NOVO ANO, NOVO TEMPO

ÊX  34.1-8

Por Fábio Vasconcelos

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

Texto:1 Então, disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nelas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste. 2 E prepara-te para amanhã, para que subas, pela manhã, ao monte Sinai e ali te apresentes a mim no cimo do monte. 3 Ninguém suba contigo, ninguém apareça em todo o monte; nem ainda ovelhas nem gado se apascentem defronte dele. 4 Lavrou, pois, Moisés duas tábuas de pedra, como as primeiras; e, levantando-se pela manhã de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe ordenara, levando nas mãos as duas tábuas de pedra. 5 Tendo o SENHOR descido na nuvem, ali esteve junto dele e proclamou o nome do SENHOR. 6 E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; 7 que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração! 8 E, imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou”.

 

Diante de expectativas, desejos, esperanças que surgem num dia singular como este, temos que concordar com o escritor inglês Charles Lamb:

 

“Ninguém observa o 1º de janeiro com indiferença”.

 

Esse é um momento em que encontramos as pessoas reflexivas, por vezes com esperanças, por vezes com medo. É o medo do novo, do desconhecido, da página em branco que precisa ser escrita. Também já dizia um poeta de nossos dias que “o barulho dos fogos de artifícios parecerem representar a necessidade que temos de abafar o barulho que encontramos dentro de nós nesta época Reveillon”.

 

As pessoas querem ter a segurança de encontrar um futuro previsível para um novo tempo. Vemos nos jornais páginas e páginas cedidas às previsões para um novo ano, horóscopos, mapas astrais, pessoas que buscam videntes, tarô, jogo de búzios, quiromancia e tantas outras opções que se propõem a responder sobre um futuro incerto. Infelizmente também, ainda vemos alguns cristãos abrindo mais os jornais e revistas nas páginas do horóscopo, que abrindo a Bíblia...

 

Lembremos das palavras do salmista:

 

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais Ele o fará”.

 

Ano novo, desafios novos, horizontes novos, relacionamentos novos, compromissos novos, vitórias novas, mas também dificuldades novas, conflitos novos, responsabilidades novas, tudo depende de como acolhemos um novo tempo. Entretanto, a certeza que trazemos em nosso coração, meus irmãos e irmãs, é que o nosso Deus continua o mesmo, como diz o texto de hoje em Êx 34.1-8:

 

“Compassivo, clemente, longânimo e grande em misericórdia e fidelidade”.

 

“Deus é fiel” é uma afirmação comum em nossos dias. Vemos e ouvimos essa afirmação com frequência ao nosso redor. Quem nunca testemunhou essa citação em alguns adesivos de carro pelas ruas de nossas cidades?

 

Mas a pergunta é: Somos fiéis a Deus?

 

Particularmente nunca vi um adesivo que afirme “Eu sou fiel a Deus”... Mesmo assim continuamos em cada amanhecer provando da fidelidade do Senhor em nossas vidas.

 

Então, se sabemos que ele é fiel, por que o medo do novo?

 

Devemos gastar nossas energias diante de um novo tempo nos preocupando com outras ações, na certeza que Deus tem cuidado de nossas vidas, pois hoje ele é EMANUEL (Deus conosco).

 

Talvez possamos tomar pelo menos três atitudes diante deste momento novo que se inicia.

 

A primeira delas é vista pelos olhos da fé em Êxodo 14.15:

 

 

MARCHEM!!!

 

Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”.

 

Quando o povo de Deus fugindo do exército de Faraó se depara com um novo obstáculo em seu caminho; o mar. Só havia um caminho a seguir, e uma atitude a tomar, mas o povo clamava a Deus e nada fazia... Então o Senhor disse ao povo: Marchem!

 

Nenhum mar em nossas vidas vai se abrir sem que marchemos, sem que a planta de nossos pés pise nas águas desconhecidas.

 

Devemos marchar em frente! Não fiquemos só clamando a Deus por nosso futuro, pois Ele nos diz hoje também: Marchem!

 

Nunca esqueçamos que toda oração precede uma ação. Então não fiquemos estáticos; marchemos!

 

Marchemos como filhos de Deus, como povo, juntos, unidos como família de Deus.

 

Em segundo lugar, diante do novo tempo devemos observar onde temos:

 

 

DESCANSANDO AS NOSSAS MÃOS?

 

No Evangelho de Lucas 9.60-62, vemos Jesus pondo a prova um jovem que queria seguir junto com ele a jornada de um novo tempo, mas que se inquietava em despedir-se dos parentes a continuar a marcha. A resposta de Jesus nos faz lembrar de onde temos descansando as nossas mãos. Disse Ele ao jovem:

 

61 Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. 62 Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”.

 

Uns têm descansado as mãos no bolso, outros embaixo dos braços, outros na vida alheia, outros em maus sentimentos...

 

Deus nos chama a repousar a mão no arado, na construção do novo campo, na preparação do novo terreno, na responsabilidade de semear as sementes que serão os frutos do amanhã.

 

“Por a mão no arado” é sinal de compromisso com o Deus que é fiel, é comprometer-se com a fidelidade a esse Deus.

 

Hoje, se posso estar aqui e compartilhar de meu ministério com esta comunidade de fé, é porque escolhi pelo arado e não voltei para me despedir dos meus parentes. Como alguns de vocês sabem, quando saí de Recife há um ano atrás, jamais imaginei que estaríamos aqui, eu e minha esposa. Diante de nossa nova jornada, não voltei para me despedir dos meus parentes, e se o fizesse certamente não estaria aqui entre vocês testemunhando a fidelidade de Deus.

 

A Marcha exige de nós compromisso! Não olhemos para trás com o desejo da volta, olhemos para frete e trabalhemos. O compromisso com Deus, com a sua obra, com sua igreja, com o propósito que Ele tem para a vida de cada um de nós é a marca com a qual ferimos a terra que aramos e vamos semear nosso futuro.

 

Onde temos descansado nossa mão? Qual o nosso compromisso com Deus e sua obra?

 

Qual o nosso compromisso com a esta comunidade chamada Catedral do Mediador?

 

Qual o nosso compromisso com o Reino de Deus?

 

Marchemos na certeza que diante do novo tempo temos que ter compromisso.

 

Por fim, temos que ter uma direção:

 

 

UM ALVO, UM IDEAL.

 

Ninguém chega a lugar nenhum se não marchar na direção de um ideal, pois sem a direção do alvo nos perdemos pelo caminho.

 

Muitos ministérios têm inspirado minha caminhada ministerial, mas hoje lembro de um deles em especial, no meu ministério entre vocês. O ministério do Reverendo Virgínio Pereira Neves, que assim como eu, no quarto ano de sua ordenação assumiu a reitoria desta comunidade e veio a ser em 1950 o primeiro Deão desta Catedral. Em 1938, na ciência de que o povo de Deus não pode marchar sem coração e sem direção, escreve as seguintes palavras que nos são tão cabíveis no dia de hoje:

 

“Todos nós marchamos em direção de um ideal, de sorte que a elevação da vida ou a proporção dos empreendimentos dependem do ideal. Se o ideal é inatingível pelo fato de ser ideal, fiquemos ao menos no caminho, mas sempre em sua direção”.

 

O apóstolo Paulo na carta aos Filipenses capítulo 3.13-16 nos ajuda e indica que devemos avançar para as coisas que estão diante de nós, prosseguindo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

 

13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. 16 Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos”.

 

Qual é o nosso ideal senão Cristo?

 

Estamos satisfeitos onde estamos e como estamos, ou temos nos dirigido ao ideal que está em Cristo Jesus?

 

Mas a nossa marcha aponta em sua direção?

 

Somos chamados por Deus a determinar alvos em Cristo para nossas vidas e seguirmos com esse propósito para os alcançar também em nossas famílias, nossos relacionamentos, nossa igreja, nossa profissão, nosso ministério, nossos sonhos...

 

Meus queridos irmãos, marchemos! Coloquemos a mão arado! Avancemos para o alvo!

 

Deus tem cuidado de nós. Cabe-nos escolher se queremos que Ele cuide de nós ou não.

 

A escolha é nossa...

 

Ele continua o mesmo; sempre Fiel e grande em misericórdia.

 

Que neste ano de 2007 possamos Marchar, nos Comprometer e Prosseguir para o Alvo juntos.

 

Que Todos nós estejamos unidos como família neste momento novo, neste novo tempo.

 

Feliz Ano Novo! Que Deus continue nos abençoando e cuidando de nós!

 

Amém!