EVIDÊNCIAS DE UMA RESTAURAÇÃO

2CR 30.13-22

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

Texto: “13 E ajuntou-se em Jerusalém muito povo para celebrar a festa dos pães ázimos no segundo mês, uma congregação mui grande. 14 E, levantando-se, tiraram os altares que havia em Jerusalém; também tiraram todos os altares de incenso, e os lançaram no ribeiro de Cedrom. 15 Então imolaram a páscoa no décimo quarto dia do segundo mês; e os sacerdotes e levitas, envergonhados, santificaram-se e trouxeram holocausto à casa do Senhor. 16 Tomaram os seus lugares, segundo a sua ordem, conforme a lei de Moisés, homem de Deus; e os sacerdotes espargiram o sangue, que recebiam da mão dos levitas. 17 Pois havia muitos na congregação que não se tinham santificado; pelo que os levitas tiveram que imolar os cordeiros da páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem ao Senhor. 18 Porque uma multidão do povo, muitos de Efraim e Manassés, Issacar e Zebulom, não se tinham purificado, contudo comeram a páscoa, ainda que não segundo o que está escrito; pois Ezequias tinha orado por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe todo aquele 19 que dispõe o seu coração para buscar a Deus, o Senhor, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário. 20 E o Senhor ouviram Ezequias, e sarou o povo. 21 E os filhos de Israel que se achou em Jerusalém celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com grande alegria; e os levitas e os sacerdotes louvaram ao Senhor de dia em dia com instrumentos fortemente retinintes, cantando ao Senhor. 22 E Ezequias falaram benignamente a todos os levitas que tinham bom entendimento no serviço do Senhor. Assim comeram as ofertas da festa por sete dias, sacrificando ofertas pacíficas, e dando graças ao Senhor, Deus de seus pais. 23 E, tendo toda a congregação resolvido celebrar outros sete dias, celebraram por mais sete dias com alegria.”.

 

 

INTRODUÇÃO:

 

1. Ezequias recebeu um Reino espiritualmente corrompido. O Rei anterior, Acaz, seu pai, é descrito na Palavra de Deus como um dos piores Reis de Judá, 2Cr 28.1-4, “1 Tinha Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. E não fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai; 2, mas andou nos caminhos dos reis de Israel, e até fez imagens de fundição para os baalins. 3 Também queimava incenso no vale do filho de Hinom, e queimou seus filhos no fogo, conforme as abominações das nações que o senhor expulsara de diante dos filhos de Israel. 4 E sacrificava e queimava incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore frondosa”. Vejamos algumas frases neste texto:

 

a) v.2 - "Andou nos caminhos dos Reis de Israel". Esta frase era como que um slogan para se referir aos reis de Israel. Acaz fez tudo o que pode haver de pior.  Aprofundou a Nação na mais terrível idolatria.

 

b) v.2 - “... até fez imagens de fundição para os baalins.” Com isto Acaz incentivou a adoração de imagens a Baal.

 

c) v.3 - "Também queimava incenso no Vale de Hinom", “E sacrificava e queimava incenso nos altos e nos outeiros”, v.4. Uma outra variação para o culto dos deuses pagãos.

 

d) v.3 - “Queimou seus filhos no fogo.” Este era um ritual de sacrifício a Maloque, divindade dos amonitas.

 

e) v.4 - “queimava incenso... debaixo de toda árvore frondosa”. Culto a Asera. Uma árvore frondosa consagrada para que debaixo de suas sombras fossem oferecidos sacrifícios aos deuses cananitas.

 

4. Porém uma das piores coisas que Acaz fez foi ter entrado no Templo do Senhor furiosamente para quebrar tudo, V.24, “Ajuntou Acaz os utensílios da Casa de Deus, fê-los em pedaços, e fechou as portas da Casa do Senhor; e fez para si altares em todos os cantos de Jerusalém”.

 

5. Nestas condições, foi que Ezequias assumiu o Reino e começou uma grande reforma. Vejamos as evidências desta reforma nacional:

 

 

I. O GRANDE INTERESSE PELA OBRA DE DEUS

V.13

 

13 E ajuntou-se em Jerusalém muito povo para celebrar a festa dos pães ázimos no segundo mês, uma congregação mui grande”.

 

1. O desinteresse pela causa de Deus, tem sido o pior pecado de nossos dias. A assistência aos cultos tem sido trocada, principalmente no meio da semana, por uma novela de televisão. Nos domingos, muitos crentes trocam o culto a Deus por um passeio, ou por um jogo de futebol, etc. Os filhos de Deus têm sido motivados por estas coisas fúteis, mas não têm sido motivados para a obra de Deus.

 

2. Isto é um pecado abominável ao Senhor, Ap 3.15-16, “15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! 16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.” Vamos criar entre nós um clima de interesse pelas obra de Deus, rejeitando os atrativos do mundo em que vivemos.

 

3. Como povo de Deus, devemos amar sua obra, amar sua Igreja, demonstrar interesse por ela. Vejam o exemplo do povo nos dias de Neemias, Ne 8.1, “1 Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Moisés. 2 E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês. 3 E leu nela diante da praça que está na fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei”.

 

 

II. A BUSCA DE UMA REFORMA RELIGIOSA

VS.14-16

 

14 E, levantando-se, tiraram os altares que havia em Jerusalém; também tiraram todos os altares de incenso, e os lançaram no ribeiro de Cedrom. 15 Então imolaram a páscoa no décimo quarto dia do segundo mês; e os sacerdotes e levitas, envergonhados, santificaram-se e trouxeram holocausto à casa do Senhor. 16 Tomaram os seus lugares, segundo a sua ordem, conforme a lei de Moisés, homem de Deus; e os sacerdotes espargiram o sangue, que recebiam da mão dos levitas.” Vejam algumas frases indicando o extirpamento da idolatria e o estabelecimento do culto a Javé:

 

1. v.14, "Tiraram os altares".

 

2. v.15, "Celebraram a Páscoa".

 

3. vs.15-16, "Ofereceram sacrifícios ao Senhor".

 

4. Neste clima a própria liderança espiritual da Nação foi também atingida. Os sacerdotes e os levitas:

 

a) "Envergonharam-se", v.15. Tal fato nos sugere a humilhação.

 

b) "Santificaram-se", v.15. Não mais adoraram a Maloque. Seus corações foram voltados para a obra de Deus.

 

5. A reforma produzida por um verdadeiro avivamento, afasta da vida religiosa os elementos que corrompem o culto.

 

 

III. A ATIVAÇÃO DA INTERCESSÃO

VS.18-20

 

18 Porque uma multidão do povo, muitos de Efraim e Manassés, Issacar e Zebulom, não se tinham purificado, contudo comeram a páscoa, ainda que não segundo o que está escrito; pois Ezequias tinha orado por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe todo aquele 19 que dispõe o seu coração para buscar a Deus, o Senhor, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário. 20 E o Senhor ouviu Ezequias, e sarou o povo.”

 

1. Havia um problema: Alguns filhos do povo de Deus, na ansiedade de se entregarem ao Senhor, não passaram pelos rituais de purificação, que eram exigidos pela antiga aliança. Zedequias orou por eles e o Senhor ouviu.

 

2. Deus atende muito mais a atitude de coração, do que a aparência religiosa desprovida de um espírito de adoração. Deus sarou o povo.

 

3. Devemos criar o hábito de interceder pelos outros, Tg 5.14-16, 14 Está doente algum de vós? Chame os anciãos da Igreja, e estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor; 15 E a oração da fé salvará o doente, e se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16 Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação”.

 

4. O poder da oração é o poder que revoluciona, Tg 5.17-18, “17 Elias era homem sujeito as mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra. E orou outra vez e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.”

 

5. Além disso, a intercessão demonstra o nosso amor pelos nossos irmãos. No v.22, a Palavra nos informa que Ezequias “falou benignamente a todos os levitas que tinham bom entendimento no serviço do Senhor.” Devemos orar pelos nossos irmãos, tratá-los com bondade, e nunca ficarmos lutando na carne, porque “carne”, produz “corrupção”, Gl 6.8, “Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.”

 

 

IV. A VOLTA AO VERDADEIRO LOUVOR

VS.21-23

 

21 E os filhos de Israel que se acharam em Jerusalém celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com grande alegria; e os levitas e os sacerdotes louvaram ao Senhor de dia em dia com instrumentos fortemente retinintes, cantando ao Senhor. 22 E Ezequias falou benignamente a todos os levitas que tinham bom entendimento no serviço do Senhor. Assim comeram as ofertas da festa por sete dias, sacrificando ofertas pacíficas, e dando graças ao Senhor, Deus de seus pais. 23 E, tendo toda a congregação resolvido celebrar outros sete dias, celebraram por mais sete dias com alegria.”

 

1. O louvor é parte integrante de um avivamento. Foi isto também que ocorreu nos dias de Neemias, Ne 8.6, “Então Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo, levantando as mãos, respondeu; Amém! amém! E, inclinando-se, adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.” Porém, o louvor, como tudo o fazemos para Deus, deve ser expresso em uma atitude de coração, e não como mera formalidade, caso contrário corremos o risco de ser rejeitados perante o Senhor.

 

2. Is 38.18-20, “18 Pois não pode louvar-te o Seol, nem a morte cantar-te os louvores; os que descem para a cova não podem esperar na tua verdade. 19 O vivente, o vivente é que te louva, como eu hoje faço; o pai aos filhos faz notória a tua verdade. 20 O Senhor está prestes a salvar-me; pelo que, tangendo eu meus instrumentos, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida na casa do Senhor.”

 

 

CONCLUSÃO

 

1. Ansiamos por uma restauração real em nosso meio.

 

2. Não há restauração sem entrega incondicional a Deus.

 

3. Quando nos dispomos a uma verdadeira restauração:

 

a) Haverá um maior interesse pela obra de Deus,

b) Haverá uma reforma religiosa,

c) Haverá intercessão de uns para com os outros,

d) Nosso louvor será mais autêntico.