CEIA DO
SENHOR: OLHANDO E REFLETINDO
1CO
11.23-24
Por Antônio
Coine
Pr. José
Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO
A Ceia do Senhor nos dá a oportunidade de
bênçãos e crescimento espiritual se nos aproximarmos dela com atitude correta.
O que, então, devemos fazer se a Ceia do
Senhor é para trazer bênçãos e não castigo?
I. EM
PRIMEIRO LUGAR DEVEMOS OLHAR PARA TRÁS
Vs. 23-26a
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos
entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e,
tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós;
fazei isto em memória de mim. Por semelhante movo, depois de haver ceado, tomou
também o cálice, dizendo: este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei
isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes
que comerdes este pão e beberdes o cálice...”.
O partir do pão nos lembra do Corpo de
Cristo, dado por nós; e o cálice nos lembra do seu sangue derramado.
Isto é uma coisa notável, pois Jesus quer que
os seus seguidores se lembrem da Sua Morte.
A maioria de nós tenta esquecer como, aqueles
que nós amamos, morreram, mas Jesus quer que nos lembremos como Ele morreu.
Por quê?
Porque tudo o que temos, como cristãos, está
centralizado naquela morte.
1. Devemos nos lembrar QUE Ele morreu,
porque isso é uma parte da mensagem do Evangelho: “Antes de tudo, vos entreguei
o que também recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,
e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”, 1Co
15.3-4.
Não é um ensino, é um fato.
2. Devemos, também, lembrar PORQUE Ele
morreu:
Cristo morreu pelos nossos pecados, Is
53.6: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava
pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”, e 1Pe
2.24: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos
pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas
chagas, fostes sarados”, pagando o débito que não poderíamos pagar.
3. Devemos, também, lembrar COMO Ele
morreu desejando mostrar mais tarde o Seu amor por nós, Rm 5.8: “Mas
Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Ter Cristo morrido por
nós, sendo nós ainda pecadores”.
Ele entregou o seu corpo nas mãos de homens
pecadores e carregou sobre Seu corpo os pecados do mundo.
Portanto, este “relembrar” não é simplesmente
uma recordação de fatos históricos. É uma participação nas realidades
espirituais.
Na Mesa do Senhor nós não andamos em volta de
um monumento para admirar. Nós temos comunhão com o Salvador vivo quando nossos
corações são alcançados pela fé.
II. EM
SEGUNDO LUGAR DEVEMOS OLHAR PARA FRENTE
V. 26b
“Anunciais a morte do Senhor, até que ele
venha”.
Nós observamos a Ceia “até que Ele venha”
A volta de Cristo é uma abençoada esperança
da Igreja e do cristão individualmente.
Jesus não só morreu por nós, mas Ele
ressuscitou outra vez, subiu aos céus e um dia voltará.
III.
DEVEMOS OLHAR PARA DENTRO DE NÓS
Vs. 27, 28,
31, 32
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o
cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice;
Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados,
somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”.
O Problema de estar em pecado: “Por isso,
aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente,...”.
“Se o Senhor espera de nós gratidão ao
recebermos este mistério; se ele quer que reconheçamos sua graça de todo o
nosso coração e fazê-la conhecida através de nossos lábios, então aquele que
lhe dirigiu insulto em vez de honra não escapará sem castigo; pois o Senhor não
tolerará que o seu mandamento seja menosprezado” (J.Calvino, pg. 360),
Comer indignamente: Na realidade, como disse
L. Morris, “ninguém é digno da bondade de Cristo para conosco. Mas noutro
sentido podemos vir dignamente, isto é, com fé, e com a devida realização de
tudo que é pertinente a tão solene rito. Negligenciar nisto é vir indignamente
no sentido aqui censurado. A grandeza da dádiva oferecida é a medida da
grandeza da sua culpa”. Então, “comer indignamente” é:
Em primeiro lugar “é desonrar o uso
puro e ilegítimo pelo nosso próprio abuso”.
“Nenhum fornicador, perjuro, ébrio ou
impostor, sem indício de penitência (arrependimento) pode forçar o caminho”
(Calvino e os libertinos de Genebra).
Em segundo lugar “não estar com o
coração preparado como deveria”. Pois a displicência ou indiferença é sinal de
irreverência, também merece a punição de Deus.
“Paulo não quer dizer que a pessoa que
comunga erroneamente incorre na pena eterna, mas cai sob a medida de condenação
apropriada a seu ato”.
Em terceiro lugar. A questão do Autoexame
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo,...”.
“Paulo quer dizer que ninguém deve entender a
Santa Comunhão como uma coisa natural, como qualquer outro serviço litúrgico”.
“É um rito solene, instituído pessoalmente
pelo Senhor, carregado de profunda significação” (L. Morris, pg. 131).