MÃE, UM CANAL DA BÊNÇÃO DE DEUS

PV 23.2

Pr. Josias Moura de Meneses

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

“Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer.”

 

INTRODUÇÃO

 

Hoje é o dia das mães e, queremos homenagear essas mestras do bem. Queremos falar do seu papel e do seu valor como educadoras, como rainha do lar, como colunas espirituais de uma família, e como fontes inspiradoras para a conduta de muitos filhos.

É claro que existem mães omissas, mães insensatas, mães sem amor natural, que induzem seus filhos ao erro.

 

Mas, o nosso foco, entretanto, é ressaltar o papel da mãe cristã, que é exemplo para os filhos, que ora por eles e os educa com firmeza e doçura, transmitindo-lhes as sagradas letras.

 

Há muitas mães dignas de destaque na Bíblia e na história. Destacaremos porem, três mães da Bíblia e três extra bíblicas. Vamos aprender com elas.

 

1. Joquebede, um exemplo de mãe que ousou lutar pela sobrevivência do seu filho

 

A perseguição aos israelitas recém-nascidos no Egito era sangrenta e a chance de escapar da tragédia era humanamente impossível. E Moisés, filho de Joquebede, deveria ser passado ao fio da espada ou jogado aos crocodilos do rio Nilo, logo ao nascer.

 

Joquebede, entrementes, não desistiu do seu filho. Ela montou um plano para salvar seu filho da morte. Ela transcendeu o comum. Deus honrou seu gesto e salvou seu filho das águas do Nilo. A providência divina fez o menino Moisés parar no palácio de Faraó e retornar aos braços de Joquebede para ser amamentado.

 

Foi nesse tempo, da primeira infância de Moisés, que sua mãe deu tudo de si para transmitir ao seu infante as verdades que mais tarde governariam a sua vida. Foi o ensino aprendido com sua mãe que levou Moisés a rejeitar as glórias do Egito por causa do opróbrio de Cristo. Precisamos de mães que invistam tempo na vida espiritual de seus filhos. Mães que busquem a salvação de seus filhos mais do que seu sucesso. Mães que deem o melhor do seu tempo para inculcar nos filhos as verdades eternas, verdades essas que os ajudarão a tomar as mais importantes decisões ao longo da vida.

 

2. Suzana, mãe de John Wesley

 

John Wesley foi décimo terceiro filho do ministro anglicano Samuel e de Susana.

 

Devido às atividades pastorais que impediam o Reverendo Samuel de dar a devida assistência ao lar, Susana assumiu a administração financeira da família e a educação dos filhos e filhas. Disciplinava com rigidez os filhos, mantendo horário para cada atividade e reservando um tempo de encontro com cada filho para conversar, estudar e orar.

 

Ainda na infância, John Wesley foi o último a ser salvo, de forma miraculosa, em um incêndio que destruiu toda sua casa, onde estivera preso no segundo andar. A partir desse dia, Susana, sua mãe, dedicou-lhe atenção especial, pois entendeu que Deus havia poupado sua vida para algo muito especial.

 

Aos cinco anos de idade, Susana Wesley começou a alfabetizar o John, usando o livro dos Salmos como apostila.

 

Nos 50 anos seguintes, Wesley pregou em média de três sermões por dia; a maior parte ao ar livre. Houve uma vez que pregou a cerca de 14.000 pessoas. Milhares saíram da miséria e imoralidade e cantaram a nova fé nas palavras dos hinos de Carlos Wesley, irmão de John. Os dois irmãos deram à religião um novo espírito de alegria e piedade.

 

Em 50 anos, Wesley tenha percorrido 400 mil quilômetros e pregado 40 mil sermões, com uma média de 800 sermões por ano. John Wesley deixou um legado de 300 pregadores itinerantes e mil pregadores locais. A Igreja Metodista, como Igreja propriamente, organizou-se primeiro nos EUA e depois na Inglaterra (somente após a morte de Wesley no dia 2 de março de 1791). Atualmente, o total de membros da comunidade metodista no mundo está estimado em cerca de 75 milhões de pessoas.

 

75 milhões de pessoas salvas! Tudo isso começou através da sensibilidade e da dedicação de uma mãe em ensinar o filho através da Bíblia. Fez tudo isso com  19 filhos!

 

Dedicava-se com atenção especial aos filhos: Um dia da semana era designado a cada filho, para conversar sobre as dúvidas e dificulda­des;

 

Orava pelos filhos. Wesley  disse a mãe: "Em muitas coisas a senhora tem intercedido por mim e tem prevalecido. Quem sabe se ago­ra também, na intercessão para que eu renuncie inteira­mente o mundo, terá bom êxito?... Sem dúvida será tão eficaz para corrigir o meu coração, como era então para formar o meu caráter".

 

3. Ana, um exemplo de mãe que ousou consagrar o seu filho para Deus

 

Ana era estéril, porque o próprio Deus havia cerrado a sua madre. No seu tempo, esse era um problema doloroso, que trazia muitos estigmas. Ana teve ainda que enfrentar a zombaria da sua rival, a incredulidade do seu marido e a censura do seu sacerdote. Ela, contudo, não desistiu. Continuava orando e chorando diante de Deus, pedindo-lhe um filho. Houve um dia, porém, que ela resolveu fazer um voto a Deus. Prometeu-lhe que se Deus lhe desse um filho, o devolveria para o Senhor por todos os dias da sua vida.

 

Em 1Sm 1.10,11 a Bíblia diz que: “…10 levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. 11 E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”.

 

Deus ouviu o seu clamor e ela concebeu e deu à luz a Samuel, o maior juiz, o maior profeta e o maior sacerdote da sua geração. Precisamos de mães que ousem consagrar o melhor daquilo que Deus lhes tem dado ao Senhor. Mães que coloquem seus filhos no altar. Mães que consagrem seus filhos para Deus, para cumprirem os soberanos propósitos de Deus estabelecidos para a vida de seus filhos.

 

4. Betsey, mãe de Dwight L. Moody

 

Sua mãe sofreu muito para criar os filhos. Poucos meses depois da morte de seu marido, nasceram-lhe gê­meos e o filho mais velho tinha apenas doze anos. O conse­lho de todos os parentes foi que ela entregasse os filhos para outros criarem.

 

Mas com invencível coragem e santa dedicação a seus filhos, ela conseguiu criar os filhos no próprio lar. Guarda-se ainda, como tesouro pre­cioso, sua Bíblia com as palavras de Jeremias 49.11 subli­nhadas: "Deixa os teus órfãos, eu os conservarei em vida; e confiem em mim tuas viúvas".

 

Quero ler as palavras de Moody, no enterro de sua mãe:

 

““...Durante o pri­meiro ano depois que meu pai faleceu, ela adormecia todas as noites chorando. Contudo, estava sempre alegre e ani­mada na presença dos filhos. As saudades serviam para chegá-la mais perto de Deus. Muitas vezes eu me acordava e ela estava orando, às vezes, chorando. Não posso expres­sar a metade do que desejo dizer. Aquele rosto, como é querido! Durante cinquenta anos não senti gozo maior do que o gozo de voltar a casa. Quando estava ainda a setenta e cinco quilômetros de distância, já me sentia tão inquieto e desejoso de chegar que me levantava do assento para passear pelo carro até o trem chegar à estação... Se chega­va depois de anoitecer, sempre olhava para ver a luz na ja­nela da minha mãe. Senti-me tão feliz esta vez por chegar a tempo de ela ainda me reconhecer! Perguntei-lhe: -'Mãe, me conhece?' Ela respondeu: - 'Ora, se eu te conhe­ço!'

 

Aqui está a sua Bíblia, assim gasta, porque é a Bíblia do lar; tudo que ela tinha de bom veio deste livro e foi dele que nos ensinou. Se minha mãe foi uma bênção para o mundo é porque bebia desta fonte. A luz da viúva brilhou do outeiro durante cinquenta anos. Que Deus a abençoe, mãe; ainda a amamos! Adeus, por um pouco, mãe!".

 

5. Eunice, uma mãe que educa o filho pelo exemplo e pelo ensino

 

Um grande educador disse que "nada penetra tão profundamente o espírito humano, quanto o exemplo".

 

Em 2Tm 1.5, Paulo faz referencia a Eunice, que era mãe de Timóteo.

 

Eunice transmitiu a seu filho as mesmas verdades aprendidas em seu lar. Nela habitava uma fé sem fingimento. Essa mesma fé, ela transmitiu para seu filho.

 

Eunice era uma mulher comprometida com a Palavra de Deus. Ela ensinou a Timóteo as sagradas letras desde a sua infância. Essas sagradas letras tornaram influenciaram Timóteo a ter uma importante experiência de salvação. Mais tarde, Timóteo tornou-se discípulo do apóstolo Paulo e constitui-se num dos maiores pastores da igreja cristã, aquele que haveria de dar continuidade ao ministério do grande apóstolo dos gentios.

 

Você mãe, é desafiada a andar com Deus, a ensinar os seus filhos a Palavra de Deus e a prepará-los para serem vasos de honra nas mãos de Deus.

 

6. Mônica, mãe de Agostinho

 

Mônica ficou viúva aos 39 anos e teve então que ocupar-se de toda a família. Agostinho perdeu o pai com dezessete anos, depois foi mandado para Cartago a fim de estudar num curso superior. Mônica ficava tão desolada com as notícias que recebia do filho, que chegou a proibi-lo de entrar em sua casa. Mas Deus consolava o coração da pobre mãe, revelando-lhe a futura conversão do filho por meio de sonhos. E isto fez com que ela aceitasse o filho em casa. 

 

Certa vez, Mônica fez súplicas a um bispo - provavelmente o de Cartago - para interceder junto a seu filho, já que seus pedidos não eram atendidos. O bispo teria respondido: “O coração de teu filho não está ainda preparado, mas Deus determinará o momento. Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas" (Confissões, p. 85).

 

Tantas foram as orações, súplicas e penitências de Santa Mônica pela conversão de seu filho Agostinho, que na noite de Páscoa de 387 ele recebeu, com seu filho Adeodato, o Batismo. Depois disso, Mônica afirmou: “Vendo-te hoje convertido, nada mais me resta fazer neste mundo”.

 

Mônica morreu no mesmo ano, aos 56 anos de idade. Mas antes, os dois tiveram um diálogo-êxtase em Óstia, numa das passagens mais famosas das Confissões.

 

Agostinho afirma que esse encontro foi obra dos "secretos desígnios de Deus": "Enquanto assim falávamos, anelantes pela Sabedoria, atingimo-la momentaneamente, num ímpeto completo do nosso coração" (Confissões, p. 228). Uma semana depois, ela caía com febre e falecia.

 

CONCLUSÃO

 

Quero finalizar minhas palavras declarando que uma grande mãe não é aquela que é controladora, mas a que ensina um filho desfrutar de sua liberdade vivendo de forma correta e equilibrada.

 

Uma boa mãe não é aquela que vive apenas apontando os erros de um filho, mas a que previne erros, por meio de bons conselhos. Uma boa mãe não é a que desiste facilmente dos seus sonhos, mas a que sempre estimula os seus filhos a começarem de novo. Uma grande mãe não procura o seu próprio brilho, mas trabalha para que seus filhos sejam grandes servos de Deus.

 

Em nome da Igreja do Betel Brasileiro Geisel, parabenizamos a todas as mães e desejamos que todas possam ser de fato canais da benção de Deus para suas famílias e filhos.