A DÁDIVA DE DEUS, LC 2.15-19; MT 2.1-11.
ESBOÇO EXTRAÍDO DO “PONTOS SALIENTES”, ANO
1976, 4T, LIÇÃO 12, COM NOTAS ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES PELO PR. JOSÉ ANTÔNIO
CORRÊA
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO
1. Estamos vivendo novamente a época do
Natal. Nesta época notamos que ocorre uma mudança, uma verdadeira transformação
em todos os setores da indústria e do comércio, onde se verifica uma intensa
propaganda com painéis coloridos, dizeres alusivos à data, luzes, etc., que
procuram envolver todos nós no “espírito natalino”. Dar e receber presentes
torna-se uma prática comum! As lojas são enfeitadas com motivos hilariantes!
Até mesmo em muitos lares, árvores de natal, enfeites, luzes, cores, etc.,
alteram o visual, criando um clima de beleza incomum.
2. Será que isso é o verdadeiro Natal de
Cristo? Ou será que esta data é apenas usada para uma grande promoção de vendas
no comércio, para nos empanturrarmos com comidas, bebidas, etc.? Somente
olhando para a Palavra de Deus, encontramos o verdadeiro sentido do Natal, que
nada mais é do que o “Deus que se fez homem”, através do nascimento de Jesus,
para operar seu plano de redenção na humanidade. Dentro do tema “Nascimento de
Cristo”, queremos ver nesta noite:
“ALGUMAS REAÇÕES HUMANAS EM RELAÇÃO AO
NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS”
I. NO
RELATO BÍBLICO SOBRE O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS ENCONTRAMOS UMA Disposição
de crer - PASTORES
1. “E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos
outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a
conhecer”, Lc 2.15. Este
versículo está inserido no contexto que faz alusão à manifestação dos anjos aos
pastores, cujo objetivo principal foi anunciar o nascimento do Messias.
2. Diante do que os pastores viram e ouviram,
logo creram. Não pararam para discutir se era um sonho ou realidade. Muitas
vezes ficamos discutindo certos “temas teológicos”, quando deveríamos crer
naquela verdade bíblica. Quando se trata do nascimento do Salvador, é preciso
que haja em nosso coração uma disposição para crer que de fato Jesus nasceu
para nossa salvação.
3. A salvação de Deus só é possível através
de uma fé viva no Filho de Deus, Jo 6.40,
“De fato, a vontade de meu Pai
é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia”.
- A vida
eterna é o objetivo final para aquele que crê no Filho de Deus, Jo 3.36, “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o
que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus”.
- Aquele que crê de fato no Filho de Deus,
passou das trevas para luz, Jo 12.46,
“Eu vim como luz para o mundo, a fim de
que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas”.
II. NO
RELATO BÍBLICO SOBRE O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS ENCONTRAMOS UMA Prontidão em
obedecer - PASTORES
1.
“Foram, pois, a toda a pressa, e acharam... o menino deitado na
manjedoura”, Lc 2.16. Olhando o
verso 12, que diz: “E isto vos
servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em
manjedoura”, podemos ver que há como que uma ordem aos pastores para que
fossem confirmar a mensagem recebida. Eles, então, saíram “a toda pressa”,
obedecendo à palavra do anjo.
2. Os pastores não mais pensaram na guarda
dos seus rebanhos. Eram importantes para eles, mas estavam diante de uma
experiência a que deviam dar prioridade.
3. A vinda do Messias ao mundo, implica em
obediência à Palavra de Deus, para tomarmos posse da vida eterna, 1Pe 1.2, “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em
santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus
Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas”. Os filhos de Deus foram
eleitos para a obediência, que é a condição primeira para se fazer parte do
Reino.
- A não obediência nos leva para traz, At 7.39, “A quem nossos pais não quiseram obedecer; antes, o
repeliram e, no seu coração, voltaram para o Egito”.
- A
não obediência nos torna vulneráveis à ação do inimigo, 2Rs 18.12-13, “12 porquanto não obedeceram à voz do SENHOR, seu
Deus; antes, violaram a sua aliança e tudo quanto Moisés, servo do SENHOR,
tinha ordenado; não o ouviram, nem o fizeram. 13 No ano décimo quarto do rei
Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades
fortificadas de Judá e as tomou”.
III. NO RELATO
BÍBLICO SOBRE O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS ENCONTRAMOS UMA Fidelidade em
anunciar - PASTORES
1. “E,
vendo-o, divulgavam a palavra que acerca do menino lhes fora dita”, Lc 2.17. Além de crerem e obedecerem,
os pastores também começam a transmitir a mensagem de salvação anunciada pelos
anjos.
2. O anúncio da Palavra do Reino de Deus é
mais importante do que qualquer empreendimento humano. Paulo nos informa que
fomos colocados como “embaixadores” em nome de Cristo, 2Co 5.20, “De sorte que somos embaixadores em nome de
Cristo...”. Qual é o papel de um embaixador? Não é
defender os interesses de seu país, acima de qualquer outra coisa?
3. É um imperativo do Evangelho, anunciar aos
outros o conhecimento que temos de Cristo. Paulo dizia: “Se anuncio o evangelho, não tenho de
que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não
pregar o evangelho!”, 1Co 9.16.
4. Dentro
deste propósito o apóstolo, procurava a qualquer custo pregar a palavra àqueles
que ainda não tinham ouvido: “esforçando-me, deste modo, por pregar o
evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre
fundamento alheio”, Rm 15.20.
IV. NO
RELATO BÍBLICO SOBRE O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS ENCONTRAMOS UMA Sinceridade
em aceitar - MARIA
1.
“Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu
coração”, Lc 2.19. Podemos dizer que
Maria foi acumulando todos os fatos revelados acerca do nascimento de Cristo.
Como aquela que foi usada por Deus, para trazer Jesus ao mundo, Maria não
queria perder nada! Porém tudo estava sendo “guardado” reservadamente, em seu
coração.
2. As emoções religiosas se conservam e se
aprofundam na experiência humana quando se tornam objeto de meditação e de
oração. Se olharmos para a Palavra de Deus, vamos ver que também devemos ter a
mesma disposição de Maria em relação às verdades eternas:
- Js
1.8,
“Não cesses de falar deste
Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer
segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e
serás bem-sucedido”.
- 1Tm
4.15,
“Medita estas coisas (verdades
bíblicas, dons recebidos, etc.) e nelas sê diligente, para que o teu progresso
a todos seja manifesto”.
V. NO
RELATO BÍBLICO SOBRE O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS ENCONTRAMOS UM
INTERESSE EM CULTUAR - MAGOS
1. “Do oriente vimos a sua estrela e viemos
adorá-lo”, Mt 2.2. Aqui temos a
disposição dos magos que percorreram uma longa distância para participarem da
festa de nascimento do Salvador. Eles creram no aviso divino, e buscavam o
Salvador. Em poucas palavras,
expressaram à que tinham vindo: “adorá-lo”.
2. O caminho para o culto pode parecer longo,
mas o esforço é compensado pelo encontro com Deus. Deus não está apenas
interessado em que nós o cultuemos com formalidades externas. O verdadeiro
culto a Deus somente pode ser prestado em “espírito e em verdade”, Jo 4.24. Qualquer outra maneira de
culto será repudiada pelo Senhor. Foi o que aconteceu nos dias de Isaías: “11 De que me serve a mim a multidão
de vossos sacrifícios? - diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros
e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de
cordeiros, nem de bodes. 12 Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos
requereu o só pisardes os meus átrios? 13 Não continueis a trazer ofertas vãs;
o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e
a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao
ajuntamento solene. 14 As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a
minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. 15 Pelo
que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando
multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias
de sangue”, Is 1.11-15.
VI. NO
RELATO BÍBLICO SOBRE O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS ENCONTRAMOS UMA
FALSIDADE EM CONHECER – SACERDOTES E ESCRIBAS
1. “Reunindo os principais sacerdotes e
escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo”, Mt 2.4. Os líderes judaicos
manifestaram interesse em conhecer o lugar onde nasceria o Cristo, e os fatos
relacionados a este importante nascimento, não para reverenciar o Senhor, ou
adorá-lo, como no exemplo dos magos, mas para tentarem ridicularizá-lo, como o
fizeram durante todo ministério terreno do Messias.
2. Sempre há pessoas que procuram saber, não
para seu progresso espiritual, mas para seu próprio infortúnio. É preciso que o
coração esteja iluminado pela luz da fé para que o conhecimento não produza
efeitos negativos.
VII - NO
RELATO BÍBLICO SOBRE O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS ENCONTRAMOS UMA
ALEGRIA EM OFERTAR - MAGOS
1. “E abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe
dádivas, ouro, incenso e mirra”, Mt 2.11.
2. A conscientização da salvação trazida por
Cristo á a mais preciosa dádiva dos tesouros da graça divina. Diante disto,
abrem-se espontaneamente os tesouros humanos para a oferta de gratidão a Deus
pela dádiva de Jesus Cristo ao mundo.
3. Sabemos que Cristo deu tudo de si a nós. A
pergunta que devemos fazer agora é a seguinte. O que daremos a Ele. Devemos
perguntar como perguntou o salmista: “Que
darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo?”, Sl 116.12.
CONCLUSÃO
1. De todas as reações humanas vistas nesta noite,
podemos concluir o seguinte: Ou reagimos no sentido de aceitar ao Salvador nos
tornando pela fé filhos de Deus, ou o rejeitamos e permanecemos em nossos
pecados, como muitos já o fizeram e têm feito através da história.
2. Quando José e Maria chegaram a Belém, o
texto nos informa que “não havia lugar para eles na estalagem”, Lc 2.7, “e ela deu à luz o seu filho primogênito,
enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na
hospedaria”. Há lugar para Jesus em seu coração?