A PÁSCOA E A CEIA DO SENHOR

Pastor Calvin Gardner

Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

Is 53.7, “... como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”; Jo 1.36, “e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!”; 1Co 5.7, “Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado”; 1Co 11.24,25, “e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”.

 

 

Assim que o pecado entrou no mundo, foi necessária a morte de um inocente que agradava a Deus em favor do verdadeiro culpado. Para cobrir a nudez que o pecado evidenciou em Adão e Eva o SENHOR Deus fez túnicas de peles, e os vestiu. Assim Deus mostrou a morte de um inocente para cobrir o culpado (Gn 3.21, “Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu”). O primeiro sacrifício com animal que o homem ofereceu que é relatado na Bíblia foi o que Abel deu, oferecendo dos primogênitos das suas ovelhas. O SENHOR atentou para o sacrifício do animal em contraste ao sacrifício de Caim que ofertava frutos da terra. Nisso percebemos que a oferta correta revela a fé correta (Hb 11.4, “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala”). Também nisso o agrado de Deus por este tipo de sacrifício é revelado.

 

Em Gn 22.7,8 o costume do povo de Deus, que usava cordeiros em seus holocaustos é notado. Isaque achava estranho fazer um holocausto apenas com fogo e lenha. Por causa dos holocaustos apontarem a Jesus Cristo o “Cordeiro de Deus” Abraão profetiza dizendo, “Deus proverá para Si o cordeiro para o holocausto”.

 

Assim era o costume de adoração entre o povo de Deus e é visto que a única razão para o povo de Israel pedir ao Faraó permissão para sair do Egito era, como diziam, “para que sacrifiquemos ao SENHOR nosso Deus” (Êx 3.18). Um sacrifício, o inocente no lugar do culpado, foi o que agradou o Senhor desde o começo, e Ele não mudou (Ml 3.6, “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”).

 

Se qualquer culpado arrependido esperava ser aceito pelo eterno e santo Deus, tinha que ser através do sacrifício de um animal inocente oferecido no lugar do culpado. É a maneira que o justo Juiz ordenou.

 

É o mesmo hoje: Se qualquer culpado arrependido espera ser aceito pelo eterno e santo Deus, será somente através de fé no Sacrifício do Inocente Jesus oferecido no lugar do culpado.

 

É a única maneira que o Justo Juiz ordenou - Jo 14.6 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”; At 4.12 “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”; 1Co 3.11 “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”.

 

O significado do sacrifício de um animal em muito nos ensina doutrinas básicas de Deus e da salvação por Cristo. Pelos holocaustos entendemos: que a morte é necessária para pagar o pecado (Ez 18.20, “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este”; Rm 6.23, “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”).

 

O inocente pagará pelo culpado e Deus, pela maneira que Ele estipulou, será agradado; é necessária obediência perfeita para que Deus aceite o sacrifício dado (veja o exemplo de Caim, Gn 4.2-4, 2 Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. 3 Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta”; Hb 11.4, “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala” e de Cristo, Fp 2.8, “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”); não serve qualquer animal para o sacrifício, o tipo, a idade e o sexo do animal têm sido determinados por Deus. A maneira como o sacrifício deve ser feito e oferecido também são estipulados por Deus.

 

Os holocaustos com o sacrifício da páscoa e a Ceia do Senhor declaram bem claro o Único Sacrifício que agrada Deus, o Jesus Cristo.

 

 

A PRIMEIRA PÁSCOA

Êx 12.1-12

 

 

1. As qualificações para o sacrifício, Êx 12.1-5, “1 Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito: 2 Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. 3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. 4 Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro. 5 O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito”.

 

a) “cada um por si” (v.3) - a responsabilidade individual

 

b) um cordeiro “segundo as casas dos pais?” (vs.3,4) – “segundo as necessidades de cada um”.

 

c) “sem mácula” (v.5) - a pureza do sacrifício

 

d) “macho” (v.5) - por determinação divina; a qualificação perfeita.

 

e) “tomado entre as ovelhas ou as cabras” (v.5) - a utilidade e acessibilidade do sacrifício

 

f) “um ano de idade” (v.5) - a inocência e preciosidade do sacrifício

 

2. A cerimônia do sacrifício também tinha que ser observada, Êx 12.6-9, 6 e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. 7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem; 8 naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão. 9 Não comereis do animal nada cru, nem cozido em água, porém assado ao fogo: a cabeça, as pernas e a fressura”.

 

a) Para que fosse aceito o cordeiro era guardado do décimo até o décimo quatro dia (v.6).

 

b) Era sacrificado à tarde (v.6).

 

c) o seu sangue era um sinal para o Senhor não ferir ninguém na casa onde o seu sangue era posto na verga e nas ombreiras da porta (v.7).

 

d) A sua carne deveria ser assada no fogo com pães ázimos e comida com ervas amargas (v.8).

 

e) Nada dele deveria ser comido cru, nem cozido em água, mas assado no fogo (v.9).

 

f) A sua cabeça e os pés com a sua fressura, nada podia ser deixado até o amanhecer (v.9).

 

3. A participação do povo que comeram o sacrifício foi especificada, Êx 12.11, “Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR”.

 

a) Os que comiam na páscoa tinham que estar vestidos para viajar (v.11, lombos cingidos, sapatos nos pés, o cajado na mão).

 

b) deviam comer apressadamente (v.11). Prontos para obedecer na peregrinação.

 

 

CRISTO É A PÁSCOA

 

 

1. Cristo: o sacrifício propício

 

a) Jesus era o sacrifício dado por Deus (Jo 3.16, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”; Is 28.16; “Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge”; Is 42.1, “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios”; 1Pe 2.4, “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa”). Por si “O Cordeiro de Deus”.

 

b) Cristo é segundo o que é necessário, Ele é o “justo para os injustos" (1Pe 3.18, “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito”); veio ao mundo, nascido de mulher, sob a lei (Gl 4.4, “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”), verdadeiramente Ele é “segundo a casa dos pais” (Êx 12.3,4, 3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família 4 Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro”).

 

c) Cristo era o sacrifício de Deus sem mácula (2Co 5.21, “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”; Hb 4.15, “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”; 1Pe 2.22, “o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca”).

 

d) Cristo é macho “E dará à luz um filho" (Mt 1.21, “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”); os anjos anunciaram aos pastores de Belém, “Achareis o menino envolto em panos" (Lc 2.12, “E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura”); os pastores foram a Belém e “acharam ...". O menino deitado na manjedoura? (Lc 2.16, “Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura”); na fuga para o Egito, o anjo do Senhor apareceu em sonhos, “Levanta-te, e toma o menino". (Mt 2.13, “Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para matá-lo”); na volta do Egito para Israel, “Levanta-te, e toma o menino", (Mt 2.20, “Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino”); e em Jerusalém, Jesus foi circuncidado (Lc 2.21, “Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido”) e foi apresentado no templo pois “Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor", (Lc 2.23, “conforme o que está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito ao Senhor será consagrado”); na volta a Nazaré Lucas foi inspirado a relatar “E o menino crescia". (Lc 2.40, “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele”). Verdadeiramente Cristo é o Filho de Deus.

 

e) Cristo foi tomado entre o povo (Is 53.2, “Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse”; Jo 1.11, “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”; Mt 26.45, “Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores”).

 

f) Inocente e precioso diante de Deus, (1Pe 1.19, “mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”; Pv 8.29-31, “29 quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra; 30 então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo; 31 regozijando-me no seu mundo habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens. 2Sm 12.3, “mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha”). Assim como foi precioso o cordeiro de um ano.

 

2. A Morte de Cristo - igual à celebração da páscoa

 

a) Cristo foi guardado à parte, até que fosse “chegada a hora” certa (Jo 17.1, “Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti”), Cristo foi aguardado até a “plenitude do tempo? (Gl 4.4, “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”); “a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1, “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas”).

 

b) Jesus também foi crucificado à tarde (Mt 27.46, “Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni. O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”; Mc 15.34, “À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”; Lc 23.44, “Já era quase a hora sexta, e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até à hora nona”; Jo 19.14, “E era a parasceve pascal, cerca da hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei”) e foi diante todo o ajuntamento da congregação: os políticos, soldados, religiosos e o público geral (Mt 27.11-20, 27-31, 39-44). Portanto, são testemunhas.

 

c) A aspersão (aplicação) do seu sangue é sinal que Deus aceita o sacrifício (Hb 9.14, “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”; Hb 12.24, “e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel”). Quem tem o sangue de Cristo em seu coração nunca verá a morte mas já passou da morte para a vida (Jo 5.24, “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida”; 2Ts 1.10, “quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho)”; 1Jo 1.7, “Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele”).

 

d) A morte de Cristo foi acompanhada por tristeza e sofrimento, da mesma maneira que a carne da páscoa, assada no fogo e comida com ervas amargas (Mt 26.37-44, “37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. 38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. 39 Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. 40 E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. 42 Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. 43 E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados. 44 Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras”; 2Co 7.10, “tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação”. Cristo foi desamparado por Deus (Mt 27.46, “Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”), um sacrifício completo, nada terminando antes da hora (Fp 2.8, “obediente até a morte, e morte de cruz.”). Tudo “consumado” perfeitamente.

 

e) Assim como nenhum pedaço da carne da páscoa deveria ficar para depois, nada do corpo de Cristo foi deixado além da hora prevista na cruz (Mt 27.57-60, “57 Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. 58 Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fosse entregue. 59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho 60 e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou) ou na sepultura, pois ressuscitou no terceiro dia (Mt 28.1-6, “1 No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2 E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. 3 O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. 4 E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. 5 Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. 6 Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia”), exatamente como foi profetizado (Mt 16.21, “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia”)..

 

3. A qualificação dos que “comem” de Cristo pela fé (Jo 6.55,63, “55 Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida 63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”; Rm 1.17, “visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé”) é a mesma para os que tenham direito a participar da Ceia do Senhor (a instrução sobre a Ceia do Senhor foi dada aos membros da igreja em Coríntios, 1Co 11.20, 24, “20 Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis 24 e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim”; como a primeira ceia foi para os daquela casa, Êx 12.3,4, “3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família 4 Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro”:

 

a) comem se preparando para peregrinar honestamente (Rm 6.4, “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” - para andar “em novidade de vida”) entre os gentios, até o “dia da visitação” (1Pe 2.11,12, “11 Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma 12 mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação”). Nossa morada, tesouro, vida e reino são tudo no céu. Estamos em terra estranha e devemos andar como os do dia (1Ts 5.5,6, “5 Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. 6 Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios”; Ef 5.8, “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”; 1Co 11.28, “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice”).

 

b) Também há uma certa pressa para que o pecador seja salvo, para não deixar para outra hora a salvação que é tão necessária (At 17.30, “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam”; Hb 3.7-11, “7 Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8 não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, 9 onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. 10 Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos. 11 Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso”). Há pressa também para os salvos. Eles têm responsabilidades sérias para cumprir antes da vinda do Senhor: evangelização; santificação pessoal.

 

c) O crente é um peregrino e a vinda de Cristo é iminente. Portanto, trilhe o seu caminho apressando-se enquanto olhe para Jesus que logo virá (Hb 12.1,2, 1 Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta 2 olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus”; 1Ts 5.2, “pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite”; 2Pe 3.10, “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas”; 1Co 11.26, “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha”).

 

A instituição da Ceia do Senhor foi durante a observação da Ceia da Páscoa (Mt 26.17-19, “17 No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa? 18 E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos. 19 E eles fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa”; Mc 14.12-16, “12 E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa? 13 Então, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água; 14 segui-o e dizei ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 15 E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto; ali fazei os preparativos. 16 Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade e, achando tudo como Jesus lhes tinha dito, prepararam a Páscoa”; Lc 22.7-13, “7 Chegou o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava comemorar a Páscoa. 8 Jesus, pois, enviou Pedro e João, dizendo: Ide preparar-nos a Páscoa para que a comamos. 9 Eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? 10 Então, lhes explicou Jesus: Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem com um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar 11 e dizei ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde é o aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 12 Ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado; ali fazei os preparativos. 13 E, indo, tudo encontraram como Jesus lhes dissera e prepararam a Páscoa”) assim trazendo as verdades da Ceia da Páscoa para A Ceia do Senhor:

 

O Pão Ázimo representa Cristo sem pecado como o sacrifício idôneo no lugar dos pecadores que se arrependem e creem nEle (2Co 5.21, “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”; fermento representa pecado: 1Co 5.6-8, 6 Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7 Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. 8 Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade.”; Lc 12.1, “Posto que miríades de pessoas se aglomeraram, a ponto de uns aos outros se atropelarem, passou Jesus a dizer, antes de tudo, aos seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”).

 

O Fruto da Vide representa a inocência e a preciosidade da vida de Cristo (1Pe 1.18,19, “18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, 19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”) que foi derramada na cruz para todos estes que creram, creem e crerão nEle (Jo 3.16, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”; Jo 17.9,20, 9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus 20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra”)

 

A Ceia do Senhor é de natureza memorial. - Lc 22.19 “E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim”; 1Co 11.24, “e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim”. Não salva o memorial. Este não tem poder para salvar. É apenas uma lembrança que aponta à morte de Jesus. Cristo é a salvação perfeita. Crendo nEle entra no agrado de Deus. Rejeitando Cristo, rejeita o único sacrifício pelos pecados que agrada Deus.

 

Cristo é o “Cordeiro de Deus?, a “nossa páscoa? (1Co 5.7, “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.”; 1Pe 2.24, “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados”) em todas as maneiras, e a Ceia do Senhor relembra-nos disso.

 

Tem a plena certeza de estar confiando somente em Cristo para a salvação completa dos seus pecados? Somente Cristo agrada a Deus (Jo 12.28, “Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei”; Is 53.11, “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”). O anjo da morte certamente virá e somente o sangue de Cristo agrada o Santo Deus.

 

Tendo Cristo como a sua Páscoa, e sendo obediente, ou seja, batizado e membro dessa igreja que está administrando essa Ceia, pode observá-la “em memória de Mim”.