AGEU, 1-15
Pr. José
Antônio Corrêa
Ciro, rei da Pérsia, havia permitido que
50.000 judeus exilados voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador
Zorobabel e do sumo sacerdote Josué, Ed 1.2-4; 2.64, 65; 3.2; 5.1.
Durante o segundo ano de seu retorno (536-535 a.C), foram lançados os alicerces
do templo, Ed 3.8-10. A oposição dos samaritanos, porém, fez cessar a
obra, Ed 4.1-5,24.
Consequentemente, os judeus tornaram-se
espiritualmente apáticos. Passar-se-iam dezesseis anos até que retomassem à
construção da Casa do Senhor. Deus, então, envia-lhes os profetas Ageu e
Zacarias para encorajá-los a recomeçar a obra.
PERIGOS QUE
ENFRENTAMOS QUANDO NÃO EDIFICAMOS PARA DEUS
Queremos pensar que ainda hoje temos diante
de nós a mesma responsabilidade: Ou edificamos o que é de Deus, ou nos
preocupamos com o que é nosso. Dependendo de nossas decisões, seremos ou não
agraciados pelo Senhor.
Os judeus que haviam
voltado do cativeiro, estavam tão ocupados com os próprios interesses, que
passaram a negligenciar a construção da Casa de Deus. Suas casas
achavam-se revestidas de madeira de cedro, ao passo que o templo permanecia em
ruínas.
Deus reclama: “Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas
(revestido de lambris, coberto com tábuas ou lambris), enquanto esta casa
permanece em ruínas?”, v.4. Há um desastre em nossas vidas quando damos
o último lugar para Deus.
1. Veja o
resultado de suas decisões:
a) Passaram
a semear mais e colher menos e com isso a colheita não era suficiente para suas
necessidades: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não
chega para fartar-vos”, v.6.
b) Em
razão da escassez de chuvas, faltava água: “bebeis, mas não dá para
saciar-vos”, v.6. Ver ainda v.10, “Por isso, os céus sobre vós retêm
o seu orvalho, e a terra, os seus frutos”. Ainda o v.11, “Fiz vir a seca sobre
a terra e sobre os montes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e
sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, sobre os animais e
sobre todo trabalho das mãos”.
c) Não
tinham para as necessidades básicas: “vestis-vos, mas ninguém se aquece”, v.6.
d) O
salário recebido não dava para nada: “e o que recebe salário, recebe-o para
pô-lo num saquitel furado”, v.6. Ver ainda o v.9, “Esperastes o
muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa,
eu com um assopro o dissipei. Por quê? — diz o SENHOR dos Exércitos; por causa
da minha casa, que permanece em ruínas”.
e) Por duas vezes Deus lhes ordena que
considerem seu passado: “Assim diz o SENHOR dos
Exércitos: Considerai o vosso passado”, v.5, 7.
f. Ageu, então, mostra-lhes que a obra de
Deus tem de ter toda a primazia. Da mesma forma, o reino de Deus e os
interesses da causa do Senhor devem ser a suprema prioridade em nossa vida, Mt
6.33, “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.
2. A retomada da construção e a promessas de
novas bênçãos:
a) A posição da liderança e o resto do povo,
v.12,
“Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e Josué, filho
de Jozadaque, o sumo sacerdote, e todo o resto do povo atenderam à voz do
SENHOR, seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, as quais o SENHOR, seu Deus, o
tinha mandado dizer; e o povo temeu diante do SENHOR”.
b) Pela
boca de Ageu, Deus
responde à obediência de seu povo, prometendo-lhe que estaria ao seu lado. Fortaleceu-lhes a
resolução, e ajudou-os a levar a efeito a obra, vs.13-15, “13 Então, Ageu, o enviado do SENHOR, falou ao povo, segundo
a mensagem do SENHOR, dizendo: Eu sou convosco, diz o SENHOR. 14 O SENHOR
despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o
espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto
de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do SENHOR dos
Exércitos, seu Deus, 15 ao vigésimo quarto dia do sexto mês”.
Foi a
Zorobabel que Deus deu uma das palavras mais importantes do livro de Zacarias,
“Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por
força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos”, Zc
4.6.
Estar "conosco" é a mais grandiosa
promessa que o Senhor pode fazer-nos, Gn 26.24; 28.15; 39.2,3,21,23; Êx
3.12; Mt 28.20.