A PORTA VELHA - LIBERTAÇÃO DO PASSADO

NE 3.6

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

1. A palavra “velha” vem de um termo hebraico cuja raiz, significa “estar adormecido”, “armazenado por longo tempo”, “estocado”, “depósito”.

 

2. Esta porta, fala de coisas velhas existentes em nossa alma e que precisam ser removidas. Ele ilustra um passado que deixa marcas no caráter, memórias feridas que teimam em permanecer machucando; padrões de pensamento e hábitos estranhos aos princípios do Reino de Deus, e à nova vida em Cristo. Nosso passado pode nos trazer boas ou más recordações, além de comportamentos apreendidos.

 

a) Recordações boas, que pelas suas lembranças podem atrapalhar nossa vida presente. Algo que foi muito bom, mas que você perdeu. Isso permanece como sombra no teu presente. Precisa ser banido.

 

b) Recordações más, que teimam em afetar nosso presente, como por exemplo, uma mágoa ou ódio contra alguém que nos impede de ser felizes.

 

c) Em relação aos comportamentos aprendidos, devemos enfatizar apenas aqueles que atravancam nossa vida em Deus. Precisam ser reaprendidos!

 

3. Como podemos tratar com o nosso passado?

 

a) Devemos nos comportar como “novas criaturas”, 2Co 5.17, “Se alguém está em Cristo, nova criatura é...”. Em outras palavras, vivemos numa nova criação, às vezes, em nossa alma permanecem resquícios da velha vida, como maus pensamentos, velhos padrões, velhas maneiras de viver, hábitos, etc., que fazem parte da velha natureza adâmica. Tudo isto deve ser removido pela Porta Velha.

 

b) Devemos nos libertar do “homem velho” e nos revestir no “homem novo”, Ef 4.20-24, “20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, 22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento. 24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”.

 

- a palavra “despojar” – “colocar de lado”, “tirar do caminho”, “remover”. Com a ajuda do Espírito Santo, precisamos remover este “velho homem”, pois ele é corrompido, deteriorado, cheio de malícia e engano.

 

- a palavra revestir – “vestir uma roupa nova”. Esta roupa nova nos traz uma renovação em nosso espírito que agora é recriado “segundo Deus”, para andar em justiça e retidão.

 

c) Devemos agora, como “nova criação de Deus”, alterar de maneira radical nosso comportamento. Há também pecados que precisam ser removidos, Ef 4.25-30, “25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. 26 Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao diabo. 28 Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. 29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. 30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”.

 

Pecados que precisam ser banidos:

 

- Aqueles produzidos pela boca: mentira, palavreado sujo (palavras torpes), Devemos falar a verdade, custe o que custar e cuidar para não usarmos nosso boca como saída de lixo. Jesus deixou claro algo importante – a boca destila o que é produzido pelo coração: “34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. 35 O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. 36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; 37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado”, Mt 12.34-37.

 

- Aqueles produzidos pelo temperamento: iras. A ira descontrolada pode nos trazer sérios problemas. Paulo recomenda lançarmos para longe de nós alguns tipos de pecado e entre eles a ira: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia”, Ef 4.31. Tiago trata de um princípio igualmente importante – a nossa ira não poderá reverter em justiça divina: “Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus”, Tg 1.20.

 

- Aqueles produzidos pelas mãos: furtos. subtrair dos outros aquilo que não nos pertence. Os “roubadores” ou “ladrões”, não estarão entre aqueles que pertencem ao reino de Deus: “nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus”, 1Co 6.10.

 

Quando agimos de maneira desordenada sendo dominados pelo pecado, duas coisas acontecem:

 

- damos lugar ao Diabo;

 

- entristecemos o Espírito Santo de Deus.

 

2. Devemos lembrar que a libertação destas velharias mencionadas, depende de uma firme determinação de nossa vontade de as rejeitar.

 

3. Vamos encarar a Porta Velha, deixando nosso passado sair por Ela e fechá-la para hábitos e prisões antigas, que tendem a voltar em nossa alma. Em Cristo, não temos passado.