TOMÉ, PONTOS NEGATIVOS E POSITIVOS
JO 20.24-29
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO:
“24
Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25
Diziam-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu:
Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de
maneira nenhuma crerei. 26 Oito dias depois estavam os discípulos outra
vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas,
pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. 27 Depois disse a Tomé:
Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu
lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. 28 Respondeu-lhe Tomé:
Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste?
Bem-aventurados os que não viram e creram”.
1.
Tomé é um dos discípulos do Senhor que recebe proeminência especial no
evangelho de João, sendo citado em pelo menos quatro textos. Vamos ver de
relance estes textos:
a)
Jo 11.16, “Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos seus
condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele”.
b)
Jo 14.5, “Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; e
como podemos saber o caminho?”.
c)
Jo 20.24-29, “24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não
estava com eles quando veio Jesus. 25 Diziam-lhe, pois, ou outros
discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal
dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei. 26
Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles.
Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz
seja convosco. 27 Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as
minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo,
mas crente. 28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe
Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.
d)
Jo 21.1-2, “1 Depois disto manifestou-se Jesus outra vez
aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se deste modo: 2 Estavam
juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia,
os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos”.
2.
A tradição extra bíblica nos revela alguns pontos importantes sobre a vida
de Tomé:
a)
Os papiros descobertos no Egito e publicados em 1904, trazem declarações
extra bíblicas, onde Jesus teria dito a Tomé: "Todo aquele que dá ouvidos
a estas palavras jamais provará a morte".
b)
Um fato interessante é que no livro Apócrifo de Tomé, ele, Tomé, recebe posição
privilegiada de estar perto de Jesus. Contudo, nas listas do N.T., seu nome
sempre aparece no segundo grupo, Mt 10.2-4, “2 Ora, os nomes dos doze
apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago,
filho de Zebedeu, e João, seu irmão 3 Felipe e Bartolomeu; Tomé e
Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão Cananeu, e
Judas Escariotes, aquele que o traiu.” Isto é de suma importância quando consideramos
a colocação de nomes no registro do N.T. Vamos ver alguns exemplos de nomes
citados pela ordem de importância:
b.1)
Tiago assume a posição de André, At 1.13, “E,
entrando, subiram ao cenáculo, onde permaneciam Pedro e João, Tiago e André,
Felipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão o Zelote, e
Judas, filho de Tiago”.
b.2)
Paulo assume a posição de Barnabé, At 13.2, 43, 46, “2 Enquanto
eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo:
Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. 43 E,
despedida a sinagoga, muitos judeus e prosélitos devotos seguiram a Paulo e
Barnabé, os quais, falando-lhes, os exortavam a perseverarem na graça de Deus. 46
Então Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Era mister que a vós se
pregasse em primeiro lugar a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não
vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos viramos para os gentios”.
c)
A palavra "Dídimo", colocada em três referências após seu
nome, indica que ele era gêmeo. A tradição dá até o nome de sua irmã gêmea: "Lísia".
Contudo, esta palavra poderia ser simplesmente um apelido.
d)
Provavelmente, ele teria nascido na Galileia, por haver sido citado em Jo
21.2 no grupo dos discípulos pescadores: “Estavam juntos Simão Pedro, Tomé,
chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e
outros dois dos seus discípulos”. Outra tradição, diz que ele era natural de
Antioquia.
e)
Quanto à sua vida posterior, há duas correntes:
e.1)
Os informes tradicionais: Estes informes, afirmam que ele pregou entre
os partas e que morreu em Edessa.
e.2)
Gregório, historiador e teólogo: Afirma que ele foi a
trabalho missionário para a Índia e aí sofreu o martírio por Cristo.
3.
Queremos analisar nesta noite os Pontos Negativos e Positivos deste
Apóstolo, aplicando-os a nossa vida como filhos de Deus:
I. SEUS PONTOS NEGATIVOS
1.
Falhou na sua compreensão a respeito da partida de Jesus, Jo 14.1-5, “1
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. 2 Na
casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou
preparar-vos lugar. 3 E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra
vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós
também. 4 E para onde eu vou vós conheceis o caminho. 5 Disse-lhe
Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?”.
a)
É provável que ele tenha falhado neste ponto em razão de sua impulsividade.
b)
Ou, talvez tenha falhado, pela falta de conhecimento da Palavra de Deus. Mesmo
neste evangelho, Jesus já havia dito que seria tirado deles, e Tomé não poderia
se manter na ignorância:
b.1)
Jo 12.32-33, “32 E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a
mim. 33 Isto dizia, significando de que modo havia de morrer”.
b.2)
Jo 12.23-27, “23 Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser
glorificado o Filho do homem. 24 Em verdade, em verdade vos digo: Se o
grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito
fruto. 25 Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a
sua vida, guardá-la-á para a vida eterna. 26 Se alguém me quiser servir,
siga-me; e onde eu estiver, ali estará também o meu servo; se alguém me servir,
o Pai o honrará. 27 Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu?
Pai, salva-me desta hora? Mas para isto vim a esta hora.”
b.2)
Jo 2.18-22, ”18 Protestaram, pois, os judeus, perguntando-lhe:
Que sinal de autoridade nos mostras, uma vez que fazes isto? 19
Respondeu-lhes Jesus: Derribai este santuário, e em três dias o levantarei. 20
Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este
santuário, e tu o levantarás em três dias? 21 Mas ele falava do
santuário do seu corpo. 22 Quando, pois ressurgiu dentre os mortos, seus
discípulos se lembraram de que dissera isto, e creram na Escritura, e na
palavra que Jesus havia dito.”
2.
Foi incrédulo acerca da ressurreição de Cristo, Jo 20.24-25, “24
Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25
Diziam-lhe, pois, ou outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes
respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu
lado, de maneira nenhuma crerei”.
a)
Talvez sua incredulidade tenha sido motivada pela sua ausência, pois o grupo
estava reunido quando Jesus veio e Tomé não estava presente, Hb 10.25, “não
abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos
uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”.
b)
Novamente aqui faltou-lhe o conhecimento da Palavra de Deus, ela profetiza
inúmeras vezes a ressurreição do Messias:
b.1)
Sl 16.10, “Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o
teu Santo veja corrupção”.
b.2)
Jó 19.25, “Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se
levantará sobre a terra”.
b.3)
At 2.24-27, “24 ao qual Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da
morte, pois não era possível que fosse retido por ela. 25 Porque dele
fala Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, porque está à minha direita, para
que eu não seja abalado; 26 por isso se alegrou o meu coração, e a minha
língua exultou; e além disso a minha carne há de repousar em esperança; 27
pois não deixarás a minha alma no hades, nem permitirás que o teu Santo veja a
corrupção”.
b.4)
Jo 2.18-22, “18 Protestaram, pois, os judeus, perguntando-lhe:
Que sinal de autoridade nos mostras, uma vez que fazes isto? 19
Respondeu-lhes Jesus: Derribai este santuário, e em três dias o levantarei. 20
Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este
santuário, e tu o levantarás em três dias? 21 Mas ele falava do
santuário do seu corpo. 22 Quando, pois ressurgiu dentre os mortos, seus
discípulos se lembraram de que dissera isto, e creram na Escritura, e na
palavra que Jesus havia dito”.
3.
Recebeu a mais dura advertência de Jesus, Jo 20.27, 29, “27
Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua
mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. 28
Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque
me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.
4.
Conclusão da primeira parte: O papel da incredulidade é tremendo na
perdição dos homens.
II. PONTOS POSITIVOS
1.
Demonstrou grande coragem em momento de perigo, Jo 11.16, “Disse,
pois, Tomé, chamado Dídimo, aos seus condiscípulos: Vamos nós também, para
morrermos com ele”.
a)
Jesus precisava retornar a Jerusalém, e consequentemente a Betânia para atender
o chamado das irmãs de Lázaro, que estava enfermo.
b)
Seria uma viagem suicida e os discípulos advertem a Jesus, Jo 11.7-8, “7
Depois disto, disse a seus discípulos: Vamos outra vez para Judéia. 8
Disseram-lhe eles: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e
voltas para lá?”.
c)
Tomé estava disposto não somente a ir com o Senhor, mas também a morrer por Ele
se necessário fosse, Jo 11.16, “Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos
seus condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele. Só não entendemos
é, onde Tomé estava quando Jesus foi crucificado”.
2.
Depois de sua dúvida, fez a maior declaração a Jesus de todo o N.T., Jo
20.28, “Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu!”.
a)
Nesta declaração, ele reconhece a Jesus como Senhor. "Meu Senhor".
A palavra “Senhor”, vem da palavra grega "kurios", que
significa "dono".
b)
Nesta declaração, ele reconheceu Jesus como sendo Deus. "Meu Deus".
c)
Esta declaração é a maior declaração sobre a divindade de Jesus em todo o Novo
Testamento. Tal declaração vem contrariar a teologia satânica, que afirma que
Jesus é apenas um "deus", e não o Deus Todo Poderoso e Senhor
de nossas vidas.
d)
Esta declaração de Tomé casa muito com a teologia do livro de João, Jo
1.1-3, “1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as
coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se
fez.”
3.
Sua dedicação posterior, foi tão intensa, como intensa foi a sua dúvida.
CONCLUSÃO:
1.
Será que você não tem sido incrédulo, quanto a crer na Palavra de Deus, no
plano de salvação?
2.
Reconheça nesta noite o senhorio de Cristo, e também sua divindade.
3.
Diga como Tomé, após a dúvida: "Senhor meu, Deus meu".