COMO SABER E FAZER A VONTADE DE
DEUS II
MT 21.23-32
EXTRAÍDO DO "PONTOS
SALIENTES", ANO 1980, 2T, LIÇÃO 7
COM ADAPTAÇÃO PELO PR JOSÉ ANTÔNIO
CORRÊA
José Antônio Corrêa
23 E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já
ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que
autoridade fazes isto? e quem te deu tal autoridade? 24 E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes,
também eu vos direi com que autoridade faço isto. 25 O batismo de João,
de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos:
Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes? 26 E, se dissermos:
Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. 27
E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo
com que autoridade faço isto. 28 Mas, que vos parece? Um homem tinha
dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na
minha vinha. 29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois,
arrependendo-se, foi. 30 E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual
modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. 31 Qual dos
dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em
verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no
reino de Deus. 32 Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o
crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto,
nem depois vos arrependestes para o crer".
INTRODUÇÃO:
1.
No domingo passado, pudemos ver algumas maneiras pelas quais podemos fazer a
vontade de Deus. São elas:
a) Fugindo à hipocrisia. De nada adianta ficarmos invocando o
nome de Senhor, profetizar, e até mesmo operar curas, milagres, se formos
crentes nominais e não tendo um compromisso sério com Deus. A hipocrisia é uma
tremenda farsa, que engana os homens, mas não pode enganar ao Deus Criador.
b) Vivendo o evangelho. O Evangelho tem poder e funciona,
quando é vivido na prática, quando seus princípios são equivalentes ao nosso
modo de vida. Se aqueles que nos cercam podem ver Cristo em nós, certamente
nossa palavra será uma palavra de efeito, de transformação e mudança. Caso
contrário, estaremos perdendo nosso tempo, trombeteando palavras sem efeito
prático.
c) Resistindo às provações. Devemos aprender a
resistir os momentos de pressão, de tribulações e angústias, onde Satanás
procura nos derrotar com as suas tempestades. Toda tentação e provação, já chega
até nós com o escape dado por Deus. Não devemos lastimar e murmurar em função
delas, mas devemos aproveitar os momentos difíceis para sermos aperfeiçoados na
graça de Deus.
2.
Hoje, focalizando ainda o tema "vontade de Deus", "QUEREMOS
VER MAIS ALGUMAS MANEIRAS PELAS QUAIS PODEMOS OBEDECÊ-LA":
I – ACEITANDO A AUTORIDADE DE
CRISTO COMO PALAVRA FINAL
1.
"Com que autoridade fazes tu estas coisas? e que te deu tal
autoridade?", Vs. 23.
2.
No presente texto, podemos observar que a autoridade do Senhor está sendo
questionada. Dentro da sociedade judaica, o direito de ensinar era somente
conferido pelos escribas, ou por um de seus principais representantes, e
somente era concedido a alguém que tivesse completado os estudos exigidos,
geralmente aos pés de algum instrutor ou instrutores reconhecidos. Este exemplo
podemos observar na vida de Paulo:
a) At 5.34, "Mas, levantando-se no conselho um
certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o
povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos".
b) At 22.3, "Quanto a mim, sou judeu, nascido
em Tarso da Cilicia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído
conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de
Deus,
como todos vós hoje sois".
3.
Normalmente quando o curso era terminado, havia uma cerimônia, onde o diplomado
recebia uma chave, símbolo da interpretação da lei. Ora, o profeta Jesus de
Nazaré não possuía esta credencial, o que acontecia também com o profeta João
Batista, aceito pelo povo e "engolido" goela abaixo pelos
líderes religiosos, que tinham medo de desagradar o povo.
4.
Daí a pergunta inteligente de Jesus: "O batismo de João é dos céus ou dos
homens?", Vs. 25. Esta pergunta esbarraria em duas pressuposições:
a) Se os escribas e fariseus dissessem "dos
céus", Jesus lhes perguntaria: "Então por que não crestes?".
Evidentemente, se João fosse reconhecido por eles como enviado de Deus, tinham
eles, o obrigação de receber suas profecias e seus ensinos.
b) Se eles respondessem "dos homens",
provocariam o povo, uma vez que o povo considerava João um profeta por
excelência. O medo destes escribas de fariseus de serem reprovados pelo povo,
os levava agora a uma encruzilhada sem saída, um beco sem volta.
a) O ensino de Jesus era confirmado com curas e milagres,
Mt 4.23,
"E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e
pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias
entre o povo".
b) O ensino de Jesus era com autoridade, Mt 7.29, "Porquanto os
ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas". Enquanto que os
escribas ensinavam pelo conhecimento da letra, Jesus ensinava pela autoridade
do Espírito de Deus.
c) O ensino de Jesus era com sabedoria, Mt 13.54, "E, chegando à
sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e
diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?"
5.
Por estas e por outras razões é que o ensino de Cristo inquestionável. Sua
autoridade é a palavra final em termos da verdade de Deus.
II – NÃO SE LIMITANDO APENAS À
INTENÇÃO DE FAZER
1.
"Filho, vai trabalhar hoje na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor, mais não
foi", Vs. 28.
2.
Alguém já disse que "de boas intenções o inferno está cheio". As
vezes a distância entre as boas intenções e as boas ações é maior do que parece
à primeira vista. Quando não há verdadeira disposição de fazer a vontade de
Deus, de nada vale a cortesia nas palavras, que podem esconder uma hipocrisia
que Deus condena.
3.
Deus quer mais ação de seu povo. De nada adianta elaborarmos planos, meditar
neles, colocar até mesmo no papel, se nos faltar as ações correspondentes. A
Palavra de Deus é clara em muitos textos que precisamos ter boas intenções, mas
coroadas com ações equivalentes:
a) 1 Jo 3.16-18, "16 Conhecemos o amor nisto: que
ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. 17
Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar
as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? 18 Meus filhinhos,
não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade".
b) Tg 2.14-17, "14 Meus irmãos, que aproveita se alguém
disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? 15 E,
se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, 16
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não
lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 17 Assim
também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma".
c) Tg 4.17, "Aquele, pois, que sabe fazer o bem
e não o faz, comete pecado".
4.
Pelos texto que lemos na Palavra de Deus, podemos ver o valor das obras em
relação às boas intenções. Deus quer que seu povo seja operoso, que trabalhe
com todo amor, I Co 15.58, "Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso
trabalho não é vão no Senhor".
III- REEXAMINANDO HONESTAMENTE AS
DECISÕES JÁ TOMADAS ANTERIORMENTE
1.
"Não quero, mas depois, arrependendo-se, foi", Vs. 30.
2.
Pode dar-se o caso de alguém ter consciência de que não esta fazendo a vontade
de Deus. É hora de refletir melhor, arrepender-se e reencontrar o caminho
certo. A mudança de atitude mostra reflexão, humildade e desejo de agir
acertadamente no futuro. São qualidade que agradam a Deus e elevam o crente.
3.
Devemos ter a hombridade suficiente para mudar quando percebemos que estamos
trilhando um caminho que desagrada ao Senhor. Os "turrões", os
"teimosos", os "resistentes", não chegarão a
lugar algum. Estão lutando contra Deus. Foi o que Gamaliel disse a alguns
judeus resistentes e teimosos, At 5.39, "Mas, se é de Deus, não
podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo
contra Deus".
4.
Queremos ilustrar este ponto utilizando dois exemplos, um negativo (que resiste
a mudanças) e um positivo (que sofre mudanças):
a) Exemplo negativo: Os judeus que apedrejaram Estevão, At 7.57-60,
"57 Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e
arremeteram unânimes contra ele. 58 E, expulsando-o da cidade, o
apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem
chamado Saulo. 59 E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor
Jesus, recebe o meu espírito. 60 E, pondo-se de joelhos, clamou com grande
voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu".
a.1) Nos versículos anteriores observamos Estevão
reconstituindo a história de seu povo, mostrando a provisão de Deus para cada
fase da história, culminado com o ato histórico que estavam vivenciando,
naquela ocasião, ou seja o evento Jesus Cristo, que mesmo sendo o Messias de
Deus, fora crucificado.
a.2) Com isto, Estevão estava dando a oportunidade daqueles
judeus se arrependerem de seus pecados e do pecado de haverem condenado Jesus à
morte através de Pôncios Pilatos. Deus sempre dá oportunidades para que o homem
mude sua vida, através da pregação da Palavra de Deus.
a.3) O que aconteceu? Ao invés deles se arrependerem de seus
pecados, acabaram por cometer mais um homicídio, que foi o assassinato de
Estevão por apedrejamento. Podemos ver a que ponto podemos chegar quando somos
rebeldes à Palavra do Senhor!
b) Exemplo positivo: A conversão de Saulo de Tarso, At
9.15-16, "15
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para
levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. 16
E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome".
b.1) Vendo os versículos anteriores, podemos ver quem era
Saulo de Tarso. Era ele, um perseguidor implacável da Igreja de Cristo. Estava
se dirigindo a Damasco, capital da Assíria, com credenciais das autoridades
judaicas, dando-lhes plenos poderes para perseguir, maltratar e prender os
crentes em Cristo.
b.2) Quase chegando a Damasco, Saulo de Tarso teve uma
experiência com o Senhor Jesus, que o jogou por terra, através do brilho de uma
forte luz, o que provocou tremenda mudança em sua vida.
b.3) Chegando ao texto lido, encontramos um outro discípulo
do Senhor apreensivo em obedecer à voz do Espirito de Deus no sentido de que
acolhesse a Saulo. Mas o Espírito de Deus lhe revela que Saulo havia sido
transformado pelo poder de Deus e que de "perseguidor da Igreja",
seria agora o seu "grande promotor", o que lhe custaria não a
glória dos homens, mas o sofrimento e até mesmo a morte dele.
5.
Nestes dois exemplos, podemos ver como podemos reagir diante de mudanças que
são necessárias para corrigir nossos caminhos. Muita gente diz: "Eu não
mudo, porque estou certo em minha posição". Lembre-se o que diz a Palavra
de Deus, Is 55.8-9, "8 Porque os meus pensamentos não são os
vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. 9
Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus
caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos
do que os vossos pensamentos".
CONCLUSÃO:
1.
Vimos nesta noite mais três maneiras pelas quais podemos fazer a vontade de
Deus:
a) Aceitando a autoridade de Cristo, sabendo que ele é
aquele que exerce de fato toda a autoridade. Ele disse "É me dado toda a
autoridade, no céu e na terra", Mt 28.18;
b) Não se limitando à intenção. De nada adianta
sermos "bem intencionados". Precisamos estar dispostos a
trabalhar no Reino de Deus em tudo o que for preciso. Devemos fazer "tudo
como ao Senhor", Cl 3.23, "E tudo quanto fizerdes, fazei-o de
todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens";
c) Examinando honestamente as decisões. Se em qualquer
momento de nossa vida descobrirmos que estamos trilhando um caminho em
desacordo com a vontade de Deus, precisamos estar disposto a mudar nossa rota,
para nos ajustar à vontade de nosso Deus.
2.
Vamos aprender a fazer a vontade de Deus, para sermos felizes e abençoados por
ele.