GUARDANDO O
CORAÇÃO
Resumo e
Adaptação da Pregação Mp3
Pr. Luciano
Subirá
Pr. José
Antônio Corrêa
PV 4.23, “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque
dele procedem as fontes da vida”.
O coração, mais do que todas as
outras coisas deve, ser protegido, guardado, porque dele procedem as fontes de
vida.
Rm 11.16, “E, se
forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for
santa a raiz, também os ramos o serão”.
O que afetar a raiz vai afetar o
resto da árvore. Se as primícias são santas, a massa também será santa. Esta
mesma ideia está ligada ao coração. Tudo começa no coração. O que você for no
coração, isto vai manifestar em sua vida.
Pv 27.19, “Como
na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem”.
Quando olhamos para um espelho, o reflexo da imagem corresponde ao nosso rosto.
A partir desta figura, o escritor de Provérbios assevera: “assim, o coração do
homem, (corresponde) ao próprio homem. Podemos conhecer um homem pelo que é em
seu coração.
Quando a Bíblia diz que
precisamos guardar nosso coração, é porque ele pode ser ferido, maculado,
manchado, corrompido. Assim como se uma nascente de um rio é contaminada e todo
o rio fica contaminado, o mesmo ocorre com o coração. Se nosso coração é
contaminado, todo nosso ser também será contaminado.
ALGUNS
PONTOS QUE PRECISAMOS REFLETIR
I. A OBRA
DE DEUS PRECISA ACONTECER EM NOSSO CORAÇÃO
Ez 36.26,
“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o
coração de pedra e vos darei coração de carne”.
Esta profecia tem a ver com a
nova aliança que Deus fez conosco. A dificuldade do homem vem de um coração
corrompido. Sem uma mudança no coração é impossível viver o que Deus tem para
nós.
Jr 31.33, “33 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel,
depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis,
também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo. 34 Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão,
dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao
maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus
pecados jamais me lembrarei”.
Deus não nos chamou apenas para abraçar um manual de regras. Não
fazemos as coisas porque somos obrigados, mas porque aprendemos de Deus em
nosso coração por aquilo que Ele mesmo implantou em nós. O propósito que Deus
tem para nós não é que deixemos de pecar, mas que tenhamos uma relação profunda
com Ele.
At 2.37-38, “37 Ouvindo eles estas coisas,
compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que
faremos, irmãos? 38 Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis
o dom do Espírito Santo”.
Nesta pregação de Pedro em Atos
2, o coração do povo fica tão compungido que eles perguntam: O que vamos fazer?
Deus atingiu o seu propósito – o coração do homem. A nossa vida em Deus começa
exatamente em nosso coração.
Ef 3.17, “e,
assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e
alicerçados em amor”.
O coração dentro do ensino da
Palavra de Deus, tem a ver com a parte mais íntima do homem e não apenas o
órgão físico.
II. A OBRA
DE DEUS PRECISA ACONTECER NO CORAÇÃO, PORQUE O PECADO TAMBÉM COMEÇA NO CORAÇÃO
Gn 6.5, “Viu o
SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era
continuamente mau todo desígnio do seu coração”.
Observe a expressão: “...era
continuamente mau todo desígnio do seu coração”. Entendemos que a maldade do
homem descrita neste texto era “contínua” e provinha do seu coração. O
tratamento de Deus para tentar frear esta escalada de maldade contínua foi o
dilúvio. Porém, mesmo após o dilúvio a tendência para o mal continuou.
Mc 7.16-17, “15 Nada há fora do homem que, entrando
nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina. 16 Se
alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”.
Quando esta frase “se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”,
aparece na Bíblia precisamos ficar atentos, pois o princípio que vem com ela é
de fundamental importância. O Velho Testamento fazia distinção entre “pecado” e
“impureza”. E eles tinham que se guardar não somente do pecado, mas também daquilo
que era considerado impuro. Várias coisas podiam trazer impureza: Comer certos
animais, tocar um morto, comer sangue, etc.. A observância das leis sobre
coisas impuras, era forte principalmente no padrão da alimentação.
Jesus, neste texto de Marcos 7, fala de uma forma clara que nada
que entra no homem o contamina, mas sim o que sai. Nos versos 17-20,
temos: “17 Quando entrou em casa, deixando a multidão, os seus discípulos o
interrogaram acerca da parábola. 18 Então, lhes disse: Assim vós também não
entendeis? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode
contaminar, 19 porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai para lugar
escuso? E, assim, considerou ele puros todos os alimentos. 20 E dizia: O que
sai do homem, isso é o que o contamina”.
Veja que Jesus declarou puro todos os alimentos! Precisamos
entender que tudo o a Palavra de Deus ensina sobre o pecado não é propriamente
o fazer ou o não fazer, mas como isso afeta nosso coração e nosso
relacionamento com Deus.
Outros textos:
Jo 13.2, “Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Escariotes,
filho de Simão, que traísse a Jesus”.
Observe que o diabo conseguiu colocar o ato da traição do Senhor
no coração de Judas. Por que? Porque o pecado começa no coração.
At 5.3, “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do
campo?”.
A trama de Ananias e Safira teve origem no coração. Satanás
contaminou tanto o coração de Ananias, como também o coração de sua mulher
Safira.
É por esta razão que a obra de Deus em nós tem que acontecer em
nosso coração. Não há lugar para Deus em nossas vidas se Ele não possuir nosso
coração. Não se trata de uma performance, mas de uma vida isenta de hipocrisia.
Foi este tipo de hipocrisia que Jesus condenou nos fariseus:
Mt 23.13-15, “13 Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não
entrais, nem deixais entrar os que estão entrando! 14 Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar,
fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo! 15 Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer
um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do
que vós!
a)
Não entravam no reino e impediam os que queriam entrar;
b)
Roubavam as viúvas ao mesmo tempo em que faziam “longas orações”;
c)
Empreendiam grandes esforços para ganhar as pessoas, as
doutrinavam, no entanto, estas se tornavam “filhas do inferno” duas vezes pior
do que eles mesmos o eram.
Mt 23.23-28, “23 Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes
negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e
a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! 24 Guias cegos,
que coais o mosquito e engolis o camelo! 25 Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por
dentro, estão cheios de rapina e intemperança! 26 Fariseu cego, limpa primeiro
o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo! 27 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados,
que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de
mortos e de toda imundícia! 28 Assim também vós exteriormente pareceis justos
aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniquidade”.
a)
Eram fiéis nos dízimos e nas ofertas, mas negligentes na
“justiça”, na “misericórdia” e na “fé”;
b)
Eram guias de cegos, pegavam nas picuinhas, mas falhavam nas
coisas mais importantes – “coavam mosquitos, mas engoliam camelos”;
c)
Cuidavam da aparência, mas interiormente estavam imundos –
“limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de
rapina e intemperança”. Veja no v.26 a exortação de Cristo: “limpa
primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo”.
d)
Em sua insensatez se assemelhavam a “sepulcros caiados” – “sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia”.
Se quisermos viver nossa vida em Deus, precisamos de uma mudança
no coração!! Não basta termos uma aparência externa!!!
III. DEUS QUER O NOSSO CORAÇÃO
Dt 6.5-6, “5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma e de toda a tua força. 6 Estas palavras que, hoje, te ordeno
estarão no teu coração”.
Nosso amor a Deus deve ser mostrado de forma intensa com nosso
coração e não apenas com atos de hipocrisia.
Jr 29.13, “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso
coração”.
Esta expressão “buscar-me-eis e me achareis” nos mostra que
precisamos viver mais no sobrenatural de Deus. Porém, se almejamos travar
conhecimento e vivência no sobrenatural de Deus, nossa busca deve ser de “todo
coração”.
1Sm 16.6-7, “6 Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe
e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido. 7 Porém o
SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura,
porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o
exterior, porém o SENHOR, o coração”.
Quando Samuel olha para Eliabe achou que ele era o homem, mas Deus
o havia rejeitado, uma vez que olhou para seu coração. Deus não quer apenas que
façamos uma reforma de fachada, de aparência, mas uma mudança interior, algo
mais profundo.
Pv 23.26, “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos
meus caminhos”.
Deus está nos dizendo que Deus quer o nosso coração!! Quando
conseguimos ver o quanto isso é importante é que iremos entender o porque
precisamos “guardar o nosso coração”.
IV. TRÊS PONTOS IMPORTANTES DO PORQUE PRECISAMOS GUARDAR O CORAÇÃO:
1. Precisamos guardar o coração, porque ele pode ser vítima do
“engano”.
Jr 17.9-10, “9 Enganoso é o coração, mais do que todas
as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? 10 Eu, o SENHOR,
esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um
segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”.
Sl 139.23-24, “23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; 24 vê se há em mim algum
caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”.
Se o coração é enganoso, certamente ele irá nos pregar muitas
peças. Dependemos de Deus para poder sondá-lo. Somente o Senhor pode
“esquadrinhar” o coração, e provar nossos pensamentos”.
Sabendo que o coração pode ser “corrompido”, Satanás busca de
todas as maneiras atacar o coração do homem.
Um exemplo de como nosso coração é enganoso, é que nós conseguimos
enxergar nos olho do irmão um “cisco”, mas não conseguimos ver em nosso olho
uma “trave” – Mt 7.3-5, “3 Por que vês tu o argueiro no olho de teu
irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? 4 Ou como dirás a
teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? 5
Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para
tirar o argueiro do olho de teu irmão”.
O meu problema não é a capacidade de ver as coisas, uma vez que eu
consigo ver nos outros. Mas, o meu problema é comigo mesmo, uma vez que não
consigo enxergar a mim mesmo. A dificuldade que eu enfrento é discernir os meus
próprios erros. É por esta razão que o salmista diz: “Quem há que possa
discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas”, Sl 19.12.
Boa parte de nossos
momentos de oração, estaremos pedindo algo a Deus. Jesus, porém, nos ensinou um
padrão de oração: “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois
teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”, Mt 6.13.
Precisamos orar para que Deus nos proteja das tentações do maligno!
Precisamos descobrir o real estado de nosso coração. Veja a oração
de Jesus no Getsêmani: “Se possível, passa de mim este cálice”, Mt 26.39.
Jesus está dizendo: “Será que não há um jeito de escapar?”. Porém a vontade de
Deus devia prevalecer: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!
Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres”.
A vida de oração deve ser um lugar onde manifestamos nossa total
dependência de Deus. Precisamos ter muito cuidado com nossa carne. Valnice
Milhomes: “A carne não converte, ela precisa ser crucificada”. Ou seja, a carne
precisa morrer – “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição,
impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria”, Cl
3.5.
Quando a pessoa entrava no Tabernáculo, o primeiro lugar que ele
encontrava era o “Altar do Holocausto”, onde as vítimas eram mortas em
sacrifício. Se quisermos encontrar Deus, precisamos passar primeiramente pelo
altar do sacrifício, onde nossa carne precisa morrer!
Só no ambiente de oração é que vamos nos render a Deus. Só assim
Ele poderá nos revelar os segredos de nosso coração. É aí que vamos saber o
real estado de nosso coração, suas motivações, inclinações.
Precisamos viver em meditação – exemplo Isaque, quando o servo de
Abraão lhe trazia Rebeca para desposá-la: “Saíra Isaque a meditar no campo, ao
cair da tarde; erguendo os olhos, viu, e eis que vinham camelos”, Gn 24.63.
Ver também 1Tm 4.13-15, “13 Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à
exortação, ao ensino. 14 Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o
qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do
presbitério. 15 Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu
progresso a todos seja manifesto”.
Precisamos meditar na Palavra de Deus. Precisamos repassar várias
vezes aquilo que temos lido e ouvido – isto é meditar! Se não gastarmos tempo
com Deus procurando entender nosso coração, ele nos pregará muitas peças!!
Precisamos aprender a ouvir Deus!! Em nossas orações, muitas
vezes, apenas “tagarelamos” e não paramos para ouvir o que Deus quer ministrar
em nosso coração.
Satanás tem como objetivo distorcer a Palavra, para chegar ao nosso
coração. Se não ficarmos atentos ao ensino dela, seremos facilmente atingidos,
e nosso coração destruído. Veja o exemplo de Eva: “1 Mas a serpente, mais sagaz
que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher:
É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 Respondeu-lhe
a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da
árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis
nele, para que não morrais. 4 Então, a serpente disse à mulher: É certo que não
morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os
olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal”, Gn 1.1-5.
O engano do diabo entra tentando mostrar que a coisa não é tão feia
o quanto parece.
2. Precisamos guardar o coração, porque ele pode ser vítima do
“endurecimento”.
Um coração errado nos mantem longe de Deus!!! Ao ouvirmos a voz de
Deus, não podemos endurecer o nosso coração. Não podemos fugir do confronto
quando ouvimos a Palavra de Deus. Muitas vezes fechamos o nosso coração e o que
está sendo pregado não produz mudança em razão de nossa resistência.
Alguns pontos que precisamos considerar:
a) A dureza de coração nos levará retroceder em nossa vida em
Deus, Jr 7.24, “Mas não deram ouvidos, nem atenderam, porém andaram nos seus
próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não
para diante”.
b) A dureza de coração nos tornará idólatras, Jr 9.14, “Antes,
andaram na dureza do seu coração e seguiram os baalins, como lhes ensinaram os
seus pais”. Ver ainda Jr 13.10, “Este povo maligno, que se recusa a
ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a dureza do seu coração e anda
após outros deuses para os servir e adorar, será tal como este cinto, que para
nada presta”.
c) A dureza de coração nos torna insensíveis à voz de Deus, Jr
16.12, “Vós fizestes pior do que vossos pais; pois eis que cada um de
vós anda segundo a dureza do seu coração maligno, para não me dar ouvidos a
mim”.
d) A dureza de coração nos levará a caminhos errados, Mt 19.8, “Respondeu-lhes
Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar
vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio”. Ver ainda Pv
16.25, “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de
morte”.
e) A dureza de coração nos fará menosprezar o juízo de Deus, Jr
23.17, “Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz
tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração dizem: Não virá
mal sobre vós”.
Algumas coisas podem endurecer o coração:
a) A incredulidade. Hb 3.12, “Tende cuidado,
irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de
incredulidade que vos afaste do Deus vivo”. Ver também v.19, “Vemos,
pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade”.
Mc 16.14, “Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e
censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos
que o tinham visto já ressuscitado”.
Precisamos apresentar nosso coração livre de incredulidade diante
de Deus. Exemplo do homem que possuía um filho endemoninhado – Mt 9.21-23,
“21 Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a
infância, respondeu; 22 e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o
matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. 23 Ao
que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê”.
A possibilidade daquele homem estava nele próprio e não em Jesus.
Quando o homem disse: “se podes alguma coisa, tem compaixão de nós, ajuda-nos”,
Jesus lhe disse: “Se podes, tudo é possível ao que crê”. Isso nos mostra que
mesmo aquele homem tendo uma pequena fé, não podia tudo. Somente em sua
rendição a Cristo ele pode receber sua bênção. A fé vem pelo ouvir e o ouvir da
Palavra de Deus, Rm 10.17.
b) O pecado, Hb 12.13, “pelo contrário, exortai-vos
mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de
vós seja endurecido pelo engano do pecado”. A palavra “pecado” tem a ver com
“errar o alvo”. O problema maior não é o fato de pecarmos, mas é quando não nos
arrependemos. O que leva alguém a não se arrepender é o coração endurecido. Se
o coração se manter endurecido ele está se mantendo na velha natureza.
Jr 17.1, “O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com
diamante pontiagudo, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus
altares”.
Jr 17.23, “Mas não atenderam, não inclinaram os ouvidos; antes,
endureceram a cerviz, para não me ouvirem, para não receberem disciplina”.
O que vai fazer com que estejamos livres e abertos a Deus é
buscá-lo através de um quebrantamento verdadeiro – “Sacrifícios agradáveis a
Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás,
ó Deus”, Sl 51.17. A dureza de coração é falta de se expor na presença
de Deus. Deixamos o lixo deste mundo nos contaminar.
c) A falta de misericórdia para com um irmão necessitado, Dt
15.7-10, “7 Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma
das tuas cidades, na tua terra que o SENHOR, teu Deus, te dá, não endurecerás o
teu coração, nem fecharás as mãos a teu irmão pobre; 8 antes, lhe abrirás de
todo a mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua
necessidade. 9 Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas:
Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam
malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao
SENHOR, e haja em ti pecado. 10 Livremente, lhe darás, e não seja maligno o teu
coração, quando lho deres; pois, por isso, te abençoará o SENHOR, teu Deus, em
toda a tua obra e em tudo o que empreenderes”.
Na hora de ajudarmos alguém, relutamos muito, duas vozes falam
dentro de nós. Na dúvida é melhor ajudar, é melhor abrir o coração. Veja o que
aconteceu com alguns filhos de Deus no passado – “Não negligencieis a
hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos”, Hb
13.2.
d) Uma visão errada acerca de nossas contribuições para a obra de
Deus – Exemplo: Ananias estava decidido a contribuir de forma
legal, mas permitiu que Satanás enchesse o seu coração: “Então, disse Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, reservando parte do valor do campo?”, At 5.3. A falta de
liberalidade para contribuir é sinal de um coração endurecido! ou quando vamos
ofertar uma luta tremenda se trava diante de nós.
e) O espírito crítico – Exemplo: A atitude de Mical, esposa de
Davi quando este estava transportando da Arca do Senhor, 1Cr
15.29, “Ao entrar a arca da Aliança do SENHOR na Cidade de Davi, Mical,
filha de Saul, estava olhando pela janela e, vendo ao rei Davi dançando e
folgando, o desprezou no seu coração”. O espírito crítico que temos em relação
a certas situações com nossos irmãos começa em nosso coração. Este espírito nos rouba o melhor de Deus.
Mical se tornou estéril: “Mical, filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da
sua morte”, 1Sm 6.23. Os crentes que mais criticam na igreja são aqueles
que jamais serão abençoados. O espírito crítico produz esterilidade espiritual.
Precisamos guardar o nosso coração!
f) O legalismo, Mc 3.1-5, “1 De novo, entrou Jesus na
sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos. 2 E estavam
observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem.
3 E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio! 4 Então, lhes
perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou
tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio. 5 Olhando-os ao redor, indignado e
condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão.
Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.”. Jesus se condoeu com a dureza de
coração das pessoas que estavam em seu redor”.
Ilustrações:
1) “"Considero o meu coração como pólvora: a menor faísca de
tentação pode incendiá-lo; por isso me esforço para conservá-lo sempre
umedecido pelo orvalho do Espírito Santo" (Robert Murray M'Cheyne).
3. Precisamos guardar o coração da soberba.
Dt 8.11-18, “11 Guarda-te não te esqueças do SENHOR,
teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus
estatutos, que hoje te ordeno; 12 para não suceder que, depois de teres comido
e estiveres farto, depois de haveres edificado boas casas e morado nelas; 13
depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a
tua prata e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, 14 se eleve o teu
coração, e te esqueças do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da
casa da servidão. 15 que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de
serpentes abrasadoras, de escorpiões e de secura, em que não havia água; e te
fez sair água da pederneira; 16 que no deserto te sustentou com maná, que teus
pais não conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer
bem. 17 Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço
me adquiriram estas riquezas. 18 Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque
é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança,
que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê”.
Deus está transmitido instruções ao seu povo para quando eles
adentrassem a terra de Canaã e de como eles poderiam prosperar naquele lugar.
Eles precisavam ter o cuidado de não permitir que o coração se elevasse a tal
ponto que viessem a achar que a bênçãos advindas fossem pela capacidade própria
e não pela operação de Deus.
Alguns Exemplos bíblicos:
a) Usias. Enquanto ele buscou ao Senhor Deus o abençoou e prosperou, 2Cr
26.5, “Propôs-se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era sábio nas
visões de Deus; nos dias em que buscou ao SENHOR, Deus o fez prosperar”.
Porém veja o que aconteceu com ele da metade de seu reinado para
frente: “16 Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua
própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou
no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso. 17 Porém o
sacerdote Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do SENHOR, homens da
maior firmeza; 18 e resistiram ao rei Uzias e lhe disseram: A ti, Uzias, não
compete queimar incenso perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão,
que são consagrados para este mister; sai do santuário, porque transgrediste;
nem será isso para honra tua da parte do SENHOR Deus. 19 Então, Uzias se
indignou; tinha o incensário na mão para queimar incenso; indignando-se ele,
pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu na testa perante os sacerdotes, na
Casa do SENHOR, junto ao altar do incenso. 20 Então, o sumo sacerdote Azarias e
todos os sacerdotes voltaram-se para ele, e eis que estava leproso na testa, e
apressadamente o lançaram fora; até ele mesmo se deu pressa em sair, visto que
o SENHOR o ferira”, vs. 16-20.
b) A atitude do fariseu orando no templo. “11 O
fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te
dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem
ainda como este publicano; 12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de
tudo quanto ganho”, Lc 18.11-12.
Como alguém pode chegar a este ponto? O diabo vai lidar de forma
diferente com cada um de nós. O orgulho e presunção deste homem não o deixava
enxergar sua miserabilidade diante do Senhor!
c) Paulo. Olhando para Paulo, o encontramos dizendo que havia trabalhado
mais do que todos os apóstolos. Porém, no mesmo texto ele reconhece que seu
trabalho provinha da graça de Deus sobre ele: “...trabalhei muito mais do que
todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”, 1Co 15.10. Não
alcançamos nenhum lugar sozinhos, mas somente pela graça de Deus!
d) Coisas que estarão concorrendo com o nosso coração –
“porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”, Mt 6.21.
Jesus não está dizendo que não podemos ter coisas terrenas, mas sim que estas
coisas não podem ser nosso tesouro particular. Nosso coração não pode estar
preso nelas.
e) O homem bom e o homem mau, Lc 6.45, “O
homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o
mal; porque a boca fala do que está cheio o coração”.
O homem bom é aquele que tem um bom coração; o homem mal é aquele
que tem um mau coração. Mostramos por fora aquilo que somos por dentro! Jesus
nos diz que a boca fala daquilo que está cheio o coração.
f) Precisamos encher nosso coração com a Palavra de Deus, Dt 6.5-7, “5
Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e
de toda a tua força. 6 Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu
coração; 7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”.
O que permitimos tomar conta do nosso coração é o que vai reger nossa
vida. Tem pessoas que não regidas apenas por aquilo que é terreno, pela
ganância, pelo poder, pela avareza, etc. Precisamos trabalhar nosso coração!
Precisamos de um relacionamento com a Palavra de Deus!
Novamente Pv 4.23, “Sobre tudo o que
se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida”.
Veja os versículos anteriores, “20 Filho meu, atenta para as minhas palavras;
aos meus ensinamentos inclina os ouvidos. 21 Não os deixes apartar-se dos teus
olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração. 22 Porque são vida para quem os
acha e saúde, para o seu corpo”, Pv 4.20-22. A melhor forma de nos
proteger é vivermos os princípios da Palavra de Deus!
Esdras, Ed 7.10, “Porque Esdras tinha disposto o
coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel
os seus estatutos e os seus juízos”. Precisamos dispor nosso coração para
buscar ao Senhor, até mesmo antes de vir para a casa de Deus. Assim o culto
será diferente.
Precisamos aprender a guardar nosso coração. O coração pode ser
contaminado com muitas coisas: Falta de perdão, amargura, avareza,
prostituição, adultérios, etc. Porém, se ocuparmos nosso coração com a palavra
de Deus, com cânticos espirituais, louvores, não haverá lugar para o mal –
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos
mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e
cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração”, Cl 3.16.