DO SERVIÇO
VOLUNTÁRIO À MISSÃO DE SERVO
Atos
7.17-38
Autor:
Mathias Quintela de Souza
Pr. José
Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO
1. O nosso tema geral para esta
série de mensagem é: “No limite de Deus”. Começamos com o propósito de Deus nas
provações. Vamos prosseguir selecionando textos que mostram sempre servos de
Deus sendo provados e aprovados por Deus através das experiências da vida.
2. Neste domingo, refletiremos
sobre a experiência de Moisés, um dos maiores líderes da história do povo de
Deus.
3. A história de Moisés, resumida
por Estevão, está dividida em três fases de 40 anos (Atos 7.23, 30 e 36). É
importante compreender essas três fases na vida desse servo de Deus para
percebermos como o jovem voluntarioso (Êx 2.11-12) tornou-se o homem mais manso
da terra (Nm 12.1-3), e o que isto significa para nós hoje. Como aconteceu com
José, Moisés foi duramente provado e, finalmente, aprovado por Deus para ser
participante da sua obra na terra.
I. A
FRUSTRAÇÃO DO VOLUNTÁRIO
1. Na primeira fase de 40 anos,
Moisés recebeu esmerada formação religiosa de sua mãe (Êx 2.5-10) e a melhor
educação geral no palácio egípcio (At 7.22), tornando-se um homem poderoso em
palavras e obras.
2. Moisés tinha consciência da
sua identidade e da sua missão, talvez fruto da sua formação religiosa (Hb
11.23-26). Por isso, considerou-se apto para iniciar sua missão de libertador.
Mas cometeu diversos equívocos. Quando viu um egípcio espancando um hebreu (Êx
2.11-12):
a) Olhou de uma banda e de outra
e não olhou para cima;
b) Temeu a presença de homens,
mas não temeu a presença de Deus;
c) Quis ser libertador e
tornou-se homicida;
d) Tentou esconder o que tinha
feito.
O resultado foi a fuga para
esconder-se do faraó (Êx 2.14-15). Não há registro de que Moisés tenha ouvido
ou buscado a Deus. Tentou, sinceramente, fazer alguma coisa para Deus e para o
seu povo, mas foi frustrado.
3. Deus não desistiu de Moisés,
como ele não desiste de nós. Todos os que se dispõem a servir podem errar. Faz
parte do processo pedagógico de Deus. Precisamos de pausas para reflexão. Como
Pedro, tornamo-nos mais humanos quando temos de chorar amargamente os nossos
fracassos. Só não erra quem nunca tenta servir e ser útil.
II. O
PREPARO DO VOCACIONADO
1. Na segunda fase de 40 anos, de
príncipe egípcio, Moisés tornou-se pastor das ovelhas do sogro no deserto de
Midiã (Êx 2.18-22; 3.1). Essa escola do deserto foi importante na formação
daquele que seria o maior líder de Israel. Aliás, o deserto é terreno fértil da
reflexão bíblica (Moisés, João Batista, Jesus). Tempo de reflexão, de
crescimento, de maturidade. O homem poderoso aprendeu a depender de Deus.
2. O homem versado nas ciências
do Egito reconheceu-se incapaz para a missão para a qual Deus o chamava (At
7.34, Êx 3.10-12; 4.10-12). O voluntário se oferece; o ministro é chamado; o
voluntário é capaz para a tarefa; o ministro (servo) precisa ser capacitado por
Deus. De acordo com o Novo Testamento, todos os crentes são chamados e
capacitados por Deus (Rm 12.4-6; Ef 4.7; 1Co 12.7,11). A Igreja é o Corpo de
Cristo. Assim como não há membro no corpo sem função, também não há crente sem
ministério.
3. Todos nós podemos servir como
ministros de Deus, porque “Deus não chama os capazes, mas capacita os
chamados”. Deixemo-nos moldar pelas potentes e amorosas mãos do Senhor para que
sejamos vasos de bênçãos.
III. A
MISSÃO DO SERVO
1. O chamado de Moisés começou
com o encontro dele com Deus numa experiência de adoração (Êx 3.1-6). Isaías
teve experiência semelhante (Is 6.1-3, 8). As ações que glorificam a Deus têm
origem no trono e no altar de adoração.
2. Moisés foi primeiro, um
adorador, e depois chamado e enviado por Deus como o líder libertador do seu
povo (At 7.35-36). Não se ofereceu para fazer alguma coisa para Deus e para o
seu povo, mas submeteu-se ao Senhor em adoração; por isso os sinais e prodígios
procediam de Deus, glorificavam a Deus e abençoavam o povo.
3. Moisés serviu ao Senhor nos
seus dias e profetizou a respeito do Messias (At 7.37-38). Com as experiências
dele aprendemos que tudo coopera para o nosso bem (Rm 8.26) e nos prepara para
sermos bênçãos nas mãos do Senhor (Gn 50.19-21).
CONCLUSÃO
Na primeira fase da vida de
Moisés, ele pensava que era tudo; depois, aprendeu que não era nada; por fim,
reconheceu que Deus era tudo. A vida e o ministério de Moisés nos ensinam que
na submissão completa ao Deus soberano somos felizes e cumprimos a missão que
Deus tem para nós.