Restaurando o Altar de Deus em sua Vida

Por Pr. Ronaldo Perini

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

Introdução

Nos tempos bíblicos mais remotos, o altar simbolizava a comunhão e a adoração entre o homem e Deus. Simbolizava, acima de tudo, a boa vontade do homem de oferecer a Deus alguma coisa que lhe pertencia, num ato de reconhecimento do Seu favor. Simbolizava também a presença do próprio Deus, que “descia” para receber as ofertas ali apresentadas.

Quando um altar estava em ruínas, significava dizer que a boa vontade de ofertar a Deus tinha terminado, que a aliança com Deus fora quebrada, que a primazia de Deus fora tirada, que a fidelidade fora abandonada. Um altar em ruínas apontava para a indiferença e a frieza espiritual do povo.

Vamos traduzir tudo isto para a realidade individual de cada um, aqui presente. Várias coisas podem fazer com que um altar fique em ruínas: 

·         A boa vontade para “negar-se a si mesmo e tomar sua cruz” já não é tão intensa como antes;

·         Deus já não tem mais a primazia em sua vida;

·         A vida de oração e a vida devocional são inexistentes;

·         A vida familiar é caótica;

·         O compromisso cristão, dentro e fora da Igreja, está enfraquecido.

 

Quando falamos em restaurar o altar, estamos falando de pessoas que olharam para dentro de si e viram um altar arruinado e demolido e que, através do arrependimento, constroem bases firmes de comunhão e adoração a Deus, através da firme obediência, de uma devoção aplicada, de uma família estruturada, de um compromisso integral com o Evangelho, dentro e fora da igreja.

 

Restaurar o altar de Deus em nossa vida é torná-la um sacrifício vivo, que agrade a Deus, é torná-la um poema vivo, para a Glória de Deus. Falar em restauração do altar de Deus é falar da volta ao primeiro amor.

 

Você pode assistir as palestras deste acampamento com vários sentimentos, mas, dois deles são muitos perigosos:

·         Isto não serve para mim - meu altar está em perfeito estado.

·         Ah ! Se fulano estivesse aqui ...

 

Vamos aproveitar estes momentos, que estamos passando juntos, para uma reflexão séria sobre a qualidade de vida cristã que temos apresentado a Deus.

 

Deixando o Altar em Ruínas

Tema - Quatro Situações, em que o Altar de Deus é Arruinado em nossas Vidas.

Texto - 1 Reis 16.29-34

 

Introdução

A divisa do tema deste acampamento está em 1Rs 18.30.  O contexto aponta para o reinado de Acabe, rei de Israel, que herdou o trono de seu pai, Onri. Acabe significa “irmão do pai”, apontando o fato de ser parecido com o pai, mas nos parece que não foi somente o trono e a semelhança física que este rei herdou de seu pai: herdou também uma maneira leviana e descompromissada de viver, tanto que o testemunho da Palavra é que ele andou nos caminhos de seu pai, conseguindo ser pior do que todos os seus antecessores no trono.

A ascensão de Acabe ao trono dá inicio a um dos piores períodos vividos pelo povo de Israel. Acabe casa-se com Jezabel, filha do rei de Sidom e devota de Baal, que o fez cometer idolatria e que iniciou uma perseguição religiosa (18.4), matando os profetas do Senhor. Ela também planejou a morte do profeta Elias. Jezabel era uma mulher maligna, que arquitetava planos homicidas e usava a lei de Deus para a sua conveniência, como foi no caso de Nabote.

O coração de Acabe era tão distante do Senhor que ele não buscava a Palavra de Deus através de seus verdadeiros profetas, mas buscava a palavra de pessoas que só profetizavam a seu favor. Acabe procurava ouvir somente o que lhe era agradável.

Foi durante um reinado assim que o profeta Elias desafiou os 450 profetas de Baal, que eram protegidos por Jezabel. Mas, na hora de oferecer o sacrifício ao Senhor, o altar estava em ruínas e teve de ser restaurado.

Qual foi o processo, desencadeado por Acabe, que culminou com a ruína do altar? Como um altar fica em ruínas?

 

I. Quando não tratamos seriamente com o pecado

(16.30-31)

Acabe viu que seu pai irritava ao Senhor, mas fez questão de ir mais longe, fazendo as mesmas coisas e  casando-se com uma mulher gentia e idólatra. Desobedeceu, assim, à ordem do Senhor.

 

II. Quando começamos a nos envolver com os ímpios e sua impiedades

(16.31b)

A bíblia já adverte que as más conversações corrompem os bons costumes (1Co 15.33). O Salmo 1 já diz que “bem-aventurado é aquele que não se assenta na roda de escarnecedores e não se detém no caminho dos pecadores”.

Não existe tragédia maior para a vida do crente do que a de ter sua luz transformada em trevas. Este era o caso de Acabe. A Bíblia afirma que ele, como ninguém mais, se vendeu para fazer o mal, pois sua mulher o incitou (21.25).

O envolvimento, de qualquer tipo, com os ímpios, pode ser fator determinante para arruinar o altar de Deus em sua vida.

 

III. Quando tiramos de Deus a primazia

(16.32)

Como todo o povo do Oriente Médio, Acabe era conhecedor da história do seu povo, mas, não vendo o exemplo em casa, cego de paixão por uma mulher ímpia, seu coração desviou-se para agradá-la. Ele, não somente ergueu um altar a Baal, como também lhe edificou um templo. Um templo de idolatria na terra que o Senhor Deus jurou dar a Abraão e sua descendência.

Que coisa estranha pode acontecer na vida de um crente: edificar um altar a Baal e deixar o altar de Deus em ruínas! Cuidado, pois podemos estar fazendo o mesmo em nossas vidas, quando fazemos a vontade da carne, do diabo e do mundo, ou a nossa própria deixando de lado a vontade do Senhor.

 

IV. Quando menosprezamos a Palavra do Senhor

(16.34)

Deus declarou maldita a pessoa que restaurasse Jericó, Mesmo assim, Acabe quis fazê-lo. A palavra de Deus cumpriu-se. Nunca podemos desprezar a Palavra do Senhor, porque ela sempre se cumpre. Acabe desprezava tanto a palavra de Deus, que manteve o profeta Micaías preso e com falta de pão e água.

 

Conclusão

Estas são, apenas, quatro situações, das muitas que podem ocorrer em nossa vida e que têm condições de arruinar nosso altar. Vamos usar este espaço e tempo para investigar, com a ajuda do Espírito Santo, se há e quais são as situações que estão destruindo o altar de Deus em nossa vida.

Obs. Este sermão foi pregado no Acampamento de Carnaval da PIB Central em SBC, realizado nos dias13, 14, 15 e 16/02/1999).