NEEMIAS, O RESTAURADOR -

REQUISITOS PARA UMA RESTAURAÇÃO I

NE 1.1-11; 2.1-9

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

INTRODUÇÃO:

1. A palavra restaurar tem a ver com “instaurar de novo”, “repor no primitivo estado”, “restabelecer-se”, “tornar a pôr em vigor”, “restabelecer”, “dar novo esplendor”, “consertar”, “reparar”, “retocar” (Dicionário Michaelis – UOL). Só se pensa em restaurar algo que está destruído ou em processo de destruição ou deterioração. Fala-se muito em restauração nas artes quando se deseja restaurar um quadro, uma peça antiga, uma escultura, um prédio histórico, etc.

2. O Livro de Neemias descreve o processo de restauração dos muros da cidade de Jerusalém, que foram destruídos durante a invasão babilônica comandada por Nabucodonosor em 586 A.C. A cidade havia sido arrasada e a nata do povo (jovens, sábios, soldados, etc.) fora levada para a Babilônia, enquanto que na terra de Judá ficaram apenas os velhos, mulheres, crianças, etc. Isto fazia parte da estratégia militar dos povos conquistadores daquele tempo. Desta maneira a terra conquistada ficava frágil, impossibilitando qualquer ato de rebelião.

3. Queremos hoje, falar deste processo de restauração dos muros da cidade, liderado por Neemias, um homem que tinha um grande patriotismo, mas temente a Deus. Nossa intenção não é apenas descrever os caminhos que o levaram a realizar sua missão, mas aplicar espiritualmente as verdades contidas nesta restauração. Vejamos:

 

ALGUNS REQUISITOS QUE ENVOLVEM AQUELE QUE ANSEIA POR UMA RESTAURAÇÃO:

 

I. QUEM ANSEIA POR UMA RESTAURAÇÃO, SOFRE COM AS CONDIÇÕES MISERÁVEIS DE SUA VIDA E DO POVO DE DEUS

NE 1.1-4

“1 Palavras de Neemias, filho de Hacalias. Ora, sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a capital, 2 que veio Hanâni, um de meus irmãos, com alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que tinham escapado e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. 3 Eles me responderam: Os restantes que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande aflição e opróbrio; também está derribado o muro de Jerusalém, e as suas portas queimadas a fogo. 4 Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias”.

1. O sofrimento de Neemias fica evidente quando lhe chega uma notícia através de Hanani, um de seus compatriotas, sobre as condições miseráveis da cidade. Quando pergunta por seus irmãos que haviam ficado na terra, a resposta de Hanani foi: “...estão em grande aflição e opróbrio”, v. 3. Sobre as condições da cidade Hanani complementa: “...também está derribado o muro de Jerusalém, e as suas portas queimadas a fogo”, v. 3.

2. Não nos ficam quaisquer dúvidas de que o coração de Neemias se derreteu com a terrível notícia! Foi tomado por um repentino choro – “...sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias”, v. 4. Como amante de sua terra e do seu povo Neemias sente a terra fugir-lhe aos pés! Precisou assentar-se diante da grande tristeza que abateu seu coração, por visualizar as condições de miséria de seu povo e da cidade santa.

3. Como povo de Deus não podemos nos conformar com a vida que levamos diante do Senhor. Os muros (proteção) de muitos filhos de Deus estão destruídos, e o diabo com seus demônios os invadem cativando-os em seus ardis e artimanhas. Diante de um quadro assim, precisamos ser levados a uma comoção, como Neemias e “chorar”, sentindo o sofrimento que nos abate como povo do Senhor! O sentimento de tristeza associado ao choro é o início de qualquer processo de restauração. Observe dois exemplos na Palavra de Deus – um deles de caráter pessoal e outro de caráter nacional:

a) Sl 31.9-10, “9 Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo. 10 Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força desfalece por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem”.

- Todos sabemos do grande pecado na vida de Davi – o adultério com Bate-Seba, que o arrastou também à mentira e ao assassinato (2Sm 11). Porém quando foi repreendido pelo profeta Natã (2Sm 12.1-15), ele caiu em si. Precisava urgentemente do perdão de Deus e de uma restauração. Porém este processo não ocorreu sem que muitas lágrimas e tristezas viessem sobre ele.

- É possível que este salmo tenha sido escrito no período em que Davi amargava as consequências de seu pecado. Note como se sentia: “...consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo”. Veja ainda: “Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força desfalece...”. Se não houvesse na vida de Davi o choro e a tristeza em razão de sua podridão, jamais haveria sido restaurado pelo Senhor!

b) Ed 10.1-3, “1 Ora, enquanto Esdras orava e fazia confissão, chorando e prostrando-se diante da casa de Deus, ajuntou-se a ele, de Israel, uma grande congregação de homens, mulheres, e crianças; pois o povo chorava amargamente. 2 Então Seeanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel. 3 Agora, pois, façamos um pacto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os que delas são nascidos, conforme o conselho do meu Senhor, e dos que tremem ao mandamento do nosso Deus; e faça-se conforme a lei”.

- Assim como Neemias, Esdras foi um restaurador. Enquanto que Neemias foi levantado por Deus para restaurar os muros de Jerusalém, Esdras foi levantado para restaurar o Templo e o povo, espiritualmente e moralmente. Quando Esdras descobre que a razão principal da deterioração moral e espiritual do povo advinha de uma mistura racial, adquirida através de casamentos com mulheres estrangeiras, debaixo de choro e de muita tristeza levou o povo a abandonar tais mulheres, para que o processo de restauração fosse concretizado.

- Num processo de restauração certamente haverá “coisas” que precisam ser abandonadas por nós, apetrechos que se arraigaram em nossas vidas e que já fazem parte de nosso dia-a-dia! Tais apetrechos nos levam a uma insensibilidade espiritual, impedindo nossa comunhão com o Senhor. Que o mover do Espírito de Deus nos leve a abandonar o lixo mundano, ainda que à custa de muito choro e tristeza!

4. Certamente, virá a restauração, quando nos lançarmos às lágrimas, inconformados com nossa apatia espiritual!

 

II. QUEM ANSEIA POR UMA RESTAURAÇÃO SE PÕE A JEJUAR E ORAR, RECONHECENDO QUE O ESTADO DE MISÉRIA É RESULTADO DE UMA VIDA DE PECADOS DIANTE DO DEUS DE PODER

NE 1.4-11

“4 ...e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu, 5 e disse: Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos: 6 Estejam atentos os teus ouvidos e abertos os teus olhos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos, confessando eu os pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; sim, eu e a casa de meu pai pecamos; 7 na verdade temos procedido perversamente contra ti, e não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a teu servo Moisés. 8 Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a teu servo Moisés, dizendo: Se vós transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos; 9 mas se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10 Eles são os teus servos e o teu povo, que resgataste com o teu grande poder e com a tua mão poderosa. 11 Ó Senhor, que estejam atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que se deleitam em temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. (Era eu então copeiro do rei).”

1. Outro ingrediente importante num processo de restauração é a oração associada ao jejum. Observe que Neemias não ficou apenas “sentado” lamentando e chorando. Como nos mostra a Palavra de Deus, ele continuou a “...jejuar e orar perante o Deus do céu”, v. 4, numa oração objetiva, cujo propósito era tocar o coração de Deus. Veja alguns pontos em sua oração:

a) Procurou comover Deus, através da exaltação de Seu nome - “Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível...”, v. 5.

b) Houve anseio em sua alma no sentido de que Deus o ouvisse – “Estejam atentos os teus ouvidos e abertos os teus olhos, para ouvires a oração do teu servo...”, v. 6; “Ó Senhor, que estejam atentos os teus ouvidos à oração do teu servo”, v. 11.

c) Reconheceu que o estado de miséria era proveniente da desobediência – “...na verdade temos procedido perversamente contra ti, e não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos...”, v. 7.

d) Apelou para as promessas divinas, “Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a teu servo Moisés...”, v. 8, “...de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome”, v. 9.

2. É através da oração que abrimos nossa alma perante o Senhor! Porém, quando oramos em jejum nossa sensibilidade espiritual se intensifica, uma vez que o jejum mortifica nossa carne. Sabemos que as grandes batalhas espirituais somente serão vencidas através da oração e jejum. Podemos ver dois exemplos nas Escrituras:

- Ensino de Jesus – “Esta casta não sai de modo algum, salvo à força de oração e jejum”, Mc 9.29.

A palavra “casta” neste texto se refere a uma grande quantidade de demônios que viviam no corpo daquele menino. Quando lemos os versículos anteriores, podemos ver que os discípulos não haviam conseguido expulsar aqueles demônios. Ao perguntarem a Jesus o porquê do fracasso, veio a resposta de que somente seriam vitoriosos em situações assim, através do jejum e oração.

- Batalha de Josafá – “1 Depois disto sucedeu que os moabitas, e os amonitas, e com eles alguns dos meunitas vieram contra Josafá para lhe fazerem guerra. 2 Vieram alguns homens dar notícia a Josafá, dizendo: Vem contra ti uma grande multidão de Edom, dalém do mar; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi. 3 Então Josafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá”, 2 Cr 20.1-3.

O cenário de uma grande guerra estava desenhado! Subiram contra os israelitas uma multidão de moabitas, amonitas e meunitas causando grande pavor no rei Josafá e no povo. Diante de sua incapacidade frente aos seus inimigos, Josafá ordenou um jejum nacional. A vitória veio adiante:

“22 Ora, quando começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os homens de Amom, de Moabe e do monte Seir, que tinham vindo contra Judá; e foram desbaratados. 23 Pois os homens de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do monte Seir, para destruí-los e exterminar; e, acabando eles com os moradores do monte Seir, ajudaram a destruir-se uns aos outros. 24 Nisso chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam para a multidão, e eis que eram cadáveres que jaziam por terra, não havendo ninguém escapado”, 2 Cr 20.22-24.

3. Uma verdadeira restauração espiritual sempre será precedida por um tempo dedicado à oração e ao Jejum. Esta prática, quando observada com sinceridade, certamente moverá o coração de Deus – “...e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”, 2 Cr 7.14. Deus conclama a nos humilharmos em oração sincera, para sarar nosso coração, doente pelo pecado!

4. Nos dias do profeta Joel, o caos tomava conta da nação. Em virtude do alarmante crescimento do pecado, veio o juízo de Deus. As plantações foram devoradas por uma grande nuvem de gafanhotos! Nada que era verde escapou de seus dentes afiados! Até mesmo as cascas das árvores foram devoradas. Não bastasse a miséria provocada por estes insetos glutões, havia a ameaça da invasão de um exército do norte que certamente iria “completar” o que os gafanhotos não conseguiram! Neste clima Joel profetizou: “Todavia ainda agora diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto”, Jl 2.12. Aqui estava o remédio de Deus – arrependimento sincero com jejuns, choro e pranto!

5. Quantas vezes sofremos diante das ameaças e ações de nosso inimigo por não buscarmos a vitória através da oração e jejum. Se quisermos uma restauração, devemos proceder como Neemias – orar e jejuar!

 

III. QUEM ANSEIA POR UMA RESTAURAÇÃO SE LANÇA À AÇÃO, INICIANDO O PROCESSO RESTAURADOR COM DISPOSIÇÃO

NE 2.1-8

“1 Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimos do rei Artaxerxes, quando o vinho estava posto diante dele, que eu apanhei o vinho e o dei ao rei. Ora, eu nunca estivera triste na sua presença. 2 E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, visto que não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração. Então temi sobremaneira. 3 e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não há de estar triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas pelo fogo? 4 Então o rei me perguntou: Que me pedes agora? Orei, pois, ao Deus do céu, 5 e disse ao rei: Se for do agrado do rei, e se teu servo tiver achado graça diante de ti, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. 6 Então o rei, estando a rainha assentada junto a ele, me disse: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu certo prazo. 7 Eu disse ainda ao rei: Se for do agrado do rei, deem-se-me cartas para os governadores dalém do Rio, para que me permitam passar até que eu chegue a Judá; 8 como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, a fim de que me dê madeira para as vigas das portas do castelo que pertence à casa, e para o muro da cidade, e para a casa que eu houver de ocupar. E o rei mas deu, graças à mão benéfica do meu Deus sobre mim. 9 Então fui ter com os governadores dalém do Rio, e lhes entreguei as cartas do rei. Ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do exército e cavaleiros”.

1. Em angústia, devido a situação de seu povo na terra, Neemias não pôde esconder do rei sua tristeza. Seu comportamento foi modificado e a alegria sumiu de seu rosto, ao ponto do rei perguntar: “Por que está triste o teu rosto, visto que não estás doente?”, v. 2. A resposta de Neemias com certeza comoveu o coração real: “Como não há de estar triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas pelo fogo?”, v. 3.

2. Deste diálogo com o rei, surge uma grande oportunidade, onde Neemias coloca a intenção de seu coração – voltar à sua terra para promover uma grande restauração da cidade. Observe a decisão do rei: “...aprouve ao rei enviar-me...”, v. 6. Quando buscamos a Deus com nosso coração disposto, Ele cria situações, remove obstáculos, abre portas, etc. No dizer de Daniel o Senhor “...muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos”, Dn 2.21. O caminho para a restauração estava aberto!

3. Porém, Neemias foi ainda mais ousado. Havia necessidade de uma grande quantidade de material para a obra. Ele aproveitou o momento, para solicitar de seu rei algumas cartas e entre elas, uma carta especial para Asafe, guarda da floresta do rei para que lhe fornecesse madeira “...para as vigas das portas do castelo que pertence à casa, e para o muro da cidade, e para a casa que eu houver de ocupar”, v. 8. Seu pedido foi atendido prontamente.

4. Tudo estava pronto! Neemias parte e chega a Jerusalém: “Cheguei a Jerusalém, onde estive três dias”, v. 11. Bastava agora arregimentar o pessoal necessário e começar a obra, o que aconteceu alguns dias depois. E desta forma os muros foram restaurados, Ne 4.6, “Assim edificamos o muro; e todo o muro se completou até a metade da sua altura; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar”.

5. Uma restauração somente poderá acontecer quando nos lançarmos à ação! De nada adianta ficarmos apenas orando, jejuando, nos humilhando, se algo não for feito! Neemias foi à frente, se lançou à ação e pôde contemplar o êxito de sua missão.

6. Porém algo é certo! Jamais poderemos contemplar o poder de Deus estando nossas vidas arruinadas pelo pecado! A restauração se faz necessário para visualizarmos o poder de Deus. Dois exemplos:

a) Elias no Monte Carmelo, 1Rs 18.30, “Então Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele. E Elias reparou o altar do Senhor, que havia sido derrubado”.

Na sequencia deste texto, podemos observar a manifestação poderosa de Deus:

“38 Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. 39 Quando o povo viu isto, prostraram-se todos com o rosto em terra e disseram: O senhor é Deus! O Senhor é Deus!”

Deus jamais poderia agir se o altar não fosse restaurado. Elias poderia clamar, se dilacerar, assim como já haviam procedido os profetas de Baal, e com certeza nenhum sinal de Deus viria! Porém, com o altar restaurado, o fogo caiu!

b) Profecia de Jeremias, Jr 15.19, “Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te restaurarei, para estares diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles a ti, mas não voltes tu a eles”.

Não podemos negligenciar o fato de que é Deus quem nos restaura e isto somente acontecerá quando “nos voltarmos para Ele”, a aprendermos a separar “o precioso do vil”.

6. Deus não quer que seu povo viva arruinado, aos cacos, aos pedaços, vivendo no opróbrio. No entanto, muitos filhos de Deus estão perdendo o melhor da vida cristã, por negligenciarem o poder restaurador do Senhor. Devemos nos lançar à ação e deixar o resto com o Deus Eterno.

 

CONCLUSÃO

1. Deus planejou na terra uma igreja forte, um povo vitorioso, filhos que não estejam comprometidos com o pecado e nem associados ao mundanismo. Contudo, ao olharmos para o povo de Deus, percebemos o quanto carecemos do poder restaurador do Espírito Santo.

2. Sabemos que o sacrifício de Jesus pela sua Igreja, foi para “...para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”, Ef 5.27. Deve haver entre nós um anseio forte por uma restauração que de fato agrade ao Senhor da Glória!

3. Não podemos nos conformar com esta avalanche de mundanismo invadindo a Igreja de Cristo, causando tristezas ao coração do Pai. Paulo nos alertou veementemente: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”, Rm 12.2. Observe duas palavras que são evidentes em qualquer processo de restauração – “transformação” e “renovação”. Ou seja precisamos ser “transformados” pelo poder do Espírito e “renovados” em nossa vida com Deus!

4. Não podemos nos esquecer de que “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”, 2Co 5.17. Quanta “velharia” precisa ser extirpada de nossa vida! Só assim provaremos o sabor de uma verdadeira restauração, experimentando a “...boa, agradável e perfeita vontade de Deus”!