O
SIGNIFICADO DA INTERCESSÃO
Pr Walter
Pacheco da Silveira, baseado em material da Comunidade Cristã de Ribeirão
Preto, SP
Pr. José
Antônio Corrêa
“Antes de tudo, pois,
exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de
graças, em favor de todos os homens”, 1Tm 2.1.
Introdução
Vamos entrar agora em
um estudo muito importante sobre o tema que vocês propuseram para este dia: o
tema da INTERCESSÃO.
Quero adiantar que a
Intercessão é a chave que move ou retém a mão de Deus.
O apóstolo Paulo
declarou que interceder é uma prática que deve ocupar o primeiro lugar em
importância na vida da igreja. Ele falou: “Antes de tudo, recomendo que se
façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens”.
Não há registro de
Jesus ter ensinado os seus discípulos a pregar, a adorar, mas, ensinou-os a
orar.
Há pelo menos três
pontos básicos sobre Intercessão, que importa conhecermos bem, a fim de praticarmos
com êxito este ministério.
O primeiro ponto
básico sobre o tema “Intercessão”, é este:
O QUE É
INTERCESSÃO
Interceder significa
literalmente “mediar”, significa fazer mediação.
Interceder é você se
colocar no lugar do outro e pleitear, defender, a causa dele.
O intercessor levanta
as mãos para Deus e diz: “Senhor, eu me coloco diante do Senhor para lutar
em favor de Fulano. Eu apresento a minha vida, a minha fé, a minha insistência
como um argumento para que o Senhor abençoe a ele”.
Portanto, o
intercessor é alguém que, com humildade, mas com ousadia, “compra briga
com Deus”, por assim dizer, em favor de seu semelhante.
O segundo ponto
básico que importa conhecer bem é:
A
NECESSIDADE DE INTERCESSORES
É necessário haver
intercessores pelo fato de Deus, Santo como é, punir o pecado.
Deus é bom, mas Ele é
também Santo e Justo, então, quando o homem peca, Deus o reprova.
A santidade de Deus O
leva a punir o pecado, por outro lado, o Amor de Deus O leva a abençoar o
pecador com misericórdia.
E aí é que entra a
necessidade do intercessor - a necessidade de alguém que se apresente diante do
Senhor para fazer com que venha mais graça do que juízo sobre o que pecou.
A mão de Deus pesa
sobre o pecador, mas ela pode também ser estendida para abençoar o pecador.
Portanto, o ministério do Intercessor é precisamente fazer isto: que a mão de
Deus venha sobre o pecador para abençoá-lo.
Se não houver o
intercessor, então o que ocorre é que o pecador fica só e debaixo do juízo de
Deus.
O terceiro ponto
básico sobre Intercessão, que importa conhecermos bem, a fim de praticarmos
este ministério, é que:.
DEUS
PROCURA INTERCESSORES
Os intercessores são,
muitas vezes, tudo o que Deus precisa para ser movido a abençoar uma pessoa.
Deus é Amor, mas ao
mesmo tempo é Santo e Justo. Por isso, tem que punir o pecado, tem que condenar
o pecado, mas, ainda assim, Deus espera para ter misericórdia.
Vamos ler Ez
22.23-
Nesta passagem, Deus
fala sobre o pecado que havia dominado todos os níveis da nação - os profetas,
os príncipes, os sacerdotes, e por fim todo o povo havia se corrompido.
Então, nos vs.
30-31, Deus desabafa: “30 Procurei entre eles um homem que erguesse o
muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para que eu
não a destruísse, mas não encontrei nenhum. 31 Por isso derramarei a minha ira
sobre eles e os consumirei com o meu grande furor; sofrerão as consequências de
tudo o que fizeram. Palavra do Soberano, o SENHOR”.
Que declaração
chocante! Deus buscou um (apenas um!) homem que intercedesse por aquela gente.
Como não encontrou, Ele teve que descarregar Seu juízo sobre o povo.
Hudson Taylor, soube
dessa busca de Deus e fez o compromisso de interceder. Ele declarou: “Durante
mais de quarenta anos, o sol nunca se levantou na China, sem me encontrar de
joelhos, em oração”.
Outra passagem muito
forte é Is 59.12-16: “12 Sim, pois são muitas as nossas transgressões
diante de ti, e os nossos pecados testemunham contra nós. As nossas
transgressões estão sempre conosco, e reconhecemos as nossas iniquidades: 13
rebelar-nos contra o Senhor e traí-lo, deixar de seguir o nosso Deus, fomentar
a opressão e a revolta, proferir as mentiras que os nossos corações conceberam.
14 Assim a justiça retrocede, e a retidão fica à distância, pois a verdade caiu
na praça e a honestidade não consegue entrar. 15 Não se acha a verdade em parte
alguma, e quem evita o mal é vítima de saque. Olhou o Senhor e indignou-se com
a falta de justiça. 16 Ele viu que não havia ninguém, admirou-se porque ninguém
intercedeu; então o seu braço lhe trouxe livramento e a sua justiça deu-lhe
apoio”.
Esse texto revela que
o errado era tratado como sendo o correto naqueles dias (e a coisa não mudou
muito...), e termina descrevendo a reação de Deus, no v.16: “Ele viu que não
havia ninguém, admirou-se porque ninguém intercedeu”.
Estas duas passagens
(Ez 22 e Is 59) nos mostram com clareza, como Deus precisa de intercessores
para abençoar vidas, e como é frustrante para Ele, em muitas ocasiões, quando
os intercessores não são encontrados.
Havendo considerado
os pontos básicos, importa agora, conhecermos o maior de todos os
intercessores: Jesus
Jesus foi e continua
sendo o maior de todos os intercessores. Ele se apresentou diante do Pai, em
nosso lugar, e fez isto não apenas com palavras e orações, mas com o próprio
sangue.
Jesus, enquanto
estava vivendo na terra, praticou muita oração, especialmente intercessão.
Na Bíblia, nós
encontramos Jesus, por exemplo, chorando sobre Jerusalém. Em Lc 19.41,
lemos isto: “Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela”.
Em Jo 17,
lemos de Jesus intercedendo intensamente pelos discípulos que haveriam de
passar por muita tribulação.
Mas o ponto alto da
intercessão de Jesus teve lugar na cruz, quando Ele, literalmente, ofereceu a
Sua vida em favor da nossa. E até hoje, Jesus continua no ministério de
intercessão!
Lemos em Hb
7.24-25: “24 ...visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio
permanente. 25 Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por
meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles”.
Falando
profeticamente, Isaías anunciou: “ele derramou sua vida até a morte, e foi
contado entre os transgressores. Pois ele levou o pecado de muitos, e pelos
transgressores intercedeu” (Is 53.12).
Com Jesus, aprendemos
algumas verdades muito importantes sobre o Ministério de Intercessão.
Jesus é o nosso
principal modelo em tudo. No que diz respeito ao Ministério da Intercessão, a
vida de Jesus nos ensina vários princípios:
I. A
INTERCESSÃO REQUER UM ENVOLVIMENTO DE CORAÇÃO
Jesus não se
apresentava friamente diante de Deus para pedir por outros. Ele envolvia o
coração nisso.
Em Jo 11.35-36,
nós lemos de Jesus derramando lágrimas pelos que sofrem, está escrito: “35
Jesus chorou. 36 Então os judeus disseram: “Vejam como ele o amava!”
Em Mc 8.2,
Jesus foi movido de íntima compaixão pela multidão; lemos isto: “Tenho
compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e nada têm
para comer”.
Em Jo 17.1-26,
Jesus orou de maneira emocionada pelos discípulos!
Juan Bunyan dizia: "as
melhores orações tem muitas vezes mais gemidos que palavras".
John Knox fez,
apaixonadamente, fazia a seguinte oração: "Ó Deus, dá-me a Escócia ou
eu morrerei!".
O intercessor não
pode ser como aquele menino que, num dia de piquenique na praia, viu a mãe, que
tudo preparara com cuidados especiais, entrando na água, e que instantes
depois, começou a se afogar. Então, o filhinho que brincava na areia, ouvindo
os gritos de socorro da mãe, andou uns passos para perto do pai, que estava
distraído com algumas coisas e falou: “Papai, mamãe está lá na praia. Eu acho
que ela está se afogando”. O homem largou as coisas que estava fazendo, deu um
salto, saiu a toda pressa a fim de resgatar a esposa.
Muitas vezes,
clamamos ao Senhor com a calma daquele menino, oramos sem pressa, sem urgência
nenhuma, sem coração.
Quem vai compor o
Ministério de Intercessão precisa envolver o coração nesse ministério. Tem que
ser como Jesus!
O próximo princípio é
esse:
II. A
INTERCESSÃO PROFUNDA EXIGE SENSIBILIDADE À VOZ DE DEUS
Muitas vezes, para
uma intercessão profunda, precisamos conhecer a intimidade de Deus.
Quando Jesus alertou
a Pedro sobre as lutas que ele teria que passar, Suas palavras foram (Lc
22.31-32): “31 Simão, Simão, Satanás pediu vocês para peneirá-los como
trigo. 32 Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você
se converter, fortaleça os seus irmãos”.
Note que Jesus havia
recebido uma revelação do Pai, ficou sabendo o que estava para acontecer e já
havia orado por Pedro.
Essa qualidade é
muito importante na vida de um intercessor: ele precisa estar em sintonia com o
Espírito Santo. Muitas vezes o intercessor vai orar antes que os fatos
aconteçam, e com sua oração, evitará tragédias e conquistará bênçãos!
Então, o intercessor
precisa ser sensível à voz de Deus.
Você deve se preparar
para ouvir a voz de Deus. Todos os crentes querem ouvir a voz de Deus, mas Deus
não vai falar mais alto que a televisão, Deus não vai falar mais alto que as
suas músicas.
Outro dia eu li isto:
"Deus fala não com os que têm orelhas, mas com os que têm ouvidos".
Mas tem havido mais
orelhas do que ouvidos na igreja! Lemos na Bíblia que Samuel disse ao Senhor: "Fala,
Senhor, porque o teu servo ouve". Mas hoje, a igreja parece estar
dizendo: "Ouça, Senhor, porque o teu povo fala".
Você precisa ter
ouvidos para ouvir o que o Espírito diz à Igreja. Seja sensível à voz de Deus!
Da vida de Jesus
aprendemos ainda este princípio:
III. A
INTERCESSÃO NÃO LEVA EM CONTA O MÉRITO DO SEU OBJETO
O objeto da
intercessão pode ser desprezível. Você pode interceder por um rebelde, por
vilão, por um criminoso, não importa.
Da cruz do Calvário,
no seu maior sofrimento e humilhação, Jesus fez uma oração por aqueles que O
estavam matando. A oração de Jesus foi (Lc 23.34): “Pai, perdoa-lhes, pois
não sabem o que estão fazendo”.
Isso revela um
coração movido pelo amor! Apesar da maldade, da crueldade, o intercessor clama
a benção de Deus. Ali na cruz, banhado em sangue, foi o que Jesus fez!
E, finalmente, há
também o seguinte princípio:
IV. A
INTERCESSÃO DEVE SER UM ESTILO DE VIDA
Em Hb 2.17, Jesus é apresentado
como nosso Sumo Sacerdote: “...sumo sacerdote misericordioso e fiel com
relação a Deus”.
Isto significa que,
como Sacerdote, Jesus permanece diante do Pai em intercessão por nós.
Isto é muito
significativo porque, nós também somos designados como sacerdotes – em 1Pe
2.9 lemos que somos “sacerdócio real” – ou seja, todo crente tem uma
responsabilidade sacerdotal.
Quer significa isso?
Significa que temos a obrigação de trazer a verdade de Deus aos homens e levar
as necessidades dos homens a Deus. Essa é a função básica de um sacerdote.
O sacerdote vive para
isto, é o seu estilo de vida: representar Deus diante do povo e o povo diante
de Deus.
Se o sacerdote deixa
de fazer isso, ele está pecando, como declarou o sacerdote e profeta Samuel: “E
longe de mim esteja pecar contra o SENHOR, deixando de orar por vocês. Também
lhes ensinarei o caminho que é bom e direito” (1Sm 12.23).
E tal consciência era
tão forte na vida de Jesus, que nós sempre lemos dEle nos Evangelhos, buscando
um lugar de oração, apesar de sua vida cheia de compromissos.
Os discípulos,
compreenderam a importância disto. Pedro declarou: “...nos dedicaremos à oração
e ao ministério da palavra”.
"Em Atos 2,
os crentes oraram 10 dias; a seguir, Pedro pregou 10 minutos e 3 mil pessoas
foram salvas. Hoje, as igrejas oram 10 minutos, pregam 10 dias, e três pessoas
são salvas".
Ministração
Deseja ser usado ou
abençoado sobrenaturalmente pela intercessão?
Esteja aberto para
receber revelação de Deus para orar por alguém (mas antes, quero orar por
você).
Momento de
ministração individual.
Momento de
intercessão, lembrando que a intercessão requer um envolvimento de coração.