O Altar em
Ordem
Mantendo o
Altar Restaurado
Levítico
6.8-13
Por Pr. Ronaldo Perini
Pr. José
Antônio Corrêa
“8
Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 9 Dá ordem a Arão e a seus
filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto; o holocausto será queimado sobre o
altar toda a noite até pela manhã, e o fogo do altar arderá nele. 10 E o
sacerdote vestirá a sua veste de linho, e vestirá as calças de linho, sobre a
sua carne, e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto
sobre o altar, e a porá junto ao altar. 11 Depois despirá as suas
vestes, e vestirá outras vestes; e levará a cinza fora do arraial para um lugar
limpo. 12 O fogo que está sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas
o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o
holocausto e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. 13 O
fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará”.
Introdução
(Uma
breve explicação sobre o contexto e sobre a relação do texto com o tema do
Acampamento).
Este
texto nos é interessante, na medida em que ele nos fala da manutenção do altar.
Ele nos ensina como o altar deve ser mantido continuamente pronto para o
sacrifício e nos fala também do ofertante. É nossa responsabilidade, como
sacerdotes da Nova Aliança, manter o altar de Deus, em nossas vidas, em
perfeito estado, como o Senhor nos orienta, em Sua Palavra.
Quais
são as orientações de Deus, que devermos seguir, para que o nosso altar se
mantenha sempre pronto para Ele?
I. O fogo deve ficar acesso
continuamente
Vs. 9, 12,13.
O
holocausto ficaria no altar durante toda a noite e o fogo estaria queimando-o.
Pela manhã, o sacerdote tiraria as cinzas e colocaria mais lenha – a chama não
deveria, nunca, apagar. O fogo era um elemento indispensável ao altar; altar
sem fogo era altar sem a presença de Deus; altar sem fogo era altar em ruínas.
Fogo sobre altar era a confirmação da aceitação de Deus do sacrifício recebido.
No caso de Elias e de Manoá, Deus recebe os sacrifícios com fogo:
Elias, “22 Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei
por profeta do SENHOR, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta
homens. 23 Dêem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos
bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam
fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe
meterei fogo. 24 Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do
SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o
povo respondeu e disse: É boa esta palavra. 25 E disse Elias aos profetas de
Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois
muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe metais fogo. 26 E tomaram o
bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã
até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem
respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito. 27 E sucedeu que, ao
meio-dia, Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um
deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que
intente alguma viagem; porventura, dorme e despertará. 28 E eles clamavam a
grandes vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme o seu costume,
até derramarem sangue sobre si. 29 E sucedeu que, passado o meio-dia,
profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve
voz, nem resposta, nem atenção alguma. 30 Então, Elias disse a todo o povo:
Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou no altar do SENHOR,
que estava quebrado. 31 E Elias tomou doze pedras, conforme o número das tribos
dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o
teu nome. 32 E com aquelas pedras edificou o altar em nome do SENHOR; depois,
fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente. 33
Então, armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha, 34
e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre
a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda:
Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez, 35 de maneira que a água corria
ao redor do altar, e ainda até o rego encheu de água. 36 Sucedeu, pois, que, oferecendo-se
a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de
Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e
que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas. 37
Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és
Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás. 38 Então, caiu fogo do
SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu
a água que estava no rego. 39 O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus
rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!”, 1Rs 18.22-39.
Manoá, “19 Então, Manoá tomou um cabrito e uma oferta de
manjares e os ofereceu sobre uma penha ao SENHOR; e agiu o Anjo
maravilhosamente, vendo-o Manoá e sua mulher. 20 E sucedeu que, subindo a chama
do altar para o céu, o Anjo do SENHOR subiu na chama do altar; o que vendo
Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seu rosto”, Jz 13.19-18.
O
significado que isto tem para nós é tremendo. Fogo em nosso altar, no altar do
nosso coração, significa fervor, dedicação, entusiasmo, a
presença de Deus sentida. Isto não é coisa de pentecostais; veja os
discípulos a caminho de Emaús, enquanto Jesus lhes falava: ardia-lhes o
coração: “E disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso
coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?”, Lc
24.32.
Como
esperar que Deus se empolgue com nosso culto, se não nos empolgamos com Sua
presença. Eu não estou falando de formas externas de culto, não estou falando
de cultos avivados, pentecostais ou tradicionais; estou falando da indiferença
que, às vezes, recai sobre nossa adoração, a ponto de tornar nossa estadia na
igreja um compromisso social, ao invés de um ato de adoração. Como um Deus vivo
pode receber uma adoração sem vida?
Jo 15.4 nos ensina que a falta de fervor e devoção é
também falta de temor: “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não
pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes
em mim”.
Somente
o temor a Deus pode nos levar a uma adoração cheia de vida: “43 Em cada alma
havia temor, me muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 46 E,
perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam
juntos com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus se caindo na
graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles
que se haviam de salvar”, At 2.43, 46-47.
Algumas
tempestades da vida podem apagar o fogo de nosso altar. O excesso de cinzas
podem apagar o fogo de nosso altar.
II. O ofertante deve se vestir com
as vestes da santidade
Vs. 10
Era
este o que o linho simbolizava, a santidade. Se quisermos manter nosso altar em
ordem, precisamos nos vestir com as vestes da santidade. Palavras como separação,
consagração e dedicação são chaves para entendermos o que é
santificação.
Como
alguém, que não é separado deste mundo para glorificar a Deus, pode desejar que
o Senhor receba seus sacrifícios? Como alguém, que não é consagrado e dedicado
ao Senhor, pode almejar a presença de Deus em sua vida?
Somente o sangue de Cristo pode “branquear nossas vestes”, “13 E um dos
anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são
e de onde vieram? 14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes
são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam
no sangue do Cordeiro”, Ap 7.13-14. Ver ainda Ap 1.5b, “Àquele
que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados”.
Precisamos manter nossas vestes “incontaminadas”, “Mas também tens em
Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de
branco, porquanto são dignas disso”, Ap. 3.4.
III. O ofertante deve levar as
cinzas para fora
Vs. 10, 11
As
cinzas são as sujeiras que se ajuntam no altar. Para o altar estar pronto para
o sacrifício, elas devem ser levadas para fora todos os dias. Que
significado tremendo para nós! Isto aponta para a confissão de pecados a
Deus, para a restauração da comunhão com os irmãos e para a limpeza
de nosso coração, em relação a todos os sentimentos ruins. Levar as cinzas
para fora é libertar-se das culpas do passado, abrindo oportunidades para que
novas experiências com o Senhor tenham lugar.
Confissão de Pecados: “Se confessarmos os nossos pecados,
ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça”, 1 Jo 1.9. Ver ainda “E ele é a propiciação pelos nossos
pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”, 1 Jo
2.2. “Jesus como nossa “propiciação” significa que Ele tomou sobre si o
castigo dos nossos pecados e satisfez o justo juízo de Deus contra o pecado. O
perdão agora é oferecido a todos, no mundo inteiro, e é recebido pelos que vêm
a Cristo, com arrependimento e fé” (Bíblia de Estudo Pentecostal).
Precisamos nos livrar de nossos pecados, pois eles se
tornam impedimento em nossa comunhão com Deus: “1 Eis que a mão do SENHOR não está
encolhida, apara que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não
poder ouvir. 2 Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso
Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”, Is
59.1-2.
O
crente que está em pecado perde a comunhão com Deus e também com seus irmãos de
fé. Ao confessar seus pecados, e vê-los perdoados, tanto a comunhão com Deus é
restaurada, como também a comunhão com seus irmãos.
Conclusão
Com
estes cuidados, nosso altar estará sempre pronto para que, nele, possamos
oferecer e servir a Deus com sacrifícios agradáveis.