FALANDO SOBRE O PERDÃO DE DEUS

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

INTRODUÇÃO:

 

1. A palavra “perdão”, em nossos dicionários da língua portuguesa, vem do latim “perdonare” e significa: “Livramento de pena, ofensa ou dívida; indulto”; “Remissão de culpa (perdão dos pecados)”; “Ação pela qual alguém se livra da obrigação de cumprir um dever por interveniência de quem deveria exigi-lo”.

 

2. Só poderá haver perdão se houver uma culpa! Havendo uma culpa, poderá ou não haver perdão. Isso depende de um pedido de perdão da parte ofensiva e a liberação do perdão da parte ofendida. É evidente que quando pensamos em nosso relacionamento com o Deus Santo, para nos aproximarmos dEle, precisamos de perdão, uma vez que os nossos pecados o ofenderam e eles nos impedem de qualquer ato de relacionamento com o Criador.

 

 

I. TODOS ESTAMOS DISTANTES DE DEUS POR CAUSA DO PECADO

 

1. Is 59.1-15, “1 Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. 2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. 3 Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniquidade; os vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade. 4 Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade 5 Chocam ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela morrerá; se um dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora. 6 As suas teias não se prestam para vestes, os homens não poderão cobrir-se com o que eles fazem, as obras deles são obras de iniquidade, obra de violência há nas suas mãos. 7 Os seus pés correm para o mal, são velozes para derramar o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniquidade; nos seus caminhos há desolação e abatimento. 8 Desconhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; quem anda por elas não conhece a paz. 9 Por isso, está longe de nós o juízo, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que há só trevas; pelo resplendor, mas andamos na escuridão. 10 Apalpamos as paredes como cegos, sim, como os que não têm olhos, andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e entre os robustos somos como mortos. 11 Todos nós bramamos como ursos e gememos como pombas; esperamos o juízo, e não o há; a salvação, e ela está longe de nós. 12 Porque as nossas transgressões se multiplicam perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniquidades, 13 como o prevaricar, o mentir contra o SENHOR, o retirarmo-nos do nosso Deus, o pregar opressão e rebeldia, o conceber e proferir do coração palavras de falsidade. 14 Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar. 15 Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado como presa. O SENHOR viu isso e desaprovou o não haver justiça”. 

 

 

OBSERVAÇÕES:

 

a) A ação devastadora do pecado:

 

- prática da violência – “porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue”, v.3, “obra de violência há nas suas mãos. Os seus pés correm para o mal, são velozes para derramar o sangue inocente”, vs.6-7.

 

Quando olhamos para os índices de violência nos dias atuais, percebemos o quando o homem tem se aliado ao pecado e consequentemente se distanciado do Criador. Hoje se mata alguém por cinco reais! A fúria do homem dominado pelo diabo tem produzido tantas mortes, inúmeros assassinatos, que a notícia de um crime horrendo, não nos causa mais impacto. Texto semelhante: “Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue”, Is 1.15.

 

- prática da mentira – “vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade”, v.3, “o conceber e proferir do coração palavras de falsidade”, v.13.

 

A prática da mentira é outro pecado que convive conosco! O “conceber e o proferir do coração”, nos fala de algo que “nasce” que brota de nosso interior. Tem ver com o que Jesus denunciou em sua pregação – “18 Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. 19 Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. 20 São estas as coisas que contaminam o homem...”, Mt 15.18-20.

 

- prática da injustiça – “ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras”, v.4, “por isso, está longe de nós o juízo, e a justiça não nos alcança”, v.9.

 

A prática da injustiça se observa claramente quando tendemos a aprovar aquilo que é errado, incoerente, em detrimento do que é certo. Ela ocorre quando ferimos a ética e aprovamos o erro! Uma das definições de “justiça” no Dicionário Aulete Digital é a seguinte: “Capacidade ou virtude de ser imparcial ao julgar e de ser conforme à lei e à ética”.

 

- prática semelhante a animais peçonhentos – “chocam ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela morrerá; se um dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora”, v.5.

 

Tanto a serpente, como aranha são animais peçonhentos que atacam a presa inoculando veneno. Muitas vezes agimos desta maneira. Nossas palavras e nosso procedimento envenenam as pessoas que estão ao nosso alcance.

 

- prática de pensamentos malignos – “os seus pensamentos são pensamentos de iniquidade”, v.7.

 

Não é só o que fazemos que se constitui pecado, mas também o que pensamos ou desejamos – “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”, Mt 5.28.

 

 

b) Consequências lógicas:

 

- cegueira espiritual – “esperamos pela luz, e eis que há só trevas; pelo resplendor, mas andamos na escuridão. Apalpamos as paredes como cegos, sim, como os que não têm olhos”, vs.9-10.

 

A cegueira espiritual é decorrente de uma vida pecaminosa. As trevas ocorrem porque temos a tendência de rejeitar a verdadeira luz – “19 O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. 20 Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. 21 Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus”, Jo 3.19-21.

 

- perda da vitalidade – “tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e entre os robustos somos como mortos”, v.10.

 

O pecado tem como consequência a morte – “porque o salário do pecado é a morte”, Rm 6.23. Quanto mais praticamos o pecado, mais cheiramos a defunto. Isto não é diferente no meio do povo de Deus. Muitas vezes precisamos de ouvir o que Paulo falou aos efésios – “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará”, Ef 5.14.

 

- convívio com a tristeza – “bramamos como ursos e gememos como pombas”, v.11.

 

Esta é uma das consequências lógica do pecado – ele atrai tristeza. Esta tristeza pode ser para o bem ou para o mal – “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte”, 2Co 7.10. Davi fala deste efeito desastroso do pecado – “Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio”, Sl 32.4.

 

- amargamos a perdição – “e não o há; a salvação, e ela está longe de nós”, v.11.

 

O grande perigo do pecado – levar o homem à perdição, à condenação eterna – “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”, Tg 1.15.

 

- temos o testemunho do pecado contra nós - “e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniquidades”, v.12.

 

- acabamos por trocar o bem pelo mal – “Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado como presa. O SENHOR viu isso e desaprovou o não haver justiça”, v.15.

 

 

c) A Pior consequência – O pecado afeta nosso relacionamento com Deus, afeta nossa vida interior, e nossa vida em comunidade.

 

- Nos separa de Deus - “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”, v.2, “como o prevaricar, o mentir contra o SENHOR, o retirarmo-nos do nosso Deus”, v.13.

 

Esta é a pior parte – perdemos a comunhão com Deus! Foi o que aconteceu com Adão após a queda – “9 E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? 10 Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi”, Gn 3.9-10. Observe novamente Is 1.15, “...quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue”.

 

 

OUTROS TEXTOS RELACIONADOS:

 

Rm 3.10-18, “10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue, 16 nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos”. 

 

Rm 5.12, “12  Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”.

 

Rm 7.14-224, “14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. 15 Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. 16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. 19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. 20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. 21 Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. 22 Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 23 mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. 24 Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”

 

Ec 7.20, “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque”.

 

 

II. DEUS SEMPRE BUSCOU UM RELACIONAMENTO MAIS PRÓXIMO COM O HOMEM

 

 

Jr 31.31-34, “31 Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. 32 Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR. 33 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 34 Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei”.

 

“Deus chamou Jeremias para ser profeta do Reino Sul, i.e., Judá. Seu ministério abrangeu os últimos quarenta anos da nação, inclusive os dias que precederam a destruição de Jerusalém e a deportação do povo de Deus a Babilônia (627-586 a.C.). Ministrou durante os reinados de Josias, de Joacaz, de Jeoaquim, de Joaquim e de Zedequias.

 

Durante esse período, a nação manteve-se rebelde contra Deus e confiava nas alianças políticas para conseguir livrar-se dos inimigos. Jeremias conclamou o povo a arrepender-se dos seus pecados e os advertiu que não escapariam do castigo por rejeitarem a Deus e à sua lei. Por causa da sua mensagem de julgamento e da sua devoção ao Senhor, Jeremias enfrentou muita oposição e sofrimento” (Bíblia de Estudos Pentecostal).

 

Em meio a esta situação de rebelião e abastamento de seu povo Deus, pela boca do profeta, fala de um tempo de visitação e restauração. Deus viria restaurar seu povo de seus pecados e fazer com ele uma nova aliança. Vejamos as bases desta nova aliança:

 

1. PRIMEIRA BASE – TERÍAMOS UMA ALIANÇA SUPERIOR À ALIANÇA MOSAICA. “Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito”, vs. 31-32.

 

a) Vejamos os termos da antiga aliança: Êx 19.3-8, “3 Subiu Moisés a Deus, e do monte o SENHOR o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: 4 Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim. 5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; 6 vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7 Veio Moisés, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o SENHOR lhe havia ordenado. 8 Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o SENHOR falou faremos. E Moisés relatou ao SENHOR as palavras do povo”.

 

O principal ingrediente da aliança mosaica estava na obediência aos princípios divinos (“se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança”). Em havendo obediência o povo seria “propriedade particular de Deus entre outros povos”, e ao mesmo tempo exerceriam o “sacerdócio” (representação divina) como nação santa (espelho da santidade de Deus).

 

b) Nesta nova aliança, Jesus é tido como fiador – “por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança”, Hb 7.22.

 

O termo “fiador” indica “alguém que se obriga a pagar dívida ou a cumprir obrigação de outra pessoa, caso esta não as cumpra no tempo e sob as condições dispostas em contrato” (Dicionário Aulete Digital). É isso que Jesus fez por nós – “tendo cancelado (pago) o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”, Cl 2.14.

 

c) Esta nova aliança foi instituída à base de superiores promessas – “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas”, Hb 8.6.

 

d) Esta nova aliança é eterna – “Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança”, Hb 13.20.

 

 

2. SEGUNDA BASE – SERIAM ALCANÇADOS NOSSOS SENTIMENTOS E NOSSO CORAÇÃO. “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei”, v. 33.

 

a) Se na antiga aliança o alvo era a obediência de preceitos legais que iriam preparar o homem num relacionamento saudável com Deus, nesta nova aliança, Deus objetiva buscar o coração do homem petrificado pelo pecado. O grande problema do homem que não está em aliança com Deus é que seu coração está corrompido – “Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos”, Hb 3.10.

 

b) Por esta razão, há duas coisas que Deus promete fazer para conquistar o coração:

 

- A lei estaria na mente (emoções) - “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis”.

 

- A lei estaria no coração (parte interior do homem) - “também no coração lhas inscreverei”.

 

 

3. TERCEIRA BASE – SERÍAMOS LEVADOS A UM RELACIONAMENTO MAIS PESSOAL COM DEUS. “eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”, v. 33.

 

a) Esta base de relacionamento envolve intimidade, e não apenas algo formal, hipócrita. Este foi o grande erro dos fariseus nos dias de Cristo – havia superficialidade no relacionamento deles com o Senhor: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”, Mt 15.8.

 

b) Foram considerados “hipócritas”. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!”, Mt 23.25. Ver ainda Mt 23.27, “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!”.

 

Definição da palavra hipócrita: “Que simula ter uma qualidade ou sentimento que não tem, ou finge ser verdadeira alguma coisa (sabendo que não o é); FINGIDO; FALSO” (Dicionário Aulete Digital). “Intérprete, ator, artista de teatro, dissimulador, impostor, hipócrita” (BOL – Bíblia Online).

 

 

4. QUARTA BASE – NOS PROPICIARIA UM CONHECIMENTO PESSOAL MAIS PROFUNDO DE DEUS. “Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR”, v. 34.  

 

a) A falta do conhecimento de Deus gera destruição. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”, Os 4.6.

 

b) Conhecer verdadeiramente a Deus é uma exigência superior a qualquer sacrifício e está ligado à misericórdia. “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”, Os 6.6.

 

 

5. QUINTA BASE – RECEBERÍAMOS O PERDÃO DE DEUS E O ESQUECIMENTO DE NOSSOS PECADOS. “Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei”, v. 34.

 

a) Há condições para recebermos o perdão de Deus. “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”, 2Cr 7.14.

 

b) Ao sermos perdoados por Deus recebemos alivio. “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto”, Sl 32.1.

 

 

Outros textos relacionados

 

Êx 19.3-8, “3 Subiu Moisés a Deus, e do monte o SENHOR o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: 4 Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim. 5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; 6 vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7 Veio Moisés, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o SENHOR lhe havia ordenado. 8 Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o SENHOR falou faremos. E Moisés relatou ao SENHOR as palavras do povo”.

 

Is 54.1-10, “1 Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária do que os filhos da casada, diz o SENHOR. 2 Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. 3 Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas. 4 Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez. 5 Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra. 6 Porque o SENHOR te chamou como a mulher desamparada e de espírito abatido; como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu Deus. 7 Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; 8 num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o SENHOR, o teu Redentor. 9 Porque isto é para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não mais inundariam a terra, e assim jurei que não mais me iraria contra ti, nem te repreenderia. 10 Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti”.

 

1Pe 1.3-9, “3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4 para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros 5 que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. 6 Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, 7 para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; 8 a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, 9 obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”.

 

1Jo 3.1-10, “1 Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. 2 Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. 3 E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro. 4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. 5 Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. 6 Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. 7 Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8 Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. 9 Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. 10 Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão”.

 

 

III. DEUS PESSOALMENTE FEZ CONTATO CONOSCO AO ENVIAR SEU FILHO JESUS CRISTO

 

Ef 2.1-10, “1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. 4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, 5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, 6 e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; 7 para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie. 10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.

 

 

Temos visto que o homem devido à sua pecaminosidade acabou por distanciar-se de seu Criador, perdendo contato e intimidade com Ele. Uma reaproximação e reconciliação se fizeram necessárias, porém esta reaproximação e reconciliação só se tornaram possíveis quando o próprio Deus tomou a iniciativa para buscar o homem. Foi realmente isso que aconteceu. No texto lido, podemos ter um raios-X da situação do homem e como Deus cumpriu seu plano de resgate. Vejamos alguns pontos:

 

 

1. NOSSA CONDIÇÃO ANTERIOR À REAPROXIMAÇÃO DE DEUS:

 

a) Estávamos mortos espiritualmente – “estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”.

 

A principal função do pecado sempre foi de levar o homem à morte e mantê-lo neste estado – “porque o salário do pecado é a morte...”, Rm 6.23. Ver ainda Cl 2.13, “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne...”. Este estado de “morte espiritual” nos impede de nos achegarmos ao Criador.

 

Este tem sido o estado lamentável da raça humana desde a queda – “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”, Rm 5.12.

 

b) Vivíamos à deriva num mundo mal – “andastes outrora, segundo o curso deste mundo”.

 

Andar “segundo o curso do mundo”, é ser levado, arrastado, pelas influências pecaminosas da geração em que estamos inseridos. Isto é semelhante a um barco sem leme à deriva no mar. Tal barco é levado para onde as ondas o impulsionam.

 

Gl 4.3, “Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo”. O termo “menores” tem a ver com nossa vida antes de nossa experiência com Cristo. Observe a expressão: “estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo”. A palavra “rudimento” tem a ver com fundamentos, princípios. Quais são os princípios que gerem o mundo? Estes princípios exerciam poder de escravidão sobre nossas vidas.

 

c) Éramos dominados pelo diabo – “segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”.

 

Com certeza, toda pessoa que não tem Jesus Cristo é controlada pelo "príncipe das potestades do ar" - Satanás. Sua mente é ofuscada pelo diabo, para que não possa ver a verdade de Deus – “3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, 4 nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”, 2Co 4.3-4.

 

d) Sobressaiam nossas inclinações e paixões carnais – “segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”.

 

Estas inclinações para a carne e suas paixões é fruto desta vida à deriva. O homem sem Deus é controlado inteiramente pela sua impulsão carnal.

 

- As operações da carne frutificam para morte, Rm 7.5, “Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte”. Ver ainda Rm 8.13, “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte...”.

 

- O próprio Apóstolo Paulo tinha consciência do poder que sua carne exercia sobre sua vontade, Rm 7.18, “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo”.

 

- A vida na carne é oposta à vida no espírito, Gl 5.17, “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer”.

 

e) Éramos filhos da ira – “éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”.

 

Embora Deus ame o pecador, jamais poderá ser complacente com o pecado. Sua ira se manifestou contra o pecado e suas consequências – “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”, Rm 1.18.

 

Em vários textos bíblicos temos a manifestação da ira de Deus contra as atitudes pecaminosas do homem:

 

- Se manifestou contra os desobedientes na Antiga Aliança – “27 Também fez chover sobre eles carne como poeira e voláteis como areia dos mares. 28 Fê-los cair no meio do arraial deles, ao redor de suas tendas. 29 Então, comeram e se fartaram a valer; pois lhes fez o que desejavam. 30 Porém não reprimiram o apetite. Tinham ainda na boca o alimento. 31 quando se elevou contra eles a ira de Deus, e entre os seus mais robustos semeou a morte, e prostrou os jovens de Israel”, Sl 72.27-31.

 

- Se manifesta contra aqueles que rejeitam o filho de Deus – “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”, Jo 3.36.

 

- Se manifesta contra toda sorte de pecados – “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência”, Ef 5.6. Ver ainda Cl 3.5-6, “5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; 6 por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência”.

 

 

2. NOSSA SITUAÇÃO ATUAL:

 

 

a) Recebemos vida, mediante Cristo – “nos deu vida juntamente com Cristo”.

 

Se o pecado produz a morte, Cristo tem o poder de destruir a ação da morte na vida do homem:

 

- Recebemos a vida eterna como “dom de Deus”, o que anula o poder do pecado sobre nós, Rm 6.23 “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

 

- Recebemos vida através de uma nova lei – a lei do Espírito de Vida, Rm 8.2 “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”.

 

 

b) Fomos salvos pela graça, mediante à fé – “pela graça sois salvos”; “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”.

 

Jamais teríamos condições de nos salvar de nossos pecados! A salvação é um ato excepcional da graça de Deus:

 

- João fala do “maior amor”, Jo 15.13 – “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”.

 

- A salvação foi uma grande prova deste amor divino, Rm 5.8 - “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

 

 

c) Fomos colocados em uma nova posição – “juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”.

 

Muitos crentes vivem uma vida miserável aqui na terra esperando um dia ter uma vida vitoriosa no céu. Não é assim que a Palavra de Deus nos ensina! Ao recebermos Jesus, já passamos a desfrutar da vida de Deus aqui na terra, aguardando nosso encontro com o Senhor e a glorificação de nosso corpo:

 

- Nesta nova posição já reinamos agora em Cristo, Rm 5.17, “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo”.

 

- Nesta nova posição precisamos viver na busca das coisas do alto, aguardando nossa manifestação em glória com o Senhor Cl 3.1-4, “1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. 2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; 3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória”.

 

 

d) Fomos preparados para a prática de boas obras – “criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.

 

Se é certo que não precisamos fazer boas obras para conquistar a vida eterna, uma vez que somos salvos inteiramente pela graça de Deus, também é certo que ao recebermos a salvação pela graça, precisamos corresponder ao amor de Deus fazendo boas obras:

 

- Os crentes em condições melhores devem generosos, 1Tm 6.17, “17 Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; 18 que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir”.

 

- Nossa vida em Deus deve ser recheada de boas obras o que reforçará nosso testemunho de Deus ao mundo, Mt 5.16, “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Ver também 1Pe 2.12, “mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação”.

 

- Deve ser uma característica marcante de todos os filhos de Deus, Tt 2.14, “o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”

 

 

Outros textos relacionados:

 

Cl 1.15-22, “15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. 18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, 19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude 20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. 21 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, 22 agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”.

 

Rm 5.1-2, 6-11, “1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus”. Vs. 6-11, “6 Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; 11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação”.

 

1Pe 2.9-10, 21-25, “9 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; 10 vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia”. Vs. 21-25, “21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, 22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; 23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, 24 carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. 25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma”.

 

Jo 3.1-21, “1 Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. 2 Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. 3 A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? 5 Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. 8 O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito. 9 Então, lhe perguntou Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu Jesus: 10 Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas? 11 Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso testemunho. 12 Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais? 13 Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem que está no céu. 14 E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. 16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. 19 O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. 20 Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. 21 Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus”.

 

2Tm 1.8-14, “8 Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, 9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, 10 e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho, 11 para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre 12 e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia. 13 Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus. 14 Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós”

 

 

 

IV. O PERDÃO DE DEUS, ATRAVÉS DO SEU FILHO JESUS CRISTO ESTÁ AO ALCANCE DE TODOS

 

Sl 32, “1 Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. 2 Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo. 3 Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. 4 Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. 5 Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado. 6 Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão. 7 Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento. 8 Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. 9 Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem. 10 Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá. 11 Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração”.

 

Não há limites para o perdão de Deus! Por mais que seja grande o nosso pecado, Deus tem o remédio para ele – “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã”, Is 1.18.

 

Nos dias de Isaías, Israel estava atolado em muitos pecados: Injustiça social, violência, idolatria, práticas cultuais falsas, etc. – Veja a situação da nação: “4 Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás. 5 Por que haveis de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo. 6 Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo, Is 1.4-6. No entanto, Deus promete perdão e alívio, ainda que seus pecados fossem tão alarmantes!

 

Deus deseja perdoar nossos pecados. No texto lido temos o retrato de Davi abatido pelo pecado e nele podemos ver algumas maneiras de nos achegarmos a Deus para que ele nos perdoe e trate com os nossos pecados:

 

 

1. PRECISAMOS RECONHECER QUE SÓ O PERDÃO VERDADEIRO NOS TRAZ ALÍVIO E PAZ

 

a) Davi reconhece que o estado de felicidade que consegue aquele “cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto”, v.1. Jamais o filho de Deus terá paz enquanto convive com pecados não confessados e perdoados. Esta era a situação de Davi – “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim”, Sl 51.3.

 

b) Ele também reconhece que é feliz o homem a quem o Senhor “Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo”, v.2. A expressão “bem aventurado”, literalmente significa “o estado de alguém que goza de verdadeira felicidade”. Só poderá ser verdadeiramente feliz o homem que tem os seus pecados tratados e anda em comunhão com o Criador – “bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado”, Rm 4.8.

 

 

2. DEVEMOS SABER QUE EXISTE UM PREÇO ALTO PARA AQUELE QUE NÃO CONFESSA SEUS PECADOS

 

a) Abrimos a porta para terríveis doenças – “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia”, v.3. “Envelhecer” aqui tem de sentido de “desgastar”, “consumir”. A condição de incomodação causada pelo pecado não tratado, certamente nos levará a um desgaste emocional e físico que vai refletir em nossa saúde.

 

Poderão surgir, então, as chamadas doença psicossomáticas – “As doenças psicossomáticas surgem como consequência de processos psicológicos e mentais do indivíduo desajustados das funções somáticas e viscerais e vice-versa. Caracterizam-se as possibilidades de distúrbios de função e de lesão nos órgãos do corpo, devido ao mau uso e ao efeito degenerativo, e descontroles dos processos mentais” (extraído).

 

“A história da mulher que procurou um pastor: crente, casada, 02 filhos, marido tem um bom salário, sou uma profissional realizada, mas não tenho alegria. O pastor disse: Só há uma explicação, você está se sentindo culpada por alguma coisa. Ela calou, e disse: eu sei o que é. Contou uma longa história que terminou num aborto. Meu pai, mãe, marido, mas este fardo insuportável tem consumido a minha vida. Eles se ajoelharam e ela chorou muito. Depois ela levantou-se e seu rosto era ouro rosto. Agora eu tenho paz e alegria. Profira meu perdão. Passados alguns dias o seu marido foi à igreja e perguntou: o que você fez com minha esposa ela ficou muita diferente? O pastor disse: Jesus tirou o seu fardo. Seu marido disse: se foi bom para ela eu também quero” (extraído). 

 

b) Perdemos a alegria da salvação – “Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio”, v.4. Quando estamos em pecado e não buscamos o perdão de Deus mediante à confissão, perdemos o prazer de estar em sua presença. A tradução na Linguagem de Hoje: “e as minhas forças se acabaram como o sereno que seca no calor do verão”. Davi implora a Deus para que Ele lhe devolva a alegria perdida – “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário”, Sl 51.12.

 

 

3 PRECISAMOS ENTENDER QUE A CONFISSÃO ESTÁ ATRELADA AO PERDÃO E AO RESTABELECIMENTO DA COMUNHÃO COM O PAI

 

a) Deixando de ocultar o pecado e confessando obtemos o perdão – “Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”, v.5. Assim como Davi ocultou o seu pecado – “minha iniquidade não mais ocultei” - podem existir em nossa vida alguns pecados ocultos que precisam ser confessados e deixados! Basta confessarmos com arrependimento sincero que Deus está pronto a perdoar – “tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”.

 

Devido a fidelidade de Deus para conosco qualquer pecado confessado recebe o imediato perdão de Deus: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”, 1Jo 1.9.

 

b) O canal de oração antes obstruído, agora é aberto – “Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te”, v.6. Certamente, uma outra consequência do pecado é interromper nosso canal de comunicação com Deus – “Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue”, Is 1.15.

 

O estado de pecado de Israel fazia com que suas orações ficassem inoperantes! Algo precisava ser feito para que Deus pudesse voltar a escutá-los em suas orações – a confissão e o abandono ao pecado! “Porque, se vós vos converterdes ao SENHOR, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia perante os que os levaram cativos e tornarão a esta terra; porque o SENHOR, vosso Deus, é misericordioso e compassivo e não desviará de vós o rosto, se vos converterdes a ele”, 2Cr 30.9.

 

c) Somos novamente colocados debaixo de proteção – “Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão”, v.6. Todo crente distante de Deus em razão do pecado fica frágil diante dos ataques do diabo. Porém quanto nossa sorte é restaurada e nossa comunhão com o Senhor é restabelecida, recebemos o manto da proteção divina! Ver Sl 91.14, “Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome”.

 

 

4. PRECISAMOS ENTENDER AINDA QUE AO RESTABELECERMOS A COMUNHÃO COM O PAI PELO PERDÃO NOVOS CANAIS DE BÊNÇÃOS SÃO ABERTOS EM NOSSO FAVOR

 

a) Canal do louvor – “tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento”, v.7. A adoração e o louvor devem ocupar nossa mente e coração em nosso serviço a Deus – “Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia”, Sl 59.16.

 

b) Canal do ensino – “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho”, v.8. Todo crente precisa ser ensinado pelo Senhor. Deus usar muitos meios para nos ensinar, mas os mais comuns são a ação do Espírito Santo e a pregação da Palavra.

 

c) o canal da obediência – “Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem”, v.9. O crente em pecado se torna rebelde, mas ao ser livre da ação do pecado, entra em obediência. Estar em obediência é obrigação de todo filho de Deus – “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros”, 1Sm 15.22.

 

d) O canal da misericórdia – “Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá”, v.10. Para provarmos a misericórdia de Deus precisamos estar em comunhão com Ele – Sl 32.18-19, “18 Eis que os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, 19 para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida”.

 

 

Sl 51.1-12, “1 Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. 2 Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. 3 Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4 Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar. 5 Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe. 6 Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria. 7 Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve. 8 Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste. 9 Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades 10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. 11 Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. 12 Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário”.

 

1 Jo 1.5-10, “5 Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. 6 Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. 7 Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. 9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”.  

 

Rm 3.21-26, “21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; 22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção, 23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, 24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, 25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; 26 tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”.

 

Rm 8.31-39, “31 Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? 33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. 35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

 

Rm 10.8-13, “8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. 9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. 11 Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. 12 Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.

 

 

V. VIVEMOS A NOVA VIDA EM CRISTO QUANDO VIVEMOS COMO ELE VIVEU

 

Rm 12.1-2, 9-21, “1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. 9 O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. 10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. 11 No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; 12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; 13 compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; 14 abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. 15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. 16 Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos. 17 Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; 18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. 

 

Quando assumimos nossos pecados e buscamos o perdão de Deus, nossa vida em Deus é restaurada. Porém um alvo maior se interpõe em nossa frente, ou seja, precisamos viver a mesma vida que Jesus viveu – “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”, 1Jo 2.6. Pesa sobre nós o seguinte mandamento: “Sede santos, porque eu sou santo”, 1Pe 1.16.

 

Antes de nos exortar com o mandamento acima, Pedro fala o seguinte: “14 Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; 15 pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento”, 1Pe 1.14-15. Observe a expressão “paixões que tínheis anteriormente”, que é uma vertente daquele que ainda não conhece verdadeiramente ao Senhor. Todos os homens sem Deus são “amoldados” pelas paixões mundanas. Era assim que vivíamos antes de nossa experiência de salvação em Cristo! Porém, agora devemos ser “santos” em “todo nosso procedimento”.

 

Pelo texto lido, podemos destacar alguns pontos que precisamos observar e andar neles para que tenhamos uma vida que terá como modelo a vida do próprio Senhor:

 

 

1. NOSSOS CORPOS DEVEM SER OFERECIDOS EM SACRIFÍCIO A DEUS

 

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

 

a) A linguagem utilizada por Paulo vem do sistema de sacrifícios do Antigo Testamento. Para servir a Deus naquele tempo, eram necessárias as ofertas e os sacrifícios de animais os quais eram os substitutos humanos. Em razão do pecado o homem não podia comparecer perante ao Senhor de mãos vazias – “ninguém apareça de mãos vazias perante mim”, Êx 23.15. O sacrifício era o meio de aproximação: “5 mas buscareis o lugar que o SENHOR, vosso Deus, escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome e sua habitação; e para lá ireis.  6 A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos, e as ofertas votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas”, Dt 12.5-6.

 

b) Se pensarmos que nossa vida em Deus hoje, é isenta de sacrifícios, estaremos pensando de forma errada. O simples fato de vivermos em um mundo contrário aos planos e propósitos de Deus, nos trará uma carga de intensos sacrifícios. Quantas vezes somos prejudicados no emprego, na escola, na sociedade, etc., simplesmente por professarmos uma fé cristã?

 

Alguns problemas em nosso relacionamento com o mundo:

 

- O mundo nos odeia, Jo 15.18-19, “18 Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. 19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”.

 

- Enquanto choramos, o mundo se alegra, Jo 16.20-22, “20 Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. 21 A mulher, quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem. 22 Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar”.

 

- O mundo nos traz tribulações, Jo 16.33, “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.

 

- O mundo agride aqueles que vivem piedosamente, 2Tm 3.12, “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”.

 

c) Até mesmo para termos um comportamento que agrade ao Senhor, estaremos nos sacrificando, uma vez que as pressões do mundo e do pecado não são fáceis de serem suportadas.

 

- É bem difícil tirarmos de nossa vida o “peso” e o “pecado”, 12.1, “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”.

 

- A luta contra o pecado pode custar nosso sangue, Hb 12.4, “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue”.

 

- Sacrificamos quando vivemos uma vida de quebrantamento diante do Senhor, Sl 51.17, “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

 

d) Devemos considerar que até mesmo algumas práticas cristãs envolvem certo sacrifício de nossa parte – “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz”, Hb 13.16. Observe que neste texto, a “prática do bem” e a “mútua cooperação”, são colocadas como sacrifícios que agradam a Deus.

 

- Nossas ofertas no reino de Deus, envolvem sacrifícios – “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus”, Fp 4.18.

 

- Hoje praticamos “sacrifícios espirituais”, “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”, 1Pe 2.5.

 

 

2. EMBORA NOSSO CAMPO DE BATALHA SEJA NO MUNDO, JAMAIS PODEREMOS NOS CONFORMAR COM OS PADRÕES MUNDANOS

 

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

 

a) A expressão “não vos conformeis” tem a ver com “não tomar a fôrma”. Seria como se nós ficássemos tão parecidos com o mundo que não haveria diferenciação entre o que fazemos e o que o mundo faz.

 

b) O mundo tem um padrão que não pode ser absorvido pelo cristão. Dizemos que as práticas mundanas precisam até mesmo, serem rechaçadas. Vejamos alguns ensinos sobre como não nos envolvermos com o mundo e suas práticas:

 

- Este mundo está sob o domínio do diabo, Jo 14.30, “Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim”. Ver ainda Ef 2.2, “nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”.

 

- Entretanto, a alma humana tem mais valor do que o mundo todo, Mt 16.26, “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?”.

 

- Os cuidados do mundo podem sufocar a ação da Palavra de Deus em nós, Mt 13.22, “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera”.

 

- O mundo odeia os filhos de Deus, Jo 17.14, “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou”.

 

- Porém, os filhos de Deus não podem amar o mundo, 1Jo 2.15-17, “15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”.

 

- A amizade com o mundo compromete nosso relacionamento com Deus, Tg 4.4, “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.

 

- Não podemos nos contaminar com o mundo, Tg 1.27, “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.

 

- Os verdadeiros filhos morreram para o mundo, Cl 2.20, “Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças”. Ver ainda Cl 3.3, “porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”.

 

 

3. PARA LEVAMOS UMA VIDA EM DEUS SEM NOS ENVOLVERMOS COM O MUNDO, PRECISAMOS OBEDECER ALGUNS CONSELHOS DADOS PELO APÓSTOLO

 

a) Praticar o verdadeiro amor, vs.9-10, “9 O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. 10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.

 

- Ao praticarmos o amor, teremos em vista as necessidades de nossos irmãos, e a prática da hospitalidade, v.13, “compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade”. Ver 1Jo 3.17, “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?”.

 

- Ao praticarmos o amor, devemos ter empatia tanto como o sofrimento, como com a alegria de nossos irmãos, v.15, “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram”.

 

1. Exemplo de participação no sofrimento (Jesus e a viúva de Naim): “12 Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela. 13 Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!”, Lc 7.12-13.

 

2. Exemplo de participação nas alegrias (a mulher que encontrou a dracma perdida): “8 Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? 9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido”, Lc 15.8-9.

 

b) Sermos zelosos e fervorosos de espírito em nosso serviço ao Senhor, v.11, “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor”. Isto implica numa dedicação intensa. Veja o primeiro mandamento dado pelo Senhor – “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”, Mc 12.30.

 

c) Nos alegrar na esperança, sermos pacientes na tribulação e perseverantes na oração, v.12, “regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes”. São três coisas difíceis, pois implica em esperar algo que parece distante, vivendo intenso sofrimento, regados à oração perseverante.

 

1. Exemplo de como viver na esperança. “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel”, Hb 10.23. Ver também Hb 11.9-10, “9 Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa 10 porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador”.

 

2. Exemplo de paciência nas tribulações: “10 Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. 11 Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo”, Tg 5.10-11. Ver também Ec 7.9, “Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; melhor é o paciente do que o arrogante”.

 

3. Exemplo de oração perseverante: “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças”, Cl 4.2; “Orai sem cessar”, 1Ts 5.17.

 

d) Nossa boca deve ser aberta apenas para abençoar e não lançar maldições, v.14, “abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis”. Observe que a bênção deve ser proferida até mesmo sobre aqueles que nos perseguem. Veja a repreensão de Tiago pelo mal uso da língua: “8 a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. 9 Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. 11 Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?”, Tg 3.8-11.

 

1. O maldizente é o grande promotor da contenda no meio do irmãos, Pv 26.20-21, “20 Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda. 21 Como o carvão é para a brasa, e a lenha, para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas”.

 

2. Nossas palavras têm o poder de dar vida e trazer a morte, Pv 18.21, “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”.

 

3. O mal uso da língua pode nos levar a muitos problemas, Pv 21.23, “O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias”. Ver ainda Pv 12.20, “O perverso de coração jamais achará o bem; e o que tem a língua dobre vem a cair no mal”.

 

e) Buscar a unidade entre os irmãos, v.16, “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros”. Ver ainda: 1Co 1.10, “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer”. Ver também: Fp 2.2, “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento”.

 

f) Praticar a humildade, v.16, “em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos”.

 

- Observe que aquele que verdadeiramente é humilde, o é na prática, pois vai condescender com o que é humilde e jamais será sábio aos seus próprios olhos.

 

Ver também 1Pe 5.5: “Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça”.

 

g) Não pagar o mal com o mal, mas praticar o bem a todos os homens, v.17, “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens”.

 

- Na prática do bem estarão incluídos até mesmo nossos inimigos, v.20, “Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça”.

 

- Devemos vencer o mal praticando o bem, v.21, “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

 

h) Ser promotor da paz entre os homens e os irmãos de fé, v.18. “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”. Veja o conselho de Jesus: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”, Mt 5.9.

 

i) Jamais ser vingativo, sabendo que a vingança pertence ao Senhor, v.19, “não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor”. Sabemos que a vingança pertence ao Senhor: “30 Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. 31 Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo”, Hb 10.30.

 

 

OUTROS TEXTOS RELACIONADOS

 

Rm 6.1-7, “1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? 2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? 3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? 4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. 5 Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, 6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; 7 porquanto quem morreu está justificado do pecado”.

 

Mt 20.20-28, “20 Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor. 21 Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda. 22 Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. 23 Então, lhes disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai. 24 Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos. 25 Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. 26 Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; 27 e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; 28 tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

 

Ef 4.17-32, “17 Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, 18 obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, 19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. 20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, 22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, 24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. 25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. 26 Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao diabo. 28 Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. 29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. 30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. 31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. 32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

 

Gl 5.16-26, “16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. 17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. 18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. 19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. 22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. 25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. 26 Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”.

 

1João 4.7-21, “7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8 Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. 11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. 13 Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. 14 E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15 Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus. 16 E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. 17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. 18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. 19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 21 Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”.