PREPARANDO-SE PARA A GUERRA

JZ 6.25-40

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

Para que sejamos vitoriosos em nossas guerras diárias, é necessário vencer as guerras internas, acabar com toda e qualquer habilitação legal que o inimigo possa ter em nós e em nossa família, isto é, preparar-se para a guerra, quebrar qualquer outra autoridade que não seja a de Jesus Cristo em nossas vidas, santificar-se e separar-se para o Senhor.

 

I. COMO SE PREPARAR

 

1. Derrube o altar de Baal e corte em pedaços o poste-ídolo.

 

Na tentativa de estabelecer ponto de contato em nossas vidas, o inimigo vem, através dos séculos, assumindo a forma de anjo de luz para enganar os homens.

 

E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz (2Co 11.14).

 

Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito (Mt 24.24-25).

 

Satanás e seus demônios assumem a identidade de um homem santo, a quem Deus usou, para enganar homens e afrontar o Todo-Poderoso com imagens de escultura, que vêm para roubar o que só a Deus pertence: a adoração e a confiança humana. Estes mesmos demônios assumem a voz de entes queridos já mortos, a sua caligrafia, ou ainda enganam nossas mentes, assumindo a aparência da pessoa quando viva. Tudo isto com um só propósito: matar, roubar e destruir o ser humano.

 

Para que possamos estar preparados para a guerra, faz-se necessário nos limpar de todo o ponto de contato e/ou habilitação maligna em nossas vidas.

 

Falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se é de todo o vosso coração que voltas ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os Astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a Ele só, e Ele vos livrará das mãos dos filisteus (1Sm 7.3).

 

Enquanto houver altar erigido em nossas vidas ao principado do inimigo que consiga trazer-nos outras potestades malignas, não haverá libertação.

 

A missão de Gideão não era fácil. Ele deveria derrubar o altar de seu pai, diante do qual os homens da cidade se prostravam. Porém agora ele já não era mais tímido, nem preso a temores ou confuso e, na força do Senhor, ele o fez.

 

Hoje também é dia de derrubarmos os altares que permanecem em nossas vidas, com seus postes-ídolos:

 

- altares a outros deuses;

- altares a outras entidades;

- altar ao dinheiro;

- altar à enfermidade;

- altar ao sexo;

- altar ao poder humano;

- altar que endeusa homens, como: filhos, pai, mãe, esposa, marido, etc.;

- altar que endeusa instituições, denominações, empresa em que trabalha, etc.

 

2. Edifique ao Senhor seu Deus um altar de pedras, no cume deste baluarte.

 

Ao termos o Senhor como o maior bem em nossas vidas, encontramos nEle nossa libertação, nossa vitória e nossa alegria de viver.

 

Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força (Is 30.15).

 

Para que derrotemos o inimigo, ainda que mais forte e numeroso, temos que nos limpar de toda e qualquer outra dependência e adoração e erguer, como centro de nossas vidas, um altar ao Deus Todo-Poderoso.

 

O Senhor deve ocupar o lugar de honra em nossas vidas. Deve ser nossa bandeira, nosso baluarte, porque é no Seu nome e na Sua força que temos vitória.

 

Também deve o Senhor ser o centro de nossa adoração e nossa dependência, pois os que nEle confiam e esperam jamais serão envergonhados.

 

Muitos têm facilidade em esperar em "deusinhos" e, às vezes, encontram dificuldade em crer que o Todo-Poderoso pode estar ocupado com eles, porém, na realidade, o Senhor está perto, perto de todos os que O invocam em Espírito e em verdade.

 

3. Dê ao Senhor uma oferta que custe a você.

 

“Porém o rei Davi disse a Araúna: Não, mas eu to comprarei pelo devido preço, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira, e pelos bois pagou cinquenta ciclos de prata. 25 Edificou ali Davi ao Senhor um altar, e apresentou holocaustos e ofertas pacíficas. Assim o Senhor se tornou favorável para com a terra, e a praga cessou de sobre Israel”, (2Sm 24.24-25).

 

Gideão, em sua pobreza e sua miséria, conforme ele mesmo assumiu e declarou (v.15), ofereceu ao Senhor uma oferta que lhe custava, não só a ele, como também à casa de seu pai, pois, além de ser valiosa, contavam com aquele boi para sua própria sobrevivência.

 

O que aconteceu quando Gideão ofereceu este boi em holocausto?

 

Ele rompeu com a miséria interior, pois assumiu que não dependia daquele boi ou de sua colheita para sobreviver, mas sim do Jeovah Jireh, e ainda se colocou na posição de dar e não só de receber, isto quer dizer algo muito sério: Gideão deixara de ser um pedinte, um coitado, para ser supridor, celeiro, manancial nas mãos de Deus.

 

Hoje é dia de rompermos com a miséria interior, que faz com que enxerguemos a nós mesmos como coitados, pedintes, e assumamos, pela fé, nossa verdadeira identidade em Cristo!

 

Hoje é dia de ofertarmos ao Senhor o que nos custa e fazer cessar a praga!

 

4. Toque a trombeta a rebate.

 

Declare guerra ao inimigo, resista a ele, e ele é que vai fugir, e não você, e entrar em covas e cavernas. A nossa posição deve ser de ataque, não de recuo.

 

“Persegui os meus inimigos e os alcancei, e só voltei depois de haver dado cabo deles. Esmaguei-os a tal ponto que não puderam levantar-se; caíram sob meus pés. Pois de força me cingiste para o combate e me submeteste os que se levantaram contra mim. Também puseste em fuga os meus inimigos e os que nos odiaram, eu os exterminei. Gritaram por socorro, mas ninguém lhes acudiu” (Sl 18.37-41)

 

Gideão se opôs tão pessoalmente e frontalmente a Baal que até o chamavam de Jerubaal, que quer dizer contra Baal, contenda contra ele, pois derribaram o seu altar.

 

5. Vista-se da roupa de guerra.

 

Em Efésios, nós encontramos qual deve ser a roupa espiritual do cristão, sua armadura de guerra. Também neste texto destaca-se o que nos prepara para a guerra: o estar andando em cima da Palavra, fazer a opção de decidir os caminhos de nossa vida, de acordo com a Palavra.

 

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.13-17).

 

A tendência que temos é de abrir concessões a nós mesmos, ou adaptarmos o Evangelho segundo nossa própria conveniência.

 

Tal postura inclusive foi denunciada pelo apóstolo Paulo em sua carta a Timóteo. O Evangelho é claro e o caminho é um só: Jesus. É um caminho estreito para quem vive buscando atalhos para romper com Ele, porém, largo o bastante para quem quer viver uma vida de vitória.

 

A Palavra do Senhor a Gideão foi clara: Derruba o altar de Baal, corta o poste-ídolo em pedaços, constrói para mim um altar de pedra em camadas no alto deste baluarte e oferece ali a mim o segundo boi de teu pai.

 

Em obedecer ao Senhor, estava a habilitação que Gideão precisava para derrotar os midianitas e os povos do Oriente. Na realidade, a vitória foi decidida a seu favor quando ele começou a andar segundo a Palavra de Deus, pois a batalha não era contra 130 mil, mas de um homem mau contra um homem justo.

 

Ao derrubar o altar de Baal, Gideão tornou-se este homem justo que declarou guerra ao maligno.

 

O homem justo vai sempre acabar com o homem maligno.

 

6. Peça sinal e confirmação.

 

Há muitas pessoas que têm posições infantis e se acanham em ser completamente verdadeiras diante de Deus, como se pudéssemos ocultar alguma coisa do Todo-Poderoso.

 

Gideão não negou sua fraqueza, não era mais aquela pessoa debilitada, mas queria ter certeza de que o Senhor ainda estava com ele, por isso pediu os sinais.

 

Muitas vezes, à semelhança de Gideão, sentimos o forte chamado do Senhor, Sua orientação. O fogo do Espírito arde em nós. E mudamos a direção de nossas vidas. Embora transformações significantes já ocorram de imediato, as dificuldades e os novos desafios surgem e o colorido da experiência que nos impulsionou nesta empreitada acaba por desbotar. A impressão que dá é de que Deus não está mais conosco ou, pelo menos, não tão intensamente como O sentimos na primeira vez.

 

Este deve ter sido o caso de Gideão, e ele não se acanhou em expor sua insegurança diante do Senhor.

 

É imprescindível, como preparo para a guerra, que tenhamos absoluta certeza de que o Senhor está conosco e de que cada passo, atitude ou palavra nossa estejam debaixo da Sua cobertura.

 

Para isto, o sinal nos ajuda e é lícito, porém de Deus não se zomba e, na presença dEle, se requer santidade.

 

Mostra-me um sinal do teu favor (Sl 86.17).

 

II. FINALIZAÇÃO

 

1. Não se vai para a guerra sem antes se preparar, e preparar-se para a guerra quer dizer:

 

a) santificar-se ao Senhor, tirando, derrubando e queimando tudo o que possa ser uma mínima referência a outro deus;

 

b) romper com seus limites e começar a atuar na força de Deus, no Seu poder, pela fé;

 

c) assumir que temos um inimigo e não um dominador;

 

d) tocar a trombeta a rebate e partir para a guerra;

 

e) andar e fazer exatamente conforme a Palavra do Senhor;

 

f) não se acanhar em mostrar a insegurança, mas não se deixar dominar por ela, ao contrário, lançá-la sobre o Senhor e certificar-se de que Ele é o que nos envia para a batalha;

 

g) buscar um sinal do Senhor e partir para a batalha, pois a vitória vem do Senhor.

 

III. OBSERVE:

 

1. Preparar-se para a guerra é adquirir competência e condições para ter vitória. Você precisa de habilitações espirituais e pessoais para ser vitorioso. Foi para isso que Gideão se abriu e se submeteu ao Senhor.

 

2. Estamos num tempo em que o inimigo tem agido com voracidade. Sem que estejamos realmente preparados para a guerra, não vamos conseguir muita coisa. Aliás, consegue-se ser vencido pelo inimigo, que cada vez mais está agressivo e audaz.

 

3. A vitória é cada vez mais consequência de um bom preparo, associado à dedicação e à visão da vitória.

 

Somos exortados a andar como atletas. Dependemos do preparo para obter o resultado.

 

BISPA SONIA HERNANDES

SEGUNDO REVELAÇÃO DADA POR DEUS

AO APÓSTOLO ESTEVAM HERNANDES