Jesus Ungido em Betânia

Bíblia de Estudo Plenitude

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

"Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu a casa do cheiro do unguento", Jo 12.3.

 

 

Maria esteve ansiosa pela chegada do Mestre. 

 

Arrumou a mesa, ajudou a preparar o jantar, vestiu sua melhor roupa e com cuidado colocou o pequeno frasco do valioso e perfumado nardo puro bem protegido em suas vestes.

 

Ninguém usaria aquele perfume, nem mesmo saberia de sua intenção em ungir Jesus. Certamente a fariam desistir, ofereceriam um bom dinheiro pela mercadoria importada embalada em caixa de alabastro e usada somente em ocasiões especiais.

 

Ela reuniu uma quantia bem elevada.

 

Referente a 300 dias de trabalho, Jo 12.5, pensando em agradar Jesus.

 

Esforçou-se, economizou, trabalhou dobrado, e sonhou com o dia em que ungiria os pés do seu Mestre, daquele que a amava de tal forma que a fazia se sentir digna, especial.

 

Maria fora transformada pelo amor. Enquanto esfregava seus cabelos umedecidos de perfume nos pés de Jesus, seu espírito contrito em silêncio confessava os pecados, em humildade, em reconhecimento, em amor e adoração.

 

Ela não falava, mas, Jesus recebia seu gesto carregado de palavras e sentimentos.

 

No Evangelho de Marcos está escrito: "Maria quebrou o vaso e derramou sobre a cabeça de Jesus", Mc 14.3.

 

Faltavam apenas seis dias para a Páscoa e o gesto de Maria tinha significado profético: O Cordeiro estava sendo ungido para o sacrifício.

 

No antigo Testamento o óleo era derramado sobre a cabeça, como forma de remédio, de nova unção. Reis e sacerdotes participavam do rito com óleo antes de assumirem suas funções.

 

Foi assim com Davi. Ele recebeu óleo sobre a cabeça, derramado pelo profeta Samuel, 1Sm 16.

 

Maria não escolheu um perfume qualquer, ela escolheu o melhor perfume!

 

Reconhecia que Jesus era o Messias, o Salvador. Ele já estava anunciando Sua morte entre seus discípulos, Maria era sabedora disto.

 

Ao ungir Jesus a partir da cabeça, ela revelou a vontade de Deus Pai. Ela confessou ser Jesus O Rei dos Reis, O Sumo Sacerdote o Salvador, aleluia!!

 

Esta mulher foi grande! Seu gesto de uma fé incomum! Nenhum dos homens ali presentes foi capaz de absorver a mensagem contida no gesto de Maria. Ela a profetiza, Jesus, o Rei. Assim como Samuel e Davi.

 

"E enxugou-Lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa com o cheiro do unguento", Jo 12.3.

 

Maria me emociona!

 

Ao passar seus cabelos sobre os pés de Jesus, ela estava dizendo: Eu quero ser coberta por Ti, Tú És a minha Cobertura!

 

Em 1 Coríntios lê-se: "Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso , porque o cabelo lhe foi dado em lugar do véu", 1Co 11.15.

 

O uso do véu pelas mulheres nas diversas tradições religiosas, não remete apenas a uma questão cultural, mas também a uma questão teológica.

 

As cristãs ortodoxas, ainda hoje usam véu na igreja para transmitir dependência de Cristo. É uma simbologia.

 

Sabemos que o material não se sobrepõe ao espiritual. O véu É Cristo e o é sempre em todas as ocasiões, mesmo quando não me revisto deste objeto.

 

Maria já compreendia essa mensagem.

 

Ao passar seus cabelos nos pés do Mestre, seu gesto simbolizara: Cristo em Mim.

 

"E encheu-se a casa do cheiro do unguento", Jo 12.3.

 

A adoração de Maria tomou conta daquele lugar. Maria, inscrita no Livro da Vida, elogiada por Deus, estaria para sempre como um memorial diante das Nações:

 

"Em verdade vos digo que, onde quer que este Evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez em memória de mim", Mt 26.13.

 

O encontro de Maria com Jesus em Betânia nos impressiona e nos move a adorar a Jesus de tal forma que devemos almejar tocar-Lhe os pés.

 

Os pés do Mestre devem ser um símbolo para nós de quanto Ele nos ama, de quanto ele percorreu esta terra com a missão de proclamar Seu amor aos povos.

 

Os pés de Jesus caminharam em nossa direção.

 

Minha morte foi a minha vida:

 

"Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto", Jo 11.24.

 

Maria de Betânia festejava não só o sacrifício do Cordeiro, mas a sua própria morte e a nova vida que ressurgia dentro dela como o mais precioso perfume.

 

Ela não se importou com as críticas, com os olhares de censura, com os cochichos, ela só olhou para O Mestre. Ele foi o Seu alvo.

 

Chamaram-na de louca, de insensata, mas ela não se importou. Parecia que estava no Paraíso, perto do Seu Amado.

 

A verdadeira adoração nos conduz a uma atmosfera Divina.

 

É o encontro do pecado com o perdão. É a cura da alma, o refrigério. A satisfação de Maria em servir também deve ser a nossa. A entrega total da vida, dos bens.

 

Para que aquele perfume fosse extraído e ajuntado em um frasco, houve morte da planta, houve suor de Maria.

 

Betânia, em Hebraico significa "casa do aflito". Ao aflito é dito: Ajunta nardo precioso, sobe a Betânia e adora ao Mestre e a cura, a Salvação virá. Amém.