Senhor, eis que está
enfermo aquele que tu amas". A família de Lázaro, Marta e Maria, era uma
família muito amada por Jesus, v. 5, "Ora, Jesus amava a Marta, e a
sua irmã, e a Lázaro". O Senhor freqüentemente visitava a casa deles:
Mt 21.17, "E deixando-os, saiu da cidade para
Betânia, e ali passou a noite".
Lc 10.38, "Ora, quando iam de caminho, entrou
Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa".
Lc 24.50, "Então os levou fora, até Betânia; e
levantando as mãos, os abençoou".
2.
Mesmo depois de receber a notícia, Jesus permaneceu dois dias onde estava, v.
6, "Quando, pois, ouviu que estava enfermo, ficou ainda dois dias no
lugar onde se achava". Porém, depois de dois dias, declarou a seus
discípulos o desejo de ir para a Judéia e consequentemente para Betânia, cidade
onde morava a família de Lázaro, v. 7, "Depois disto, disse a seus
discípulos: Vamos outra vez para Judéia".
3.
Tal decisão de Jesus, esbarrou na indiferença de seus discípulos, v. 8:
"Disseram-lhe eles: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e
voltas para lá".
a)
É verdade que Jesus correria um grande risco ao retornar para a Judéia, pois
muitos de lá queriam sua morte. No Capítulo 10 do Evangelho de João, o Senhor
já havia sido ameaçado de morte, Jo 10.33, 39, "33 Responderam-lhe
os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por
blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus. 39 Outra vez, pois,
procuravam prendê-lo; mas ele lhes escapou das mãos".
b)
Os discípulos, não podiam entender como Jesus estava disposto para voltar
àquela região, apenas porque seu amigo Lázaro estava doente. Não podiam
entender a gravidade da situação. Estavam indiferentes. Não acompanhavam o
raciocínio de Cristo.
4.
Não há coisa pior para Deus, do que a indiferença de seu povo em relação às
coisas espirituais. Esta indiferença e mornidão espiritual, o Senhor pode
verificar na igreja de Laodicéia, denunciando tal prática na carta dirigida a
ela, Ap 3.15-16, "15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem
quente; oxalá foras frio ou quente! 16 Assim, porque és morno, e não és quente
nem frio, vomitar-te-ei da minha boca".
5.
Este comportamento também é demonstrado claramente no diálogo que se seguiu, v.
9-16: "9 Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém
andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; 10 mas se andar de noite,
tropeça, porque nele não há luz. 11 E, tendo assim falado, acrescentou: Lázaro,
o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.12 Disseram-lhe, pois, os
discípulos: Senhor, se dorme, ficará bom. 13 Mas Jesus falara da sua morte;
eles, porém, entenderam que falava do repouso do sono. 14 Então Jesus lhes
disse claramente: Lázaro morreu; 15 e, por vossa causa, folgo de que eu lá não
estivesse, para que creiais; mas vamos ter com ele. 16 Disse, pois, Tomé,
chamado Dídimo, aos seus condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com
ele".
6.
Jesus enfrentou a indiferença de seus discípulos. Não sejamos indiferentes à
manifestação do poder de Deus.
II - JESUS ENFRENTOU O DESESPERO
Vs. 21-27, 28-35
1.
O clima em Betânia era o pior possível:
a)
Lázaro estava enterrado há quatro dias, v. 17, "Chegando pois
Jesus, encontrou-o já com quatro dias de sepultura". É provável que Lázaro
morrera no mesmo dia em que Jesus recebeu a notícia de sua enfermidade. Era
impossível, que Lázaro tivesse sido enterrado vivo.
b)
As irmãs Marta e Maria, estava desconsoladas:
b.1)
A reação de Marta, vs. 21-24, "21 Disse, pois, Marta a
Jesus: Senhor, se meu irmão não teria morrido. 22 E mesmo agora sei que tudo
quanto pedires a Deus, Deus to concederá. 23 Respondeu-lhe Jesus: Teu irmão há
de ressurgir. 24 Disse-lhe Marta: Sei que ele há de ressurgir na ressurreição,
no último dia.". A reação de Marta esbarra na declaração mais profunda do
Senhor neste texto, conforme podemos ver nos vs. 25-26, "25
Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que
morra, viverá; 26 e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês
isto?" Há três pontos importantes nesta declaração:
b.1.1)
Jesus se declara como sendo a própria ressurreição e a vida, Jo 14.6,
"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem
ao Pai, senão por mim".
b.1.2)
Jesus declara que quem nEle crer, mesmo que esteja morto, recebe vida
instantânea, Ef 2.1, "Ele vos vivificou, estando vós mortos nos
vossos delitos e pecados".
b.1.3)
Jesus declara que quem recebe esta vida, viverá para sempre, Jo 8.51,
"Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra,
nunca verá a morte".
b.2)
Reação de Maria, vs. 32-33, "32 Tendo, pois, Maria chegado
ao lugar onde Jesus estava, e vendo-a, lançou-se-lhe aos pés e disse: Senhor,
se tu estiveras aqui, meu irmão não teria morrido. 33 Jesus, pois, quando a viu
chorar, e chorarem também os judeus que com ela vinham, comoveu-se em espírito,
e perturbou-se". Como Marta, Maria também estava em desespero. Chorava
muito. Seu choro provocou um sentimento profundo em Jesus. Ele "comoveu-se
em seu Espírito e perturbou-se", v. 35. Jesus se emocionou
profundamente. Cristo nunca ficou indiferente às necessidades humanas, Mt
14.14, "Possuído de íntima compaixão". Tal comoção no caso de
Lázaro, levou Jesus ao choro, v. 35. Possuímos um Senhor que chora,
frente às necessidades humanas. Ele tem sentimentos de profunda afeição por
nós.
2.
Jesus enfrentou o desespero das irmãs, se envolvendo emocionalmente como elas.
Em nosso desespero e angústia, podemos arrancar lágrimas de Jesus. Ele nos ama
profundamente. Muito mais do que seu choro, foi seu ideal de morrer por mim e
por você.
III - JESUS ENFRENTOU A
INCREDULIDADE
VS. 37-38
3.
Tal observação destes judeus, levou Cristo a ter outra reação emocional.
"Agitou-se em seu espírito", v. 38. Esta reação, foi bem
diferente da reação dEle nos vs. 33-35, quando comovido, chorou. Foi uma
reação de indignação.
4.
Deus não tolera a incredulidade do homem. Certamente, a incredulidade de muitos
é a razão de não receberem as bênçãos de Deus. Foi o que aconteceu em
Cafarnaum, Mc 6.5-6, "5 E não podia fazer ali nenhum milagre, a não
ser curar alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 E admirou-se da
incredulidade deles. Em seguida percorria as aldeias circunvizinhas,
ensinando".
6.
Não podemos permitir que a incredulidade nos afaste do Deus Vivo!
IV - JESUS ENFRENTOU A MORTE
VS. 39-44
1.
Vimos que Lázaro morrera a quatro dias, v. 17, "Chegando pois
Jesus, encontrou-o já com quatro dias de sepultura".
2.
Jesus ordenou que a pedra da porta do sepulcro fosse tirada. Porém, Marta, que
vinha mantendo uma atitude de incredulidade, ofereceu alguma resistência, v.
39, "Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe:
Senhor, já cheira mal, porque está morto há quase quatro dias". Tal ordem
de Jesus, além de esbarrar na incredulidade de Marta, esbarrou também na
incredulidade dos Judeus e em suas leis cerimoniais. De acordo com estas leis,
um sepulcro não poderia ser aberto, pois aqueles que tocassem no sepulcro
ficariam imundos. Tais leis, não permitiam uma aproximação menos que dois
metros do túmulo.
4.
Jesus insiste que a glória de Deus seria manifestada naquela situação, v. 40,
"Respondeu-lhe Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de
Deus?" Ele já falara desta manifestação da glória de Deus no v. 4,
"Jesus, porém, ao ouvir isto, disse: Esta enfermidade não é para a morte,
mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por
ela". Tudo quanto Jesus realizou na terra, foi para a glória de Deus, Jo
17.4, "Pai, desejo que onde eu estou, estejam comigo também aqueles
que me tens dado, para verem a minha glória, a qual me deste; pois que me
amaste antes da fundação do mundo".
5.
Jesus orou ao Pai e ordenou a Lázaro que saísse para fora do túmulo, v.
41-44, "41 Tiraram então a pedra. E Jesus, levantando os olhos ao céu,
disse: Pai, graças te dou, porque me ouviste. 42 Eu sabia que sempre me ouves;
mas por causa da multidão que está em redor é que assim falei, para que eles
creiam que tu me enviaste. 43 E, tendo dito isso, clamou em alta voz: Lázaro,
vem para fora! 44 Saiu o que estivera morto, ligados os pés e as mãos com
faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e
deixai-o ir". O espírito de vida voltou ao corpo em putrefação, que foi
restaurado imediatamente, inclusive da doença que o levou à morte.
6.
Jesus manifestou seu grande poder sobre a morte!
CONCLUSÃO:
1.
Devemos ter cuidado com a indiferença e a incredulidade, pois tais sentimentos
podem nos arrastar para a apostasia religiosa, como muitos que já abandonaram
Cristo. Devemos lembrar aqui, da letra do hino l64 do Cantor Cristão em
sua terceira estrofe, "Quantos que corriam bem, já não mais contigo vão.
Outros correm, mas também, frios e sem amor estão".
2.
Não crentes: Lázaro estava morto há quatro dias. Seu físico estava em
processo de deterioração, mas foi revitalizado pelo poder de Cristo. Há pessoas
que estão morrendo em seus delitos e pecados, Rm 6.23, "Porque o
salário do pecado é a morte...", e estão em processo de deterioração
moral, espiritual. Cristo está disposto a restaurar vidas, tanto fisicamente,
como também espiritualmente, vs. 25-26, "25 Declarou-lhe Jesus: Eu
sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e
todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto?"