18.DERROTANDO OS MIDIANITAS

JZ 7.23-25; 8.21

BISPO GERALDO TENUTA

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

I. EXTERMINAR QUALQUER REAÇÃO FUTURA

 

Gideão tinha se estruturado com um exército de 300 homens valentes que aceitavam qualquer desafio. Estavam decididos e entraram na batalha para vencer (Jz 7.21-22; 8.21).

 

Porém a batalha teria que ser resolvida de forma definitiva e absoluta, não podiam dar oportunidade ao inimigo de reorganizar seu exército e no futuro voltar. Foi então que a estratégia de guerra fez a diferença. Ele enviou outro exército para fechar a saída dos midianitas (Jz 7.24), e saiu em perseguição com três outros grandes exércitos (Jz 7.23). A estratégia funcionou e ali foram presos e mortos dois príncipes dos midianitas: Orebe e Zeebe (Jz 8.12). Gideão sabia da necessidade de destruir completamente os midianitas e principalmente os dois reis. Não adiantaria dizimar o exército e deixar os reis para que eles se organizassem.

 

Era uma questão de sobrevivência. Ou Gideão ou os reis. Esses mesmos reis sabiam do valor dos mentores, dos organizadores num exército e chegaram a matar os irmãos de Gideão, que eram príncipes de Israel (Jz 8.18). Era tudo ou nada. Gideão sabia que teria que ir até o fim e, assim, destruir os dois reis também (Jz 8.19-21).

 

II. MIDIANITAS = POVO PERIGOSO

 

Não era o primeiro combate contra os midianitas. Em outra ocasião, quase o povo de Deus foi destruído pelos midianitas e moabitas. Eles tinham qualidades que os tornavam perigosíssimos:

 

1. Tinham a semelhança dos filhos de Israel

 

“Desposou Abrão outra mulher; chama-se Quentura. Ela lhe deu à luz a Zinrá, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque e Sua”, Gn 25.1-2.

 

Tinham a aparência dos filhos de Israel, pois tinham uma mesma origem de sangue, sendo descendentes também de Abrão (Gn 25.1-2). Esta familiaridade trazia da parte de Israel uma recepção a eles até perigosa.

 

Um exemplo disso é que o próprio Moisés se casou com uma midianita quando estava no deserto em fuga (Êx 2.15-22).

 

2. Conheciam o compromisso de Israel com Deus e criam nEle

 

“10 Alegrou-se Jetro de todo o bem que o Senhor fizera a Israel, livrando-o da mão dos egípcios, 11 Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses, porque livrou este povo de debaixo da mão dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo. 12 Então Jetro, sogro de Moisés, tomou holocausto e sacrificou para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moisés diante de Deus”, Êx 18.9, 11-12.

 

Jetro era o sogro de Moisés, que era midianita. Conheciam a forma de adoração e o compromisso com Deus, que dava aos israelitas a certeza da vitória, sabendo, assim, que, quando perdessem esse sentimento, se tornariam alvo fácil deles na guerra.

 

3. Atacavam potencializados por outros povos, Nm 22.4

 

“Os midianitas, os amalequitas e todos os povos do Oriente cobriam o vale como gafanhotos em multidão; e eram os seus camelos em multidão inumerável como a areia que há na praia do mar”, Jz 7.12.

 

Nunca atuavam sozinhos, sempre usavam do poderio de outros para ajudá-los.

 

4. Não tinham escrúpulos

 

“15 Disse-lhes Moisés: Deixastes viver todas as mulheres? 16 Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o Senhor, no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do Senhor”, Nm 31.15-16.

 

Faziam qualquer coisa para vencer, não se preocupando com valores morais. Deram suas próprias mulheres para contaminar os israelitas, quando estes estavam entrando na Terra Prometida.

 

III. DERROTANDO OS MIDIANITAS

 

Vimos que o perigo dos midianitas era maior do que aparentava, por isso Gideão tomou posturas radicais.

 

Nós temos que ter em nossas vidas os sentimentos e as atitudes que Gideão e também Moisés tomaram em relação aos midianitas. Não era só vencer a batalha, teriam que derrotá-los completamente.

 

Vamos ver as qualidades que tornaram Moisés um vencedor, que o levaram a ser um exemplo para o próprio Gideão na derrota dos midianitas.

 

1a qualidade: vida de santidade

 

“20 Eis que para abençoar recebi ordens; ele abençoou, não o posso revogar. 21 Não viu iniquidade em Jacó, nem contemplou desventura em Israel; o Senhor seu Deus esta com ele, e no meio dele se ouvem aclamações ao seu rei. 22 Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem”, Nm 23.20-22.

 

Balaão, que havia recebido honras dos midianitas para amaldiçoar, não o poderia fazer, caso Israel estivesse em santidade com Deus. Então não haveria espaço para a maldição agir. Viu que, não havendo pecado nas suas vidas, eles eram invencíveis, tanto que aconselharam os midianitas a dar suas mulheres aos israelitas para contaminá-los (Nm 31.15-16).

 

Os midianitas jogaram pesado nesta área e enviaram suas mulheres. Queriam destruir o povo de Israel, e o alvo principal eram os príncipes do povo, de tal forma que mandaram para contaminar um príncipe israelita chamado Zimri (Nm 25.14), uma princesa midianita chamada Cosbi (Nm 25.18).

 

O homem de Deus tem que andar em santidade e tomar cuidado com as armadilhas do inimigo, pois, para derrubar um príncipe de Deus, o diabo usa as princesas dele.

 

2a qualidade: saber de sua autoridade espiritual e usá-la

 

“Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora se poderá dizer de Jacó e de Israel”, Nm 23.23.

 

“7 Vendo isso Fineias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, levantou-se do meio da congregação, e, pegando uma lança, 8 foi após o homem israelita até ao interior da tenda, e os atravessou, ao homem israelita e à mulher, e ambos pelo ventre; então a praga cessou de sobre os filhos de Israel”, Nm 25.7-8.


O próprio Balaão sabia da autoridade espiritual de Israel. Declarou a verdade: não havia maldição que os atingiria, estando eles no centro da vontade de Deus. O povo estava morrendo por causa da praga que veio por causa da união com as mulheres midianitas a moabitas (Nm 25.1-3).

 

A perda dos referenciais de santidade era tão grande que, enquanto Moisés e a congregação choravam diante do tabernáculo, veio um jovem príncipe e entrou com uma princesa midianita para se envolver em atitudes que mais ainda contaminariam o povo (Nm 25.6).

 

Fineias era o sumo sacerdote consciente e sabedor de sua autoridade no mundo espiritual. Ele não ficou se lamentando, pelo contrário, usou de sua autoridade e investiu, ferindo ambos com uma lança e, assim, parou com a praga que estava sobre o povo.

 

3a qualidade: determinação

 

“7 ... pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenará a Moisés:
8 e mataram a todo homem feito. Mataram, além dos que já foram mortos, os reis dos midianitas, a Evi, a Requem, a Zur, a Hur e a Reba, cinco reis dos midianitas; também a Balaão, filho de Beor, mataram à espada”, Nm 31.7-8.

 

Fineias fez cessar a praga, mas tinha muito mais a ser feito contra os midianitas. Desta forma, Moisés resolveu agir com determinação: pegou mil soldados fortemente armados de cada tribo para vingar o ocorrido (Nm 31.1-8).

 

Pegou e colocou à frente do seu exército o homem que tinha se determinado a não aceitar derrota, que era o próprio Fineias, que levara nas mãos os utensílios sagrados (santidade e autoridade espiritual) e as trombetas (determinação) para o toque de rebate, que determinaria o início e o fim da batalha (Nm 31.6).

 

Não podemos ficar parados, temos que pegar nossos melhores valores e nos posicionar de forma determinante e vencer as obras do diabo.


4ª qualidade: não conviver com a contaminação, ser radical

 

“15 Disse-lhe Moisés: Deixastes viver todas as mulheres? 16 Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o Senhor, no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do Senhor. 17 Agora, pois, matai de entre as crianças todas as do sexo masculino; e matai toda mulher que coabitou com algum homem, deitando-se com ele”, Nm 31.15-17.

 

Moisés foi radical para com o povo. A respeito da contaminação das mulheres midianitas, não permitiu que nada contaminado permanecesse, independentemente dos valores. Destruiu todos os reis e também não deixou sequer uma raiz ou uma semente desse povo para que eles não viessem depois a comprometê-lo em outro tempo (Nm 31.8-9).

 

Para vencer os midianitas, nós temos que tomar posições radicais e irreversíveis contra eles. Depois de tudo, eles ainda tiveram que passar por um processo de purificação de sete dias (Nm 31.19-21).

 

“22 Contudo, o ouro, a prata, o bronze, o ferro, o estanho e o chumbo; 23 tudo o que pode suportar o fogo fareis passar pelo fogo, para que fique limpo: todavia se purificará com a água purificadora; mas tudo o que não pode suportar o fogo, fareis passar pela água”, Nm 31.22-23.

 

Gideão sabia os perigos dos midianitas se organizarem e destruiu os seus reis. Mesmo estando cansado, perseguiu-os até encontrá-los.  Temos que lutar contra o pecado de todo jeito, assim como contra todas as consequências.

 

“Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue”, Hb 12.4).


BISPO GERALDO TENUTA

SEGUNDO REVELAÇÃO DADA POR DEUS AO

APÓSTOLO ESTEVAM HERNANDES E

À BISPA SONIA HERNANDES