SATANÁS E O SATANISMO
I Pedro 5:8,9
Pr. José
Antônio Corrêa
Introdução
Numa
era tão moderna, com computadores, televisão, celular, etc., seria coerente
acreditar em demônios, ou no diabo?
C.
S. Lewis, em seu livro "The Screwtape Letters", que são as cartas de
um diabo velho ao seu sobrinho, um diabo novo, diz o seguinte:
"Surpreende-me que você tenha perguntado se é importante manter o paciente
na ignorância de nossa existência... Nossa orientação para o momento é nos
ocultarmos... O fato de os "diabos" serem reconhecidos como figuras
cômicas na imaginação moderna vai ajudá-lo. Se a mais leve suspeita de sua
existência for levantada em suas mentes, sugira-lhes a imagem de alguém usando
roupas vermelhas e persuada-os de que sé é impossível crer nisto... não podem
crer em você".
Infelizmente,
vivemos uma época que poucas pessoas acreditam na existência do diabo, e é
exatamente isto que ele quer. O diabo é um estrategista habilidoso, mestre de
todas as táticas usadas num campo de batalha. Ele tem sido objeto de inúmeros
livros e discussões. Há aqueles que negam sua existência, argumentando que não
passa de uma figura mitológica. Há outros que vivem obcecados por ele, vendo-o
em tudo que se possa imaginar.
I – DIABO – SUA EXISTÊNCIA E SEU
PRINCÍPIO
O
diabo tem existência real. Teve um início, está em ação, mas no final dos
tempos
será
julgado por Deus. Sua carreira teve início num passado distante. Deus criou uma
multidão de anjos para atender suas ordens. Na hierarquia dos anjos havia um
que ocupava o mais alto posto, como guardião do Trono do Altíssimo, cujo nome
era Lúcifer.
Ezequiel
28:11-19 nos revela alguns fatos sobre ele. É uma passagem dirigida ao príncipe
de Tiro, um homem presunçoso por causa de sua riqueza. Ao mesmo tempo em que o
profeta censura o príncipe de Tiro (Ez. 28:1,2), por sua vaidade, apresenta
outro personagem a quem chama de rei de Tiro, o causador do comportamento do
príncipe (Ez. 28:11-15).
De
acordo com as Escrituras, o propósito supremo de Satanás é tornar-se igual ao Altíssimo,
propósito este que já existia antes da criação do homem, e que tem sido uma
constante deste então. A Bíblia também ensina que ele goza, no presente século,
de um poder especial, sendo-lhe permitido exercer este poder (II Co. 4:3,4).
Mas, a Bíblia promete a ruína daqueles que estão distantes do Criador ( II Tm.
3:9).
O
rei de Tiro é Lúcifer. Era perfeito em todos os sentidos, ocupando a posição
mais elevada entre os seres celestiais. Havia uma única vontade no universo, a
vontade de Deus.
II – A QUEDA DE LÚCIFER
Tudo
era harmonia até o dia em que Lúcifer resolveu rebelar-se contra Deus. Isaías
revela a perversidade de Lúcifer em Is. 14: 12-15.
Ez.
28:15 mostra a origem do mal no mundo: "Perfeito eras nos teus caminhos
desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti". Em
Is. 14:12-15 vemos em detalhes o processo da queda de Lúcifer.
É
preciso notar algo interessante aqui. A iniqüidade surgiu pelo que poderíamos
chamar de geração espontânea no coração daquele ser em quem havia perfeição
total. Ali teve início o pecado; a iniqüidade foi encontrada no coração de
Lúcifer.
O pecado foi orgulho, seguindo-se manifestações de rebeldia contra a vontade de
Deus.
III – O SURGIMENTO DE SATANÁS
O
pecado de Lúcifer foi a rebelião. Dizia em seu coração:
Esta
rebelião provocou a queda de Lúcifer, transformando-o em Satanás. Quando ele se
rebelou, muitos anjos se rebelaram com ele, pretendendo aniquilar a vontade de
Deus, e como resultado, ele e sua corte foram expulsos da presença de Deus (Ap.
12:3,4, 7-9). Deve-se salientar que Deus não criou o diabo. Deus criou Lúcifer,
superior entre os anjos concedendo-lhe beleza, inteligência e posição
privilegiada, e livre arbítrio.
Posteriormente
Lúcifer organizou uma rebelião contra Deus, e a partir daí, tornou-se conhecido
como o diabo ou o adversário.
IV – A CRIAÇÃO DO UNIVERSO E A
QUEDA DO HOMEM
Depois
da rebelião dos anjos Deus criou o universo como o conhecemos hoje. A Bíblia
deixa claro que o homem foi criado por Deus à Sua imagem (Gn. 1:26). O homem
era a coroa da criação, estava em harmonia com Deus, a natureza, seus semelhantes
e consigo mesmo.
Entretanto
Satanás invejava o relacionamento especial que Deus mantinha com o homem. Em
Gn. 3:1-5 vemos a armadilha satânica para destruir o homem.
Depois
da queda no Jardim do Éden, Deus e Satanás vêm travando uma grande batalha
cósmica da qual o homem é o galardão. Deus busca levar o homem de volta para
junto de Si, enquanto Satanás quer distanciá-lo de Deus. Sendo Satanás o deus
deste século (II Co. 4:3,4), ele fará tudo para impedir que as pessoas conheçam
a Deus.
V- OS NOMES DADOS A SATANÁS
Além
de ser chamado de "o deus deste mundo", Satanás recebeu outros nomes
na Bíblia que descrevem seu caráter e seus métodos. Eis alguns:
1. Diabo (João 8:44)
É
uma palavra grega que significa "o acusador e caluniador". O dito
popular "O diabo me obrigou a fazer isto" não passa de uma desculpa.
Você faz porque escolheu seguir sua velha natureza pecaminosa. O diabo tenta!
2. Satanás (Mateus 12:26)
É
uma palavra hebraica que significa "o que resiste ou adversário". É o
mesmo que dizer que ele reina sobre um reino de trevas que se opõe a Deus.
3. Tentador (Mateus 4:3)
Descreve
o modo de agir do inimigo. É chamado de tentador porque tenta os homens
prometendo-lhes, como recompensa da desobediência, prazeres, poder terreno ou
conhecimento semelhante a Deus.
4. Pai da Mentira (João 8:44)
Para
cumprir seu trabalho, tentando os homens com promessas, o inimigo precisa
mentir, e por isso, foi-lhe dado este nome.
5. Senhor da morte (Hebreus 2:14)
O
inimigo tem o poder da morte porque acusa o homem pecador, que é sujeito a
morte.
6. Belzebu (Marcos 3:22,23)
Significa
"senhor do monturo" ou "senhor das moscas". Pensa-se que
esta palavra seja uma corruptela de Baalzebub, nome de um deus dos filisteus,
considerado mau pelos judeus (II Rs. 1:2,3).
7. Belial (II Co.6:15)
É
um nome que originalmente aplicava-se a qualquer pessoa má. A palavra em si
significa "desprezível".
8. O maligno (I Jo. 2:13)
A
Bíblia apresenta o inimigo como supremo malfeitor, daí vem o nome.
9. Príncipe do mundo (João 14:30)
Segundo
a Bíblia o mundo é o gênero humano opondo-se a Deus. O inimigo é o inspirador e
líder desta oposição, e tem poder para agir no mundo, pelo que faz jus ao
título.
10. Príncipe da potestade do ar (Efésios 2:1,3)
O
poder do inimigo no presente século manifesta-se não só na terra mas no espaço.
VI – QUAL DEVE SER NOSSA ATITUDE
PARA COM SATANÁS?
A
Bíblia nos dá várias recomendações com relação ao nosso inimigo. Eis algumas
delas:
1.
Esteja consciente de que ele existe
A
Bíblia ensina que Satanás existe mas que procura esconder este fato do mundo.
Já comentados que uma de suas táticas é fazer crer que ele é uma figura
simbólica do mal (II Co. 11:14,15).
2.
Esteja consciente de seus motivos
Desde
o instante em que se rebelou até sua destruição final, seu desejo tem sido o de
igualar-se ao Altíssimo. Quer ser adorado e obedecido. Quer que acreditem que é
bom e Deus mau. O próprio fato do ceticismo do mundo é a preparação certa para
seu ataque como o Anticristo ( Dn. 9; II Ts. 2; Ap. 13).
3.
Esteja consciente de seus métodos
Ele
é ardiloso e arma ciladas para nossas vidas ( I Pe. 5:8). Eis alguns de seus
métodos: a- Engano II Ts. 1:9,10; Ap. 12:9; Jo. 8:44); b- Falsificação – sua
especialidade é a religião (Mt. 16:21-23).
4.
Esteja consciente de suas limitações
Satanás,
o grande enganador, tenta fazer com que acredite que ele é maior do que é na
realidade. Ele quer aparentar maior que Deus. Deus é infinito, Satanás é finito
e limitado. Deus é onipresente, ele não. Deus é onisciente, capaz de ler todos
os nossos pensamentos, Satanás não. Deus é onipotente, ele não. Deus pode fazer
tudo, Satanás não ( I Jo. 1:4). Satanás não é todo-poderoso, pois foi derrotado
pela morte de Cristo na cruz do Calvário (I Jo. 5:8; Ef. 6:11-17).
VII – O DESTINO DE SATANÁS
Satanás
está vivendo num tempo emprestado. Deus prometeu a ele e seus anjos o castigo
eterno pelos crimes que vêm cometendo contra Deus e contra o homem (Mt. 25:41;
Ap. 20:10).
Satanás
será expulso de uma vez para sempre da presença de Deus, tornando-se incapaz de
infligir sofrimento a alguém. O príncipe das trevas está com seus dias
contados.
A
morte de Cristo garantiu a derrota total de Satanás e seus anjos (Mt. 12:28,29;
10:1, 17-20).
Pr. Cleber Macedo de Oliveira
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