A PORTA DO VALE - O MILAGRE DA SALVAÇÃO

NE 3.13

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

1. Esta Porta do Vale dava para o Vale de Himon. Este Vale havia sido em tempos passados, um lugar muito belo. Porém, os filhos de Israel começaram a sacrificar neste local, seus filhos ao Deus Moloque, e o local foi amaldiçoado por Jeremias:

 

Jr 7.30-34, “30 porque os filhos de Judá fizeram o que era mau perante mim, diz o SENHOR; puseram os seus ídolos abomináveis na casa que se chama pelo meu nome, para a contaminarem. 31 Edificaram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Himon, para queimarem a seus filhos e a suas filhas; o que nunca ordenei, nem me passou pela mente. 32 Portanto, eis que virão dias, diz o SENHOR, em que já não se chamará Tofete, nem vale do filho de Himon, mas o vale da Matança; os mortos serão enterrados em Tofete por não haver outro lugar. 33 Os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém haverá que os espante”.

 

- Tofete: “lugar do fogo”; Himon: “lamentação”.

 

Jr 32.34-35, “34 Antes, puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem. 35 Edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Himon, para queimarem a seus filhos e a suas filhas a Moloque, o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá”.

 

- Baal: “senhor”, “divindade masculina suprema dos cananeus ou fenícios”; Moloque: “rei”, “deus dos amonitas e fenícios”.

 

2. Isaías o apresenta como lugar escatológico de punição, Is 66.22-24, “22 Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. 23 E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR. 24 Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne”.

 

- A palavra “prevaricar”, traz o sentido de “traição”, “torcer a justiça”, “corromper”, “perverter”.

 

3. Seguindo a mesma linha profética de Isaías, Jeremias descreve este vale como “vale da matança”, Jr 7.32-34, “32 Portanto, eis que virão dias, diz o SENHOR, em que já não se chamará Tofete, nem vale do filho de Himon, mas o vale da Matança; os mortos serão enterrados em Tofete por não haver outro lugar. 33 Os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém haverá que os espante. 34 Farei cessar nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém a voz de folguedo e a de alegria, a voz de noivo e a de noiva; porque a terra se tornará em desolação”.

 

- a tragédia assumiria proporções alarmantes! A quantidade de mortos prevista tanto por Isaías como por Jeremias impossibilitaria até mesmo que estes fossem enterrados. Serviriam de alimento “às aves dos céus e aos animais da terra”. Diante da calamidade uma onda de grande tristeza tomaria conta de todas as cidades de Judá e principalmente na capital Jerusalém. Até mesmo nos casamentos não haveria qualquer celebração ou festa e a terra seria totalmente desolada – sobrariam apenas ruínas!

 

4. A partir de então, o local passou a ser chamado de “Geena”, identificado como fogo, morte e tormento. Jesus faz referência a ele como sendo uma figura do Inferno. Ele utiliza as mesmas palavras de Isaías, Mc 9.43-48, “43 E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível 44 onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga. 45 E, se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno 46 onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga. 47 E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno, 48 onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga”.

 

5. No Vale de Himon, era colocado todo o lixo da cidade, que seria queimado. Havia sempre os vermes dos cadáveres, e o fogo ardia ali constantemente.

 

a) A Porta do Vale representa para nós a porta da libertação do inferno, o lugar do maior de todos os milagres; a nossa salvação. Cristo nos arrancou do inferno, uma vez que com sua ressurreição, exerceu seu domínio total sobre os poderes do inferno, Ap 1.18, “e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno”.

 

b) Depois do milagre de nossa libertação do inferno, fomos colocados em posição de canais de Deus, para arrancar outros que lá permanecem. Estamos falando do lugar de decisão, as Portas. Em cada uma delas, a decisão de abrir e fechar, é nossa. Na Porta do Vale, Deus nos encontrou e nos libertou, pois abrimos para Ele entrar. Agora esta Porta, ficará fechada ao inimigo. Por ele, porém, passaremos para buscar aqueles que estão dominados pelas forças do inferno.

 

- 1Co 9.16, “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!”.

 

- Rm 1.16, “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”.

 

- At 10.38, “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”.

 

5. A Porta de Vale nos lembra o milagre da libertação do inferno.