A CRUZ DE CRISTO, A
MAIOR EXPRESSÃO DE AMOR
Is 53.1-12
Pr. Hernandes Dias Lopes
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO
1. A cruz de Cristo é a
mais eloquente expressão do amor de Deus por você.
• Deus ama você. Ele não escreveu essa
verdade em letras de fogo nas nuvens, mas revelou esse amor na cruz do seu
Filho. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
• Você é tão especial para Deus, que
ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a si mesmo, deu o seu único
Filho.
2. A cruz de Cristo não
foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a eternidade.
• Cristo veio para morrer. Ele foi
morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto,
representante e fiador. A cruz sempre esteve encrustada no coração de Deus,
sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele
marchou para ela como um rei caminha para a coroação.
• O amor de Deus por você é eterno. A
causa do amor de Deus está nele mesmo. Ele não desiste
de você.
3. A cruz de Cristo foi
o seu gesto mais profundo de sacrifício•
Ele deixou a glória, o trono,
esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido,
pregado na cruz. Sendo Deus se fez homem; sendo senhor, se fez servo; sendo
santo, se fez pecado; sendo bendito se fez maldição; sendo o autor da vida, deu
a sua vida.
I. QUEM LEVOU JESUS À CRUZ?
1. A morte de Cristo não
foi determinada por fatores circunstanciais.
• Cristo não foi morto porque os
sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o
entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o
negou, porque os soldados o pregaram na cruz.
• Quem levou Jesus à cruz, então?
a) Os nossos pecados
levaram Jesus à cruz.
• V.5
– “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniquidades”.
• V.8b
– “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”.
•
V.12 – “levou sobre si o pecado de muitos”.
• V.4
– “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si”.
• O que matou Jesus não foram os
açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz, fomos nós, os nossos pecados.
Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz
ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado.
• Na cruz ele foi feito pecado por
nós. A espada da lei caiu sobre ele, pois era o nosso substituto.
b) O Pai o levou à cruz.
•
V.6 – “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de
todos nós”.
• V.10
– “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”
• V.4b
– “e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”.
• Jesus não foi à cruz porque a
multidão sanguissedenta gritou: crucifica-o, crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Judas
o traiu, por ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o
pregaram na cruz por crueldade. Ele foi cruz porque o Pai o entregou por amor.
c) Jesus voluntariamente
foi à cruz.
•
V.4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas
dores levou sobre si”.
• V.10
– “quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado”.
•
V.11 – “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos,
porque as iniquidades deles levará sobre si”.
• O apóstolo Paulo diz que o amor de
Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si mesmo se entregou por nós.
II. QUE TIPO DE SOFRIMENTO
JESUS SUPORTOU
1. Jesus suportou o
sofrimento moral e espiritual.
• Seu sofrimento foi repulsivo. Ao
vê-lo, “os homens escondem o rosto” (v.3).
• Seu sofrimento não produziu
compaixão nos outros: “e dele não fizemos caso” (v.3).
• Ele teve experiência íntima e longa
com o sofrimento: “homem de dores e que sabe o que é padecer”.
a) Rejeição – v. 3: “o
mais rejeitado entre os homens”.
1) Ele foi rejeitado pelo seu povo =
“Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam”.
2) Ele foi rejeitado pelos religiosos
da sua época = que lhe chamaram de fanático, mentiroso, blasfemo, pecador,
beberrão e até endemoninhado.
3) Ele foi rejeitado pela mesma
multidão que o aplaudiu = empolgada com seus milagres, agora como uma turba,
como uma súcia sanguissedenta, grita diante de Pilatos: crucifica-o, crucifica-o!
Caia sobre nós o seu sangue!
4) Ele foi rejeitado pelas autoridades
romanas = Herodes, o grande quis matá-lo quando infante. Pilatos covardemente o
entregou para ser crucificado. Herodes, Antipas o escarneceu.
5) Ele foi rejeitado pelas autoridades
judaicas = O sinédrio forjou testemunhas falsas para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo.
Cuspiram no seu rosto.
6) Ele foi rejeitado pelos seus
apóstolos = Jesus o traiu, Pedro o negou, os demais o abandonaram e fugiram.
7) Ele foi rejeitado pelo próprio Pai –
Quando Deus lançou sobre ele as nossas iniquidades, ele foi feito pecado por
nós. Nesse momento, sentiu o desamparo de Deus e gritou: “Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?”
8) Ele ainda é rejeitado = quando
amamos mais o pecado e ainda ultrajamos o seu Espírito e calcamos aos pés o
sangue da eterna aliança.
b) Humilhação – v.3 – “e
como um de quem os homens escondem o rosto”.
• O Sinédrio o humilhou cuspindo nele.
• Os soldados o humilharam o açoitando
e resgando o seu corpo com fortes açoites, colocando na sua cabeça uma coroa de
espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça.
• Jesus foi humilhado ao ter que
carregar uma cruz pelas ruas agitadas de Jerusalém ao lado de dois ladrões.
• Ele foi humilhado pelo vozerio da
multidão ao pé da cruz. Ele foi humilhado até a morte e morte
de cruz”.
• Ele foi humilhado quando clamou que
estava com sede e lhe deram vinagre para agravar sua tortura.
2. Jesus suportou o
sofrimento físico.
a) Semblante desfigurado
– v.2 “…”.
• Não havia beleza nele. Ele não
aparência nem formosura. A nossa feiura moral estava sobre ele. Todos os nossos
horrendos pecados foram lançados sobre ele. Seu rosto ficou desfigurado. Ele
foi feito pecado, maldição.
• Seu corpo foi ferido. Ele ficou
ensanguentado. Seu corpo tornou-se cheio de hematomas e chagas. Toda a nossa
tragédia foi lançada sobre ele.
b) Torturas
crudelíssimas – v. 4b,5,10.
• Ele ficou aflito, ferido, oprimido,
traspassado, moído. Sofreu castigo. Ficou cheio de pisaduras. Ele foi moído e
enfermou.
• Na noite em que foi preso, sua alma estava angustiada até à morte. Sendo o
libertador, foi preso. Sendo santo, foi escarnecido como criminoso. Sendo o criador
foi cuspido pela criatura.
• Agora, já arquejado e machucado
pelos açoites, com seu rosto ensanguentado, empreende a longa caminhada ao
calvário. Sua fronte está ferindo e sangrando. Seu corpo febril lateja debaixo
das chicotadas e dos empurrões. Começa a grande marcha para o monte do juízo. A
maior marcha da história, não com rodas dos carros de guerra, nem com o
estrupido febril dos cavalos, mas com o ruído dos passos de um homem, andando
sob o peso de seu próprio cadafalso.
• Jesus marcha arrastando consigo
todas as máscaras da humanidade. Marcha debaixo da zombaria da multidão. Seu
corpo titubeia, caia, mas é levantado aos empurrões e sob fortes
açoites prossegue a marcha.
• Jesus é erguido no leito vertical da
morte. Suas mãos foram rasgadas, seus pés pregados no lenho. Foram seis horas
de vergonha e horror. Ali suspenso entre a terra e o céu sofreu sede, dor,
vergonha, humilhação, abandono. Ali desceu ao inferno para nos libertar do
cativeiro do pecado.
• O próprio universo entrou em
convulsão: houve trevas. O sol cobriu o seu rosto de vergonha. As pedras se
arrebataram nos vales, os túmulos foram abertos.
• Is
53.5 diz que Jesus foi ferido. Ferimentos, de acordo com a definição de um
cirurgião podem ser classificados por suas características:
a)
Contusão = É uma
ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida resultaria de um
golpe com vara, como profetizado em Miquéias
5.1: “Ferirão com vara a face ao juiz de Israel” e Mt 26.67: “O esbofetearam” e Jo
18.22: “Um dos guardas deu uma bofetada em Jesus”.
b)
Laceração = É um
ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração dos tecidos era o
resultado dos açoites e estes se tinham tornado uma fina arte entre os romanos.
O chicote romano era uma tira de couro com várias extremidades, cada uma com
uma ponteira de metal. “Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo”. Seu corpo
foi todo lacerado. Sua carne foi rasgada.
c)
Penetração = Trata-se
de um ferimento profundo causado por um instrumento pontiagudo. Esse ferimento
foi causado pela coroa de espinhos que fez sangrar sua cabeça (Jo 19.2). “tomaram o caniço e davam-lhe
com ele na cabeça” (Mt 27.30).
d)
Perfuração = Perfurar
vem do latim “passar através de”. As mãos e os pés de Jesus foram traspassados.
Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos separando-os sem quebrá-los.
e) Incisão = É um corte produzido por
um instrumento pontiagudo e cortante. “Um dos soldados lhe abriu o lado com uma
lança e logo saiu sangue e água” (Jo
19.34).
III. COMO JESUS REAGIU
DIANTE DO SOFRIMENTO DA CRUZ
1. Ele se entregou como
sacrifício.
• A morte de Cristo foi substitutiva.
Ele foi a cruz em nosso lugar. Nós é que devíamos ter
suportado aqueles açoites. Nós devíamos ter carregado aquela cruz. Mas ele
tomou o nosso lugar.
• Ele não tinha pecado: “nunca fez
injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (v.9).
• Ele é o Cordeiro que tira o pecado
do mundo. “Ele como cordeiro foi levado para o matadouro” (v.7).
• “Ele foi cortado da terra dos
viventes; por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido” (v.8).
2. Ele não abriu a boca
para pedir vingança aos seus algozes.
• “e como ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a boca” (v.7).
• Ele se entregou. Ele voluntariamente
foi a cruz. Jesus não se rebelou ao ser preso, julgado, espancado, pregado na
cruz. Ele não bradou por vingança ou por socorro.
3. Ele intercedeu pelos
seus algozes.
• “levou sobre si o pecado de muitos e
pelos transgressores intercedeu” (v.12).
• Em vez de vingar-se, de falar
impropérios e despejar libelos acusatórios contra seus algozes bestiais, Jesus
intercedeu por eles, ministrando-lhes seu amor e seu perdão. Ele intercedeu e
atenuou a culpa dos seus exatores.
IV. A GLORIOSA RECOMPENSA DA
CRUZ
1. Jesus venceu a morte.
• Jesus venceu a morte. Ele tirou o
aguilhão da morte. Ele matou a morte. A morte agora não tem a última palavra.
Tragada foi a morte pela vitória.
• V.10:
“verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor
prosperará em suas mãos”.
• Ele ressurgiu. Ele está vivo. Ele
venceu a morte. Ele rompeu os grilhões da morte. Ele abriu o túmulo de dentro
para fora. Ele conquistou para nós imortalidade. Aleluia!
2. Jesus remiu um povo
para Deus – vs.11-12.
• Ele nos comprou com seu sangue. Ele
tirou-nos da maldição, da escravidão, do império das trevas, da potestade de
Satanás, do jugo do pecado. Agora somos livres, somos filhos de Deus.
• Agora temos a justificação. Somos
perdoados. Temos toda a justiça de Cristo em nossa conta.
• Agora somos filhos, herdeiros,
adotados na família de Deus!
3. Jesus chama um povo
para si – vs.11,12.
• V.11
– “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito”
• V.11
– “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte”.
• Hb
12.2 – “o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a
cruz, não fazendo caso da ignomínia”.
• A recompensa de Jesus é VOCÊ. É seu
arrependimento. É sua volta para ele. É sua conversão. Rejeitar Jesus é
crucificá-lo de novo. É cuspir no seu rosto outra vez. Recebê-lo traz-lhe
alegria. Cristo suportou tudo para conquistar você. Ele ama você. Você é sua
recompensa.
• Hoje, o Pai quer lhe trazer a Jesus,
para alegria de Jesus, para celebração de uma festa no céu!