O COMPORTAMENTO ERRADO DO POVO DE DEUS

IS 1.1-9

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

INTRODUÇÃO:

 

1. Como profeta designado por Deus, Isaías começou seu ministério em 740 a.C., no ano em que morreu o rei Uzias (ver 6.1). Profetizou por mais de quarenta anos e morreu provavelmente cerca de 680 a.C. Isaías não profetizava nem escrevia em torno de suas ideias Pelo contrário, tinha visões da parte de Deus, pela inspiração do Espírito Santo (cf. 2Pe 1.20,21). Foi-lhe concedido ver os eventos futuros no plano divino da salvação, mediante comunicação inerrante da parte do próprio Deus. (Bíblia de Estudos Pentecostal).

 

2. O longo ministério profético de Isaías teve lugar na época do reino dividido (ver 1Rs 12.20 nota; 2 Cr 10.1 nota). O Reino do Norte chamado pelos diferentes nomes de Israel, Samaria e Efraim abrangia dez tribos de Israel. O Reino do Sul comumente chamado de Judá, com sua capital em Jerusalém consistia das tribos de Judá e de Benjamim. Os dois reinos, na época de Isaías, estavam desviados de Deus e da sua lei e recorriam às nações pagãs e seus deuses falsos para livrá-los dos seus inimigos. O Reino do Norte foi subjugado e destruído pela Assíria em 722 a.C. Isaías advertiu Judá de que esse reino, também, seria destruído por causa do seu pecado e apostasia (39.6, “Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR”). (Bíblia de Estudos Pentecostal).

 

3. Nesta noite queremos analisar o comportamento maligno de Judá e as complicações que este comportamento trouxe para a nação. Queremos analisar este comportamento de Judá em comparação ao povo de Deus de hoje. O COMPORTAMENTO ERRADO DO POVO DE DEUS:

 

 

I. É PAUTADO PELA PREVARICAÇÃO

 

Criei filhos e exalcei-os, mas eles prevaricaram contra mim”,

v. 2

 

1. A palavra “prevaricar”, significa “faltar ao cumprimento do seu dever”, “perverter”. No contexto dessa passagem das Escrituras é literalmente “rebelar-se”. “O concerto de Deus com o povo israelita abrangia Judá e Israel, que também receberam dEle a sua lei, o seu templo e suas promessas; no entanto, viviam no pecado, menosprezavam o concerto divino, e não reconheciam a Deus como a fonte da salvação e suas demais bênçãos” (Bíblia de Estudos Pentecostal).

 

2. Como povo de Deus precisamos nos dispor a obedecê-LO. Povo obediente é povo abençoado! Hoje como “filhos da obediência”, não podemos mais andar nos caminhos que andávamos antes de conhecer a graça de Deus – “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância”, 1Pe 1.14. Fomos eleitos para a obediência – “...eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo”, 1Pe 1.2.

 

3. É preciso aprender a obedecer. Veja o exemplo de Cristo: “...embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu...”, Hb 5.8.

 

 

II. É MOTIVADO PELA FALTA DE CONHECIMENTO DE DEUS

 

O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende”,

v. 3

 

1. Muitas de nossas falhas e pecados ocorrem em razão de nossa falta de conhecimento de Deus e de sua Palavra. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento”, Os 4.6; “Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”, Mt 22.29. O verbo “conhecer”, vem de um termo hebraico (edy - yada‘), que tem o sentido não apenas de um conhecimento teórico, mas também implica num “conhecimento experimental”.

 

2. Devemos procurar conhecer a Deus não somente por aquilo que lemos dEle em sua Palavra, mas procurarmos manter intimidade com Ele. Esta intimidade virá a nós através de momentos a sós com Deus. Jesus nos deu uma receita importante: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”, Mt 6.6.

 

3. O conhecimento de Deus deve estar acima de nossa disposição para cultuá-lo – “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”, Os 6.6.

 

 

III. GERA O ABANDONO AO SENHOR

 

Deixaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás”,

v. 4

 

1. De acordo com o texto em referência, o povo de Judá não somente abandonou ao Senhor, mas também regrediu – “voltaram para traz”. “Voltar para traz” significa retroceder às antigas práticas pecaminosas – cultos pagãos, idolatria, adultério, feitiçaria, etc. Quando não levamos uma vida à sério diante de Deus, corremos o mesmo risco. Primeiramente esfria-se o amor a Deus e sua causa; na sequencia vem o indiferentismo e consequentemente a apostasia. Daí para a prática de atos pecaminosos é apenas uma questão de tempo. É por esta razão que Jesus aconselha a igreja de Éfeso que volte à prática do primeiro amor – “4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. 5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”, Ap 3.4-5.

 

2. Paulo escrevendo aos coríntios denuncia irmãos que estavam retrocedendo voltando aos antigos pecados: “8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos! 9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. 11 Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”, 1Co 6.8-11.

 

 

CONCLUSÃO:

 

1. O resultado de um comportamento errado e de uma vida sem Deus é:

 

a) Uma vida espiritual enferma: “Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo”, v. 5; “Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo”, v. 6.

 

b) Uma presa fácil de nossos inimigos:7 A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos. 8 A filha de Sião é deixada como choça na vinha, como palhoça no pepinal, como cidade sitiada. 9 Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra”, vs. 7-9.

 

No seu empenho de levar Judá ao arrependimento, Deus permitiu o despojo da sua terra por estrangeiros (ver 2 Cr 28.5-18). O pecado dos israelitas privou-os da bênção e proteção de Deus, e o castigo veio sobre eles. A terra e o seu povo seriam finalmente subjugados por Nabucodonosor e seu exército babilônico (605 586 a.C.). Um povo que continua obstinado e indiferente na senda do pecado atrairá o juízo divino e, por fim, a destruição. (Bíblia de Estudos Pentecostal)

 

2. Precisamos corrigir nossa vida tendo como modelo a santidade de Deus. Deus é Santo! – “o Santo de Israel”, v. 4. Esta expressão, como um título de Deus, ocorre vinte e seis vezes em Isaías, além de mais cinco vezes em que Ele é chamado apenas “o Santo”. O profeta, ao usar esse nome de Deus (certamente originado, em parte, da sublime visão que Isaías teve de Deus, na sua santidade cap. 6), não somente ressalta o caráter expressamente santo de Deus, mas também que os que são de Deus devem ser santos, para que possam continuar em comunhão com Ele. (Bíblia de Estudos Pentecostal).