FALSOS PROFETAS
MT 7.15SESS.
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO:
1.
O presente texto da Palavra de Deus tem seu início com a palavra
“acautelai-vos”. No original temos o termo grego prosecw (prosecho),
cujo significado é: “ser solícito”, “ter cuidado”, “dispensar atenção”,
“concentrar-se em”, etc., o que requer dos filhos de Deus estrema atenção em
relação ao assunto proposto – “os falsos profetas”, “o falsos líderes”, etc.
2.
Na sequência, observamos que o Senhor mudou da metáfora da ovelha e do lobo
para a metáfora da árvore e seus frutos, vs. 16-20, “16 Pelos
seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou
figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a
árvore má produz frutos maus. 8 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem
a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é
cortada e lançada ao fogo. 20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis”. É
provável que esta mudança seja em razão do fato de que é muito
mais fácil o reconhecimento desses elementos perniciosos, pelos frutos que
produzem! Podemos confundir o lobo com a ovelha, mas não a árvore e frutos. Mas
cedo, ou mais tarde, ela se trai pelos seus frutos. Jamais poderá disfarçar-se!
3.
O caráter do fruto é determinado pela árvore: Figueira só dá figos; Videira só
dá uvas, mangueira só dá mangas, etc. Sua condição também: Árvore boa produz
fruto bom; Árvore má produz fruto mau, v. 17 (“Assim,
toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus”).
Jesus afirma no v. 18, que não pode ocorrer o inverso (“Não pode
a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons”).
Observe ainda o v. 16 (“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se,
porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?”).
4.
No dia do Juízo Final, a diferenciação será concluída, v. 19, “Toda
árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo”.
Vejamos nesta Noite: “As Qualidades dos Frutos dos Falsos Profetas”:
I. QUALIDADES RELACIONADAS AO CARÁTER E CONDUTA
1.
Na alegoria do próprio Senhor, a produtividade significa semelhança com Cristo.
É o que Paulo mais tarde designou como “fruto do Espírito”, Gl 5.22-23, “22 Mas o fruto
do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.
Sendo assim, sempre que vemos um mestre com as características alistadas, temos
motivos para considerá-lo verdadeiro.
2.
Por outro lado, quando estão presentes as obras da carne, devemos suspeitar que
o profeta, é um impostor, por mais pretensiosos que sejam suas reivindicações,
e por mais plausíveis que sejam seus ensinamentos, Gl 5.19-20, “19 Ora,
as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a
estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que
não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam”.
3.
Devemos analisar um mestre pela qualidade de seus frutos. Isto evidencia as
qualidades de seu caráter.
II. QUALIDADES RELACIONADAS AO SEU ENSINO
1.
Isto ficou sugerido pelo uso que Jesus fez de mesma figura da árvore frutífera:
a)
Mt 12.33-37, “33 Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu
fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. 34 Raça de víboras, como
podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o
coração. 35 O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau
tesouro tira coisas más. 36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem
os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; 37 porque, pelas tuas palavras,
serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado”.
b)
Lc 6.45, “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau
tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração”.
2.
Outro exemplo está nas Igrejas da Ásia Menor, que foram invadidas por falsos
mestres, e João escreve suas cartas para combater os ensinos errados, 1 Jo
2.26, “Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram
enganar”. Ver ainda 1 Jo 4.1,
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os
espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo fora”. Estas Igrejas foram incentivadas a buscar o amor e a
retidão em seus mestres e a rejeitar os espúrios e os injustos. Ao “teste
moral”, ele, João, acrescenta um “teste doutrinário”, ou seja que a mensagem de
seus mestres estivesse de acordo com a “doutrina dos apóstolos”:
a)
1 Jo 2.24, “Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós
permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho
e no Pai”.
b)
2 Jo 9-11, “9 Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não
permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o
Filho. 10 Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais
em casa, nem lhe deis as boas-vindas”.
3.
Outros textos relacionados com a “doutrina dos apóstolos”, e a pessoa do
próprio Senhor Jesus:
a)
1 Jo 2.22-23, “22 Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?
Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. 23 Todo aquele que nega o
Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai”.
b)
1 Jo 4.2-3, “2 Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa
que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3 e todo espírito que não confessa a
Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a
respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo”.
c)
2 Jo 7-8, “7 Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais
não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo.
8 Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas
para receberdes completo galardão”.
III. QUALIDADES RELACIONADAS À SUA INFLUÊNCIA
1.
Quais os efeitos que seus ensinos estão produzindo nos seus discípulos? Muitas
vezes os resultados não aparecem imediatamente, quando olhamos para a doutrina
e comportamento do “falso mestre”. Apenas mais tarde, veremos os efeitos
desastrosos, e percebemos o quanto foram danosos e destruidores tais ensinos.
2.
Paulo disse que o ensinamento maligno tem a tendência de corroer como gangrena,
2Tm 2.14-17 “14 Recomenda estas coisas. Dá testemunho solene a todos perante
Deus, para que evitem contendas de palavras que para nada aproveitam, exceto
para a subversão dos ouvintes. 15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
16 Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam
passarão a impiedade ainda maior. 17 Além disso, a linguagem deles corrói como
câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto”.
Vejamos alguns pontos relacionados ao texto:
a)
O ensinamento falso perturba e perverte a fé cristã, v. 18, “Estes se
desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e estão
pervertendo a fé a alguns”. A palavra “perverter”, vem do termo grego “anatrepw
(anatrepo)”, que nos dá o sentido de “derrubar”, “destruir”, “arruinar”,
“subverter”, etc., o que indica que quem segue o ensino deturpado, adulterado,
certamente terá sua fé cristã arruinada.
b)
O ensinamento falso, promove a impiedade, v. 16, “Evita, igualmente,
os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade
ainda maior”. Novamente temos uma palavra interessante – “impiedade” - asebia
(asebeia) na língua grega, com o sentido de “maldade”, “falta de reverência a
Deus”. De maneira geral “ímpio” é aquele que não é reto, justo, diante de Deus.
c)
O ensinamento falso, promove o desvio da verdade, v. 18, “Estes se
desviaram da verdade...”. Desviar-se da verdade é caminhar fora dos padrões da
Palavra de Deus.
3.
Paulo ensina ainda em outros textos que o ensinamento falso produz divisões
dolorosas no meio do povo de Deus:
a)
1Tm 6.3-5, “3 Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs
palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, 4 é
enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de
que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, 5 altercações
sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que
a piedade é fonte de lucro”.
b)
2Tm 2.23, “E repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só
engendram contendas”.
4.
Já o ensinamento verdadeiro produz fé, amor, e piedade, etc.:
a)
1Tm 1.5, “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de
coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia”.
b)
1Tm 4.7, “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te,
pessoalmente, na piedade”.
c)
2Tm 3.16-17, “16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
d)
Tt 1.1, “1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a
fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a
piedade”.
CONCLUSÃO:
1.
O profeta verdadeiro resiste a três testes:
a)
Teste do caráter e conduta, 1 Jo 4.1, “Amados, não deis crédito a
qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque
muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”;
b) Teste do ensinamento, At 2.42, “E
perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações”;
c)
Teste da influência, 1Co 2.24, “A minha palavra e a minha
pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder”.
2.
Não crente: Quero alertar-lhe sobre a multiplicidade dos falsos mestres, 1
Jo 2.18, “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o
anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos
que é a última hora”. Busque para seu mestre aqueles que
estão de acordo com os ensinos da Palavra de Deus.