CONSELHO FEDERAL PROÍBE MEDICINA
ANTIENVELHECIMENTO
Samuel Rodrigues de Souza
Gerontólogo para Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
Ministro da 3ª e 4ª Idade da Igreja Batista Carioca, Méier, RJ
O Jornal Batista de 16/12/2012
Pr. José Antônio Corrêa
Está na moda a alegria de viver bem.
De viver bem e largamente. A ciência tem feito grandes progressos, ampliando o
nosso tempo no mundo, pondo ao nosso alcance novos recursos para uma existência
mais saudável. A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com
isso perder os benefícios da longevidade bem vinda, que nos encontra com a
cabeça boa e os cinco sentidos bem conservados (tato, audição, visão, paladar,
olfato).
As pessoas não só estão vivendo mais,
mas também envelhecendo de maneira mais sadia. Em estudo realizado há sete anos
nos Estados Unidos, 90% das pessoas de 65 a 74 anos afirmaram não padecer de
nenhuma incapacidade, e 40% dos de mais de 85 anos foram consideradas
completamente funcionais. Na verdade, as doenças degenerativas do cérebro
(Alzheimer, Parkinson e outras), embora apareçam com maior frequência nos
idosos, estão diminuindo sua incidência nestes, ano por ano da idade, em
relação à que se observava cinco ou dez anos atrás; e essa incidência não
aumenta depois dos 85.
É bem provável que isto se deva à
melhor qualidade de vida comparativa dos idosos de hoje quando comparados com
os de poucos anos atrás. É comum, nos dias de hoje, ver pessoas de mais de 65 ou
75 anos praticando exercícios físicos, se submetendo a exames médicos
periódicos e cuidando de sua dieta de maneira bastante rigorosa. Nada disso era
comum poucos anos atrás.
A “eterna juventude” é um ideal
fortemente presente em nossos tempos, buscado como um valor único e precioso: deveríamos
ser e parecer sempre jovens! Assim, muitos de nós experimentamos grande
ansiedade e muitas vezes obsessão por uma imagem sempre jovem, que não
envelhece. Com isso, nos escapa a oportunidade de encontrar um sentido na velhice
e um novo senso de sabedoria para os novos tempos. O reconhecimento da pessoa
idosa faz com que olhemos de forma positiva também para o nosso próprio envelhecimento.
O Conselho Federal de Medicina
Brasileiro proibiu a medicina conhecida como antienvelhecimento, com terapias
hormonais contra o envelhecimento, por falta de evidências científicas que
comprovem os métodos benéficos desse tipo de tratamento.
Tendo em vista que proliferam no
Brasil propostas de tratamentos que visam prevenir, retardar, modular ou
reverter o processo de envelhecimento, bem como prevenir doenças crônicas e promover
o envelhecimento saudável através de reposição hormonal, suplementação vitamínica
e/ou uso de antioxidantes. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia também
se posicionou contrário a esse procedimento de fazer com que as pessoas permaneçam
jovens perpetuamente, sem jamais envelhecer, e designou um grupo de
especialistas para realizar revisão da literatura com o objetivo de avaliar a
eficácia e a segurança do uso dessas substâncias com os fins acima citados.
Infelizmente encontramos em nossos
dias muitas crianças envelhecidas e muitos idosos infantilizados, fúteis, preocupando-se
mais com sua aparência exterior, em debater e mostrar conhecimentos bíblicos,
sem terem cuidado com sua vida devocional e de testemunho cristão, vivendo
hipocrisias e legalismos, sem crescimento e conhecimento da Palavra do nosso
Deus.
A criança tem como característica normal
a inocência, já o idoso deve ter acumulado experiências em toda a sua história
de vida, que possam lhe proporcionar sabedoria e bem estar subjetivo. Deus tem nos
dado a longevidade, e nos abençoado com a salvação em Cristo Jesus, com a sua
Santa Palavra ao nosso dispor continuamente, igrejas que tanto bem espiritual
nos proporcionam, apartamentos e casas confortáveis, lindas famílias, viagens,
excelente alimentação e conforto, planos de saúde, transpores excelentes, mas
nós, o que estamos oferecendo ao Senhor? A Bíblia adverte: “A quem muito foi
dado, muito mais será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será
pedido” (Luc. 12.48b).
Aqui apresentamos dez conselhos
práticos para se viver bem a velhice, (adaptação de “Compreendendo Melhor Como
Viver a Terceira Idade, na Opinião da Terceira Idade”, do Dr. Conceil Corrêa da
Silva) ao invés de se fugir dela, de uma forma neurótica e errônea, pois ela é
uma realidade e uma bênção, que nem todos conseguem alcançar.
1º - Não se aposente da vida para se
tornar a praga da família. A vida é atividade, e o verdadeiro elixir da eterna juventude
é o dinamismo. Não despreze as ocupações enquanto tiver energia para as lutas
cotidianas.
2º - Seja independente e preserve a
sua liberdade mesmo que seja dentro de um quartinho. Quem renuncia ao próprio
lar, obriga-se a andar na ponta dos pés para evitar atritos com noras, genros, netos
e outros parentes.
3º - Mantenha o governo da sua própria
bolsa. Ajude os seus filhos financeiramente, na medida das suas posses; reserve
uma parte para emergências e lembre-se que um filho ambicioso pode ser mais temível
que um inimigo.
4º - Cultive a arte da amizade como se
fosse uma planta rara, cercando os familiares de cuidados, como se fossem flores.
Se a sua memória estiver falhando, anote numa agenda sentimental as datas mais
importantes das suas vidas e compartilhe com eles a alegria de estar presente.
5º - Cuide da sua aparência e seja o
mais atraente possível. Não seja um daqueles velhos relaxados, que exibem caspa
na gola do paletó e manchas de gordura na roupa que revelam o cardápio da semana.
Nunca despreze o uso de água e sabão.
6º - Seja cordial com os seus
vizinhos. Evite implicar-se com o latido do cachorro, o miado do gato, o lixo fedorento
na calçada ou o volume do rádio. Um bom vizinho é sempre um tesouro, especialmente
se os parentes morarem distantes.
7º - Cuidado com o nariz e não se
intrometa na vida dos filhos adultos. Eles são seres com cérebro, coração, vontade
e contam com muitos anos para cometerem os seus próprios erros.
8º - Fuja do vício mais comum da
velhice, que é a “presunção”. A longa vida pode não lhe ter trazido sabedoria. Há
muitos que chegam ao fim da jornada tão ignorantes como no início dela. Deixe
que a “humildade” seja a sua marca mais forte.
9º - Os cabelos brancos não lhe dão o
privilégio de ser ranzinza e inconveniente. Lembre-se que toda paciência tem limite
e que não há nada mais desagradável do que alguém desejar a sua morte.
10º - Não seja repetitivo, contando a
mesma história três, quatro, cinco vezes. Quem olha só para o passado, tropeça
no presente e não vê a passagem para o futuro.