AS OVELHAS
DE JESUS
Extraído
de: O Jornal Batista
Pr.
Isaltino Gomes Coelho Filho
Pr. José
Antônio Corrêa
"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e
eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão;
e ninguém as arrebatará da minha mão", Jo 10.27-28.
Após dizer que os judeus não eram suas
ovelhas, Jesus caracteriza quem são elas. "As minhas ovelhas", ele
começa a dizer, e faz uma das mais lindas declarações de toda a Bíblia. Não
pertencem a uma denominação nem se caracterizam por uma determinada liturgia.
São conhecidas por seis marcas, todas de relacionamento com ele.
A primeira: "Ouvem a minha voz". Elas ouvem a Jesus,
não a estranhos. A Jesus, não a Moisés ou a Elias (Mt 17.5), símbolos do
Antigo Testamento. Ouvir Moisés e Elias produz situações tristes, como a
noticiada pela internet de sete igrejas evangélicas colombianas que se tornaram
sinagogas. Há muita igreja "sinagogada" por aí. Não se compõem de
ovelhas de Jesus. Não o ouvem direito.
A segunda: "Eu as conheço". Não apenas sabe os
nomes ("Zaqueu, desce depressa"), mas se relaciona com elas. Sabe de
suas carências de suas fraquezas. Ele sabe o que é ser gente, pois foi como
nós. Conhece nossas dores e fraquezas. Que consolo! "Oh, sim eu sei, Jesus
bem vê, o que eu estou a sofrer", diz um de nossos belos hinos.
A terceira: "Elas me seguem". Ovelha de Jesus
segue a Jesus, não ao pastor ou ao dono da seita. "Seguem" e não
apenas contemplam. E imitam-no ao segui-lo: "Porque para isso fostes
chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para
que sigais as suas pisadas" (1Pe 2.19). Seguir a Jesus não e cantar
na igreja. É muito mais que isso. É procurar imitar a Jesus no cotidiano.
A quarta: "Eu lhes dou a vida
eterna".
Ninguém consegue a vida eterna. Ele dá. É dom dele. E não dá aos bons ou aos
religiosos, mas aos que o seguem. Não vem pela nossa virtude ou nossa
perseverança. Vem por ele. Não nos salvamos. Somos salvos. Não somos o sujeito
da salvação. Ele é.
A quinta: "Jamais perecerão". A vida eterna não é
figura de linguagem. É vitória sobre a morte. Crer em Jesus é saber que
viveremos eternamente com Jesus. O cristão zomba da morte, como Paulo (1Co
15.55). Encara-a com naturalidade, e diz como Bach: "Vem, doce
morte!", Ela não assusta, mas nos leva para junto dele. Como disse
Bonhoeffer: "A morte é o supremo festival no caminho da libertação".
A sexta: "Ninguém as arrebatará da minha
mão”. É a segurança do salvo. Ele canta como Lutero: "Se nos quisessem
devorar demônios não contados, não nos podiam assustar, nem somos
derrotados". Satanás pode ser perigoso e rugir ao nosso redor como leão,
mas é um derrotado: "Vencido cairá por uma só palavra". Dizemos com
Paulo: "Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que
nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem
principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura,
nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 8.37-39).
Ser ovelha de um bom pastor é muito bom. Por
um ano e meio, por opção, fui ovelha de meu irmão, o pastor Isaías Gomes
Coelho. Um bom pastor, um amigo leal. Obrigado, mano! Mas antes dele e acima
dele, sou ovelha de Jesus Cristo. E ser ovelha de Jesus é muito bom. Vale a
pena!