GUIA PARA UM AVIVAMENTO PESSOAL
2CR 29.1-11
Revista de Estudos Bíblicos Aleluia
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO
“Se
o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter
dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e
sararei a sua terra”, 2Cr 7.14.
A
igreja precisa continuar buscando uma vida sob a inteira direção do Espírito do
Senhor. O avivamento é esse espírito de dinamismo que permite à igreja renovar
suas forças e disposição dia-a-dia.
Mas,
como pode a igreja ir bem se, muitas vezes, os crentes, individualmente vivem
longe dos propósitos de Deus? Para que haja um avivamento geral, é necessário
buscar, antes de tudo, um avivamento pessoal.
I. ESPIRITUALIDADE CULTIVADA NA VIDA PESSOAL
Quais
os passos para que o crente possa viver a bênção de um poderoso avivamento em
sua vida pessoal? Há um processo que culmina com uma vida cheia do Espírito do
Senhor. Veja qual é.
1. A convicção de pecado. Os grandes avivamentos tiveram
início quando a igreja começou a refletir sobre santificação. Pessoas foram
levadas a ver que estavam em pecado. Houve confissão, arrependimento. A partir
daí, o Espírito do Senhor agiu e houve transformação de vidas.
Reflitamos
um pouco sobre os textos que apontam os pecados que bloqueiam nossa comunhão
com Deus:
a)
Engano do coração, que impede o tratar de Deus conosco, Jr 17.9-10, “9
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto;
quem o conhecerá? 10 Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os
pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto
das suas ações”.
b)
A maneira pela qual tratamos nossas contribuições para Deus, Ml 3.8-10, “8 Roubará
o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas. 9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me
roubais, vós, a nação toda. 10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para
que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós
bênção sem medida”.
c)
Olhar os pecados dos outros e nos esquecemos dos nossos próprios pecados, Mt
7.1-5, “1 Não julgueis, para que não sejais julgados. 2 Pois, com o
critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes
medido, vos medirão também. 3 Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão,
porém não reparas na trave que está no teu próprio? 4 Ou como dirás a teu
irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? 5
Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para
tirar o argueiro do olho de teu irmão”.
d)
Praticar pecados socialmente mais graves, Rm 1.18-32, “18 A ira
de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm
a verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é
manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos
invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria
divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis; 21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram
como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios
raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por
sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e
répteis. 24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas
concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si;
25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a
criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! 26 Por causa
disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o
modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27
semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se
inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com
homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28 E, por haverem
desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição
mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29 cheios de toda
injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio,
contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos
de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes
aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32
Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que
tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim
procedem”.
e)
O mundanismo, 1Jo 2.15-17,
“15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 porque tudo que há no
mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17 Ora, o mundo passa, bem como
a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece
eternamente”.
2. A confissão de
pecados. O cristão
tem de confessar seus pecados, um a um:
a) O pecado causa
bloqueio em nosso relacionamento com Deus, Sl 66.18, “Se eu
atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”.
b)
O pecado nos separa de Deus, Is 59.1-2,
“1 Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para
que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. 2 Mas as
vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”.
c)
A confissão é o caminho para restauração, 1Jo 1.7-9, “7 Se,
porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 8 Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade
não está em nós. 9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
É
importante que você tenha consciência das áreas específicas em que você tem
dificuldade e pedir ajuda ao Senhor. Seja honesto consigo mesmo. Peça perdão e
abandone seus pecados. Entenda o alcance da morte de Jesus para nos dar vida:
Is
53.1-12, “1 Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço
do SENHOR? 2 Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma
terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza
havia que nos agradasse. 3 Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens;
homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens
escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. 4 Certamente, ele
tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o
reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. 5 Mas ele foi traspassado
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós
andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o
SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. 7 Ele foi oprimido e
humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como
ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. 8 Por juízo
opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi
cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele
ferido. 9 Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na
sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.
10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua
alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias;
e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. 11 Ele verá o fruto do penoso
trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu
conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre
si. 12 Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos
repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado
com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu”.
1Pe 2.24, “...carregando
ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós,
mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes
sarados”.
3. Entrega e consagração. Depois da confissão vem a entrega
incondicional ao Senhor:
a)
Nossa rendição levará Deus a satisfazer os desejos de nosso coração, Sl 37.4-5, “4
Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. 5 Entrega o teu
caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará”.
b)
Aceitar nossa crucificação com Cristo, é elemento fundamental para vencermos o
pecado, Rm 6.6-7, “6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho
homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como
escravos. 7 porquanto quem morreu está justificado do pecado”.
c)
Apresentar o corpo em sacrifício e renunciar o mundo e suas paixões nos levará
a um nível maior em nossa comunhão com Deus, Rm 12.1-2, “1
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso
corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional. 2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus”.
Quando
damos todos esses passos, chegamos a um ponto em que o Espírito Santo assume o controle
de nossa vida. Saiba que seu corpo é templo do Espírito Santo:
1Co
6.19-20, “19 Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois
de vós mesmos? 20 Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a
Deus no vosso corpo”.
E
quando o entregamos ao Senhor, Ele passa a dirigir nossa vida, conforme seu
querer:
a) João Batista fala
sobre o batismo do Espírito Santo, Mt 3.11, “Eu vos batizo com água, para
arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu,
cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e
com fogo”.
b) Jesus promete aos
seus discípulos, Lc 24.49,
“Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai;
permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”
c) Jesus reafirma
promessa anterior, At 1.5,8,
“5 Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós
sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. 8 ... mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra”.
d) Paulo incentiva os
cristão a que busquem o enchimento do Espírito Santo, Ef 5.18, “E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.
Seguindo
esse processo, chega-se a experimentar um verdadeiro avivamento na vida
espiritual.
II. CONSERVANDO A CHAMA DO AVIVAMENTO
Muitas
pessoas foram batizadas com o Espírito Santo. Vieram dias maravilhosos, foram
usadas por Deus, mas depois se esfriaram na fé e se esqueceram da gloriosa
experiência que tiveram. Mas, para conservar uma vida renovada, cheia da graça
divina, é preciso:
1. Leitura bíblica. Estabilidade na vida espiritual é
resultado de um conhecimento profundo da Palavra. “Não cesses de falar deste
Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer
segundo tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás
bem-sucedido”, Js 1.8.
Lendo
a Bíblia diariamente, meditando e fazendo o que nela está escrito é possível ao
servo de Deus conservar uma vida espiritual abundante. Assim não é preciso
ficar na dependência de visões, de profecias. Essas manifestações irão apenas
confirmar o que já está na Palavra.
2. Oração. Os cristãos primitivos estavam
sempre cheios do Espírito e renovados porque viviam em oração, At 4.31, “Tendo
eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do
Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus”.
É
triste ver como muitas igrejas estão perdendo o calor em suas mensagens porque
o fervor da oração está desaparecendo.
Renovação
espiritual e avivamento são experiências que devem ser vividas diariamente.
Para tanto, o crente precisa, a cada dia, intensificar sua vida de oração. O
próprio Jesus orou muito durante seu ministério:
a) Orava sozinho, Mt
14.23, “E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar
sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só”.
b) Buscava lugares
solitários, Lc 5.16,
“Ele, porém, se retirava para lugares solitários e
orava”.
c) Orava a noite toda,
Lc 6.12, “Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e
passou a noite orando a Deus”.
Muitos
crentes estão se vendo confusos porque os bens materiais têm tomado o tempo da
oração. Oração é questão de disciplina pessoal. Procure reservar alguns
minutos, todos os dias, para estar na presença do Senhor.
3. Vida humilde. O orgulho tem levado muitos crentes
ao fracasso. A vida abundante, cheia do Espírito, não é para que o crente se
ache melhor que os outros. O enchimento com o Espírito Santo deve levar o
crente ao trabalho pelo próximo, à edificação da igreja: “mas recebereis poder,
ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...”, At 1.8.
4. Santificação.
a) O apóstolo Paulo
recomendou aos crentes:
“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção”, Ef 4.30.
b) Davi, ao pecar, temeu
que o Espírito do Senhor fosse retirado de sua vida, Sl 51.11, “Não me
repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito”.
Por
isso, se quisermos cultivar o avivamento, temos de alegrar o Espírito de Deus
para que Ele atue em nós com muito poder.
CONCLUSÃO
A
igreja precisa conservar seu dinamismo, buscando e pregando as fontes que geram
o avivamento. Com isso, vai estar apta a levar a mensagem do evangelho àqueles
que estão longe de Deus. Só uma igreja unida, forte, cheia do poder do Espírito
do Senhor tem condições de dar um testemunho com impacto de sua fé em Cristo.