EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA
JO 11.25
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO:
1. No estudo anterior vimos a figura
de Jesus como o "Bom Pastor", que deu a vida pelas suas ovelhas,
diferentemente do pastor mercenário que ao aproximar-se o perigo, foge deixando
o rebanho desprotegido. Vimos ainda que nesta qualidade, o Mestre cuida do
rebanho, tratando da ovelha doente, muitas vezes ferida, cheia de carrapichos,
etc.! Por último, vimos que através do relacionamento íntimo que mantém com o
rebanho, o Senhor conhece cada ovelha pelo seu próprio nome e delas também é
conhecido. Temos em Jesus o pastor por excelência, que cuida de cada um de nós
de maneira pessoal, nos dando segurança, proteção, amor, carinho!
2. No estudo de hoje, estaremos
analisando mais uma qualificação "Eu Sou" de Jesus. Veremos o Senhor se
colocando como a "Ressurreição e a Vida", mostrando o seu poder sobre
a morte. Sabemos que as doutrinas da vida eterna e da ressurreição corporal,
sempre ocuparam o interesse dos estudiosos e religiosos judaicos,
principalmente os escribas, fariseus e saduceus. Já no Velho Testamento, este
conceito de uma ressurreição corporal era difundido entre o povo de Deus.
Algumas
alusões ao fato:
a)
A profecia de Isaías, Isaías, Is 26.19, "Os teus mortos viverão, os
seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque
o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás
cair".
b)
A convicção de Jó, Jó 19.25-27,
“25 Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a
terra. 26 Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei
a Deus. 27 Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de
saudade me desfalece o coração dentro de mim”.
c)
A predição de Daniel sobre as duas ressurreições – a do justo e a do ímpio, Dn
12.2, "E muitos
dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros
para vergonha e desprezo eterno". Ver
também Ap 20.6, “Bem-aventurado e santo é aquele que tem
parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade;
pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil
anos”.
d) O
vaticínio de Oséias sobre a própria ressurreição do Senhor, Os 6.2, "Depois de dois dias nos
ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele".
3. Queremos ver hoje de que maneira o
Senhor sendo a "Ressurreição e a Vida", se relaciona conosco. Vejamos:
I. SENDO A RESSURREIÇÃO E A VIDA, JESUS DEMONSTROU O SEU PODER SOBRE
A MORTE EM SEU MINISTÉRIO TERRENO
1. A morte é uma das experiências
mais dolorosas do ser humano, isto porque, ela tolhe, rouba, arrebata de nós
aqueles que amamos, nos ocasionando a dor da separação. Não há momentos mais
tristes para nós, do que aqueles enfrentados pela perda de um pai, de uma mãe,
de um filho, ou de um ente querido. O simples fato de sabermos que não veremos
mais aquela pessoa durante esta vida, nos causa profundo sentimento de dor!
2. Evidentemente, durante seu
ministério terreno, Jesus várias vezes precisou enfrentar a morte, ora de seus
entes queridos, ora de pessoas com as quais nem sequer mantinha relacionamento.
Contudo, o pior momento de sua vida, foi quando teve que enfrentar a sua
própria morte. Mesmo sendo Deus, o Senhor precisava morrer! Morreu de uma forma
trágica, levando as marcas do desprezo e da vergonha, ao ser pendurado no
madeiro. Quem era condenado a este tipo de morte era considerado maldito, Dt 21.23, "o seu cadáver não
permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia;
porquanto aquele que é pendurado é maldito de Deus. Assim não contaminarás a
tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança". Esta afronta e
vergonha, o Senhor sofreu por nós.
Neste
caso,
“O condenado teria sido culpado de
ofensas declaradas malditas pelas sanções da aliança. Tendo sido executado,
visivelmente estaria personificando a ira de Deus que foi derramada. Como
carcaça humana exposta às aves e às feras (cons.
2Sm 21.10), o homem pendurado no madeiro seria uma
expressão da consumação da maldição divina sobre a raça decaída (cons. por
exemplo, Ap 19.17 e segs).
2Sm 21.10, “Então, Rispa,
filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para
si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do
céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os
animais do campo, de noite”.
Ap 19.17-8, “17 Então, vi um anjo posto em pé no sol, e
clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde,
reuni-vos para a grande ceia de Deus, 18 para que comais carnes de reis, carnes
de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros,
carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes”.
Nesta conclusão da série
de estipulações em que Deus exige uma justiça judicial perfeita e a satisfação
de cada reivindicação da justiça, se necessário através de um sofredor vicário,
o crente do Novo Testamento lembra-se daquele que foi maldito de Deus para
redimir o Seu povo da maldição inexorável da lei (Gl 3.13)”
(Comentário Bíblico Moody).
Gl
3.13, “Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)”.
3. Porém Jesus, não sucumbiu diante
das pressões da morte! Ele tinha, e tem o poder e domínio sobre ela! Durante
seu ministério, ele pode demostrar que podia vencer a morte, e a venceu de
maneira triunfante!
Vejamos
alguns exemplos sobre a vitória de Jesus sobre a morte:
a) Ressuscitou
o filho da viúva de Naim, Lc 7.12-15, "12 Quando chegou perto da porta da cidade, eis
que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com
ela ia uma grande multidão da cidade. 13 Logo que o Senhor a viu, encheu-se de
compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. 14 Então, chegando-se, tocou no
esquife e, quando pararam os que o levavam, disse: Moço, a ti te digo:
Levanta-te. 15 O que estivera morto sentou-se e começou a falar. Então Jesus o
entregou à sua mãe".
“A atitude de Jesus, para com a viúva,
representa compromisso, envolvimento. Como se ele penetrasse no âmago do ser
daquela mulher, captando toda sua tristeza, sendo movido por ela. O jovem, era
levado. Pessoas seguravam seu esquife. Bastou uma palavra do Mestre, para que
voltasse a vida. Sei que muitas mães, têm chorado por seus filhos. Mães, que
sofrem, como a viúva de Naim. Seus filhos, estão ‘sendo levados’ pelos enganos
do mundo. Estão mortos, em pecado. Os que ‘seguram o esquife do caixão’, só o
conduzem a destruição. Jesus, tem a resposta.
Ele se compadece das mães que choram,
que anseiam por vida na família. Jesus, poderia nem ter percebido o sofrimento
da mulher. Afinal, já tinha uma multidão de pessoas o seguindo, dependendo de sua
atenção. Mas não! Ele voltou os olhos para quem vinha em sentido contrário,
porém, com o mesmo desejo de milagre dos que o seguiam. Creio, que após a
ressureição, do jovem, a multidão que era dividida entre ‘os que saíam de Naim’
e os que ‘entravam em Naim’, se unificou. O cortejo deu meia volta. Todos
passaram a seguir Jesus” (http://www.atendanarocha.com).
b) Ressuscitou
a filha de Jairo, chefe da sinagoga, Lc 8.49-55, "49 Enquanto ainda falava, veio
alguém da casa do chefe da sinagoga dizendo: A tua filha já está morta; não
incomodes mais o Mestre. 50 Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe: Não temas:
crê somente, e será salva. 51 Tendo chegado à casa, a ninguém deixou entrar com
ele, senão a Pedro, João, Tiago, e o pai e a mãe da menina. 52 E todos choravam
e pranteavam; ele, porém, disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. 53
E riam-se dele, sabendo que ela estava morta. 54 Então ele, tomando-lhe a mão,
exclamou: Menina, levanta-te. 55 E o seu espírito voltou, e ela se levantou
imediatamente; e Jesus mandou que lhe desse de comer".
“Jairo era um importante homem da
sinagoga, tinha uma filha única, de apenas doze anos de idade. A menina
estivera muito doente, chegando a óbito. Era costume judaico contratar
lamentadores profissionais e instrumentalistas para o velório. A Bíblia diz que
eles estavam presentes na casa de Jairo, no dia do luto: ‘E Jesus chegando a
casa daquele chefe, e vendo os instrumentalistas, e o povo em alvoroço...’, Mt 9.23.
O popular homem em Israel, “chefe na
sinagoga”, representava religiosidade, respeito, alguém que era procurado para
dar conselhos e fazer preces, mas que se viu impotente diante da morte da
filha. Aquela situação mexeu com o “forte” homem que tantas vezes tinha ouvido
falar de Jesus, sem, contudo se render ao Seu Senhorio” (http://www.atendanarocha.com).
“Jairo, determinado, cheio de fé,
deixa a multidão chorosa em sua casa e parte ao encontro de Jesus. O barulho
dos pranteadores é alto, pode ser ouvido ao longe. Mas, o homem da sinagoga não
consente a derrota, se nega a fazer parte daquele coro, procura alguém que lhe
conforte, mas não encontra. Lembra-se de Jesus. Em algum momento, em meio a
mais profunda dor, Jairo volta o coração para o alto em busca de milagre.
Sai dali apressadamente e apesar da
agitação do lugar, sentem sua falta, partem em sua busca. Marcos relata que ao
encontrarem com Jairo adorando Jesus, de joelhos aos seus pés dizem: ‘A tua
filha está morta; por que enfadas mais o mestre? E Jesus, tendo ouvido estas palavras,
disse ao principal da sinagoga: Não temas crê somente’, Mc 5.36, 37 (http://www.atendanarocha.com).
c) Ressuscitou
Lázaro, morto há quatro dias, Jo 11.38-44, "38 Jesus, pois, comovendo-se
outra vez, profundamente, foi ao sepulcro; era uma gruta, e tinha uma pedra
posta sobre ela. 39 Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto,
disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque está morto há quase quatro dias. 40
Respondeu-lhe Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus? 41
Tiraram então a pedra. E Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, graças
te dou, porque me ouviste. 42 Eu sabia que sempre me ouves; mas por causa da
multidão que está em redor é que assim falei, para que eles creiam que tu me
enviaste. 43 E, tendo dito isso, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! 44
Saiu o que estivera morto, ligados os pés e as mãos com faixas, e o seu rosto
envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir".
Da
ressurreição de Lázaro, destaco dois pontos:
c.1)
Uma grande declaração do Senhor.
Ele disse à Marta: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus”?, Jo 11.40. A fé nas promessas de Deus
irá determinar a manifestação da glória de Deus em nossa vida. Ao remover a
pedra do sepulcro, Marta pode ver o milagre e consequentemente a manifestação
do poder de Deus! “Removamos ‘a pedra do sepulcro’ e confiantes em Cristo,
autor e consumador da nossa fé, prossigamos certos de que Sua vontade é sempre
para o nosso bem. A Ressureição de Lázaro era a alternativa improvável, impossível
para os que vivenciaram a dor da família enlutada. Todos duvidavam, até que uma
semente de fé germinou no coração de Marta, ela creu contra a multidão e viu a
glória de Deus. Que assim seja conosco. Soli Deo Glória” (http://www.atendanarocha.com).
c.2)
Jesus agitou-se em seu espírito e chorou (vs.33,35). Isso nos mostra que diante da morte
Jesus apresentou um coração compassivo. Ele se importou com a dor daquela
família. “Ele se compadece do sofrimento das irmãs, da comoção dos judeus ali
presentes! Jesus brada com muita força para que a morte deixe Lázaro! E é
justamente isso que diz o texto Bíblico: ‘Clamou com grande voz: Lázaro, sai
para fora’, Jo 11.43. Aquele lugar
estremece, é sacudido pela unção que quebra o jugo da morte, do seu amigo,
amado. Aleluia! (Bíblia de Estudo
Plenitude).
4. Através dos exemplos citados, não
nos ficam quaisquer dúvidas de que o Senhor exerceu poderosamente o domínio, o
controle, sobre a vida e a morte. Porém o seu poder sobre a vida e a morte
ficou ainda mais evidente, quando Ele venceu a própria morte ao levantar-se
dentre os mortos, com provas incontestáveis! No dizer de Pedro: "...ao
qual Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, pois não era possível que
fosse retido por ela", At 2.24.
Os evangelhos e as epístolas descrevem
de maneira clara a ressurreição de Cristo e seu aparecimento a muitos irmãos
num corpo glorificado.
Observe
alguns exemplos de seu aparecimento:
a)
A Maria Madalena, Mc 16.9,
“Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana,
apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios”.
b)
Às outras mulheres, Mt 28.9,
“E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas,
aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram”.
c)
Aos dois discípulos no caminho de Emaus, Lc 24.15, “Aconteceu que,
enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles”.
d)
Aos onze discípulos, Lc 24.36,
“Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes
disse: Paz seja convosco!”.
e)
A Pedro, 1Co 15.5,
“E apareceu a Cefas e, depois, aos doze”.
f)
A mais de quinhentos irmãos de uma só vez, 1Co 15.6, “Depois, foi visto
por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até
agora; porém alguns já dormem”.
g)
A Tiago e a todos os apóstolos, 1Co 15.7, “Depois, foi visto por Tiago, mais
tarde, por todos os apóstolos”,
h)
A Paulo, 1Co 15.8,
“e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um
nascido fora de tempo”.
5. Aleluia, com provas evidentes,
claras, incontestáveis, Jesus venceu a morte!
II. SENDO A RESSURREIÇÃO E A VIDA, JESUS É A NOSSA GARANTIA DA
RESSURREIÇÃO FINAL
1. Temos aqui um fato digno de nota!
Não podemos nos esquecer de que a ressurreição do Senhor é a garantia de nossa
ressurreição corporal no final dos tempos! Assim como Jesus venceu a morte, por
ele, nós também haveremos de vencê-la no dia em que formos levantados do pó da
terra para receber um novo corpo. Esta é a esperança de cada um que serve a
Deus na terra.
2. Falando num contexto de
ressurreição corporal, o apóstolo Paulo se expressa: "Se é só para esta
vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima", 1Co 15.19. Observe que no versículo
anterior (v.18) o apóstolo afirma
que, sem a garantia da ressurreição corporal, aqueles que morreram em Cristo
"estão perdidos". Tais crentes "estariam perdidos", no
dizer de Paulo, porque a esperança deles terminaria no túmulo! Mas, graças a
Deus que não será assim! Jesus venceu a morte e nós também seremos vitoriosos
sobre ela através dele.
3. Escrevendo sobre o arrebatamento da
Igreja, e o destino final dos crentes, Paulo transmite com clareza todos os
detalhes de como será o nosso retorno à vida no corpo, 1Ts 4.16-17, "Porque o Senhor
mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de
Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro 17 Depois nós, os que
ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro
do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor".
a)
Veja primeiramente o destino daqueles que estiverem mortos na ocasião: "...os que morreram em Cristo,
ressuscitarão primeiro". Certamente acontecerá desta maneira! Nenhum
daqueles que creram em Jesus e obedeceram a sua Palavra, deixará de provar a
ressurreição corporal. É verdade, porém, que os corpos recebidos na ocasião,
terão características diferentes dos corpos originais que eram sujeitos ao
pecado e corrupção. Podemos ver esta verdade ao lermos as palavras de Paulo aos
coríntios: "35 Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e com que
qualidade de corpo vem? 36 Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se
primeiro não morrer. 37 E, quando semeias, não semeias o corpo que há de
nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou o de outra qualquer semente. 38
Mas Deus lhe dá um corpo como lhe aprouve, e a cada uma das sementes um corpo
próprio", 1Co 15.35-38.
b)
Destino não diferente está reservado para aqueles que estiverem vivos quando o
Senhor se manifestar nos céus!
Embora Paulo afirme que os crentes vivos nesta ocasião, subirão juntamente com
os mortos ressurretos ao encontro com o Senhor, isto não acontecerá sem que primeiro
haja neles uma transformação, quando haverão de receber um novo corpo, um corpo
celestial, 1Co 15.52, "num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos
transformados". A palavra "transformados" – grego "allassw
- allasso", nos traz a ideia de "trocar uma coisa por outra", o
que nos sugere uma mudança física nas características de nosso corpo. Esta
transformação não será apenas superficial, mas profunda! O novo corpo será um
corpo glorificado, espiritual, incorruptível, 1Co 15.42-44, "42 Assim também é a ressurreição, é
ressuscitado em incorrupção. 43 Semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em
glória. Semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder. 44 Semeia-se corpo
animal, é ressuscitado corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo
espiritual".
Porém, algo é verdade: Para muitos a
ressurreição final não será bem vinda:
a) Dn
12.2, "E muitos
dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros
para vergonha e desprezo eterno". Observe a expressão:
"...ressuscitarão ... para vergonha e desprezo eterno", que descreve
a situação daqueles que não creram na Palavra de Deus e desprezaram o Salvador.
Para estes será um dia de desespero, angústia, sofrimento e juízo!
b) Jo
5.28-29, "28 Não
vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros
ouvirão a sua voz e sairão: 29 os que tiverem feito o bem, para a ressurreição
da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo".
Como no texto acima, aqueles que vivem sem Cristo e praticam o mal neste mundo,
ressuscitarão, não para receber o "bem vindo de Jesus" - Mt 25.34, "Então dirá o Rei aos
que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o
reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" – mas, para
receberem a condenação de seus atos malignos, Mt 25.41, "Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus
anjos".
c)
É por esta razão que a Palavra de Deus nos alerta a que façamos parte da
primeira ressurreição, pois esta certamente será a ressurreição daqueles que
foram justificados, remidos pelo sangue do Cordeiro, Ap 20.6, "Bem-aventurado e santo é
aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a
segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele
durante os mil anos".
5. Não somente Jesus venceu a morte ao
levantar-se do túmulo, mas garantiu a nossa ressurreição final!
III. SENDO A RESSURREIÇÃO E A VIDA, JESUS OFERECE VIDA AOS MORTOS
ESPIRITUAIS
1. Sabemos que o "...salário do
pecado é a morte", Rm 6.23,
condição esta herdada de Adão, quando pela sua desobediência, permitiu que o
pecado entrasse na raça humana. Deus lhe havia dito que se ele comesse do fruto
da "Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal", certamente
morreria, Gn 2.17. Não
resistindo a curiosidade e levada por uma forte sedução diabólica, Eva caiu em
transgressão, arrastando também seu marido, comendo ambos do fruto proibido!
Veio a maldição divina e a morte entrou neles, Gn 3.1-19.
2. Devemos lembrar que a maldição da
morte não permaneceu somente em Adão, mas foi também extensiva a toda raça
humana, Rm 5.12,
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos
pecaram". Paulo já havia dito aos romanos: "10 Não há justo, nem
sequer um. 23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus", Rm 3.10, 23.
3. Debaixo do domínio do pecado o
homem permanece na condição de "morto espiritual", separado de seu
Criador, e somente por um ato salvador do Todo-Poderoso, poderia libertar-se de
sua condição pecaminosa e receber a vida de Deus novamente. Esta foi a missão
de Cristo ao vir ao mundo, quando se entregou ao sacrifício vicário. Seu único
propósito e objetivo foi resgatar o homem! Analisemos alguns textos da Palavra
de Deus sobre a condição do homem sem Deus, e de que maneira ele pode ser
resgatado por Cristo:
a) Jo
11.23-25, "25
Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que
morra, viverá; 26 e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês
isto?" A libertação do pecado e do poder da morte, somente pode ocorrer
através de uma fé autêntica em Jesus. Observe as palavras de Jesus:
"...ainda que morra, viverá" e "jamais morrerá". Sabemos
que a morte física atinge todos os homens, sem exceção. Contudo, ao crer em
Cristo, mesmo não podendo escapar da morte física, o homem receberá vida
permanente, a vida eterna!
b) Ef
2.1, 5-6, "1 Ele
vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 5 estando nós
ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça
sois salvos), 6 e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar
nas regiões celestes em Cristo Jesus". A condição do homem sem Deus é a de
"morto em delitos". Ele amarga o sabor da morte! Porém, crendo do sacrifício
de Cristo, este homem arqueado, subjugado, pelo peso do pecado e condenado à
morte, recebe "vida" juntamente com Cristo. Ao nos apropriarmos de
Jesus, passamos a desfrutar de uma nova posição em Deus, ou seja, estamos
agora, "sentados nas regiões celestes".
c) Jo
5.24, "Em
verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que
me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para
a vida". No texto temos expressão: "...passou da morte para a
vida", o que nos dá a ideia de uma mudança de estado. O estado natural do
homem sem Deus em razão do pecado, é a "morte" – o seu salário. Porém
ao ouvir a Palavra de Deus e recebê-la no coração, este homem miserável, é
transportado de sua condição de morto espiritual para a condição de vivo
espiritual. Ele recebe o antídoto contra a morte, Jesus Cristo, o Filho de
Deus!
4. Diante destes textos das Escrituras
Sagradas, podemos ter convicção de que Jesus ao declarar-se "eu sou a
ressurreição e a vida", garantiu ao homem, que se este prestar-lhe
obediência e fé, recebe a verdadeira vida!
CONCLUSÃO:
1. Sendo a Ressurreição e a Vida,
Cristo:
a) demonstrou o seu poder sobre a
morte em seu ministério terreno;
b) constitui-se a garantia de nossa
ressurreição final;
c) oferece vida aos mortos
espirituais.
2. Jesus é o único que pode dar vida
ao homem morto em seus delitos e pecados! Quando em seu ministério terreno,
Jesus ressuscitou o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, e Lázaro seu
amigo, morto há quatro dias, demostrou que a morte pode ser vencida! Mas a
grande demonstração de poder absoluto sobre o reino da morte, aconteceu quando
Ele próprio ressuscitou ao terceiro dia! Como rei e soberano sobre a vida e a
morte, Jesus pode libertar aqueles que estão prisioneiros na região da sombra
da morte (Mt 4.16) e que vivem sob o
comando satânico. O Mestre não somente venceu a morte, mas tirou-lhe o poder de
ação nas vidas daqueles que pela fé, se tornaram filhos de Deus. No dizer do
apóstolo Paulo o grande propósito de Deus “... agora se manifestou pelo
aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual destruiu a morte, e trouxe
à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho", 2Tm 1.10.