BUSCANDO A FELICIDADE
1Cr 4.10
Rev. João Peixoto
Pr. José Antônio Corrêa
Um olhar no passado e no futuro
Nesta época do ano duas práticas são
corriqueiramente presenciadas por todos nós:
A primeira, um grande contingente de
“futurólogos de plantão” valendo-se de cartas, búzios, números, borras de café,
simpatias e outros artefatos e práticas visando prever o futuro das
celebridades (artistas, políticos, etc.) com “previsões” tão genéricas que
qualquer um de nós igualmente poderia pronunciá-las.
A segunda, como é costume a partir de
cada primeira semana do ano veremos empresas “fechadas para balanço” (na
verdade, são inventários, mas vale o uso popular do termo).
O objetivo do balanço é verificar se
as metas previstas foram alcançadas. Se não, o que impediu de serem alcançadas.
Dependendo do resultado deve-se optar entre manter a estratégia que permitiu
ser boa ou acrescer novas ações para resultados ainda mais expressivos.
Em suas cartas, Paulo se expressava a
seus destinatários ou mesmo se autoanalisando com dois tipos de olhar:
Um olhar no passado e outro no futuro
sob perspectivas positivas e negativas.
Olhar no passado:
Perspectiva positiva:
dando graças pela implantação das igrejas, pela propagação do Evangelho, pelos
testemunhos de amor e serviço, pela ajuda que lhe foi prestada em várias
oportunidades, pela acolhida em diversos lugares.
Perspectiva negativa: pelo
abandono da fé de alguns e pela não mais cooperação de outros na propagação do
Evangelho. Lembre-se do seu “espinho da carne” que o acompanhava, lembre-se de
muitas atitudes que sabia não agradar a Deus: o mal que não queria fazer e
fazia e o bem que queria fazer e deixava de fazê-lo.
Olhar no futuro:
Perspectiva negativa: Preocupação
com as consequências da influência de falsas doutrinas e falsos profetas nas
comunidades que ele fundara. Temia pela paz e unidade das comunidades devido às
dissensões ali existentes.
Perspectiva positiva: Aqueles
que caminhavam bem poderiam melhorar ainda mais, como a comunidade amorosa de
Tessalônica que não obstante pôr em prática um amor sincero e operoso, desejava
o apóstolo que houvesse um progresso ainda maior. Além disso, confiava
plenamente na mudança das pessoas e, das igrejas, se a ele dessem ouvidos e
seguissem suas orientações.
Tal como Paulo, estamos na época
propícia para lançarmos um olhar sobre o nosso passado (2012) e sobre o nosso
futuro (2013).
Em relação ao passado costumo dizer
que se fôssemos cuidadosos em nossa avaliação sempre teríamos como saldo uma
avaliação positiva de cada ano vivenciado.
Quando dizemos que mais numerosos são
os motivos que Deus nos dá para sermos gratos do que as situações que motivam
os nossos pedidos, assim também numa avaliação sincera e cuidadosa teremos
motivos de sobra para saudar tanto o ano que se passou como o ano em que
prestes iremos vivenciar.
Desejos de Feliz Ano Novo
Nesta época, pessoas se alegram e
comumente se cumprimentam ou mandam mensagens através de cartões ou e-mails,
desejando FELIZ ANO NOVO, expressão que em geral resume a “trindade” dos
desejos de SAÚDE, PAZ e PROSPERIDADE.
Contudo, o novo ano não será muito
diferente se as pessoas não mudarem. Ano Novo, no sentido de “ano melhor”, não
depende do calendário, nem começa nos acontecimentos exteriores.
Para mudanças profundas, é indispensável a mudança íntima
de cada pessoa.
1.
Desejamos um ano de saúde? Façamos
a nossa parte. Evitemos os exageros alimentares, pratiquemos atividades
físicas, façamos as revisões médicas habituais, etc. Ah! A saúde emocional e
espiritual também deve ser alvo de cuidados.
2.
Desejamos um ano de paz?
Façamos a nossa parte: “Se depender de vós, tenha paz com todas as pessoas”, Rm 12.18; “Seja a paz de Cristo o
árbitro em vossos corações, conforme texto bíblico lido”, Cl 3.14;
Vista os calçados da paz, indumentária
da armadura do cristão. Busquemos e tenhamos a paz de Cristo, possível mesmo em
momentos em que as circunstâncias que se apresentem diante de nossos olhos não
sejam nada animadoras.
3.
Desejamos um ano de prosperidade? Façamos
a nossa parte. Esforce-se, estude, capacite-se, trabalhe para ser próspero
materialmente. Busque mais a Deus para prosperar espiritualmente.
Felicidade x Alegria
Ao se desejar felicidades para si ou
para as pessoas é fundamental a diferenciarmos da alegria. São coisas distintas.
É possível estar muito alegre em dado momento e ser profundamente infeliz.
A alegria é uma sensação passageira, é sentir a emoção do momento; a
felicidade, por sua vez, é um estado permanente de espírito.
A alegria pode ser provocada por
festas como as deste final de ano. Vemos muitas pessoas alegres, mas só Deus
sabe se, além de alegres, são felizes.
Todos nós queremos ser felizes, mas como conquistar a felicidade?
Três bons conselhos para fazer da felicidade uma realidade em nossa
vida:
1) Cultivar relacionamentos sinceros;
2) Tomar decisões acertadas;
3) Agir da maneira correta.
Acredito tais conselhos nos ajudarão a
nos apropriar dos sinceros votos de felicidade e a conquistar paz, saúde,
prosperidade além de outras coisas que se revertam em benefício para o alcance
da felicidade.
Numa rápida reflexão não é difícil
percebermos que tais atitudes, de fato, produziriam inúmeros benefícios na vida
de qualquer um que levasse a sério tais conselhos e os colocassem em prática.
1. Sobre os relacionamentos sinceros:
Quando falo em relacionamentos
sinceros, “sem cera”, sem máscaras, não falo apenas da melhoria no trato com
nossos amigos ou mesmo com desconhecidos, pondo em prática o “amai-vos uns aos
outros como eu vos amei” (Jo 13.34).
Isto é importante, é necessário, é
vontade de Deus para nossas vidas e contribuirá para nossa felicidade.
Falo, principalmente, do nosso
relacionamento com Deus. Ser feliz é saber que nossa vida é um destino
promissor se Deus fizer parte dela. Felicidade é saber que Jesus nos ama,
que n’Ele podemos confiar como amigo fiel e para todas as horas, que Ele é
fonte de paz e esperança.
2. Sobre as decisões e ações acertadas:
Saber tomar decisões acertadas e saber
como acertadamente colocá-las em prática, com certeza também será um componente
importante para o alcance da felicidade.
Quantas e quantas vezes nos
decepcionamos e nos entristecemos por decisões e ações equivocadas. Sejam elas
causadas por precipitação, ignorância, maus conselhos ou qualquer outro motivo,
quão desgastante é decidir e/ou agir de modo a nos trazer prejuízos materiais,
emocionais e espirituais.
A Palavra de Deus nos exorta acerca da
fonte segura para todo e qualquer auxílio na tomada de decisões:
“O coração do homem pode fazer planos,
mas a resposta certa vem do Senhor ... Confia ao Senhor as
tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos”, Pv 16.1,3.
Deus nos capacita a dar a resposta
certa e a efetuar os nossos planos. Ele está sempre pronto a nos auxiliar nas
tomadas de decisões e de como implementá-las de modo a contribuir para uma vida
de felicidade.
Porém, esbarramos numa dificuldade:
nem sempre é fácil discernir qual a vontade de Deus. E mais: se superada a fase
do discernimento, nem sempre é fácil optar pela vontade de Deus quando a nossa
carne nos inclina para outro caminho.
Mas, se nosso relacionamento com Deus
for amadurecido a partir deste ano que se inicia, podemos confiar que uma nova
maneira de decidir e agir fará muita diferença: estará contribuindo para a
nossa felicidade.
3. Sobre o agir de maneira correta:
1Pe
2.12, “Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios,
para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores,
observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação”.
Quanto agimos de maneira correta nos
damos bem em nossas ações e ao mesmo tempo glorificamos a Deus.
As petições de Jabez podem servir de roteiro para nossas petições
neste ano que se inicia:
1Cr
4.10, “Jabez invocou o Deus de
Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que
seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha
aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido”.
1.
Precisamos pedir a bênção de Deus.
O v.10 revela Jabez dizendo isto: "Tomara
que me abençoes".
Esta é a providência primeira: Pedir a
bênção de Deus sobre a nossa vida, sobre este ano que se inicia. Uma oração
simples que todos podemos e devemos fazer: “Abençoa-me, Senhor”!
Esta é uma bênção genérica, mas
prudente também é que façamos súplicas por bênçãos específicas. Mas, que
bênçãos buscar em Deus? O texto nos ajuda com algumas delas.
2.
Desejar uma vida abundante.
Quem me conhece sabe que eu não estou aqui pregando teologia da prosperidade.
Longe de mim! Quando Jabez pede a Deus que alargue suas fronteiras, ele
vislumbrava expansão de suas terras. Este é o contexto.
Mas ao me deparar com este texto, com
a devida licença exegética e com uma percepção pessoal, não almejei para este
ano outro tipo de prosperidade que não fosse desejar ter uma vida melhor,
tornando-me uma pessoa melhor, “expandindo” aquilo de bom que já há em mim.
Expandindo as virtudes que já possuo,
produzindo mais para o Reino e para minha vida pessoal (família e trabalho).
Expandir o amor, a paciência, mansidão, domínio próprio, (...), o fruto do
Espírito por completo e outras virtudes que cada um de nós tenha.
É como disse no início: para um ano
melhor, a mudança começa a partir de nós. Por que não termos sonhos mais
ousados na nossa vida pessoal, familiar e espiritual? Há terreno ainda por ser
conquistado!
3.
Desejar experimentar o poder de Deus.
Na continuação de sua oração JABEZ diz: ”... Que seja comigo a tua
mão”.
Jabez tem plena consciência do poderio da mão de Deus:
Ele
fez os céus, Sl 19.1,
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas
mãos”; Sl 102.25, “Em tempos
remotos, lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obra das tuas mãos”.
Ele
nos fez, Jó 10.8, “As
tuas mãos me plasmaram e me aperfeiçoaram, porém, agora, queres devorar-me”.
Ele
se manifestou quando o povo de Israel foi milagrosamente liberto da escravidão
no Egito, Dt 7.19,
“Das grandes provas que viram os teus olhos, e dos sinais, e maravilhas, e mão
poderosa, e braço estendido, com que o SENHOR, teu Deus, te tirou; assim fará o
SENHOR, teu Deus, com todos os povos, aos quais temes”.
Jabez reconhece as suas limitações na
concretização de seus sonhos se a mão de Deus não for com ele.
Tal como Jabez, temos que reconhecer
as nossas limitações e rogar a Deus tal como ele (Jabez) o fez. Uma poderosa
mão como a Deus estendida sobre nossa vida nos abençoando, capacitando e
produzindo coisas que por nossas próprias forças não conseguiríamos.
4.
Desejar a proteção e cuidado de Deus. Jabez conclui sua petição: “... me preserves do mal, de
modo que não me sobrevenha”.
Ninguém gosta de sofrer, mas,
invariavelmente, estamos sujeitos a muitos males e dores, a caminhos difíceis
de trilhar, inimigos numerosos e astutos.
Precisamos da proteção divina e
livramento. Não temos por nossa própria força como contender contra o
“maligno”. Precisamos da proteção e cuidado de Deus.
5.
O pedido de Jabez também se refere ao mal que existe em nosso próprio
coração.
Disse
Jesus: “Porque
do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição,
furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”, Mt
5.19.
Que em 2013 sejamos libertos das más
práticas como as citadas por Jesus e outras odiosas e danosas para nossas vidas.
Oremos como Jabez o fez!
A oração respondida:
Diz o texto em seu final: “E Deus
lhe concedeu o que lhe tinha pedido”. Deus responde as nossas orações. Ele muda
a nossa sorte. Ele anima o cansado, guia o perdido, transforma choro em
alegria.
Para quem avaliou o ano de 2012 de
forma positiva ou negativa lembremos que: “Os que esperam no
Senhor renovarão as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não
se cansam, caminham e não se fatigam”, Is
40.31.
Estamos a poucos minutos de um ano
novo, que possamos “romper o ano” clamando como Jabez, acreditando numa felicidade
possível, com o Senhor nos abençoando, com a sua proteção e mão poderosa
estendida sobre nós, ajudando-nos a cultivar relacionamentos sinceros e a agir
e tomar decisões acertadas.
Que Deus nos
abençoe e Feliz Ano (e ânimo) Novo!!!