PRINCÍPIOS DE CONQUISTA

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

INTRODUÇÃO:

 

 

1. A promessa da “Terra de Canaã”, remonta os dias de Abraão, quando Deus lhe ordenou que saísse da “...da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”, Gn 12.1. Essa promessa foi repassada durante muitos anos, a todas as gerações posteriores. Estamos agora nos dias de Josué. Depois de um longo período histórico, culminando com quatrocentos anos de escravidão egípcia, a promessa está prestes a se cumprir. Porém, para tomar posse da terra o povo precisava conquistá-la. É verdade que a conquista seria comandada, dirigida pelo Senhor, onde Ele mesmo estaria indo à frente de seu povo para desbaratar seus inimigos. Isto de fato se concretizou algum tempo mais tarde com a posse da terra!

 

2. Assim como o povo de Deus deveria conquistar a terra prometida, qualquer um de nós também deve ter algo a ser conquistado. Este objeto a ser conquistado pode ser a cura de uma doença, a restauração de um lar desfeito, a retirada de um filho do poder das drogas, a compra da casa própria, etc.. Quantos de nós ficam por anos a fio sem ver nossa conquista ser concretizada! Deus tem promessas para seus filhos! Quando agimos com fé na Palavra de Deus, vivendo em obediência, Deus certamente nos honrará e nos fará alcançar os objetivos que temos. Assim como Deus comandou a ação contra Jericó e o povo pode vislumbrar a grande conquista, nós também, na dependência do Todo-Poderoso, podemos realizar grandes conquistas em nossa vida. Queremos ver  quais são “OS PRINCÍPIOS DE UMA CONQUISTA”:

 

 

I. TER CONVICÇÃO DA PRESENÇA DIVINA

JS 5.13-15

 

 

“13 Ora, estando Josué perto de Jericó, levantou os olhos, e olhou; e eis que estava em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua. Chegou-se Josué a ele, e perguntou-lhe: És tu por nós, ou pelos nossos adversários? 14 Respondeu ele: Não; mas venho agora como príncipe do exército do Senhor. Então Josué, prostrando-se com o rosto em terra, o adorou e perguntou-lhe: Que diz meu Senhor ao seu servo? 15 Então respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Tira os sapatos dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E Josué assim fez”.

 

1. O povo havia acabado de atravessar o Jordão e podia ver Jericó pujantemente edificada no alto da colina. Era a primeira e grande cidade a ser conquistada! Enquanto Josué fazia os preparativos para a batalha, pode observar entre os soldados, um homem que estava entre eles com uma “espada nua” (desembainhada). Devido, talvez, à sua forma de vestir e o comportamento daquele estranho, Josué achou que poderia se tratar de um inimigo infiltrado. Daí a pergunta: “És tu por nós, ou pelos nossos adversários?”. Para sua surpresa se tratava do “príncipe do exército do Senhor”, ou seja o próprio Deus no meio deles!

 

2. Quando somos obedientes ao Senhor e estamos empenhados numa conquista, devemos saber que o Deus de Poder estará conosco. Não sou eu quem vou pelejar, mas Ele fará a guerra por mim. Foi diante de uma tremenda guerra contra os moabitas e amonitas, que Jeosafá ouviu de Jaaziel, filho de Zacarias - profeta do Senhor, as seguintes palavras: “...Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Jeosafá. Assim vos diz o Senhor: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, porque a peleja não é vossa, mas de Deus”, 2 Cr 20.15.

 

3. Sim Deus estará comigo e pelejará por mim! Vejamos algumas promessas de Deus da presença divina:

 

a) Josué, Js 1.9, “Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares”.

 

b) Povo de Israel, Dt 7.21-23, “21 Não te espantes diante deles, porque o Senhor teu Deus está no meio de ti, Deus grande e terrível.22 E o Senhor teu Deus lançará fora de diante de ti, pouco a pouco, estas nações; não poderás destruí-las todas de pronto, para que as feras do campo não se multipliquem contra ti. 23 E o Senhor as entregará a ti, e lhes infligirá uma grande derrota, até que sejam destruídas.”

 

c) Ciro, Is 45.2, “1 Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão; 2 eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro. 3 Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome”.

 

4. Em qualquer conquista como filhos obedientes de Deus, podemos contar com a presença do Todo-Poderoso, que irá à nossa frente!

 

 

II. ESTAR ATENTO ÀS INSTRUÇÕES DIVINAS

JS 6.3-5

 

 

“3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, contornando-a uma vez por dia; assim fareis por seis dias. 4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca; e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas. 5 E será que, fazendo-se sonido prolongado da trombeta, e ouvindo vós tal sonido, todo o povo dará um grande brado; então o muro da cidade cairá rente com o chão, e o povo subirá, cada qual para o lugar que lhe ficar defronte”.

 

1. Observe alguns detalhes da instrução divina:

 

a) A cidade deveria ser rodeada uma vez por dia, durante seis dias, v. 3.

 

b) Sete sacerdotes levariam sete trombetas de chifre de carneiro na frente da arca, v. 4.

 

c) No sétimo dia a cidade deveria ser rodeada sete vezes, e os sacerdotes deveriam tocar as trombetas, v. 4.

 

e) Ao ouvir o longo toque das trombetas de chifre de carneiro, todo o povo deveria “gritar”, v. 5.

 

f) Com este procedimento, os muros viriam abaixo e o povo deveria subir nele “cada qual em frente de si”, v. 5.

 

2. A ordem foi transmitida por Josué ao povo, com todos os detalhes, “6 Chamou, pois, Josué, filho de Num, aos sacerdotes, e disse-lhes: Levai a arca do pacto, e sete sacerdotes levem sete trombetas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor. 7 E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e marchem os homens armados adiante da arca do Senhor”, vs. 6-7.

 

3. Ao nos lançarmos numa conquista, precisamos estar atentos às instruções do Senhor. Certamente, haverá detalhes que precisamos observar, passos que devemos dar, para sermos bem sucedidos. Muitos cristãos fracassam em batalhas espirituais por não andarem segundo as instruções do Espírito de Deus. Ele com certeza, dará as estratégias, tornando possível nossa conquista.

 

4. Vejamos algumas ocasiões em que houve necessidade de se seguir às instruções divinas para a conquista da vitória:

 

a) Exemplo positivo, Gideão, “2 Disse o Senhor a Gideão: O povo que está contigo é demais para eu entregar os midianitas em sua mão; não seja caso que Israel se glorie contra mim, dizendo: Foi a minha própria mão que me livrou. 3 Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido volte, e retire-se do monte Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram. 4 Disse mais o Senhor a Gideão: Ainda são muitos. Faze-os descer às águas, e ali os provarei; e será que, aquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá. 5 E Gideão fez descer o povo às águas. Então o Senhor lhe disse: Qualquer que lamber as águas com a língua, como faz o cão, a esse porás de um lado; e a todo aquele que se ajoelhar para beber, porás do outro. 6 E foi o número dos que lamberam a água, levando a mão à boca, trezentos homens; mas todo o resto do povo se ajoelhou para beber. 7 Disse ainda o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam a água vos livrarei, e entregarei os midianitas na tua mão; mas, quanto ao resto do povo, volte cada um ao seu lugar”, Jz 7.2-7.

 

® A obediência aos princípios divinos trouxe a vitória. Pela instrução de Deus, Gideão deveria reduzir um exército de 32.000 homens para apenas 300. Deveria sair fora quem fosse “medroso”, “tímido”, e posteriormente aquele que não bebesse da água do rio, como bebe um cão. Com esta redução, Deus agora diz: “Com estes trezentos homens que lamberam a água vos livrarei, e entregarei os midianitas na tua mão...”. A estratégia divina estava pronta! Podiam sair para a guerra com a certeza da vitória!

 

b) Exemplo negativo, Saul, “1 Disse Samuel a Saul: Enviou-me o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois, agora as palavras do Senhor. 2 Assim diz o Senhor dos exércitos: Castigarei a Amaleque por aquilo que fez a Israel quando se lhe opôs no caminho, ao subir ele do Egito. 3 Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos. 4 Então Saul convocou o povo, e os contou em Telaim, duzentos mil homens de infantaria, e mais dez mil dos de Judá. 5 Chegando, pois, Saul à cidade de Amaleque, pôs uma emboscada no vale. 6 E disse Saul aos queneus: Ide, retirai-vos, saí do meio dos amalequitas, para que eu não vos destrua juntamente com eles; porque vós usastes de misericórdia com todos os filhos de Israel, quando subiram do Egito. Retiraram-se, pois, os queneus do meio dos amalequitas. 7 Depois Saul feriu os amalequitas desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do Egito. 8 E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas, porém a todo o povo destruiu ao fio da espada. 9 Mas Saul e o povo pouparam a Agague, como também ao melhor das ovelhas, dos bois, e dos animais engordados, e aos cordeiros, e a tudo o que era bom, e não os quiseram destruir totalmente; porém a tudo o que era vil e desprezível destruíram totalmente”, 1 Sm 15.1-10.

 

® A ordem de Deus foi clara: Os amalequitas deveriam ser castigados com a destruição e morte de homens, mulheres, crianças, animais, etc. Porém, Saul não cumpriu as determinações divinas ao poupar Agague, o rei, como também o “...melhor das ovelhas, dos bois, e dos animais engordados, e aos cordeiros, e a tudo o que era bom...”. A desobediência aos princípios divinos, foi um desastre para Saul, conforme nos mostra o texto seguinte: “10 Então veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo: 11 Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e clamou ao Senhor a noite toda. 12 E Samuel madrugou para encontrar-se com Saul pela manhã; e foi dito a Samuel: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si numa coluna e, voltando, passou e desceu a Gilgal. 13 Veio, pois, Samuel ter com Saul, e Saul lhe disse: Bendito sejas do Senhor; já cumpri a palavra do Senhor. 14 Então perguntou Samuel: Que quer dizer, pois, este balido de ovelhas que chega aos meus ouvidos, e o mugido de bois que ouço? 15 Ao que respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram, porque o povo guardou o melhor das ovelhas e dos bois, para os oferecer ao Senhor teu Deus; o resto, porém, destruímo-lo totalmente. 16 Então disse Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o Senhor me disse esta noite. Respondeu-lhe Saul: Fala. 17 Prosseguiu, pois, Samuel: Embora pequeno aos teus próprios olhos, porventura não foste feito o cabeça das tribos de Israel? O Senhor te ungiu rei sobre Israel; 18 e bem assim te enviou o Senhor a este caminho, e disse: Vai, e destrói totalmente a estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até que sejam aniquilados. 19 Por que, pois, não deste ouvidos à voz do Senhor, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor? 20 Então respondeu Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor, e caminhei no caminho pelo qual o Senhor me enviou, e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e aos amalequitas destruí totalmente; 21 mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do anátema, para o sacrificar ao Senhor teu Deus em Gilgal. 22 Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros 23 Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei. 24 Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto transgredi a ordem do Senhor e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos a sua voz. 25 Agora, pois, perdoa o meu pecado, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor. 26 Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel: 27 E, virando-se Samuel para se ir, Saul pegou-lhe pela orla da capa, a qual se rasgou. 28 Então Samuel lhe disse: O Senhor rasgou de ti hoje o reino de Israel, e o deu a um teu próximo, que é melhor do que tu”, 1 Sm 15.10-28.

 

5. Sejamos obedientes às instruções de Deus e conquistemos a vitória!

 

 

III. CONFIAR NA MANIFESTAÇÃO DO PODER DE DEUS

JS 6.2, 16

 

 

1. Temos duas frases significativas no texto, que nos mostram claramente que o poder de Deus se mostra evidente no meio deles:

 

a) Uma Declaração divina - “...entrego na tua mão Jericó, o seu rei e os seus homens valorosos”, v. 2.

 

b) A Certeza de Josué -  “Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade”, v. 16.

 

3. Não seria o toque das trombetas, nem o grito do povo que fariam vir abaixo os muros da cidade, facilitando desta maneira a conquista, mas sim a ação poderosa de Deus!

 

4. Muitos crentes não realizam grandes conquistas porque crêem num Deus limitado! Pelo menos é o que demonstram com suas ações em momentos de dificuldades. Recorrem ao homem, a situações, ao dinheiro, etc., quando deveriam recorrer a Deus, que tem o poder absoluto de libertação e socorro! É memorável ver como Davi, confiava no poder de Deus, quando estava em aperto: “Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus”, Sl 20.7.

 

4. Não podemos nos esquecer que Deus é reconhecido dentro da Palavra como o “Deus de Poder”.

 

a) Ele é chamado de:

 

® Poderoso, Sl 24.8, “Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha”. Ver ainda Sl 89.8, “Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?”

 

® Todo-Poderoso, Gn 48.3, “E disse Jacó a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou”. Ver ainda Jó 22.23, “Se te voltares para o Todo-Poderoso, serás edificado; se lançares a iniqüidade longe da tua tenda”.

 

® Deus Grande, Dt 10.17, “Pois o Senhor vosso Deus, é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem recebe peitas”. Ver ainda Sl 95.3, “Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses”.

 

® Tremendo, Sl 47.2, “Porque o Senhor Altíssimo é tremendo; é grande Rei sobre toda a terra”. Ver ainda Sl 68.35, “Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus de Israel, ele dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!”

 

a) Ele demonstrou seu poder:

 

® Na passagem de seu povo pelo mar, Sl 66.6, “Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele”. Ver ainda Sl 74.13, “Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas”

 

® Na condução deles pelo deserto, Dt 8.15, “...que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras e de escorpiões, e de terra árida em que não havia água, e onde te fez sair água da rocha pederneira”. Ver ainda Is 48.21, “e não tinham sede, quando os levava pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas jorraram”.

 

® Em Cristo - Através de curas, milagres, expulsão de demônios, domínio da natureza, etc.:

 

· Curou um cego e mudo, “Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mudo falava e via”, Mt 12.22.

 

· Repreendeu o vento, “Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança”, Mt 8.26.

 

· Expulsou demônios, “...e expulsou muitos demônios; mas não permitia que os demônios falassem, porque o conheciam”, Mc 1.34.

 

Etc., etc..

 

4. Estejamos cientes do poder de Deus em nosso favor em qualquer conquista empreendida!

 

 

IV – ABSTER-SE DAS COISAS CONDENADAS

JO 6.17-17

 

 

17 A cidade, porém, com tudo quanto nela houver, será anátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18 Mas quanto a vós, guardai-vos do anátema, para que, depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa alguma, e não façais anátema o arraial de Israel, e o perturbeis”.

 

1. A palavra “anátema”, vem do termo hebraico “Mrx” (cherem), tem como significado: “uma coisa devotada”, “uma coisa dedicada”, “devoção”, “proibição”. Evidentemente que tudo quanto havia na cidade poderia estar consagrado aos ídolos cananeus. Daí, a razão de Deus proibir seu povo de tomar para si qualquer coisa que fora instrumento de idolatria. Tudo deveria ser destruído, para não ficar quaisquer vestígios de idolatria!

 

2. Aquele que empreende uma conquista deve aprender a separar o vil daquilo que é precioso. O filho de Deus deve aprender a “...fazer separação entre o santo e o profano, e entre o imundo e o limpo”, Lv 10.10. Deve, em outras palavras, abster-se de coisas condenadas pela Palavra de Deus. O crente mundano, que se deixar atrair pelas “coisas condenadas”,  acaba atraindo para si maldição. Lembre-se que Acã, não ouviu a Palavra de Deus e foi banido do meio dos filhos de Deus, pagando com a vida sua displicência (Js 7).

 

3. Para sermos vitoriosos precisamos estar debaixo da obediência, santificados ao Senhor:

 

a) A falta de consagração e santificação, nos torna frágeis diante de nossos inimigos, “Levanta-te santifica o povo, e dize-lhe: Santificai-vos para amanhã, pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; não poderás suster-te diante dos teus inimigos, enquanto não tirares do meio de ti o anátema”, Js 7.13.

 

b) A falta de santificação nos torna impróprios para o serviço de Deus:

 

® Santificação dos sacerdotes para ministrarem perante o Senhor, “Ora, santifiquem-se também os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, para que o Senhor não se lance sobre eles”, Êx 19.22.

 

® Santificação dos líderes levitas para conduzirem a Arca da Aliança, “...e disse-lhes: Vós sois os chefes das casas paternas entre os levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do Senhor Deus de Israel ao lugar que lhe preparei”, 1 Cr 15.12.

 

c) Deus exige a santificação de seus filhos:

 

® Nossa santificação é da vontade de Deus, “Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição”, 1 Ts 4.3.

 

® Deus nos chamou para a santificação e não para a imundícia, “Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação”, 1 Ts 4.7.

 

® Fomos escolhidos desde o princípio para a santificação do espírito, “Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade”, 2 Ts 2.13.

 

® Sem a santificação, ninguém verá a Deus, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”, Hb 12.14.

   

4. Se quisermos conquistar a vitória, devemos nos manter santificados!

 

 

EXERCITAR A FÉ

HB 11.30

 

 

“Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias”.

 

1. A fé deve estar envolvida em qualquer conquista, uma vez que sem fé qualquer empreendimento espiritual não alcançará êxito! Para obtermos vitória precisamos aprender a exercitar nossa fé! Como vimos no texto acima, os muros de Jericó somente puderam vir abaixo graças à fé de Josué e do povo de Deus! De nada adiantaria o povo rodear a cidade e “gritar”, os sacerdotes tocarem as trombetas, se não houvesse o envolvimento por meio da fé.

 

2. O crente espiritual sabe o valor de sua fé, quando está buscando a vitória. Aliás, a chave da vitória é o agir em fé, “...porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”, 1 Jo 5.4. É evidente que o contexto deste versículo nos mostra a pressão que o mundo físico/espiritual exerce no filho de Deus. Esta pressão será dominada, conquistada quando colocarmos nossa fé em ação. Queremos ver alguns textos que confirmam a validade de exercitarmos nossa fé quando nos sentimos pressionados, acossados, encurralados pelo agir do diabo e seus demônios sobre nós:

 

a) O moço endemoninhado, “19 Depois os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, perguntaram-lhe: Por que não pudemos nós expulsá-lo? 20 Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível”, Mt 17.19-20.

 

® O contexto deste episódio, nos mostra Jesus subindo o Monte da Transfiguração com Pedro, Tiago e João. Durante o tempo em que eles permaneceram no monte, os demais discípulos lutaram para expelir o demônio de um jovem, sem obter qualquer êxito! Quando Jesus chegou, encontra o homem em desespero o argüindo com as seguintes palavras: “15 Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água. 16 Eu o trouxe aos teus discípulos, e não o puderam curar”, vs. 15.16.

 

® A reação de Jesus é clara no v. 17: “E Jesus, respondendo, disse: ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui”. Pelo dizer de Jesus, a ineficácia dos discípulos frente aos demônios que agiam naquele rapaz foi em razão da incredulidade deles. Tanto é que mais tarde quando eles perguntaram ao Senhor o porque não conseguiram expulsar aqueles demônios Jesus respondeu: “Por causa da vossa pouca fé...”, v. 20. A seguir vemos Jesus trazendo um tremendo ensino sobre o poder da fé: “...pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível”, v. 20. 

 

® Precisamos exercitar o poder da fé e ver as “montanhas” serem transportadas!

 

b) A tempestade no mar, “Então lhes perguntou: Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé?”, Mc 4.40.

 

® Jesus, juntamente com seus discípulos, estavam atravessando o Mar da Galiléia, para fugir da multidão que os acossava. No transcurso da travessia, uma grande tempestade se levantou, de maneira que o barco estava sendo ameaçado de ir a pique: “E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia”, v. 37. Enquanto os discípulos estavam apavorados, Jesus dormia tranqüilamente na popa, “Ele, porém, estava na popa dormindo sobre a almofada”, v. 38.

 

® O desespero dos discípulos frente à ameaça do mar, os levaram a sacudir Jesus, acordando-o. Tal desespero pode ser visto nas palavras dirigidas ao Mestre: “...Mestre, não se te dá que pereçamos?”, v. 38. Imediatamente, o Senhor repreendeu o mar e o vento, fazendo-se grande bonança (v. 39). Porém, a reação de Jesus foi contundente: “Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé?”, v. 40. Que vergonha para os discípulos! 

 

® Precisamos exercitar o poder da fé, sob o risco de sermos envergonhados!

 

 

CONCLUSÃO:

 

 

1. Existem muitas “jericós” que precisam ser conquistadas por nós! São as misérias financeiras, doenças incuráveis, família destroçada, filhos rebeldes e aprofundados nas drogas, ações na justiça movidas contra nós por ímpios, etc.. Satanás e seus valentes, controlam todas estas “jericós”, tentando nos impedir de alcançar a vitória. Porém ao confiarmos no Deus que detêm todo poder nos céus e na terra, podemos lançar o “grito da vitória”, que as barreiras que se interpõem entre nós e a bênção a ser alcançada, virão abaixo, nos abrindo o caminho da conquista. Basta entrarmos e possuir!

 

2. Deus nos tem abençoado de toda maneira para sermos vitoriosos. No dizer de Paulo, somos “mais do que vencedores”: “Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou”, Rm 8.37. Na vida do crente obediente e sincero, não há lugar para fracassos e derrotas, uma vez que Cristo tudo conquistou por nós! É como nos diz o cântico: “Tudo o que Jesus conquistou por nós, é direito nosso, é nossa herança...”. Vamos investir contra as “jericós” dos tempos modernos e celebrarmos a vitória!