A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO
Por Pr. Laerte Corrêa dos Santos
Pr. José Antônio Corrêa
Introdução
1 - O
Sacrifício de Jesus
1.1
- No Getsêmani
1.2
- Na Cruz
2
- A Ressurreição de Jesus
2.1
- Diante de Deus
2.2
- Diante dos homens
3
- A Ação de Jesus Ressurreto
3.1
- Suas aparições
3.2
- A caminho de Emaús
O SERMÃO
Introdução
Estamos
hoje vivendo o “Domingo de Páscoa”, tida por todos como a mais importante data
da cristandade. Então vejamos, Páscoa, do hebraico pesah é encontrada no grego,
na Septuaginta como pascha, que quer dizer “passar por cima” ou ainda passagem,
como é mais conhecida.
A
Páscoa para os judeus relembrava ao povo de Israel qual fora a miraculosa
intervenção de divina em favor deles.
Para
nós cristãos, relembramos a ressurreição de Jesus Cristo e com ele nosso acesso
à vida eterna.
Em
ambos os casos a Páscoa é uma festa alegre, é um momento especial em que nos
aproximamos de Deus para agradecer-lhe a preciosa benção recebida.
Mas
antes de nos deleitarmos nas bênçãos a que temos direito, antes deste gozo,
faz-se necessário que reflitamos um pouco da maneira como ela foi conquistada,
e embora nossa festa seja um motivo de alegria maior, quero voltar por um
instante com os irmãos, para que compreendamos um pouco mais do sacrifício de
Jesus.
I. O SACRIFÍCIO DE JESUS
Mais
precisamente gostaria voltar até o momento em que Jesus estava no Cenáculo,
quando ceava pela última vez com seus discípulos e ali anunciou após tomar do
pão e do vinho, que chegara o momento de sua morte, e que um dentre todos que
ali estava haveria de traí-lo.
Após
cearem encaminharam-se ao Monte das Oliveiras, e ali Jesus se afasta do grupo
para orar, diz assim a Palavra de Deus no Evangelho de Marcos capítulo 14
versos 33 - 34: “E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se
tomado de pavor e angústia. E lhes disse: A minha alma esta profundamente
triste até à morte; ficai aqui e vigiai”.
Aproximava-se
o momento que Jesus receberia todos os pecados do mundo sobre si, eu falo de
todos os pecados do mundo. Os meus pecados e os seus pecados também. E Jesus
continua a sofrer dizendo que sua alma estava triste até a morte, ou seja era
uma tristeza mortal.
E
aquele momento era tão profundamente triste, tão intensamente tenso, que diante
daquele cálice de sofrimento, o corpo de Jesus reage de uma maneira
impressionante, e esta narrativa encontramos no Evangelho de Lucas, no capítulo
22 verso 44, que diz: “E estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu
que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre terra”.
Lembrando
que Lucas era médico, e que portanto suas narrativas são ricas de detalhes que
escapam ao observador leigo, ele relata no original grego não gotas de sangue,
o substantivo utilizado por ele foi “tromboi” cuja tradução correta é coágulo,
portanto o que o médico narra realmente é que “... seu suor corria como
coágulos caindo sobre a terra”.
Isto
significa que após intenso estresse, Jesus sofreu um fenômeno chamado
HEMATIDROSE. O médico francês Pierre Barbet em um minucioso estudo diz assim:
“O fenômeno Hematidrose consiste em intensa vasodilatação dos capilares
subcutâneos que distendidos ao extremo rompem-se. O sangue se mistura com o
suor e esta mistura poreja por toda a superfície do corpo”.
Esta
disfunção ocasionou uma extrema sensibilidade em todo o seu corpo, uma
fragilidade que deixa toda a extensão do corpo com dores intensas.
Provavelmente
sua Bíblia apresenta os versos 43 e 44 entre colchetes, o que significa que este
verso não consta de alguns manuscritos antigos. Na verdade alguns escritores
achavam que esta passagem não era digna da Divindade de Jesus Cristo.
Com
este corpo prejudicado, com o peso dos pecados sobre seus ombros foi Jesus
ainda flagelado e recebeu uma coroa de espinhos. De tal maneira sofreu e ainda
foi trôpego e humilhado caminhando em direção ao Calvário com sua cruz.
Mas
como ele mesmo havia profetizado, ao terceiro dia ele voltaria.
II. A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Mas,
porque tanto sofrimento? De acordo com a Lei Mosaica os pecados do povo
deveriam ser expiados da seguinte maneira, vejamos em Levíticos capítulo 5
versos 6 e o 7 que diz: “E por sua oferta pela culpa trará ao Senhor um
carneiro sem defeitos do rebanho, conforme tua avaliação para oferta pela
culpa; trá-lo-á ao sacerdote. E o sacerdote fará expiação por ela diante do
Senhor, e será perdoada de qualquer de todas as cousas que fez, tornando-se por
isso culpada”.
Essa
foi então a razão do sacrifício de Jesus. Ele tomou sobre si os nossos pecados
e foi imolado como o Cordeiro sem máculas ofertado por Deus, o Cordeiro de
Deus, para expiar os nossos pecados, para que eles fossem perdoados. E a sua
ressurreição é para nós a vitória absoluta sobre a morte, que é o castigo maior
imposto ao homem por seu pecado. “O salário do pecado é a morte” diz a Palavra
de Deus.
Vejamos
então o porquê deste sacrifício e da ressurreição:
Diante
de Deus
- No momento em que Jesus foi imolado como o Cordeiro de Deus, como oferta para
expiação de nossos pecados, Deus aceita aquele sacrifício. Diz assim a Palavra
de Deus no Evangelho de Mateus capítulo 27 verso 51: “Eis que o véu do
santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; tremeu a terra,
fenderam-se as rochas”
O
véu do santuário era última fronteira entre o homem e Deus, ele encobria a arca
de Deus que se encontrava no templo no local chamado Santo dos Santos, por
aquele véu nem o Sumo Sacerdote passava. E o rasgar do véu vem comprovar a
aceitação por parte de Deus para o sacrifício de Jesus, pois a partir daquele
momento passamos nós mesmos a ter acesso a Deus, tendo como único caminho Jesus
Cristo. “Eu sou o caminho ... ninguém vem ao Pai senão por mim”, nos ensinou o
Mestre.
Diz
ainda a Palavra de Deus na Epístola aos Hebreus capítulo 1 verso 3, e se você
ainda não grifou este verso em sua Bíblia, faça isto agora: “Ele, (Jesus
Cristo), que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser (a
expressão máxima da natureza de Deus), sustentando todas as coisa pela palavra
do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados (a saber sua morte
sacrificial na cruz do Calvário), assentou-se à direita (o lugar de honra) da
Majestade nas alturas”
Assim
Deus aceita o sacrifício de Jesus, perdoa os nossos pecados, e permite que
tenhamos acesso a Ele, através da pessoa de Jesus Cristo.
Diante
dos homens
- Quais os objetivos da ressurreição de Jesus?
-
Para sermos justificados diante de Deus por nossas transgressões - Romanos
4.25, “... o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e
ressuscitou por causa da nossa justificação”.
Quando
estivermos diante de Deus, não seremos mais cobrados por nossas transgressões,
pois este preço já foi pago por Jesus.
-
Para dar-nos a vida eterna - João 11.25, “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crer em mim, ainda que morra, viverá”.
Jesus,
nos assegurando novamente que é a vida, mas lembrando que temos um preço a
pagar. Uma contrapartida que nos é exigida para alcançar estas bênçãos. Quem
crer em mim.
-
Para sermos ressuscitados juntos com Ele - Colossenses 12.1, “Tendo sido
sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes
ressuscitados mediante a fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os
mortos”.
Mais
uma vez a necessidade de nos convertermos a Jesus, e sepultarmos os nossos
pecados através do batismo.
-
Para sermos regenerados - 1 Pedro 1.3, “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo que segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança
mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”
Regenerou
- ou seja gerou de novo - um novo nascimento para uma via plena.
-
Para consagrarmos as nossas vidas - Romanos 6.13, “... mas
oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a
Deus, como instrumentos de justiça”
-
Para andarmos de modo digno - Colossenses 1.10, “a fim de viverdes
de modo digno no Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda a boa
obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus”.
Então
para recebermos todas estas bênçãos que Deus nos concedeu através da morte e
ressurreição de Jesus Cristo, precisamos em primeiro lugar CRER que Jesus é o
nosso bastante e suficiente Salvador. Em segundo lugar cumprirmos as suas
ordenanças, nos batizando para sepultar nossos pecados e em terceiro lugar
vivermos de um modo digno realizando boas obras para o Reino de Deus na terra.
III. AS AÇÕES DE JESUS RESSURRETO
Sabemos
portanto a razão e os objetivos da ressurreição de Jesus, vamos então quais
foram as suas ações após a ressurreição.
Jesus
aparece por dez vezes:
1.
Para Maria Madalena, na porta do túmulo, e ela correu para anunciar aos demais
discípulos o que acontecera, João 20.11-18.
2.
Às mulheres que voltavam do túmulo, da mesma forma se foram a anunciar aos
demais que Jesus ressuscitara, Mateus 28.8-10.
3.
Apareceu a Pedro, Lucas 24.34.
4.
Aos discípulos no caminho de Emaús, Lucas 24.13-31.
5.
Aos discípulos com Tomé ausente, João 20.19.
6.
Após oito dias, aos discípulos com Tomé presente, João 20.26.
7.
Aos sete discípulos, junto ao mar da Galileia, João 21.
8.
De uma única vez a mais de quinhentos irmãos, 1 Coríntios 15.6.
9.
Ao seu irmão carnal Tiago. 1 Coríntios 15.7.
10.
Na última aparição na Sua ascensão ao céu, Lucas 20. 50.51.
São
razões suficientes para que comprovemos a ressurreição de Jesus, muito embora
não precisemos destas provas pois diz a Palavra de Deus: “visto que a justiça
de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá
por fé”, Romanos 1.17.
Das
múltiplas aparições de Jesus, uma chama a minha atenção de modo particular, foi
quando ele aparece aos discípulos a caminho de Emaús. Este episódio está
narrado no Evangelho de Lucas capítulo 24 verso
Iam
pela estrada, Cleopas e provavelmente sua esposa. Iam a pé, pois naquele tempo
ou caminhava-se ou ia-se no lombo de um animal, o que era privilégio de uns
poucos abastados. Seguiam saídos de Jerusalém a caminho de uma local chamado
Emaús, distante dali
Caminhavam
discutindo sobre tudo que havia acontecido naqueles dias, quando de repente
aproximou-se um estranho e lhes pergunta: “Que é isso que vos preocupa e de que
ides tratando à medida que caminhais?”
E
ele ironizam dizendo: Por acaso só você não sabe o que esta acontecendo? E o
estranho então responde: Sobre o que? E os dois se colocam a responder contando
da vinda de Cristo, sua crucificação e sua ressurreição, mas ainda assim
lamentavam.
Então
o estranho, passou a falar-lhes sobre tudo o que as Escrituras falavam a
respeito de Jesus. Mas o dia já estava se pondo e chegaram ao local para onde
se dirigiam e eles então convidaram o estranho para entrar e ficar com eles.
E
quando foram então à mesa, o estranho tomou o pão, abençoou-o, o partiu e lhes
deu.
Neste
momento aqueles dois discípulos reconheceram que o estranho era Jesus, que já
estava com eles a um bom tempo.
Na
mesma hora levantaram-se e retornaram à Jerusalém para encontrar com os apóstolos
e ali se puseram a anunciar a presença de Jesus.
Amados
irmãos, vejo no comportamento destes dois discípulos algo muito semelhante ao
que vem acontecendo com muitas pessoas de nosso tempo.
Pessoas
que não são capazes de reconhecer a presença do Senhor a seu lado. Estão
exatamente como diz o verso 16, “Os seus olhos, porém, estavam como que
impedidos de reconhecê-lo”.
Sabemos
que Jesus vive, sabemos que o Espírito Santo de Deus está presente mas não
dispomos os nossos olhos para reconhecer a sua presença.
Jesus
caminha conosco e não o reconhecemos, Jesus fala conosco e não o identificamos.
E como aqueles dois discípulos, continuamos no nosso caminho tristes e
abatidos, e muitas vezes lamentando a nossa própria sorte.
Aí
chega o momento final, é preciso que haja um movimento especial, uma
experiência particular e intima para que você “acorde” e passe a ver a Jesus do
seu lado.
E
neste momento você passa a crer e passa a ter o direito de receber estas
maravilhosas bênçãos que falamos há pouco.
Deixe
Deus ocupar o lugar principal na sua vida, o lugar de honra, como Senhor e
Soberano. Faça como os discípulos de Emaús, abra os seus olhos e reconheça o
imenso amor Deus que levou Seu filho Jesus a sacrificar-se na cruz por você,
pelos seus pecados.