E O AZEITE PAROU
2 REIS 4.6
Por Kléber Nobre de Queiroz
José Antônio Corrêa
A expressão
acima está naquele episódio em que Eliseu multiplica o azeite da viúva. O texto
diz que ela havia sido mulher de um dos discípulos dos profetas.
Como nós
sabemos a situação das viúvas naquela época, bem mais do que em nosso dias era
uma situação difícil. E aquela mulher se encontrava em uma situação de extrema
penúria, de tal sorte que para pagar as dívidas teria que entregar os filhos
como escravos.
A mulher ao
ver Eliseu se aproximar faz a ele um relato de sua situação. O profeta pergunta
então o que é que ainda restou a mulher. Ao que a mulher responde que lhe
sobrara ainda um botija de azeite.
Eliseu,
então, pede que a mulher vá e junte todas as vasilhas que conseguisse,
inclusive, aquelas que os vizinhos pudessem emprestar. Depois entrasse em casa
e fosse derramando o azeite e enchendo as vasilhas. Até que o momento em que já
não havia mais vasilhas e o azeite parou. Sabemos que na Bíblia, o azeite, o
óleo, são símbolos do Espírito Santo, de unção e queremos fazer uma analogia do
azeite da viúva que Eliseu multiplicou com o derramar do Espírito na vida da
igreja e na vida dos crentes. Pois, o imperativo de Deus para o crente é:
"enchei-vos do Espírito.
2.
Aprendemos, aqui, também, que o azeite seria multiplicado milagrosamente. Isto é pelo poder de
Deus. Esta lição também é preciosa, porque nós pensamos que a técnica, a
estratégia, o método, o momento, o local, podem produzir unção, derramamento do
Espírito. Mas, isso é um milagre de Deus que o homem não pode manipular nem
tampouco dominar.
3. Uma
outra lição que nós podemos retirar desse episódio é que o azeite seria
derramado misteriosamente. Era algo incompreensível à mente humana. Nem hoje, nem
amanhã, nem nunca; pela ciência, o homem poderá explicar como é que se
multiplica azeite, pães, peixes... Quando Jesus se encontrou com Nicodemos, ele
disse que ação do Espírito Santo é um mistério. É somente pela fé que nós
podemos aceitar a ação livre e soberana do Espírito Santo, nos enchendo a ponto
de transbordar.
4. Mais
uma lição que nós percebemos neste episódio é que o azeite era para todos os
vasos.
Quantos vasos existissem naquela casa, quantos vasos estivessem ali
disponíveis, seriam cheios pelo azeite que se multiplicava ilimitadamente.
Sabemos também pelas Escrituras, conforme está em Joel 2.28, que Deus
derramaria o seu Espírito sobre todos. Promessa da qual Pedro se recorda no dia
de Pentecostes. Assim, podemos ter a certeza de que o Espírito Santo é para
todo crente. Para cada vaso, para cada servo de Deus.
5. Uma
outro aspecto que nós destacamos daquele acontecimento para nosso ensino é que
o azeite era para o vaso todo. Quando a mulher fosse enchendo os vasos, ela
deveria enchê-los completamente. Ela não poderia, nem deveria perder aquela
oportunidade que estava ao seu alcance de encher o vaso completamente. Podemos
também dizer com base na Palavra de Deus que o Seu propósito é de nos encher
completamente do Seu Espírito Santo. Deus não quer nos dar um pouco, nem uma
parte. Ele quer nos dar a plenitude do seu Espírito.
6.
Notemos ainda, que o azeite seria derramado à medida da disponibilidade dos
vasos.
Se a mulher tivesse vasos, que já estivessem com qualquer outra coisa, não
seria possível enchê-los com o azeite. Da mesma maneira, enquanto nós não nos
esvaziarmos não será possível Deus nos encher com o óleo do Seu Espírito. Para
que Deus me encha é preciso que eu esteja vazio.
7.
Finalmente, o azeite só parou quando todos os vasos estavam cheios. Da mesma maneira, o
propósito de Deus, hoje, é de só parar de derramar do seu Espírito quando todos
os vasos estiverem cheios. Muitas vezes nós ficamos a pensar que Deus resolveu
privilegiar alguns dando a eles um enchimento, um transbordar do seu Espírito.
Mas Deus quer fazer isso a cada um dos vasos que fazem a sua igreja.
A palavra de
Deus tem promessas maravilhosas para o povo de Deus, mas a maior delas é do
poder que Deus coloca à disposição da sua igreja para realizar a tarefa que Ele
nos deu. Às vezes, vejo a Igreja como o indivíduo, que prefere empurrar o carro
a colocar combustível nele. E o Espírito Santo é o poder que move a Igreja a
fim de realizar o seu ministério, sem Ele nos desgastamos desnecessariamente.