SHAVUÓT

(Festa das Semanas ou Pentecostes)

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

“Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão diante do Senhor Deus”, Êx 23.17

 

 

Introdução:

 

Muitas vezes usamos a palavra “festa” para descrevermos um banquete de celebração, mas esta não é a maneira pela qual esta palavra está sendo usada no contexto das festas do Senhor.

 

As festas do Senhor do Antigo Testamento eram reuniões santas, onde se faziam ofertas, holocaustos, jejuns, orações, louvores, adoração a Deus, etc..

 

As festas são mantidas até hoje, porque desta forma, o povo de Israel renova sua vida como uma continuidade das origens de sua formação nacional, cultural e religiosa.

 

 

Definição:

Festa das Semanas

Festa da Ceifa

Festa das Primícias

Data da Entrega da Lei

 

Pentecoste, literalmente, significa “QÜINQUAGÉSIMO”, que era aplicado ao QÜINQUAGÉSIMO dia após a festa da Páscoa. Originalmente, era a “Festa da Colheita” (Êx 23.16, “Guardarás a Festa da Sega, dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a Festa da Colheita, à saída do ano, quando recolheres do campo o fruto do teu trabalho”) ou “Festa das Semanas” (Êx 34.22, “Também guardarás a Festa das Semanas, que é a das primícias da sega do trigo, e a Festa da Colheita no fim do ano”), ou ainda “Festa das Primícias” (Nm 28.26, “Também tereis santa convocação no dia das primícias, quando trouxerdes oferta nova de manjares ao SENHOR, segundo a vossa Festa das Semanas; nenhuma obra servil fareis”). Após o Exílio, veio a ser a grande festa do judaísmo, quando todos os judeus eram obrigados a se reunir em Jerusalém, a fim de Cultuar a Deus (At 20.16, “Porque Paulo já havia determinado não aportar em Éfeso, não querendo demorar-se na Ásia, porquanto se apressava com o intuito de passar o dia de Pentecostes em Jerusalém, caso lhe fosse possível”).

 

Nesta festa se comemora a alegria de ter recebido a revelação da Lei de Deus, a outorga da Lei no Monte Sinai. Acentua-se sua característica agrícola, como a Festa da Ceifa e das Primícias (os primeiros frutos da terra, da colheita do trigo).

 

As festas de Israel unem o aspecto religioso ao aspecto rural, devido à ligação com a terra e lembrança de gratidão ao Senhor por sua bondade.

 

 

Base Bíblica:

 

Lv 23.9-2, “9 Disse mais o SENHOR a Moisés: 10 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote; 11 este moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; 12 no dia imediato ao sábado, o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao SENHOR. 13 A sua oferta de manjares serão duas dízimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR, e a sua libação será de vinho, a quarta parte de um him. 14 Não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até ao dia em que trouxerdes a oferta ao vosso Deus; é estatuto perpétuo por vossas gerações, em todas as vossas moradas. 15 Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. 16 Até ao dia imediato ao sétimo sábado, contareis cinquenta dias; então, trareis nova oferta de manjares ao SENHOR. 17 Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao SENHOR. 18 Com o pão oferecereis sete cordeiros sem defeito de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR. 19 Também oferecereis um bode, para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano, por oferta pacífica. 20 Então, o sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santos serão ao SENHOR, para o uso do sacerdote. 21 No mesmo dia, se proclamará que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas moradas, pelas vossas gerações. 22 Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus”.

 

Também mencionada em Êxodo e Deuteronômio. É celebrada no 6º e 7º dias do mês de Sivam, o 3º mês do ano do calendário judaico (junho).

 

 

Costumes da Festa:

 

1. Dois pães da nova colheita eram oferecidos, e os primeiros frutos do campo (trigo, uvas, figos, romãs, azeitonas, etc.). Eram levados ao templo pelo povo judeu.

 

2. É uma festa alegre. Neste dia completa-se a leitura anual da Torá, e o ciclo é recomeçado imediatamente.

 

3. Todos têm oportunidade de dizer uma bênção, inclusive as crianças.

 

4. Enfeitam a Sinagoga com folhagens, leem o livro de Ruth e o trecho referente à revelação de Deus no Sinai e a outorga dos Dez Mandamentos, havendo homenagem aos seus ente queridos que já partiram.

 

5. As tradições culinárias acompanham a comemoração.

 

 

Implicações da Festa Para o Cristianismo:

 

Há várias implicações, porém algumas são:

 

1. Descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes.

 

a) Promessa

 

Jo 14.16,E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”.

 

Lc 24.49, Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”.

 

At 1.4-5, “4 E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. 5 Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.

 

b) Cumprimento

 

At 2.1-4, “1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2 de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. 3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. 4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”.

 

2. Ação do Espírito Santo na nossa vida, trazendo unção, devido ao conhecimento da Palavra de Deus.

 

a) Ef 5.18, “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.

 

b) 1Jo 2.20, E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”. Ver ainda 1Jo 2.27, “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou”.